ANAHI
Olho pela janela do carro, vendo a paisagem ficando tão conhecida. Tem uma semana que tia Pilar me ligou e hoje estou dirigindo para Los Herreras para tentar ajuda-la, ela não me deu muitos detalhes, mas me parece ser algo importante.
Meu telefone toca, olho no visor e vejo minha foto com Dulce.
ANAHI: Oi Dul!
DULCE: Aaany, to ligando pra saber se já chegou. Eu e Chris estamos preocupados.
ANAHI: Não, ainda estou na estrada, acho que em 1h chego lá.
DULCE: Você não nos mantém informados, amiga super desnaturada! (Quando chegar liga! - ouço Chris gritar)
ANAHI: Ook papais! Ligo sim senhores. Vou desligar, porque estou dirigindo. Beijo amores!
DULCE E CHRIS: BEEIJO GATA!
A vida nos reserva dessas. Dulce Maria também é advogada na empresa em que trabalho e, assim que a conheci, nos demos bem logo de cara. Ela trabalha lá há mais tempo que eu e no início ela foi tudo que eu precisava, hoje somos parceiras no trabalho e na vida, pois ela se tornou uma amiga e tanto. Com ela veio o Chris, que é seu amigo desde a adolescencia e tem um senso de humor incrível, tem horas que nem imagino que há alguém tão de bem com a vida como ele. Hoje, eles são a minha família em Monterrey, já que desde que saí da minha cidade natal só tenho contato com a Mai por telefone.
Após pouco mais de uma hora eu paro meu carro numa das garagens da casa dos Herreras, já é comecinho da noite e logo desço do carro, estou morrendo de saudades de todos eles. Mai é a primeira a sair pela porta e tenho que segurar pra não chorar, só aqui, ao vê-la que me toquei o quanto sinto falta dela e de tudo. Chega a doer.
MAITE: Irmã! - ela desce as escadas e se joga em cima de mim, num abraço forte - Não acredito que estou há tanto tempo sem vê-la.
ANAHI: OH Mai,nem eu.. nem eu. - Tenho um nó em minha garganta, que forço a descer pra poder falar. - Como você está linda!
MAITE: Linda esta você, toda adulta e refinada. Vem, vamos entrar, mamãe está quase surtando de ansiedade com sua chegada.- E saí me puxando para dentro da casa.
Eu me lembro daqui perfeitamente, embora pareça que tenha sofrido pequenas reformas, a casa continua do mesmo jeito. É uma casa bem grande, com vários quartos e cômodos amplos, tudo bem claro e refinado e em todos os pedacinhos da casa você percebe o toque da tia Pilar, ela tem um jeito único.
Assim que passamos pela porta vejo os que estão a minha espera, em pé perto do sofá: tia Pilar, com tio Juan logo atrás com as mãos em seu ombro, Ucker com aquele sorrisão travesso e, claro, o Poncho.
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PONCHO
E aí ela entra pela porta principal de nossa casa, com aquele sorrisão que sempre teve, abraçada com minha irmã. É estranho vê-la assim, depois de tanto tempo e tão diferente. Quando novos eu só fazia perturbar a vida dela, sempre impliquei e espizinhei quando ela estava por perto porque não sabia como agir, o que fazer quando ela me olhava. E hoje, vendo ela entrar em minha casa, percebo que ainda não sei.
PILAR: Minha querida, como foi de viagem? - E logo se aproxima de Any para abraçá-la e acolhe-la.
Minha mãe sempre quis ter muitos filhos, o que viu que não seria possível biologicamente logo depois de me ter, então a vida lhe trouxe dois presentes - meus primos, que hoje são como irmãos - e mais tarde, trouxe Any também. Fazendo de minha mãe uma mulher realizada. Ouço meu pai falar.
JUAN: É um prazer te-la conosco Any, ficamos preocupados com sua viagem quando soubemos que viria dirigindo sozinha.
PILAR: Acho que estávamos pensando na menina ainda, esquecemos que já é uma mulher. - E todos riem.
UCKER: E que mulher né, mãe?! - Ele diz a puxando para um abraço. - Acho até que vou aproveitar que ela veio pra cá e me casar com ela.
ANAHI: Acho que você é meio novo pra mim, Ucker. Veja, você nem saiu das fraldas ainda!
Ucker tira por menos e todos riem dele, e é aí que ela me olha e com esse olhar vem aquela sensação da qual não sei lidar, tão comum em mim quando era criança.
ANAHI: Oi Poncho, você ainda fala?
PONCHO: Que engraçadinha!
ANAHI: Ta aí parado, pensei que não falava mais. - Ela me abraça
PONCHO: E você queria que eu atropelasse as pessoas? Eu sou educado, senhora. - Seu cheiro é bom, doce.
ANAHI: Senhora?! Falou o vovô do grupo.
E nos separamos.
UCKER: Vovô?! Deixa só as gatinhas saberem desse apelido.
PONCHO: Cala a boca, Ucker! - olho feio pra ele. - E um ano a menos não te torna tão novinha assim, Any.
PILAR: Começou! Antes que piore essa alfinetação, vamos pra sala de jantar, senão a comida vai esfriar.
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