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História A proposta - Aliança X Calabouço X Pedido negado


Escrita por: Pretty_Poison

Notas do Autor


Próximo capítulo chegou mais rápido que o Hisoka quando vê o Gon em algum lugar, tudo joia com vocês?
Aqui teremos novas revelações e um gostinho para o próximo e o tão esperado momento, o casamento. E aí, como se sentem? Mas não se preocupem, ainda teremos muita coisa pela frente.
Gostaria de agradecer pelos comentários anteriores. Sério, eu rio, choro e adoro ler cada um deles por saber que estão mesmo se divertindo.

Boa leitura!

Capítulo 12 - Aliança X Calabouço X Pedido negado


Fanfic / Fanfiction A proposta - Aliança X Calabouço X Pedido negado

Victória passou o resto da noite se remexendo na cama, sem parar. A conversa com o Zoldyck mais velho havia sido tão impactante e perturbadora... Não, não queria aceitar que aquilo era verdade, mas agora que percebeu, fazia todo o sentido. A garota Asano deveria ter enfeitiçado o rapaz de madeixas prateadas de alguma forma, não tinha como ele ter se interessado em uma garota qualquer com aquela. De uma forma ou de outra, o moreno parecia oferecer ajuda, não queria que aquela amizade acabasse em um possível romance, seria ruim para os dois. Para Illumi, a devoção do irmão à Milla só faria com que ele se desvirtuasse de seu caminho como assassino, enfraquecendo-o. para ela, a presa era mais uma pedra no sapato, ao livrar-se dela garantiria um futuro confortável e luxuoso ao lado de seu amado Killua.

 

–– Conte-me tudo, senhorita Damien, o seu interesse aqui é ou não é um noivado oficial com o Killu? –– O moreno perguntava, fixando nela seus olhos negros e profundos, tão penetrantes quanto as trevas mais profundas, ele nem precisava indagar, só de olhar para ela era evidente. A loira confirmou com um aceno.

 

Illumi era esperto, sendo um bom mentiroso que era e um ótimo elaborador de estratégias, conseguiria uma aliança com aquela Damien rapidamente. Fingiu uma expressão de confusão, intrigando a moça.

 

–– É estranho eu estar te contando isso, mas além de vocês serem os contratantes responsáveis pelos casos da máfia, há um interesse bem maior, por parte de minha mãe, em unir você com o Kil... –– Illumi tinha uma expressão zombeteira. –– Sabe, ele parece ter um namorico justamente com o alvo de vocês, interessante, não? Percebeu que ele sequer tinha olhos para você? –– A Damien arregalou os olhos, atônita. Ele riu, acabara de conseguir o que queria. –– Pois é, que chato, não é? Meu querido irmãozinho me traindo com minha própria noiva... –– Ele riu, tom de deboche. –– ... Imperdoável, não acha?

 

Victória tinha os olhos envoltos por chamas de ódio, concordando com cada frase do Zoldyck, como se realmente houvesse interesse por parte dele naquele casamento, naquele casamento que sequer existiria. Victória sentia-se usada, uma alternativa barata que se compra para substituir uma peça de maior brilho, cerrou os punhos com força. Se não fosse por aquela encenação toda que ainda teriam, ela já teria ido atrás de seu alvo, massacraria cada um de seus membros, torceria seu pescoço, arrancaria fio por fio de seus cabelos castanhos, tudo para acabar de vez com todo o ódio que nutria pela morena.

 

–– E aquela víbora ainda brincou com o coraçãozinho puro de meu querido irmãozinho, eu tentei avisá-lo, livrá-lo das garras venenosas dela, mas ele não me deu ouvidos. ­­­­­­––– Como se divertia o Zoldyck, prepararia um grande teatro.

 

–– Como ela ousa? ­–– Viu a loira puxar uma adaga por baixo do vestido, escondida sobre a coxa. Aquilo seria interessante, Victória estava caindo direitinho no jogo, só precisaria esperar um pouco mais e logo tudo se resolveria entre as duas, ele assistiria tudo de camarote, não sem antes torturar o irmão com aquela visão.

