História A Princesa e o Dragão - Sentimentos

Natsu

Tentei a todo custo que todos se disfarçassem de garçons, repeti milhares de vezes que eles precisavam protegê-las, mas no fundo sabia que o motivo de tudo era evitar que a loira não se interessasse por ninguém além de mim, ainda que a ideia inicial de tudo isso fosse de Rogue.

Os meninos demoraram para aceitar, mas finalmente concordaram. Porém, somente após algumas horas que eles tomaram coragem e decidiram tentar entrar no estabelecimento. Gray se colocou a frente, começando a caminhar, mas logo parou, voltando ao lugar de partida, me encarando. O que ele quer que eu faça? Nos teleporte pra lá?

- Como entraremos?

Indagou. Observei os garotos, que se entreolharam, eles realmente não sabem mesmo o que fazer. Voltei minha atenção à boate, pelo visto tem uma entrada bem nos fundos, e não tem ninguém que a vigie. Pelo menos deve não ter já que a placa de 'Permitido a entrada apenas de funcionários' está bem grande na porta fechada.

- Essa entrada de funcionários, parece não ter seguranças.

Iniciei, mostrando a entrada para os idiotas que ainda não haviam notado. Kaname me encarou por uns instantes e logo voltou a observar a entrada, o que ele estaria pensando?

- Então entramos por ela e pegamos as roupas.

Ele diz, voltando a me encarar. Sorrio, balançando a cabeça em sinal positivo. Mas ainda terei que fazer algo com meu cabelo, sei que eles geralmente usam máscaras, mas elas irão de cara notar que sou eu, até porque, um cabelo rosa é bem chamativo.

- Mas, e quanto ao disfarce?

Rogue indagou, encarando Kaname maliciosamente. O moreno se virou para ele, lançando um sorriso de lado.

- Os garçons usam máscaras.

Kaname respondeu, fazendo Rogue cerrar os dentes. É impressão minha ou ele não gostou de que tudo deu certo?

- Ô ameba, esqueceu de uma pequena coisinha - Gajeel diz rindo - Você tem cabelinho rosa, acho difícil não te reconhecer.

Droga, realmente, não consegui pensar em nada que eu possa usar para me disfarçar. Não acho que exista peruca em um lugar desses, mas poderia haver tinta talvez?

- Talvez você possa usar um daqueles pós neon, que fará seu cabelo ficar de outra cor, isso na luz negra.

Laxus sorri satisfeito. Esse loiro é mesmo um gênio! Depois de tudo ponto, e com os garotos ainda relutantes, conseguimos finalmente entrar pelos fundos passando por um corredor extenso até chegar em uma grande sala. Graças a Kami não havia vigilantes, nem nada, apenas milhares de figurinos, todos devidamente enfileirados. Comecei a observar o local, não consigo acreditar.

- Teremos que vestir... isso? - Gray estava completamente abismado, não havia nada além de cuecas boxer pretas e gravatas vermelhas na sala, indicando que esse deveria ser o figurino dos garçons. Encarei Kaname e os outros, usaríamos isso mesmo? - Essas meninas são safadas ou o quê?

- Eu ficarei um arraso nisso!

Gajeel exclamou animado, enquanto tirava a roupa para vestir a cueca. Me virei no mesmo momento. Como ele tem coragem de tirar sua roupa no meio desse tanto de homem? Gray aquele viado pode querer violá-lo, e eu não quero estar aqui para ver isso.

- Dá pra esconder isso? Daqui a pouco Gray te agarra e não vai ser uma boa coisa.

Exclamei irritado, Gajeel apenas riu, enquanto caminhava até Gray, que o encarava maliciosamente. O que que eu fiz para merecer isso?

- Ahh, não posso nem me relacionar em paz não?

- Gajeel!

Laxus o repreendeu. Ele apenas continuou a rir, já terminando de se vestir e se afastando de Gray. Saímos da sala, depois dessa demonstração de viadagem, já devidamente prontos, e eu com meu disfarce completo. Andamos um pouco e encontramos uma garota meio cambaleante, na verdade, demos de cara com ela, mas acho que ela está tão grogue que nem reparou.

- Ahh, garotos gostosos, sabem onde fica o banheiro?

