História A Princesa - Capítulo 2 - A Fuga

~~Palácio, Reino de Costa Luna~~

● Conseguem escutar os pássaros cantando?? Conseguem ver as folhas sendo levemente balançadas pelo vento?? A luz do por do sol invadindo e clareando o quarto?? Conseguem sentir o cheiro maravilhoso que emana das árvores e das flores e a brisa que acarecia levemente o rosto da menina sentada na sacada e leva algumas mechas do cabelo da mesma para trás?? Conseguem ver o sorriso e a expressão tranquila dela?? E agora?? Conseguem ver toda essa harmonia ser quebrada pela entrada estrondosa de alguém pela porta?? Eh, infelizmente eu também.

Xxx: Dulce Maria!! (diz rispidamente)

●Dul que já estava de pé pelo susto que levou com o barulho que a porta fez, se vira e se depara com Fernando com seu terno sob medida impecável como sempre, sua postura ereta e ignorante cotidiana, seu rosto impenetrável de emoções e um par de olhos verdes, frios e indecifráveis.

Fernando: Se arrume. Temos um compromisso hoje, um jantar na casa do Duque Harold e acho que não preciso nem falar mas só para o caso de ter se esquecido: Eu não admito atrasos (diz e se vira para sair)

Dul: Eu não vou (diz séria)

Fernando: Ah não vai?? (se vira e pergunta debochado)

Dul: Não (diz firme)

Fernando: E posso saber quem lhe deu permissão para não ir??? (Diz desafiador se sentando em uma das poltronas sem tirar os olhos de Dulce)

Dul: Ninguém. Simplismente ninguém porque não preciso de permissão para fazer minhas próprias escolhas. Tenho 18 anos Fernando, sou maior de idade e dona do meu próprio nariz, não preciso me subordinar a ninguém, muito menos a você que não passa de um estranho para mim. 

Fernando: Dona do próprio nariz que vive as custas do pai??? (ri alto ironicamente) Hilária Dulce, realmente muito engraçada. Sabe muito bem que posso... (diz imponente mas é interrompido)

Dul: Ah, por favor não me venha com essa de que "você vive debaixo do meu teto" ou "eu pago todos os seus luxos" ou "eu posso te deserdar". Porque você sabe muito bem que não me importo com o trono e muito menos com a coroa e que preferiria mil vezes viver longe de você como uma simples camponesa só pelo simples prazer de não ter que ver o seu rosto arrogante todos os dias. Você sabe também que não eu não vivo debaixo do seu teto porque esse Palácio é tão meu quanto seu já que minha mãe, a rainha de Costa Luna o deixou para mim e que não você nao paga todos os meus luxos porque o dinheiro que você usufrui é destinado a realeza e eu....Eu sou a realeza Fernando. Então já disse e vou repetir "só para o caso de ter se esquecido" (sorri irônica) Eu não vou e ponto final. Agora retire-se do meu quarto.

Fernando: Ah, lindo discurso Dulce. Simplismente encantador. Passou quando tempo ensaiando para me dizer isso??? (diz com um sorriso debochado no rosto) Ah não precisa me responder, sei que provavelmente, muito tempo. A questão minha querida é que em primeiro lugar sua amada, idolatrada mãe, está morta. Portanto não se refira a ela como rainha porque esse título não pertence mais a ela e sim a Amélia. Em segundo lugar que bom que você não se importa com a coroa porque assim não terei problemas para tira-la de você mas não se esqueça que posso arruinar sua vida e sua reputação e te impedir de ser até uma simples camponesa. Em terceiro lugar, aquela mulher ter deixado este Palácio para você ou não, não faz a menor diferença porque isso nunca foi passado para um papel e você pode contar isso para todo mundo se tiver vontade porque no final sempre será na minha palavra que todos acreditarão. Em quarto e último lugar, você pode ser da realeza hoje mas basta um estalar de dedos meu ou uma súbita vontade minha de ter mais um filho com Amélia para você deixar de ser e se tornar apenas a filha rejeitada. Agora (se levanta e se dirige até a porta mas antes de sair se vira) pela última vez, arrume-se, eu sou seu pai, eu sou o rei, eu mando em tudo e todos por aqui e você não é uma excessão, muito pelo contrário (diz e sai batendo a porta provocando um barulho estrondoso igual o que fez quando entrou)