 

Illumi negou com a cabeça.

 

–– Contenha-se, Senhorita Victória. –– O moreno segurou o pulso dela com força, fazendo-a largar a lâmina no chão, encarando-a. –– Um passo em falso e a próxima vítima será você, tenho um plano para propor e quando a encenação acabar, a garota é toda sua... ––Illumi riu, deliciado. –– ... E, meu irmãozinho de brinde, também.

Victória estava tão possuída pelo ódio e pela vontade insana de conquistar aquele coração albino que se deixou manipular completamente pela lábia do moreno, mal sabendo que, em seus planos, ela também seria uma vítima. Estavam os dois de acordo, cúmplices daquela trama. Ele a deixou, mergulhando nas trevas, acabara de lembrar do erro cometido ao deixar a pequena coelhinha solta, mais que rapidamente, tratou de mesmerizá-la com um ataque de Nen, à distância. Aquilo seria o suficiente para desacordar uma pessoa normal por um bom tempo.

 

 

***

 

Kaoru acabara de colocar o corpo inerte de Milla sobre a cama, pousou a mão na testa dela, faíscas azuladas dançavam pelsa palmas de suas mãos, aquilo garantiria um corte no efeito daquela manipulação. Pelo menos, foi o que imaginou. Como a dama de companhia da Asano, Kaoru devotou sua vida a proteger sua senhora, aquela técnica não era nada comparada a vontade que tinha de ajuda-la, morreria, se preciso, desde que aquilo salvasse a vida de Milla. Encostou a porta, Illumi era confiante demais em suas habilidades para trancafiar a moça novamente, então julgou aquilo como uma vantagem para planejar um plano e ela sabia com quem poderia contar...

 

­­–– O que? –– Indagou a morena de olhos azuis, piscando sem parar, como se não acreditasse no que acabara de ouvir. –– Asano-chan vai se casar com o idiota do Illumi? –– Alluka não podia se conter de surpresa. –– Espere! Onii-chan sabe disso? Eu não acredito que ele não tenha vindo me contar isso...

 

–– Sim, Alluka-sama. –– Kaoru fitou a menina de quinze anos que a encarava, curiosa. –– Porém, tudo não passa de uma grande armação. É um plano para raptar Milla-sama, mantendo-a em cativeiro até ser vendida para um leilão, pela máfia de York Shin.

 

–– Pela máfia de York Shin? –– Alluka gritou, incrédula. –– Não posso entender isso, os únicos contatos que minha família mantém lá são os Damien, não me diga que eles estão envolvidos nisso? –– A morena arrancou um olho de vidro de um elefante de pelúcia, atirando-o para longe. ­­

 

–– Não acredito nisso, como minha família pôde ter se rebaixo a tal ponto? Mesmo que fosse oferecida uma boa quantia, duvido que meu pai aceitaria... –– Alluka pensou, lembrando-se das regras assassinas que seu pai sempre passara.

 

Nunca envolva um inocente...

 

–– Há alguma razão para querem tanto Asano-chan? –– Alluka indagou, interessada.

 

–– Bem, sim. –– A meido, confirmou. –– Todos os Asano nascem com habilidades que se desenvolvidas, são bastante úteis em batalha, como regeneração e grande longevidade. Mas, dentre vários membros, apenas um em várias gerações tem o poder de conjurar um poder máximo e especial.

 

–– E que tipo de poder é esse? –– Os olhos de Alluka brilhavam com a ideia.

 

–– O problema é justamente esse, não se sabe. Não há registro algum, tudo o que se tem conhecimento é que é como uma faca de dois gumes, podendo ser aberto em um estado de grande abalo emocional.

 

Alluka tremeu ao ouvir aquilo, lembrou-se de Gon. O melhor amigo de seu irmão era do mesmo tipo de Milla, ambos de reforço. Teve vontade de chorar ao lembrar do que a última explosão de fúria e poder resultou ao garoto outrora alegre e sorridente. Se aquele poder Asano tinha algo a ver com aquilo, então era melhor que ninguém de má conduta tocasse na menina.