- Tenha uma boa noite, mademoiselle, o banheiro fica bem ao lado do palco.

Kaname sorriu para ela, enquanto lhe dava uma leve piscadinha. Ela seguiu seu caminho completamente sem fôlego, e nós a seguimos. Parei de caminhar bruscamente me tocando de uma coisa, como ele sabe onde raios fica o banheiro?

- Como sabe onde fica o banheiro?

Gajeel indaga, praticamente lendo minha mente. Kaname começa a rir, mas o quê?

- Apenas disse coisas aleatórias, mas não precisou já que ela está bem alterada.

Soltei um suspiro, já estava começando a achar que tínhamos um gogoboy experiente em nosso meio. Voltamos a andar e ao longe já conseguíamos escutar a música alta e as vozes ecoando. Chegamos tentando de alguma forma encontrar as garotas, mas a luz não deixava. Nos dirigimos ao lugar que poderia ser mais fácil de achá-las, o bar, isso na esperança de que não fôssemos descobertos.

***

Lucy

Após muita bebedeira, eu e Juvia já estávamos quase ficando sem fôlego, a morena estava nos contando de sua vida, ou ao menos tentava fazer isso, já que a maioria das palavras que ela usava não fazia nenhum sentido.

- Eu vivia no circo, até tentei sair de lá, mas me apaixonei por um palhaço muito gracinha.

Ela diz, em um de seus surtos de felicidade. Comecei a rir ainda mais, cutucando as garotas para que elas pudessem ouvir.

- Mas, o que aconteceu com ele?

- Fugiu com a mulher barbada.

Ela me responde frustada, as meninas me encaram curiosas, apenas solto um riso.

- Cana disse que vivia em um circo, queria sair de lá mas se apaixonou por um palhaço gatinho, e depois ele fugiu com a mulher barbada.

Juvia diz rindo, comecei a rir também.

- Ahh - Erza iniciou indignada - Logo ela? Como pôde largar essa tchuchuca aqui?

- Queria saber - Cana começou a chorar, me puxando para um abraço. Acariciei sua cabeça, tentando acalmá-la - Queria ser igual a Lisanna, olhe como ela está feliz pegando aquele carinha ali na parede.

- Mas é uma puta mesmo.

Encarei a albina se esfregando em um garçom na parede, e a repreendi mentalmente,  logo voltando a acalmar a morena. Tentei procurar por algum garçom decente, para que ela ao menos se divertisse um pouco, tendo uma bela visão de algum homem bem gato. Vasculhei o local e meus olhos pairaram em um grupo de rapazes, todos bem interessantes. Estranho, algo me parece familiar.

- Mira, console a Cana, tenho que verificar uma coisa.

Entreguei a morena para chorar no ombro da albina, e me levantei para verificar mais de perto. Eu conheço essa pinta abaixo do mamilo, Kaname tem uma pinta nesse lugar, mas o que ele estaria fazendo aqui?

Me aproximei deles, escondendo-me atrás de uma pilastra, eram sete garotos, quatro morenos, um azulado, um loiro e um cara de cabelo lilás vibrante. Isso realmente está muito estranho. Por que eles não estão servindo nada, apenas estão parados procurando por algo?

- Onde elas estão? Se ficarmos parados assim elas vão nos reconhecer!

O azulado se dirige ao cara de cabelo lilás. Por que tenho a impressão de que os conheço?

- Tenham cuidado, Lucy é bem esperta, se ela nos vir, ela já irá perceber que tem algo errado.

Um dos morenos, o com a pinta familiar, os advertiu, e todos os garotos se calaram. Eu sabia, são os meninos! O que raios eles fazem aqui, e por que nos procuram?

Me aproximei ainda mais, de forma que conseguia tocá-los. Puxei Natsu pelo braço para atrás da pilastra, tentando ao máximo não chamar nenhuma atenção, o que não foi difícil, devido a escuridão, as luzes coloridinhas piscando e a fumaça que pairava por todo o local.

- Quem é você?

Ele se espantou, me encarando assustado. Semicerrei os olhos, ele não vai mentir pra mim tão facilmente assim, mas quem sabe, eu possa mentir?

- Eu preciso de mais copos de tequila, por favor! - Comecei a cambalear, mais ou menos do jeito que Cana sempre está, ele me olhou curioso - Mas não vai não, fica aqui comigo vai!

