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História A Outra Face de Regina - Capítulo 05


Escrita por: MadamePrefeita2

Notas do Autor


Agradeço pelos comentários. A participação dos leitores é muito importante para mim.
Boa leitura!

Capítulo 5 - Capítulo 05


— A rainha te ama. E você é a única que pode livrá-la do fardo de seu ódio.

Emma lançou um olhar surpreso para a criatura diante de si, os olhos verdes repentinamente arregalados e indagadores, como que se perguntando se teria ouvido direito.

— Tinkerbell? O que está fazendo aqui? E Quem te disse isso?

— A própria rainha.

— Quando? Aliás, desde quando você tem contato com a rainha?

— Você não acredita em mim, princesa?

— Tenho os meus motivos para duvidar. E não me chame de princesa.

— Já não faço parte do conselho das fadas. A fada azul me expulsou e não posso sequer entrar no castelo.

— Eu sei disso. Mas você e Regina…

— Depois eu explico. Agora vem comigo porque a rainha está te esperando, e você deve saber…ela odeia esperar.

A expressão desconfiada de Emma relaxou e ela sorriu quando chegou ao bosque e avistou a rainha. Estava escurecendo e chovia quando as duas, em silêncio, se abrigaram numa cabana de caça abandonada. Depois de fechar porta, Emma fitou Regina, cujos olhos buscavam os dela toda hora e logo se desviavam. As palavras não ditas ficaram pairando no ar, seu significado as rodeando como um círculo de fumaça.
Dentro da cabana estava escuro e frio, com o pequeno fogo no canto contribuindo mais com a fuligem do que com o calor, enquanto crepitava na lareira mal aquecendo o ambiente.

— Vossa majestade…

— Não me chame assim — interrompendo-a, a rainha se aproximou. Sua voz era profunda, suave, lírica, hipinótica, vibrando nos ouvidos de Emma. — Chame-me de Regina.

Regina a encarava, o rosto a alguns centímetros um do outro. Ela pensou em todas as vezes que desejou ficar sozinha com Emma e precisou se conter. Mas agora, Emma estava a seu lado, a pessoa cuja presença ela mais temia.

— Você não faz ideia do quanto o seu rosto me diz — Emma falou, os lábios se curvando num sorriso.

Regina franziu a testa ao ouvi-la, no entanto, percebendo que só estava se tornando mais transparente, recompôs a expressão, adotando a máscara que costumava usar.

— Ah, estava demorando! — Emma sorriu ainda mais, deixando-a constrangida com a intensidade com que a estudava. — Continue fazendo isso. Esconda tudo! Coloque a sua máscara de rainha malvada! Mas por favor, me explique a razão desse encontro.

A rainha não conseguiu dizer nada. Ela sabia que sua voz fraquejaria se tentasse. Além disso, as duas sabiam o porquê de estar ali. Elas se amavam, mas cada uma delas tinha um papel diferente no reino.

— O que sentimos uma pela outra…é impossível — Regina engoliu em seco. — Além disso…eu…

Emma viu as lágrimas inundarem os olhos castanhos, conferindo-lhes aquele brilho aveludado que sempre lhe parecia tão irresistível, tão atraente. Balançando a cabeça negativamente, Emma sabia o que precisava ser feito. Ela não queria ir embora dali, cavalgando e chorando mais uma vez nos bosques pelos sentimentos das duas.

— Regina… — Emma lhe tomou as mãos. O modo como os dedos se entrelaçaram, os corpos um de frente para o outro, era como se estivessem fazendo votos sagrados. — Eu te amo.

— E eu deveria odiar você, assim como odeio os seus pais. Não terei paz enquanto não conseguir minha vingança… — ela tentou esconder a mágoa que sentia com um tom de amargura. Era mais fácil expor sua amargura do que a profunda tristeza em seu peito, tanto para si quanto para os outros a sua volta.

