História A princesa e o xerife. - A dança.

CARL ON

Tomei um banho, escoveis os dentes, ela nos trouxe roupas (normais), e fomos guiados por um guarda até a sala de jantar, era um pouco menor que a sala do trono, mas não deixa de ser muito grande.

Charlotte: Fico feliz que chegaram, parecem bem melhor, por favor sentem-se. – Disse apontando para a mesa, que era tão grande que cabia todo mundo.

Todos nós nos sentamos, era bem confortável, eles nos serviram, não faço idéia do que era aquilo, mas era muito bom.

Rick: Você já pensou se vai deixar a gente ficar? – Disse rápido e olhando nos olhos dela, a mesma colocou os talheres de volta na mesa.

Charlotte: Senhor...

Rick: Rick. – Corrigiu ela.

Charlotte: Rick, quero que pense como líder e não como ser humano por um instante, imagine que o mundo se deteriorou e você conseguiu manter seu povo bem, pode ter perdido pessoas no caminho, mas a maioria sobrevive bem e saudável, conseguiu imaginar? – Disse calmamente.

Rick: Continue.

Charlotte: Se por acaso, você decidisse dar uma chance á algumas pessoas de fora, mesmo sabendo que isso põe em risco a vida do seu povo, você tomaria uma decisão rápida? – Continuou com o seu tom de voz calmo.

Rick: Não. – Respondeu.

Charlotte: Pois bem, eu ainda não tomei a decisão, mas pelo que vejo vocês não me dão motivo algum para expulsar-lhes de meu reino, na verdade, já até decidi as tarefas de alguns.

Eu: Eu também vou ter alguma tarefa? – Perguntei meio animado, queria ajudar de algum jeito.

Charlotte: Se for do seu agrado e do agrado de seu pai gostaria de que fosse da guarda real pessoal, os guardas me informaram que você tem brilhantes habilidades com armas, e eu gostaria de te dar um presente.

Eu: Que presen... – Fui interrompido com um guarda me trazendo um tapa olho bem legal em uma almofada pequena... estranho.

Charlotte: É um tapa olho de tecido macio com estofamento na parte interna, incrustado á ouro e prata.

Eu: É pra mim? – Perguntei pegando ele.

Charlotte: Sim, achei que pudesse lhe incomodar ter que ficar arrumando os óculos á todo momento, então pedi para que trouxessem esse, ele já estava guardado á muito tempo mesmo, poderia servir para algo.

Eu: Obrigado. – Ela deu um pequeno sorriso.

Charlotte: Então... – Ela parou por um instante vendo o Daryl comer parecendo um esfomeado – De onde vem? – Ela continuou.

Maggie: Estávamos na America do Norte.

Charlotte: Puxa vida, então vieram de longe, como chegaram aqui?

Glenn: Um navio que nós encontramos tinha um mapa, ele falava onde tinha comunidades, a única que não estava marcada com um “x” era a sua.

Charlotte: Bom, acho que tiveram muita sorte de terem encontrado esse navio, não imagino como deve ser horrível viver lá fora.

Daryl: Nunca esteve lá fora?

Charlotte: Não, na verdade, apenas os guardas vão lá fora, no começo disso tudo nos informaram que havia uma doença que deixava as pessoas transtornadas, meu pai construiu esse muro para que ninguém do nosso povo pegasse essa praga, com um mínimo de eletricidade e puxando água de poços da região, acabamos voltando á época do feudalismo.

Jessie: Então, todos aqui á obedecem?

Charlotte: Sim.

Sam: Deve ser incrível ter toda essa gente gostando de você.

Marie: Ah sim claro, é incrível ser princesa, conta pra eles maninha. – Disse entrando na sala.

Charlotte: Marie, tenha mais modos, não fale dessa forma, e sim, ser princesa é muito estonteante.

Marie: Fala pra eles do casamento. – Chegou perto de mim.

Charlotte: Do seu ou do meu?

Marie: Do seu, com o Lorde Moule.

Charlotte: Temos que manter a linhagem ora essa.

Marie: Você tem 15 anos e o Lorde tem 45.

Eu: Vai se casar com um cara que é 30 anos mais velho que você? – Perguntei assustado.

Charlotte: Sim, para manter a linhagem real, e esse reino progredir, quer falar mais alguma coisa Marie? – Aumentou o tom de voz.

Marie: Se estressou? Esta zangada só porque sabe que não consegue substituir mamãe e papai. – Charlotte se levantou.

Charlotte: SAIA DAQUI AGORA, VÁ PRO SEU QUARTO.

Marie: OU O QUE?

Charlotte: JÁ ESTOU CANSADA DE VOCÊ, SAIA AGORA E APRENDA Á SE COMPORTAR COMO UMA PRINCESA E NÃO COMO UMA CRIANÇA MIMADA. – Gritou quase chorando.

Marie: Aff. – Saiu batendo o pé e bufando.

Charlotte: Peço para que aproveitem o jantar, fiquem á vontade, já sabem os seus quartos, se quiserem ver o castelo podem, me dêem licença. – Disse tentando conter as lágrimas e saiu.

Depois do jantar voltamos pro quarto, meu pai insistiu para que ninguém ficasse sozinho num quarto, então no meu era eu, meu pai e a Judith.

Eu: Pai, vou dar um volta ok?

Rick: Onde?

Eu: no castelo, já já eu volto.

Rick: Ok, mas não demora muito.

Eu: Pode deixar.

Fui andando, era tão grande que... acho que me perdi, fui entrando nas salas pra ver o que tinha, encontrei uma grande (todas são grandes), tinha lustres e um palco, várias coisas de música, comecei á escutar um choro, fui ver o que era, atrás das cortinas do palco tinha uma salinha e vi a Charlotte sentada num sofá chorando.

Eu: Esta tudo bem? – Ela se assustou e começou a limpar as lágrimas.

Charlotte: Sim, sim, está tudo ótimo. – Se levantou e forçou um sorriso.

Eu: Não está não.

Charlotte: Tem razão, não está. - Saiu da pequena sala que a gente estava.

Eu: Foi por causa do que sua irmã disse no jantar? – Segui ela.

Charlotte: Também. – Ela parou, eu estava bem perto, logo atrás dela.

Eu: E o que foi? – Ela me abraçou e eu retribui.

Charlotte: Eu não quero me casar com um homem de 45 anos, e a Marie tem razão, se fosse a minha mãe ou qualquer mulher da linhagem real aceitaria de bom grado.

Eu: Ninguém deveria ser obrigado a se casar com quem não quer.

Charlotte: Eu sempre venho para cá quando estou triste, eu começo á dançar e isso me acalma.

Eu: Se isso te acalma, vamos dançar então.

Charlotte: Sabe dançar? – Fez uma cara desafiadora.

Eu: Não, mas eu aprendo rápido.

Charlotte: Então esta bem. – Ela juntou nossas mãos direitas e colocou a minha mão esquerda na sua cintura e a sua no meu ombro.

Eu: E agora? – Ela se soltou, ligou o som e voltou para a mesma posição.

Charlotte: Me acompanhe. – Começou a tocar a múscia “Thinking out loud” do Ed Sheeran.

Começamos á dançar devagar, ela encostou a cabeça no meu ombro, no começo era difícil, mas eu consegui pegar o jeito, girei-a e ela ficou de costas para mim com nossos braços ainda entrelaçados, parecia que estava tudo perfeito.