Me joguei em cima dele. Ele me levantou com cuidado, enquanto eu continuei a mentira tentando beijá-lo, e agora, o que ele irá fazer?

- Você exagerou dessa vez Luce, temos que ir pra casa.

- Ahá!

Exclamei, assustando-o de tal forma que ele quase caiu para trás. Me recompus, voltando a encará-lo. É ele, agora a pergunta é, o que ele faz aqui.

- Só uma perguntinha, faz o que aqui mesmo?

Indaguei, ele olhou para o nada, típico de quando faz merda e é descoberto. Continuei a encará-lo, embora ele não tenha me olhado nos olhos.

- Vim me divertir!

Ele sorri, um pouco mais abertamente que o normal.

(Levy: Mas é una anta mesmo!)

- Não sabia que trabalhava como gogoboy nas horas vagas.

Soltei um riso, ele voltou a encarar o chão.

- É que...

- Não adianta, vocês nos seguiram, sei bem disso, agora a questão é, qual seria o motivo?

- Os meninos ficaram com ciúmes.

- Ah sim, os meninos.

- Exato.

- E qual o seu motivo de estar aqui?

- Ahh, estava sem nada para fazer.

- Ahh claro, já que estão tão quietinhos, vocês poderiam dançar para nós, lá no palco, isso seria algo para fazer, não acha?

- Mas Luce...

- Mas Lucy nada, ou vocês fazem isso, ou as meninas irão saber que têm alguns garotos aqui as seguindo, e não acha que teriam que ter ao menos algum motivo aparente para fazerem isso?

Sorri maliciosa, ele apenas abaixou a cabeça e confirmou. Isso é o que ganha, por novamente ter uma crise boba de ciúmes e vir me seguir. E os garotos também. Até parecem perseguidores.

Me afastei dele, vendo-o ir na direção dos meninos e falar algo, provavelmente sobre a dança, já que todos se assustaram de imediato. Exceto Kaname e Gajeel, que pareceram adorar a ideia.

Deixei de observá-los e retornei à mesa, encontrando tudo do mesmo jeito que deixei, exceto pelo fato de Lisanna ter acabado sua pegação e estar jogada em cima da mesa, mas isso não me surpreende. Cana ainda estava chorando, e Mira a confortando. As outras ajudavam no possível. Me sentei novamente, e todas se viraram para me olhar, até mesmo a morena, já parando de chorar.

- O que você estava fazendo?

Ela me encarou curiosa, enquanto de jogava no meu ombro para que eu pudesse acalmá-la novamente. Sorri, passando a mão por sua cabeça.

- Nada demais, apenas pedindo bebidas e uns dançarinos.

- Nani?! Os garçons?

A ruiva se engasga com sua bebida, quase cuspindo tudo em cima de mim.

- Vão... da-dançar?!

- Vamos ter calma, muita calma, sim Erza e Levy, serão eles que irão dançar.

Respondi rindo, vendo a face vermelha das duas. Cana e Juvia já ficaram mais animadas, a morena até cessou o choro. Já Lisanna e Mira apenas se entreolharam.

Alguns minutos se passaram, o palco se iluminou, eu e as garotas nos viram os rapidamente. Mas será que são eles? Mas tão rápido?

- Boa noite garotas! Agora teremos uma apresentação especial! Uma homenagem a Lucy, a loira da mesa 12!

Um homem, possivelmente o gerente, anuncia, e todas as luzes se se apagam completamente. O palco começa a se iluminar, sete sombras aparecem, e vão sumindo uma a uma.

Mastros de pole dance ascendem ao palco, e a hora que eu mais esperava, os garotos aparecem, já iniciando uma espécie de 'dança' no mastro, acho que eles não sabem bem o que estão fazendo. Comecei a rir, primeiro que eles não sabem dançar, nadinha, Gajeel e Kaname até parecem dois viados de tanto se mexerem de forma sem sentido. E segundo, da reação das garotas, que estava completamente hilária.

- Lu-Lu-chan, vamos embora!

Levy estava tampando seus olhos, rosto e tudo mais. Não queria continuar vendo, mas sei bem que encarava o moreno de longos cabelos. Lisanna se aproximou, me abraçando por trás, a puta está adorando que eu sei.

