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História A promessa dos 30 - Los besos son de verdad?


Escrita por: thali05

Capítulo 3 - Los besos son de verdad?


Fanfic / Fanfiction A promessa dos 30 - Los besos son de verdad?

Terceiro Capítulo

Dulce María, Outubro, 2016

Dulce acordou com o som do telefone tocando em seu quarto de hotel, ao abrir os olhos levou alguns segundos para entender onde estava e uma forte dor fez sua cabeça latejar, arrastou-se para a beirada da cama da melhor forma que conseguiu.

- Pronto - disse espreguiçando-se enquanto atendia ao telefone.

- Srta. Saviñon, temos uma encomenda aqui na recepção. Posso mandar subir?

- Pode sim, obrigada - pronunciou a última palavra com um bocejo, somente quando devolveu o telefone ao gancho é que lembrou-se da noite anterior. O evento em que estivera, o vestido amassado jogado no canto do quarto faria Tony, seu estilista, ficar maluco. Deu uma pequena risada ao lembrar-se do amigo e levantou da cama para no instante seguinte voltar a se sentar.

Christopher. Estivera com ele. Sentira seu cheiro, seu toque por alguns breves segundos. Combinaram uma trégua, seu coração ameaçou sair pela boca no mesmo instante em que o mensageiro bateu na porta de seu quarto com a encomenda. Como pudera levar tanto tempo para lembrar-se de tudo, foi o que pensou enquanto caminhava até a porta.

- Bom dia Srta. Saviñon, essas flores foram entregues hoje cedo na recepção. 

- Obrigada - disse pegando o enorme buquê de rosas brancas da mão do jovem rapaz e dando-lhe uma farta gorjeta pelo serviço. Havia um bilhete no topo e assim que bateu a porta Dulce o pegou depressa.

"Rosas brancas em nome da paz. Espero sinceramente que possamos de alguma forma encontrar o caminho de volta para nossa amizade. 

Com carinho,

Ucker".

Dulce deixou-se cair em uma poltrona enquanto passava os próximos dez minutos encarando o pequeno cartão escrito com a letra rabiscada de Christopher.

-

Christopher, Outubro, 2016

"Provavelmente fui longe demais e ela vai perceber assim que ler aquela droga de cartão rabiscado" pensava Christopher andando de um lado a outro do quarto de hotel em que estava. Dulce provavelmente estava se questionando como ele acordara tão cedo após se embebedar tanto na noite anterior. A questão era que ele sequer havia dormido, planejando o próximo passo, e se bem conhecia Dulce, um grande buquê de rosas a faria feliz, por um breve momento enquanto estava na floricultura pedindo pelas flores sentiu-se quase feliz imaginando um largo sorriso no rosto dela, o que prontamente foi substituído após o questionamento da funcionária.

- Rosas para uma amante ou uma amiga? - perguntou sorrindo

- Rosas para uma trégua -respondeu ele.

- Nesse caso, sugiro rosas brancas com certeza são aquelas que simbolizam o perdão.

- Perfeito - respondeu apenas.

Perdão. Seria capaz de chegar tão longe e apenas perdoar tudo o que Dulce lhe causou? Esse pensamento lhe ocorreu uma dezena de vezes na noite anterior mas não foi capaz de elaborar uma resposta.Seria sensato um homem bem sucedido, as vésperas de completar 30 anos, simplesmente se envolver em um jogo como esse? Não saberia dizer mas agora que havia começado não sabia mais como parar.

Foi tirado de seus pensamentos ao sentir o celular vibrar  na cabeceira da cama. Por um momento recusou-se a olhar sabendo que seria Mauro para mais uma série interminável de planos e compromissos, mas decidiu arriscar mesmo assim e atendeu sem ao menos olhar para a tela.

- Pronto - disse. Fez-se um silêncio considerável do outro lado, quase como se a outra pessoa estivesse arrependida de ter ligado - Olá? - arriscou novamente.

- Sou eu - Dulce respondeu do outro lado, Christopher fez questão de permanecer em silêncio por mais uns minutos - Dulce - ela completou por fim,.

- Ah sim, como vai? - disse sentando-se na cama - Espero que a entrega não tenha te acordado.