 

__ Bem, de qualquer forma, eu não posso fazer muita coisa enquanto estiver confinada a esse quartinho de fundo de quintal. –– A morena de olhos azuis fez beicinho. –– Leve-me até meu irmão e daremos um jeito.

 

–– Receio não saber onde está Killua-sama... –– A Meido declarou, um tanto sem jeito. Relatando o fim da amizade com Milla e como ele desaparecera com o irmão rechonchudo pelo salão, Alluka arregalou os olhos, sabia o que aquilo significava, mas não deixou de sorrir.

 

–– Não se preocupe, sei que ele virá. –– Ao receber um olhar de dúvida de Kaoru, a Zoldyck piscou. –– É verdade, Onii-chan gosta muito da Milla, se não fosse assim ele não preferiria receber castigos físicos com a bigorna Zoldyck a ter de aturar os planos podres do Illumi.

 

Kaoru sentiu uma nova esperança preencher seu coração, os mordomos montariam uma rebelião e eles salvariam Milla, com certeza. Só precisava ter cuidado e tirar a Zoldyck dali.

 

–– Eu tenho um plano! ­­–– Exclamou Alluka pegando uma mochila e colocando-a nas costas. ­­­­–– Siga-me.

 

 

***

 

No dia seguinte, Milla acordou atordoada, sentia uma enorme dor de cabeça no local da pancada.Um golpe de manipulação, não havia dúvidas. Passou a mão pela testa, sentindo uma energia tênue percorrer sua face, aquele era o Nen de Kaoru, se não fosse pela capacidade da Meido de cancelar efeitos fatais de manipulação, sabe-se lá por quanto tempo teria dormido.

 

 

–– Ouvi os outros mordomos comentando, já está tudo certo. O casamento está marcado para depois de amanhã.

 

–– Até amanhã, quem sabe... –– Milla passou a mão pela maçaneta, estava aberta. Olhou ao redor, a sala estava limpa, nenhum sinal de gente. Uma nova coragem percorreu seu corpo, já fizera aquilo uma vez, poderia fazer de novo.

 

Esperou até que passos longínquos passassem para seguir até uma sala, podia ouvir uma conversa. Eram seus “padrinhos”, não havia como negar, ela descobriria mais coisas. Posicionando-se atrás de uma cortina, tomou um susto ao notar um boneco se destacar na parede, a menos de um metro. Estava ocupado, limpando utensílios de chá, Milla aproveitou para esconder-se atrás de um biombo, um esconderijo bem melhor, embora seus pés pudessem ser vistos dependendo do ângulo que o casal olhasse.

 

Adam Damien permanecia calado com um bilhete nas mãos, provavelmente o que Kaoru levara no dia anterior. Ela esticou o pescoço para enxergar o papel, mas ele os segurava em uma posição desfavorável, relendo a mesma passagem várias vezes. De súbito, o moreno levantou a cabeça para o criado de madeira que voltara, os elementos vazados do biombo apenas permitiam que ela enxergasse em uma direção. Ao lado dele, Illumi acabara de chegar.

 

Milla suava frio, se o Zoldyck olhasse de lado, certamente veria seus pés. Com as mãos apoiadas contra as laterais da janela de trás, ela era capaz de manter o equilíbrio, com algum esforço, mas era melhor que se expor tanto.

 

­­__ Você fez tudo o que pedi? –– Perguntou o Zoldyck, passando a mão pelas longas madeixas negras.

 

­­__ Sim, sim. Entreguei todos os pacotes do pagamento, à tarde estarão em suas mãos. Mesmo assim, por que não mandar um serviçal para isso? –– O homem preferiria sair dali com a presa e com os bolsos cheios de dinheiro, mas enganar aquela família não era nada fácil.

 

___ Essas negociações são delicadas, prefiro ter o pagamento da família adiantado e logo a menina será de vocês. ­­–– Illumi declarou. –– Trato é trato. Era de esperar que meus próprios parentes me ajudassem, mas não. Só posso contar como mamãe, ela sempre foi a mais interessada nisso.