- Ahh para, tá tão legal aqui! Finalmente fez algo decente loira.

Ela sorriu, associando para os garotos. Na verdade, todas as garotas das outras mesas faziam isso, elas estavam completamente loucas.

- Eu concordo!

A morena se anima, se juntando a Lisanna no abraço. Finalmente parou de chorar pelo palhaço do circo mocinha.

- Olha aquele menino de cabelo azul!

Erza exclama, merda, elas começaram a reparar demais neles. Juvia passou a encará-los, ahh, ela vai ver o Gray, ela vai sim! E agora, como fazer que elas não descubram?

- Ahh que isso, você só tá se sentindo culpada por estar aqui sem o Jellal Erzita, mas você não é, sabe disso.

- Deve ser isso mesmo.

Ela sorriu. Ótimo, menos uma.

- Ohhh aquele se parece com o Gray-sama!

Juvia grita, levando novamente todas a encararem os garotos.

- Vejo o Laxus?

Até tu Mira?

- Espera um momento - Lisanna iniciou, se separando do 'abraço' que havia me dado - Aquele é o Natsu! Eu reconheceria aquele corpo em qualquer lugar!

Droga Natsu, por que tinha que comer essa garota?

- O que os meninos estão fazendo aqui? E dançando ainda.

Levy me encarou, afinal, eu tinha os chamado/obrigado para dançar. Sorri, tentando manter a calma e não demonstrar que estou muito preocupada.

- Ahh eu mato o Jellal!

- Calma gente!

Exclamei, tentando dar uma de 'apassivadora'. Novamente, todas voltaram sua atenção a mim. Prevejo tretas.

- Você sabia disso Lu-chan?

- É Levy, eu reconheci o Kaname assim que o vi.

- Então você que fez eles dançarem? -Cana me encara maliciosamente, sorrio, retribuindo o olhar - Bate aqui parceira!

- Você fez isso com meu céu azul? Eu vou te matar!

- Calma Erza, paz!

Mira tenta me defender, enquanto Erza quase voava em mim. É hoje que eu morro. Me virei para o palco, na esperança que Natsu pudesse fazer algo, mas quando olhei, eles não estavam mais lá, a música já estava no fim e as garotas das outras mesas lamentavam entristecidas.

- Ei galera, onde estão os garotos?

Disse, e todas olharam o palco e depois se viraram pra mim. Qual o motivo de tantos pares de olhos me encararem?

- Acho que eles fugiram - Cana diz rindo - Vocês os espantaram e pelo visto, a Lisanna também.

Procurei Lisanna por todos os lados, onde essa vaca pensa que vai?

- Ahh, meninas eu preciso ir, tenho alguém para encontrar - Me levantei, indo mais perto da morena - Fique bem Cana, esquece o palhaço.

- É parece que a nossa noite acaba aqui, beijos, preciso caçar uma pessoa.

Erza também se levanta, andamos até a porta, mas ela logo some de vista. Chego até a saída, e não consigo ver nada, o movimento das ruas está bem baixo, é até difícil encontrar um táxi nessa escuridão.

- Ahh Natsu, vamos comigo! Você não deixaria uma garota aqui, sozinha nessa noite perigosa, não é?

Pude ouvir alguém dizer, e sei bem quem é esse alguém. Andei para onde poderia ter vindo a voz e os vejo, Lisanna tentando se atirar em cima do rosado, e ele, tentando afastá-la. Por que quero esfolar a cara dela no asfalto?

- Claro que não deixaria...

Ele sorri, já ela, não esperou resposta, e quase o derruba no chão enquanto tenta beijá-lo. Me aproximo dos dois, puxando Natsu de seus braços, meu Kami, estou tendo um ataque de ciúmes.

- Desculpe Lisanna, mas tenho assuntos a tratar com ele esta noite, acho que ficará para a próxima - Acenei me despedindo dela, ainda arrastando o encosto pelo braço até a entrada da boate, onde misteriosamente apareceu um táxi - Nos leve ao Pallace Tower, no centro.

O carro começou a andar e ele me olhou curioso. Eu sei, eu não deveria sentir ciúmes por ele, mas ainda assim estou com muita raiva imaginando ele levar a Lisanna para casa. Argh, estou louca.