- Não, eu já estava acordada há algum tempo - disse limpando a garganta, sempre fazia isso quando estava nervosa ele lembrou, e pensar que ele ainda se lembrava disso o fez querer que todas as lembranças de repente sumissem - Sobre isso mesmo que eu estou ligando Christopher, queria agradecer pelo cuidado de me enviar essas flores, significa muito pra mim - disse e depois de algum tempo acrescentou - Mesmo.

- Imagina - respondeu - E pode voltar a me chamar de Ucker se quiser, afinal estou mesmo disposto a tentar - ouviu quando ela deu uma pequena risada do  outro lado da linha fazendo seu coração aquecer.

- Ok, Ucker - respondeu ainda com um sorriso evidente na voz - Pode voltar a me chamar de Dul se quiser

- Tudo bem, amorzinho - disse rindo - Se lembra? - Christopher perguntou e recebeu apenas silêncio do outro lado da linha, Dulce parecia nem respirar mais.

- Lembro - respondeu séria - Mas acho seguro que por enquanto seja apenas Dul.

- Era uma brincadeira, Dul - disse - Quer jantar hoje?

-

Dulce María, Agosto, 2005

- Você fez de novo, não acredito - disse empurrando Christopher pelo set de gravações de Rebelde até um corredor vazio e livre de câmeras, de equipe ou dos colegas de elenco - Já te disse um milhão de vezes que isso aqui é pura ficção Ucker, não pode me beijar de verdade enquanto gravamos, porque não entende de uma vez por todas?

- Porque? Vocês nem estão mais juntos. - disse apontando para o set que acabaram de sair.

- Shhh - disse com um dedo na boca dele - Fala baixo, e você sabe muito bem que não terminamos definitivamente, estamos dando um tempo.

- Você está iludindo o pobre Alfonso.

- Não ouse me dizer isso Uckermann, eu me importo com ele - respondeu abaixando a cabeça em sinal de derrota.

- Eu sei Dul, por isso adoro o ser humano que você é - disse aproximando-se dela do outro lado do corredor - Ainda consegue se importar com ele mesmo não estando mais apaixonada.

- O que te faz pensar que não estou?

- A forma como me olha, a forma como seu corpo reage ao meu e, principalmente - disse fazendo um carinho suave em suas bochechas - A forma como me beija quando estamos gravando, como nunca consegue deixar de retribuir meus beijos.

- Você é mesmo muito convencido, dizem que a vida imita a arte né? Nesse caso você e seu personagem são igualzinhos.

- Nós dois somos apaixonados por você, realmente somos iguais - disse acariciando o rosto dela, fazendo com que um tremor visível a percorra por inteiro, Dulce fecha os olhos com força e quando volta a abrir estão repletos de lágrimas.

- Só ... me deixa em paz Christopher. Quero mesmo ser feliz.

- Eu posso ...

- Com Alfonso, quero ser feliz com ele. Quero que dê certo. Não posso jogar um relacionamento como o nosso no lixo por ... por ... algo que é ... - procurou as palavras durante alguns segundos - Passageiro.

- Eu não vou a lugar nenhum, não ouse você dizer que o que eu sinto é passageiro - disse Christopher claramente magoado.

-

Christopher, Outubro, 2016

Christopher acabara de dar mais um gole em sua bebida quando vê Dulce cruzando o restaurante até sua mesa. Está usando um vestido preto de um tecido leve, com um decote em forma de coração e com mangas curtas. Ele não consegue evitar prender a respiração ao vê-la caminhando tão linda para si, não consegue deixar de pensar que ela provavelmente, assim como ele, nutre algumas esperanças a respeito dessa noite. Ele se levanta para cumprimentá-la assim que chega a mesa.

- Dul - diz ele se aproximando e dando um suave beijo em sua bochecha enquanto repousa sua mão direita na cintura dela.

- Oi Ucker - diz ela com um leve tremor na voz, retribuindo o cumprimento.

Os dois sentam-se de frente um para o outro e logo em seguida já fazem seus pedidos ao garçom. Pelos próximos 40 minutos os dois parecem os mesmos de tempos atrás, conversam sobre suas carreiras, seus projetos, sua vida amorosa até então e o que pretendem para um futuro próximo. Nunca deixando que a conversa se encaminhe para um lado pesado e difícil para eles.

- E aí depois disso fui ao Brasil, fiz quatro shows em diferentes cidades e foi ... incrível - disse ela com os olhos brilhando - Acredito que nunca vou me cansar daquele lugar e todo aquele carinho, entende?

