História A Prometida: Uma Proposta Irresistível - Completa - Capítulo 51

Assim que boto o pé em casa, vejo Lucas parado no portão me esperando. Dou um longo suspiro para amenizar os choros. Não ia ficar chorando na frente do meu amigo.

— E aí gata, eu vim te ver, mas a Danna aquela oriental gata, disse que você não estava. — Assenti silenciosamente e Lucas franziu o cenho.

— Andou chorando? O que aconteceu? Não passou na universidade? — Olhei ao redor, apanhando a chave do portão abri e chamei Lucas.

— Vem, vamos lá dentro que eu te conto, preciso mesmo desabafar. — Lucas assentiu. Caminhamos em meio as neves e entramos na mansão de Leon. Danna desceu a escada toda bem arrumada como sempre. Lucas deu um sorriso malicioso.

— Olha! A gata oriental, muito linda... ah se eu pudesse... — Danna bufou ajeitando seu cabelo curto.

— Se enxerga moleque, tem idade para ser meu irmão mais novo. Quem gosta de moleque aqui é a coisinha, não eu. — Revirei os olhos, não estava disposta a discutir com Danna, não estava com cabeça pra isso.

— Olha que de moleque só tenho a idade e a aparência, mas se quiser, posso te dar uma amostra do que esse moleque aqui, é capaz de fazer. — Lucas piscou o olho pra Danna que travou a mandíbula, empinou o nariz e saiu batendo os saltos firmes no chão. 

Lucas deu uma risada sarcástica, até eu ameacei dar um sorriso. Assim que Danna bateu a porta Lucas se jogou no sofá ao meu lado.

— E então, pode começar a contar o que está acontecendo pro Lucão aqui. — Arrumei o cabelo atrás da orelha e suspirei.

— Bem, eu passei de ano sim, só que quando eu estava saindo, você não vai acreditar no que me aconteceu... — Dei um sorriso perplexo. 

— Andrew me deu um carro de presente! Uma Lamborghini. — Lucas arregalou os olhos. 

— O presente estava estacionado em frente a universidade, chamando a atenção de todos que passavam. Isso pra mim foi o cúmulo! Como pode? Querer me comprar com um carro! Fiquei com tanta raiva que apanhei um Uber e fui na casa dele, nós discutimos, eu disse que não queria presentes caros e ele disse que não sabia demonstrar amor de outro jeito. E ainda disse que pela minha palavra, ele desistiria de mim, perguntou se eu ainda era dele. Eu disse que nunca fui. Partiu meu coração saber que agora sim teve um fim. Um fim que eu não queria... — Abaixei a cabeça triste e Lucas suspirou.

— Bem, Emily, eu acho que você fez tempestade em copo d'agua. — Olhei para Lucas perplexa.

— Como é que é?

— Isso mesmo! Eu não gosto daquele babaca lá, mas poxa, ele tá tentando demonstrar do jeito dele, nós homens temos um pequeno problema, nem sempre temos a bola de cristal e adivinhar o que uma mulher precisa, fora que tem uns que se travam mesmo, não sabe demonstrar o afeto de um jeito, sempre demonstra do outro. Nem todos conseguem ser dóceis, carinhosos e gentis. Talvez seja o caso desse idiota. — Passei a mão no cabelo um pouco nervosa.

— Eu amo aquele idiota, mas ele não demonstra como tem que ser, acha que com presentes caros vai me ter facilmente, e não sou assim! — Lucas deu um sorriso indecifrável.

— Por que você não tenta? É, tenta mostrar a ele a forma como você quer que ele haja, de repente consiga, Emi.

— Eu esperava que ele fosse fazer isso sozinho... Queria que ele tivesse essa atitude de mudar, por mim... — Abaixei a cabeça novamente e ouvir Lucas estalar a língua.

— Acho que você está sendo um pouco durona, que ele é louco por você isso qualquer um sabe, até eu. Eu fui a prova viva de que ele não suporta outro ao seu lado. — Lucas fez uma careta. 

— Então esse tal Andrew, só está precisando de um empurrãozinho e você tem que fazer isso. — Respirei fundo me jogando no encosto do sofá e fechando os olhos, lembrando nas palavras de Andrew...
 

"...Não posso mais viver assim, eu não sou um cara romântico, nunca amei ninguém na vida, nunca soube o que era essa porra de amor, sempre acreditei que ele só serve para nos auto destruir, e cada dia que passa, essa metáfora cada vez mais passa a fazer sentido pra mim. Uma só palavra e eu acabo com isso de uma vez. Me diga Emi, você ainda é minha?"