 

–– Seu pai está bem? –– O homem perguntou, malicioso. Silva não se importava em nada com aquele caso. Mas era melhor que ele nem soubesse da amizade de Killua com a garota ou tudo estaria perdido.

 

­­__Bem até demais... –– O moreno respondeu seco.

 

Adam largou o papel sobre a mesinha, a menina apertou os olhos, tentando ler.

 

Por seu ótimo trabalho na captura da última Asano... último carregamento de dinheiro e armas entregue à família Zoldyck. A sexta patrulha dos juízes do inferno está mais que satisfeita...

 

 

Cambaleando e com o coração acelerado, Milla procurou freneticamente por um meio de chamar a atenção deles, percebendo uma cesta de frutas, o único problema era o boneco no meio do caminho.

 

–– A garota é bonita, tem certeza de que não quer aproveitar? Essa não era sua recompensa? –– O homem riu, malicioso. Illumi estalou a língua, em desagrado. Milla sentiu nojo. Seu sangue fervia e o pescoço doía com a posição incômoda.

 

­­­­__ Quando chegam os corvos assassinos?

 

__ Esta noite, tudo depende das habilidades de Victória em evoca-los.

 

Com uma lentidão agonizante, alcançou o papel, mas enquanto a morena o escondia em suas roupas, viu a mão de Illumi se movendo no sofá, como que para pegar o bilhete. Respirando fundo, jogou uma laranja em uma mesa comprida, do outro lado da sala.. Foi um arremesso forte que, mesmo errando a mesa, acertou a parede com um baque surdo. Os dois homens levaram um susto, girando a cabeça em seguida. Milla fez outra laranja rolar, imediatamente após a primeira.

 

Assim que ambos se levantaram para ver o que estava acontecendo, deslizou desesperadamente para longe. Com pressa, entretanto, acabou trombando contra o boneco parado ali, sentindo a mão firme prendendo seu braço. Enquanto lutavam, em um silêncio desesperador, o pesado biombo de madeira vacilou e caiu para a frente, espatifando uma cristaleira e fazendo com que lascas de porcelana voassem.

Percebi, por um segundo, que Illumi e Damien a olhavam, em choque. Embasbacados, de boca aberta. No segundo seguinte, a morena corria desesperadamente pelo corredor. o coração batia acelerado, as pernas deslizavam pelo chão ladrilhado. O barulho de pés correndo chegando aos ouvidos, um ruído monótono como se muitas pessoas se movessem em sincronia. Era possível que fossem apenas bonecos, seguindo seu caminho pela mansão. Em pânico, procurou por uma saída, mas havia apenas uma janela, com grades tão estreitas que nem um gato passaria por elas.

 

Os passos correndo chegavam cada vez mais perto. Na ausência de outros sons, eles se tornavam ainda mais ameaçadores. Então os criados bonecos se atiraram sobre ela. Mas tarde, Milla agradeceu pelo pavor que sentiu, porque quando a agarraram, cobrindo-lhe a boca com suas mãos duras e frias, ficou tão apavorada que desmaiou. Assim, foi poupada de estar consciente enquanto eles a carregavam, não para a quarto em que fui presa na primeira vez, mas para um lugar completamente diferente.

 

 

 

***

Levou um tempo para que os olhos da morena se acostumasse à escuridão. Fracos raios de luz se infiltravam por entre as frestas de madeira, a sala era seca e cheirava a mofo. Seus pulsos estavam amarrados por cordas grossas e resistentes, ela permanecia sentada, olhando ao redor. Pôs-se de pé, examinando o lugar, com os dedos trêmulos, alcançou um pequeno canivete no vestido, havia uma borda fina e afiado, com sorte poderia cortar as cordas, já ia tentar quando foi impedida pela chegada de alguém. Rapidamente, guardou a lâmina e hesitou. Ouviu algo metálico ressoar e uma voz feminina ecoar.