- O que foi isso loira? Por acaso seria ciúmes?

Ele sorriu, me encarando satisfeito. Observei a paisagem lá fora, a primeira regra do ciúme é, se você não consegue evitar, não deixe que percebam, senão vira seu ponto fraco. Virei minha atenção para ele, sorrindo. Momento falsiane.

- Não, só quero que você me explique isso de sair de fininho!

Ele coçou a nuca, ahá, tem treta aí!

- Vimos a discussão entre vocês, então supomos que poderíamos ser descobertos.

- E foram, espero que os garotos tenham seguro de vida, especialmente o Jellal.

- Eh, acho que alguém morre hoje.

Ele fez cara de assustado, começando a rir logo depois, o acompanhei, a ruiva realmente precisa ser um pouco mais pacífica.

O táxi finalmente estacionou, parando em frente ao Pallace, paguei o taxista e descemos do carro, já entrando pela portaria. O silêncio reinou supremo, e enquanto subíamos pelo elevador, novamente, veio a minha mente a possível cena de Natsu levando Lisanna para casa, beijando ela, e argh, não consigo imaginar.

- Por que essa cara de irritada Lucy?

- Você ia mesmo levar a Lisanna até a sua casa?

- Você.. - Ele começou a rir, o encarei mortalmente, e ele rapidamente se calou - ...está falando sério?

- Ia ou não?

Insisti, continuando a encará-lo. Como ele poderia querer aquela garota novamente? O elevador parou e eu segui até minha porta, ele foi atrás de mim. A abri, ignorando-o por completo, como ele pôde me seguir e ainda querer levar a Lisanna até em casa? Isso não vai ficar assim!

- A culpa é sua por eu permanecer lá, você que me fez fazer aquilo.

Ele diz, entrando em meu apartamento logo atrás de mim. Procurei Happy com os olhos e não o vi. Deve estar dormindo em algum lugar. Virei para encará-lo, realmente, eles foram umas figuras dançando.

- Eu nunca ri tanto, se dependesse de dançar para viver, você já estaria morto.

- Malvada você.

- Você ainda não viu toda a minha capacidade de ser má.

Se Happy não está aqui perto, ele não pode me impedir. Sorri maliciosamente para ele, me aproximando cuidadosamente. Com uma das mãos, abro ainda mais a porta, com a outra, retiro sua camisa, vendo sua total surpresa. Continuei a avançar, mas agora já atacando seus lábios com ferocidade, dando suaves mordidinhas neles, podendo ouvir leves gemidos.

- O que... está... fazendo?

- Hoje você será meu Natsu.

Sorri, voltando a beijá-lo. Cada vez mais íamos em direção a porta, e meu plano parece funcionar bem, até eu empurrá-lo para fora, trancando a porta logo em seguida.

- Ahn? Nani? O que foi isso? - Ele resmunga do lado de fora do apartamento, batendo na porta continuamente. Solto um riso, isso é que dá me irritar - Abre a porta Lucy!

- Isso é por você ter me seguido.

- Me desculpa Lucy, eu não deveria ter feito isso, me deixa entrar vai.

- Não, vá dormir Natsu.

- Eu estava com... ciúmes, na verdade, muito ciúmes. Achei que poderia se interessar por qualquer outro naquele lugar. Mas como não poderia, você é linda, inteligente, divertida, simpática e tudo mais, qualquer homem adoraria tê-la como sua mulher.

Ele diz baixinho. Me encosto na porta e sento-me no chão. O que aconteceu comigo? Tive crise de ciúmes, ataquei ele aqui dentro só para jogá-lo lá fora. Desejei com todas as forças que ele não quisesse levar Lisanna a lugar algum. Não consigo me entender. Estou realmente gostando dele?

- Me desculpe por tudo Natsu, fiz coisas que não deveriam ter sido feitas.

- Não se preocupe.

Ele respondeu baixinho. Encostei a cabeça no joelho, lembrando-me das vezes que me beijou, em seu apartamento, em Blue Sea, na biblioteca, no campo, no terraço. Ocasiões que se repetiram muitas vezes e que nunca me afetaram, nunca foram rejeitadas por mim, talvez eu não tivesse percebido.

- Ei Natsu, acho que também gosto de você.

Continua...