— A vingança é uma estrada escura e solitária e uma vez percorrida, é difícil voltar atrás. Então esqueça esse ódio e se entregue ao que sente por mim…me ame.

Com um olhar carnal e furioso de paixão, a rainha a puxou para um beijo.

[…]

Ao contrário da Emma normalmente prática, que pulava da cama a cada manhã com o toque de corneta no pátio do castelo, e que sempre tomava o café da manhã ao lado dos pais, ela se sentia estranhamente centrada e diferente, como se aquela outra mulher fosse uma impostora que ocupara seu lugar havia anos. Recusava-se a sair da cama e aninhou-se sob as cobertas macias, ainda imersa nas carícias da rainha.
Seus olhos se fecharam enquanto a mente repassava os beijos trocados na noite anterior. Os lábios se curvaram num sorriso, mas subitamente formaram uma linha rígida quando Branca bateu à porta e apareceu em seu campo de visão.

— Filha, você está bem?

Sentando-se na cama, ela tentou transparecer naturalidade.

— Claro que sim, mamãe. Por que a pergunta?

— Você não veio tomar café conosco. Fiquei preocupada.

— Não dormi direito. Mas estou bem, não se preocupe.

Levantando-se, Emma trocou de roupa e se pôs a calçar suas botas.

— Você vai sair?

— Vou cavalgar um pouco e depois caçarei raposas com Ruby.

— Não volte muito tarde. Teremos uma reunião com o conselho do castelo e das fadas.

— Não gosto dessas reuniões.

— Mas está na hora de começar a gostar — David interveio. Encostado no batente da porta, ele deixou escapar um suspiro. — Você é a herdeira do trono e é sua obrigação estar presente nas reuniões do conselho.

— Eu já entendi, papai. Estarei presente, não se preocupe. Agora eu preciso ir.

Emma e Regina cavalgavam lado a lado, em um silêncio incomum entre as duas. Elas queriam conversar, mas não encontravam palavras. De certo, Emma queria aproveitar a manhã inteira com ela; queria sentir o calor conhecido que a companhia da rainha provocava em seu corpo; queria fazer amor com ela. Mas, mesmo que estivessem sozinhas, a consciência de que poderiam ser encontradas serviu para refrear seu ânimo.

— Você está muito calada — comentou Regina.

Emma ainda não sentia que tinha a rainha só para si. Ela se perdeu em um devaneio agitado e sombrio, enquanto refletia sobre o comentário dela.

— Ontem. Depois que nos beijamos…você foi embora — disse Emma.

— E?

— E eu detesto quando você desaparece sem dizer nada. Eu pensei que… — ela fez uma pausa, puxando as rédeas do animal fazendo-o parar. — Pensei que passaríamos a noite juntas.

Regina olhou fixamente para ela, e Emma sentiu o estômago apertar. A rainha era realmente muito linda, seu casaco era como uma mancha vermelha de cor viva em meio à floresta negra.

— Venha comigo, por aqui… — Regina disse, direcionando seu cavalo por outro caminho.

Mais adiante, os pinheiros se elevavam cobertos de neve, e além deles as colinas nuas tremiam sob o ameaçador céu de início invernal. E em meio àquela vista imensa, tão solitária e ameaçadora, se encontrava uma cabana de madeira. Elas desceram do cavalo e bastou um estalar de dedos para que a porta se abrisse. Quando entraram, a sensação de paz e segurança pairou entre elas.

— De agora em diante, é aqui que nos encontraremos… — sussurrou Regina, deixando as palavras ecoarem nos ouvidos de Emma em meio ao silêncio. — Essa cabana está protegida com magia. Ninguém além de nós duas conseguirá enxergá-la.

Emma quase perdeu o equilíbrio quando Regina começou a torturante tarefa de se desfazer de suas roupas. Primeiro as luvas, depois o chapéu e em seguida foi a vez do casaco. Os traços tão bem esculpidos da rainha eram de tirar o fôlego.