É claro que eu era dele, somente dele, de corpo, alma e coração. E sim, acabei percebendo que sou uma idiota, o Andrew nunca recebeu amor de ninguém, nunca teve isso nem na infância, eu precisava mostrar do meu jeito a ele, o quanto amar era bom... 

Dei um sorriso e me joguei contra Lucas o abraçando e dando-lhe um beijo em sua bochecha. Ele ficou confuso e sorrindo.

— Obrigada Lucas! Nem acredito... você é um amigo e tanto. Não sei o que posso fazer para retribuir essa pequena ajuda que me deu. — Lucas arqueou a sobrancelha sorrindo.

— Simples, me ajude a conquistar essa gostosa da Danna. — Amarrei a cara.

— Eu nem tenho e nem quero amizade com ela. Danna é uma pedra no meu sapato. — Lucas soltou uma gargalhada.

— Entendo, é ruim mesmo morar logo com a mina que gosta do mesmo cara que você, mas é só pensar gata, se eu ocupar ela, ela não vai mais correr atrás desse tal Andrew. Ela vai ter olhos pro garotão aqui. — Lucas apontou para seu corpo e eu sorri meneando a cabeça.

— Sabe de uma coisa? Vou me arrumar agora, e vou lá falar com Andrew. Você está certo. Eu preciso mesmo mostrar a Andrew como as coisas funcionam. — Pisquei para Lucas e ele sorriu.

— É isso! Essa é a minha garota. — Lucas piscou se levantando. 

— Bem agora vou lá, me conte por telefone depois como foi a reconciliação, sem os detalhes mais quentes se não eu vou ficar com vontade... Fui! — Lucas me deu um beijo no rosto e saiu. Eu dei um sorriso e corri para a escada indo em direção ao meu quarto. Eu teria que consertar essa burrada que eu fiz.

ANDREW VITALE

Desci a escada puto da vida, como pode Emily fazer isso comigo? Eu que estava me esforçando tanto para conseguir conquista-la, logo eu que nunca quis e nunca amei ninguém na vida. Ela queria o que mais de mim? 

Fui até a adega, apanhei um conhaque e bebi rapidamente. Me joguei no sofá perdido em pensamentos. Pietro logo surgiu com sua namorada, de mãos dadas. Eles me olharam, Jessica parecia se sentir intimidada por mim, o que eu até gostava, gosto que me olhem com respeito mesmo. Pietro levou Jessica até a porta e eles ficaram lá se despedindo, até que Pietro retornou à sala e me encarou estranhamente.

— Não vai para o Cassino hoje? — Tomei outro gole de conhaque.

— Não, não estou com cabeça pra isso! — Passei a mão no cabelo e Pietro suspirou se sentando de frente pra mim.

— A Emily saiu daqui chorando. O que aconteceu entre vocês? — Olhei para a frente, não queria que Pietro me visse abatido por culpa de uma mulher que nem me queria mais.

— Essa garota é louca, eu dei presentes a ela, sempre recusou, tentei demonstrar a porra do maldito sentimento dando um carro valioso e ela veio aqui dizer que não queria nada disso. Que queria que eu demonstrasse de outro jeito. Mas que jeito? Nunca gostei de mulher alguma, nem imagino que jeito ela quer que eu demonstre. Mas agora, acabou, ela disse que nunca foi minha e isso foi o fim. — Dei outra golada no conhaque e Pietro sorriu coçando a testa com o polegar.

— Sabe, Andrew, eu acho que a Emily, não é como essas mulheres que você se relaciona por aí, ela não está em busca do melhor presente, das melhores coisas de valor. A Emi é sensível. Ela quer que você demonstre sendo carinhoso, atencioso, gentil. Seja um cavalheiro, a chame para um jantar, mostre como foi seu dia, pergunte como foi o dela, a ouça com atenção. Demonstre carinho, a leve para passear de mãos dadas. Demonstre o quanto você a ama, o quanto você também é dela. É só isso. Só isso que a Emi quer. E te garanto, assim você vai tê-la como nunca teve. — Arqueei a sobrancelha para Pietro, eu nunca fui de demonstrar nada, também nunca senti algo assim. Como seria ser um cara normal que tratam suas mulheres bem, além de presentes caros?

— Isso não importa mais, eu e Emily... — Pietro bufou.

— Importa sim, Andrew, vai atrás do amor da sua vida, é sua única chance, antes que seja tarde. — Pietro piscou para mim e no mesmo momento me levantei, ele estava certo. Eu precisava tentar mais uma vez, afinal, eu era um homem que nunca desistia fácil das coisas que eu quero. 

Sem dizer mais nenhuma palavra eu apanhei o molho de chaves e a minha carteira, vesti meu sobretudo que estava dobrado em cima do sofá e sai as pressas. Eu não posso e não quero desistir de você Emily...