- Claro - responde ele pousando a taça de vinho e olhando profundamente nos olhos dela. A conversa flui por mais alguns minutos até decidirem pular a sobremesa e, após pagar a conta, Christopher sugere que façam uma pequena caminhada pelas ruas iluminadas de Los Angeles, em silêncio saem do restaurante pegando seus casacos e começam a caminhar, durante os primeiros minutos ninguém ousa falar nada, não ousam quebrar o pequeno encanto que se formou entre eles, a pequena magia de estarem juntos novamente, sem ataques ou indiretas, durante algum tempo Christopher até considera segurar a mão de Dulce para caminharem juntos mas sabe que se assim o fizer vai ser difícil voltar atrás.

-

Dulce María, Outubro, 2016

- Eu fico feliz, sabe? - diz ela finalmente quebrando o silêncio - Que finalmente a gente esteja se entendendo. Christopher eu nunca quis que nossa amizade acabasse e quero que saiba isso.

- Eu sei - ele respondeu enfiando as duas mãos no bolso enquanto ainda caminham - No fundo eu sempre soube Dulce, que você não queria se afastar.

- Obrigada - diz ela sorrindo delicadamente - Mas mesmo assim, sinto que lhe devo desculpas por ... por tudo.

- Está tudo bem - ele responde enquanto limpa a garganta.

Dulce não pode deixar de notar que ele fica tenso com essa conversa, percebe o maxilar dele levemente cerrado e o fato de seus ombros terem assumido um aspecto completamente diferente da leveza que portava anteriormente, no mesmo instante se recrimina por levantar o assunto, percebe que seus olhos ardem com as lágrimas que, até então, não percebeu que estavam ali, recriminou-se uma vez mais por não conseguir esconder nada de Christopher.

- Ei, venha aqui - ele disse parando de caminhar e puxando-a pelas mãos até estar de frente para ele, Dulce podia sentir a respiração quente de Christopher em seu rosto, podia sentir o calor que emanava dele - Está tudo bem Dulce, mesmo. Eu disse que iríamos tentar essa trégua e estou disposto mesmo - ele diz enquanto acaricia sua bochecha fazendo-a enrubescer levemente.

- Eu sei Ucker, me desculpe por isso - ela diz limpando as lágrimas que caíram enquanto ele falava.

- Pare de se desculpar - Christopher diz puxando-a ainda mais para perto, passando a mão por sua cintura e enlaçando-a devagar em um abraço, ela tem plena consciência de que muitas pessoas na rua passam por eles e encaram, sem entender o que acontece mas algo que ele sempre foi capaz é de fazê-la se esquecer de qualquer outra coisa no mundo no momento em que suas mãos a tocavam.

Dulce faz um movimento para se afastar dele e os dois se encaram por um segundo até Christopher passar a mão por entre os cabelos dela, puxando-a com delicadeza pelo pescoço até fazer com que seus lábios se encontrem. A sensação é de uma euforia contida, Dulce sente seu coração pular desesperadamente em seu peito, sente cada pedaço de sua pele se arrepiar e sabe que nunca será capaz de descrever essa sensação para ninguém. Ao sentir o calor dos lábios de Christopher nos seus novamente, ela esquece de qualquer outro sentimento que já existiu entre eles e parece o primeiro beijo novamente. Ela abre seus lábios apenas o suficiente para dar permissão a ele de continuar, Christopher empurra seu corpo contra o de Dulce até que ela esteja com as costas apoiada em um muro. O beijo é, ao mesmo tempo, voraz e apaixonado, ela se entrega plenamente ao prazer de ter a língua de Christopher em contato com a sua novamente percorrendo cada pedacinho de sua boca, de senti-lo apertar seu pescoço com uma mão e a cintura com a outra com um pouco mais de força sabendo que ele está utilizando muito controle para não fazer muito mais do que apenas beijá-la, ela mesma precisa lembrar a si mesma de que estão em uma rua pública e, mesmo que por aqui não sejam consideradas figuras famosas, ainda assim precisam tomar cuidado para não avançarem muitas etapas em apenas um momento. O beijo diminui de intensidade e Dulce sente novas lágrimas percorrerem seu rosto, ela passa a mão suavemente pelo cabelo de Christopher e sente falta dos fios que ali ficavam, dos pequenos cachos em que ela podia se ancorar em momentos como esse em que tudo o que mais deseja no mundo é que os dois se tornem um só.



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