— Está arrependida de ter vindo aqui comigo, princesa? Ou está com medo? — ela riu, e Emma se deu conta de que poderia esquecer os olhos castanhos penetrantes ou o charme que emanava de cada poro; bastava o sorriso e a cicatriz no lábio superior para convencê-la, instantaneamente, de que era só ela mandar e qualquer mortal tiraria a roupa. Emma percebeu também, que não podia suportar a ideia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para ela como uma fonte no deserto.

— Eu estou apaixonada por você — disse Emma, de supetão. — Você já sabe disso, não sabe?

— Sim, eu sei.

— Mas e você, Regina? Está apaixonada por mim? Você nunca me disse nada com clareza.

A rainha endureceu o coração e contraiu a mandíbula delicada.
Eu te amo, mas não digo, pensou ela, refletindo o discurso diário de sua falecida mãe ressaltando que o amor era a pior das fraquezas. Recuando, Regina tentou ignorar a consciência excessiva da presença dela.

— Você deveria ter seguido os passos da sua mãe e ter se apaixonado por um príncipe idiota — disse ela. Não havia tom de reprovação em sua voz, a farpa não pareceu intencional, mas feriu mesmo assim.

Emma ficou magoada com a resposta e com a calma cruel de Regina. Com o deboche velado que se escondia por trás daquelas palavras. Com o modo como ela evitou a última e mais importante de suas perguntas.

— É. Talvez eu deveria ter feito isso mesmo.

E então o rosto da rainha murchou por completo, e ela viu com clareza a mágoa em suas feições. Regina sabia o que estava vendo, porque ela própria se escondia sob a raiva e a amargura que sentia. O que Regina via no rosto de Emma era uma dor que ela conhecia muito bem; uma dor que não podia ser curada facilmente.

— Acho melhor eu ir embora — disse Emma, caminhando em direção à porta. Ao erguer a mão para alcançar a maçaneta, Regina a deteve.

— Eu te amo, Emma — ela começou, a voz tomada pela angustia. — Mas é melhor que eu nunca lhe diga o quão profunda, dolorosa e eternamente amarei você — ela fez uma pausa, lutando contra si mesma. Até que, controlando a voz trêmula, conseguiu continuar. — Não bastaria para mim lhe dizer que tenho sofrido com esse sentimento, e que me dei conta de que não posso simplesmente ignorá-lo, nem alterar o propósito que esse reino espera de você — ela parou, fechando os olhos ao fim das palavras, sufocada pelos soluços contra os quais lutava.

Aproximando-se, Emma tocou-lhe o rosto gentilmente, partilhando o temor de Regina de que uma revelação pudesse significar o fim daquilo que sequer se iniciara.

— Sei que está com medo…e eu também estou. Mas o primeiro passo é combater esse medo — disse ela, sua voz era imponente, repleta das promessas com as quais Regina sonhara milhares de vezes.

O fogo aquecia o ambiente, em contraste com o dia frio, úmido e de muito vento. Emma lhe ergueu o queixo e em seguida a puxou para um beijo.
Enquanto saboreava a doçura dos lábios de Emma, Regina não conseguiu evitar de sorrir, desejando se sentir tão relaxada quanto ela parecia estar. Emma falava como se tivesse reencontrado uma velha amiga, sem qualquer sinal de que sofreria com ela.

— Emma… — com a respiração ofegante, Regina mal conseguia pronunciar as palavras.

— Não diga mais nada, Regina. — as palavras saíram num rosnado grave enquanto ela agarrava seus quadris. — Entregue-se para mim.
Antes que Regina pudesse dizer qualquer coisa, Emma tomou sua boca. Os lábios dela provocaram um choque, rompendo o ritmo e estabilidade do seu coração pulsante. Ela gemeu baixinho enquanto o calor da boca de Emma deslizava com facilidade pelos próprios lábios. O ataque ao seu sistema nervoso lhe atingiu em cheio, não lhe permitindo um único pensamento coerente.

