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História A Pianista - Música, Café e Quem é Ela?


Escrita por: jensus

Capítulo 2 - Música, Café e Quem é Ela?


Anos depois...

Emma acabara de completar dezoito anos. Ela ganhou uma festa de aniversário surpresa de seus irmãos e irmãs no abrigo, que foi feita no jardim. Havia um bolo enorme e amarelo — a cor favorita de Emma — faixas decorativas penduradas na janela, toalhas de mesa coloridas e muita bala de ursinho.
Emma ficou emocionada não só pela festa mas sim porque estaria deixando todas aquelas pessoas maravilhosas para trás daqui há uma semana; ela iria para a faculdade de música e artes cênicas, um sonho que conquistou com treino árduo e noites em claro para praticar.

Quando chegara à casa, Emma sentia-se como um nada; ela se sentia tão insignificante que achara que foi por isso que sua mãe a havia deixado, por ela não conseguir superar as expectativas dos pais. E um dia, perambulando pela casa, a menina achou um quarto afastado perto do sótão onde tinha um piano e desde esse dia, uma centelha de felicidade queimou em seu interior. Ela ia até o quarto quando a dona da casa não estava perto ou quando precisava dar um pouco mais de atenção aos outros e sentava-se ao piano para "fazer barulho". Emma apertava as teclas ao acaso e absorvia o som que elas produziam até que em um dado dia a mulher descobriu o móvito de seus sumiços e entrou no quarto pigarreando.

— Emma? — chamou a mulher em um tom brando

— Me desculpe tia Ingrid — disse a menina ruborizada de vergonha — Eu não queria bisbilhotar

— Ah querida... — Ingrid perdeu a firmeza no olhar e derreteu-se ao falar — Você gosta do som? — disse pegando Emma e colocando-a sentada em seu colo

— Eu... Eu sempre quis ter um desse — disse a garota olhando para as teclas gastas

— E agora você tem um — sorriu a mulher — Quer umas aulas?!

Emma sorriu para ela o mais feliz e assentiu várias vezes. 
Elas se tornaram boas amigas, todos os dias a mulher e a menina sentavam-se ao instrumento no mínimo por duas horas e faziam escalas em conjunto até que Emma aprendesse todas as notas que estava reproduzindo e assim foi até estourar pela cidade que um teste seria realizado para selecionar alguns talentos brutos e dar a estes uma chance na melhor escola de música do país, e seu esforço durante todo o ensino fundamental e médio descambou na oportunidade de entrar na melhor faculdade de música.

Depois de Ingrid muito insistir nas férias da escola, Emma concordou em fazer o teste só por experiência. Ela pôs sua melhor calça jeans e sua melhor blusa e foi acompanhada de sua então melhor amiga, a dona do abrigo. 
Chegando lá, a garota era uma das primeiras da fila. Estava um pouco nervosa mas não entendia o porquê, afinal ela só queria testar suas habilidades.

— Lembre-se, um pé em cada pedal e mantenha o ritmo sempre — Ingrid arrumou a cola de sua blusa — Você é ótima Emma

Ingrid sorriu e beijou o rosto da menina quando a chamaram. 
Emma sentou-se no banquinho e encarou as teclas alvas e negras do instrumento, esperando sua deixa. Quando ela foi dada, ela começou — tocou o primeiro movimento da sinfonia no.5 de Bethoveen, deixando os três jurados boquiabertos e encantados.

— Essa música tem um grau de dificuldade bastante elevado Srta. Swan — o senhor disse retirando o óculos — Você tem talento

— Sem dúvidas, muito talento — concordou a mulher na bancada — Pouquíssimos erros de execução e quase imperceptíveis... Parabéns

— Obrigada — disse a menina corando

Ao descer do tablado, ela correu e deu um abraço em Ingrid. Eu disse que você conseguiria, sussurrou a mulher e Emma apertou mais o abraço. 
Inconscientemente, ela pensou em Mary Margaret e em quanto queria que a mãe tivesse ali para vê-la e dar-lhe um abraço como aquele. Subitamente ela chorou e Ingrid prontamente a consolou sabendo do que se tratava.

***

Chegou o dia em que Emma Swan Blanchard deixaria o abrigo. Todos estavam em lágrimas por estarem dando adeus à melhor irmã que já tiveram.
A garota abraçou a todos um por um e guardou o maior e melhor abraço para Ingrid; ela era imensamente grata à ela e nada do que fizesse poderia pagar por tudo o que aquela mulher fez por ela. 
Deixando sua família e carregando sua mochila lotada de botons, Emma entrou na área de embarque e desapareceu em meio à multidão de pessoas...

O agora.

— Emma! Você não vai acreditar!

