História A Policial e o Traficante - Capitulo 15

Janny corria juntamente de seus colegas em mais um treino de campo, sua roupa já estava totalmente suja de lama, seu rosto estava irreconhecível devido à sujeira mais ela não poderia parar, não agora.

- Janny eu não aguento mais. – reclamou Mika sua colega.

- temos que continuar, não podemos desistir agora Mika. Esse é nosso ultimo treino de campo antes de nos tornarmos policiais de verdade. – disse ainda correndo e ajudando Mika.

- depois poderemos descansar? – perguntou.

- sim, agora aguente só mais um pouco. – e assim as duas se ajudaram para terminar aquele treino.

Acordei sentindo meu corpo relaxado e com algumas leves dores pelo esforço da noite anterior, me sentei na cama e procurei por Kenichi. Somente ai percebi que estava sozinha naquele quarto, me levantei e fui para o banheiro pegando uma roupa no caminho, tomei um banho e me arrumei, juntei minhas coisas na mala e desci para a recepção talvez lá eu encontrasse com Kenichi já que nem mesmo suas coisas estavam lá.

- moça viu para onde o rapaz que me acompanhava foi? – perguntei a recepcionista que me olhou.

- ele esta no restaurante senhorita, pediu para que quando descesse levássemos suas coisas para o carro e o aguardasse. – disse friamente, suspirei e um homem levou minhas coisas. Como sou curiosa resolvi ir atrás de Kenichi no restaurante por meio de perguntas a funcionários. Parei em frente ao restaurante podendo ver pela parte de vidro Kenichi sentado acompanhado de uma garota muito bonita, ela tocava a mão dele e pareciam como um casal. Eu deveria ter imaginado que isso aconteceria, eu só estava lhe proporcionando prazer e o saciando, jamais ele iria querer alguém como eu. Afastei-me indo de volta para a recepção e me sentei esperando que Kenichi voltasse e fossemos logo embora daqui.

- esta esperando há muito tempo? – perguntou sorrindo.

- que nada apenas mais de meia hora, nada de mais. – disse irônica.

- desculpe por isso, já podemos ir se quiser. – disse serio.

- é o que mais quero. – respondi me levantando.

- o que você tem? – perguntou segurando meu braço antes que pudesse sair andando.

- você ainda me pergunta isso? Kenichi você passa a noite comigo e me faz sentir coisas que não deveria e agora cedo já estava com outra na maior intimidade, o que mais eu poderia ter a não ser me sentir usada por você? – perguntei magoada o olhando nos olhos.

- com outra? Você me viu no restaurante com a Victoria? – perguntou.

- seja lá qual for o nome dela sim eu vi vocês dois juntos. – tentei me soltar, mas ele não permitiu.

- não seja boba, Victoria é uma velha amiga crescemos juntos, nossos pais eram amigos apenas isso. – tentou se justificar.

- amigos não agem tão intimamente assim Kenichi, eu não vou ser enganada por você. – disse firme conseguindo me soltar e indo para o carro, Kenichi entrou e deu partida.

- eu não tenho e nunca tive nada com Victoria, eu deixei claro para você que no momento em que ficássemos juntos eu não permitiria que fosse embora e isso ainda é verdade, você e eu somos um casal agora e não vou me envolver com outras se é o que deseja. – disse sem me olhar, suspirei.

- preciso pensar, é muita coisa para a minha cabeça. – disse sincera.

- esta bem, pense bem durante o voo por que quando descermos estaremos ocupados dando um fim adequado a Clevis. – o olhei rapidamente.

- você já o pegou? Quando? Como? – perguntei afoita.

- ontem à noite meus funcionários o pegaram e o prenderam em um lugar silencioso e distante, assim poderá fazer o que quiser com ele depois que eu terminar o que tenho em mente para ele. – disse sorrindo maldosamente.

- o que pretende fazer com ele? – perguntei curiosa.

- quando chegarmos lá você vai descobrir, por hora não pense nisso. Você tem de pensar mais na gente e no que vai acontecer quando Clevis estiver morto. – sua voz soou de forma tão assustadora que não quis questionar apenas me permitir vagar entre as lembranças.

Eu não podia simplesmente confiar em alguém que conheço há tão pouco tempo e sei o que faz da vida, ele é um criminoso e mesmo depois que Clevis estiver morto não sei se sou capaz de ficar com Kenichi assim como se nada acontecesse diariamente e que ele não usasse garotas inocentes para seus transportes e depois as matava. Não era justo com elas isso acontecer, aceito numa boa o meu destino se isso estiver protegendo outras vidas e acredito que aos poucos estou me apaixonando por Kenichi, mas e se ele não me amar da mesma forma? E se ele só esta me usando como passa tempo e quando se cansar ir atrás de outra? Eu não conseguiria lidar com essa situação, eu não sou forte o suficiente para superar esta humilhação e esse sofrimento sozinha. Não daria conta de nada disso.

- vamos embarcar já esta tudo pronto. – Kenichi me tirou de meus devaneios e percebi que já estávamos no aeroporto, após passar por detectores de metais e outras coisas estávamos finalmente dentro do avião e logo estaria em casa, estou ansiosa para ver Veronica e quem sabe ela me ajude a tomar a decisão correta. – ainda esta pensando? Já tomou alguma decisão? – perguntou Kenichi a meu lado.

- eu ainda não sei, depois de terminarmos com Clevis eu quero ir ver minha prima e depois sim poderei lhe dar uma resposta concreta. Preciso sair da policia o quanto antes e tentar entender tudo o que aconteceu nos últimos dias. – respondi.

- tudo bem, você não precisa ter tanta pressa. Eu vou saber esperar pacientemente a sua resposta só não pode me entregar a policia ou isso iria me obrigar a machuca-la e machucar as pessoas que você ama. – disse me encarando, assenti e fiquei em silencio durante a viagem inteira. Ao chegar fomos direto para casa e Kenichi foi tomar um banho enquanto eu escolhia uma roupa apropriada para a situação, vi o celular dele em cima da cama e o peguei digitando o numero de Veronica, precisava falar com ela logo, ainda bem que o celular não tem senha.

- alo? – perguntou Veronica, conheceria a voz dela sempre.

- Veronica sou eu a Janny. – disse nervosa e com medo de que Kenichi me pegasse.

- Janny eu estava tão preocupada o que aconteceu? Onde você esta? – perguntou aflita.

- calma eu estou bem, só preciso que me ajude com uma coisa. – pedi.

- o que precisar, pode falar. – respondeu.

- eu estou gostando de um cara e não sei se ele gosta de mim, se sou capaz de aceitar o trabalho dele. Diz-me amiga o que devo fazer? Aceito ser namorada dele ou eu o deixo e nunca mais o vejo? – perguntei tentando conter as lagrimas de desespero, Veronica ficou em silencio antes de finalmente responder o que precisava saber.