— Precisamos de uma cama… — balbuciou Regina, e instintivamente ergueu a mão, no entanto, Emma lhe agarrou o pulso com firmeza.

— Sem magia, Regina. — disse ela. — Sem magia.

Assentindo, Regina mal se deu conta de que saíram aos tropeços rumo ao quarto. Depois de fechar a porta, as duas ficaram cara a cara, ambas com o peito arfando. Os dedos de Emma se atrapalharam ao tentar abrir o espartilho dela, mas por fim conseguiu e o deixou cair no chão junto com o vestido.
Os olhos de Emma vagaram pelo corpo de Regina, estudando-o centímetro por centímetro. As mãos foram vagando pela pele macia e os lábios grudaram nos dela outra vez, o sabor ainda melhor do que ela se lembrava. E então as duas desabaram na cama.
À medida em que o beijo se tornava mais profundo, Regina reagia com gemidos longos e intensos, que só aumentava o desejo de Emma. De repente, ela quase perdeu o fôlego quando Emma separou seus lábios dos dela, e os ardentes olhos verdes pararam para observar sua reação assim que seus dedos deslizaram para dentro de suas dobras úmidas. Regina arqueou as costas com aquela sensação, arfante, sem desgrudar os olhos dos dela.
Enquanto ondas de prazer faziam o corpo de Regina estremecer, Emma cobriu-lhe a boca com a sua, continuando a exploração com a língua enquanto seus dedos a penetravam.

— Quero amar cada pedacinho de você — disse Emma, os lábios trilhando o pescoço dela. — Sua mente, seu corpo…seu coração…suas cicatrizes… — os dedos iam e vinham com delicadeza. — Suas peculiaridades, seus hábitos, seus pensamentos…

A essência do toque de Emma afagando-lhe o rosto, o pescoço, os braços, arrepiando sua pele despertaram algo que há muito jazia latente dentro dela. Lábios suaves, beijos ternos. E quase sem fôlego, o corpo de Regina estremeceu e ela chegou ao limite máximo de prazer.

Elas passaram horas pela floresta, galopando e saltando valas momentos depois de se entregarem uma à outra. Quando se cansavam, permitiam que os cavalos diminuíssem o ritmo, e a rainha se deleitava com a fadiga enquanto admirava os tons de dourado e âmbar da paisagem de outono, saboreando a maneira livre e despreocupada com que Emma conversava com ela.
O lado triste era a rapidez com que esses momentos passavam. Todas as tardes, Emma temia o momento em que o sol começava a mergulhar no horizonte. Ir para casa era a última coisa que Emma queria.

— Nos vemos amanhã, minha rainha?

— Nos vemos amanhã, princesa guerreira.

[…]

— Ela não devia passar o dia inteiro na floresta. Não é seguro — disse Branca de Neve. — E também não devia sair vestida como um rapaz.

Branca de Neve observava a filha adentrando os portões do castelo em seu cavalo. Ela vestia calças de montaria marrons e cavalgava com as pernas longas separadas. Sua camisa era frouxa, mas, tocada pela brisa de outono, grudou-se às suas formas magras elegantes, esvoaçando sobre a curva dos seios discretos e caindo sobre a barriga lisa. Os cabelos loiros caíam sobre os ombros enquanto entregava as rédeas do animal ao jovem cavalariço. Os lábios rosados sorriram para o garoto e os olhos verdes pareciam refletir a luz do sol.

— Todos nesse reino conhecem a nossa filha — disse David, envolvendo-a em seu abraço. — Ninguém ousaria lhe fazer mal ou ignoraria o fato dela ser a princesa herdeira por causa de suas roupas.

— De qualquer forma, nós precisamos ter uma conversa séria com ela. Está na hora de começar a pensar em um casamento, em um príncipe valente para governar o reino ao lado dela.


Notas Finais


Até o próximo!


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