Lacey, a melhor amiga de Emma, entrou correndo na sala de instrumentos. Ela ofegava e suava como se tivesse saído do banho sem se secar. O rosto alvo de Lacey assumiu um tom avermelhado nas bochechas e seu sorriso igualmente branco invadiu-lhe o rosto. A garota era sua melhor amiga desde que Emma se lembrava; ela morava perto do abrigo e seus pais deixavam que ela fosse brincar lá com frequência e a apelidara de Bela. Acabaram se aproximando na escola e nunca mais se separaram. 
Lacey trajava um vestido amarelo de manga dois quartos que deixavam seus ombros à mostra que Emma amava e tinha os cabelos castanhos soltos pelos ombros em cachos simétricos. Dando pulinhos de felicidade ela sentou ao lado da amiga e começou a falar.

— Eu consegui um trabalho! — disse orgulhosa

— Que maravilha Bela — Emma animou-se — Do que se trata?

— Hoje de manhã, uma mulher me ligou. Ela disse que um amigo a indicara, aposto que foi meu pai. — gesticulou — Ela precisava de uma professora de piano particular para o filho porque o antigo professor dele sofreu um acidente e perdeu o movimento dos braços e entrou em depressão — suspirou a morena — Coitado

— Que horror! — comentou Emma balançando a cabeça — E então? Quando você começa?

— Amanhã mesmo! — disse alegremente — Mas não é só isso

— Ah é? — Emma levantou uma sobrancelha — Que mais surpresas você tem?

— Enviei alguns vídeos nossos para um cenógrafo, que mandou para um roteirista e ele amou. Fomos convidadas para fazer o teste para a peça dele daqui a dois meses — seus olhos grandes pairaram sobre os de Emma — E vai ter cachê, C-A-C-H-Ê!

— Ele gostou mesmo dos vídeos — Ema franziu o cenho — Ou gostou foi dos seus peitos saltado do seu corpetinho?

— Emma não me faça dar na sua cara agora — suspirou a morena — Acabei de pintar as unhas!

— Você é maravilhosa! — a loura deu um abraço forte nela

— Ah me diga uma coisa que eu já não saiba! — riu ruidosamente — Agora eu vou precisar ir, você precisa estudar pra fazer bonito para o teste da sinfonia no final do ano!

Bela levantou-se e beijou o rosto da amiga e saiu da sala fechando a porta atrás de si. Emma estava com os dedos doloridos de tanto praticar; sua bunda formigava e suas costas doíam de tanto manter uma postura fixa e ereta. Cansada, juntou suas partituras e as colocou dentro de sua mochila, vestiu o jaqueta vermelha sobre a regata branca que usava e foi para frente do espelho. 
Puxou de uma bolsinha onde carregava uma base e cobriu a cicatriz na maçã do rosto, aplicou gloss sobre os lábios e saiu. Descendo as escadas de madeira a passos ruidosos ecoando pelo hall, Emma dirigia-se para a saída. Ela estava indo ao Starbucks tomar um café. 
Quando chegou lá, foi direto para a fila. Enquanto esperava, seus olhos correram pelo local — as cadeiras de madeira estavam dispostas do mesmo jeito de sempre juntamente com suas mesas lustrosas, o quadro com os presos recém modificados e a tabela de opções. Uma música animada tocava ao fundo em caixas de som suspensas na parede cor de creme embalando o lanche das pessoas. Depois de pedir ela se sentou em uma mesa perto da janela e ficou olhando os carros passarem na rua distraidamente até que uma risada infantil irrompeu no estabelecimento.

— Mãe vou escolher a mesa — disse o garoto sorrindo e largando a mochila numa mesa próxima de Emma

A mãe do garoto desconhecido sorriu e assentiu como se dissesse que aquela mesa era perfeita. A mulher era alta — ou pelo menos parecia ser, Emma nunca vira saltos tão altos — tinha a pele morena cor de oliva, cabelos negros como a noite na altura do pescoço em um corte maravilhoso. O sorriso era de uma perfeição indiscutível; as peças pareciam brilhar feito diamantes. Os lábios então nem se fala — pintados de um vermelho intenso, contrastavam perfeitamente com a alvura dos dentes e aninhavam-se perfeitamente a curvatura dos olhos. A postura ereta  em uma pose de rainha denunciava todo o seu refinamento. 
Se eu tivesse visto Deus alguma vez, com certeza seria essa mulher, pensou Emma.

Ela ficou olhando para a mulher boquiaberta quase derramando café quente em si mesma. Seus olhos percorreram as curvas acentuadas pelo vestido preto justíssimo um ou dois dedos acima do joelho que ela usava.
Em dado momento, a morena olhou na direção de Emma fazendo com que esta despertasse do transe em que enfiou-se e desviasse o olhar rapidamente para a rua quase derrubando novamente o copo de café.

Que vergonha! Será que ela percebeu? Perguntou-se varias vezes...


Notas Finais


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