●Fernando sai e deixa uma Dulce completamente destruída. Dul que ja estava com o rosto molhado pelas rápidas e grossas lágrimas que escorriam deixou escapar um soluço alto, se jogou na cama e se encolheu abraçando os travesseiros e chorando como uma menina. Se perguntando a todo tempo como seu pai se transformou naquele monstro capaz de citar a morte de sua mãe só para magoa-la. Minutos depois sentou-se na beirada da cama, enxugou o rosto e prendeu algumas mechas do cabelo atrás das orelhas.

Dul: Chega (Se levanta) Se eu não quero ir, eu não vou 

●Abriu a porta do seu quarto e encontrou uma criada no corredor e pediu que ela avisasse para Aparecida que não precisaria de ajuda para se vestir hoje. Voltou para o quarto, trancou a porta, foi até o banheiro fez suas higienes, penteou o cabelo e voltou para o quarto. Olhou seu armário a procura de um vestido que não a impedisse de se mover rápido e que fosse confortável e encontrou um vestido curto simples de renda e o colocou em cima da cama. Foi ao closet a procura de um sapato também confortável que ela pudesse andar horas e horas sem sentir dor e até correr se precisasse e achou uma sapatilha que se encaixava perfeitamente nesses requisitos. Voltou para o quarto, vestiu o vestido, calçou as sapatilhas e foi até o espelho. Seu cabelo ruivo estava natural, liso com cachos largos e grossos nas pontas e preferiu deixa-lo assim, passou somente uma base no rosto, um rímel, um bronzer que a deixou com um aspecto saudável e um gloss. Olhou o resultado final e gostou mas ficou preocupada por que não queria chamar a atenção de ninguém e muito menos dos guardas e aquela roupa clara de noite com certeza se destacaria. Foi até o armário e achou um casaco preto que ia até os joelhos e cobria perfeitamente o vestido claro, o vestiu e finalmente estava pronta. (Mídia) 

Dul: Ok vamos lá (diz na sacada olhando para baixo) Aqui deve dar só 2 metros de altura, eu consigo pular sem quebrar nenhum osso

●Dulce se inclina para frente, olha para os lados e quando tem certeza de que não há nenhum segurança por perto senta no para-peito da sacada e pula caindo agachada na grama. 

Dul: Hmm....Até que foi fácil (diz passando as mãos pelo casaco tirando a grama)

●Sai andando na ponta dos pés e consegue atravessar a ponte do castelo sem que os seguranças ou as câmeras a vejam mas quando chega no grande portão do Castelo da de cara com dois seguranças. Pensa rápido, cata uma pedrinha no chão e a joga do outro lado do jardim em uma moita. Os seguranças veem a moita se movimentar e vão naquela direção deixando o caminho livre.

Dul: Bobões (sussurra balançando a cabeça e sorrindo)

●Se levanta e vai até o portão social, abri ele devagar e passa para o lado de fora. Olha para os dois lados e sai correndo antes que os seguranças voltem. Quando chega na esquina sorri estremamente feliz. Continua andando e para no meio da rua deserta e fecha os olhos abrindo os braços e sentindo a brisa da noite acariciar seu rosto.

Dul: Livre (sorri de orelha a orelha)

●Sente uma luz muito forte em seus olhos e quando abre os mesmos vê dois grandes faróis chegando cada vez mais perto e escuta um barulho muito alto do freio e com o susto cai no chão. O carro quase a atropelou mas conseguiu para a milímetros de distância. Imediatamente o motorista abre a porta e sai para ajuda-la.

Xxx: Senhorita???Esta tudo bem??? Se machucou?? Qual o seu nome??