–– Você a prendeu aqui?

Não houve resposta, a garota deveria estar falando com algum boneco que acenava.

­­­­__ Ela está segura?  –– A voz feminina tornou a perguntar.

­­__ Ela não vai fugir, ficará aqui até amanhã. –– A voz fria e cristalina do Zoldyck mais velho. –– Divirta-se, mas se lembre de não a matar. –– Então a porta se fechou com um estrondo.

­­__ Levante-se! –– Ordenou a loira se aproximando com seu volumoso vestido decotado. ­–– Quem você pensa que é, garota? Como pôde brincar com o Kil desse jeito? –– Milla sentiu seu braço ser chacoalhado por um boneco, brutalmente.

–– Senhorita, eu não sei do que está falando! –– Os olhos esverdeados da morena se arregalaram.

–– Absurdo! Você o seduziu de alguma forma que eu desconheço. –– A loira fitava o corpo da morena, analisando suas curvas. –– Como isso pode acontecer? Olhe para mim, sou rica, fina e educada... E você uma garotinha pequena e sem graça. –– Milla sentiu a mão de Victória agarrar seus cabelos, passando os dedos pelas madeixas morenas, soltando-as. Ela fez uma cara de desapontamento.

­­__ Não são seus olhos, são? Eu tenho belíssimos olhos azuis, assim como o Kill...  –– Milla estava mais estática que uma boneca de trapos, a loira continuava a analisar seu corpo em busca de qualquer evidência, algo que pudesse ter chamado a atenção de seu amado.

Sentiu um arrepio quando o zíper de seu vestido foi aberto, deixando as costas e parte dos seios à mostra, Victória levantou a barra da saia da morena até as coxas, suspirando e abaixando-a logo em seguida.

–– Seus seios são pequenos, nada comparados aos meus. Os quadris também não são lá grande coisa. –– A loira bufava, sem entender. –– As suas coxas são até grossas, mas nem tanto assim. Você ainda tem um corpo de criança. Conte-me como conquistou o Kil! –– Milla chacoalhava de um lado para o outro, com o boneco apertando seus braços, um comando de raiva por parte de Victória.

–– Por favor, eu não entendo o que fiz para o Kil, nós somos apenas amigos... –– Milla sentiu uma tristeza enorme ao falar aquilo, não sabia mais se teria o afeto do Zoldyck.

A loira não deu atenção, continuava a sacudir a morena violentamente. Milla chorava de dor.

­­__ É esse seu poder, não é? –– A loira gritou, histérica. –– Todo mundo só fala disso o tempo todo, mas sabe de uma coisa? Assim que você for para o inferno depois de uma morte lenta e dolorosa, tudo isso não vai passar de um pesadelo e o Kil será meu! ­­­­–– Victória tinha ódio e paixão misturados nos olhos, abaixou-se para a morena, sua face envolta por puro sadismo. –– Sim, vamos acabar com isso de uma vez, será melhor para nós duas. Logo vai implorar para que eu acabe logo com você, sua cadela infeliz. Aí sim nós veremos se é digna de alguma piedade.

Victória apertou o pescoço da morena com as mãos enluvadas, encarando-a. Milla tremia, era bom ver a vítima daquele jeito, haveria muito mais de sua parte, tratou de controlar a raiva.

­­–– Sabe, acho que no fundo, o que ele sente é só pena de você. –– Victória balançou as mãos, sem interesse. –– Ser raptada e tortura desde criança, eu não sei o que eu teria feito... Sozinha e desesperada em uma sala cheia de inquisidores, escura e seca... E, olhe bem para onde você está agora! ­­–– A loira gargalhou até não aguentar mais. –– Você merece tudo isso!

O boneco abruptamente soltou os braços da morena e ela tombou para frente, segurando a parte reveladora do vestido, com dor. Sua interrogadora saiu, levando todas as fracas lamparinas consigo.

–– Por favor! –– Milla implorava. –– Deixe-me uma luz!

–– Uma luz? –– Victória voltou-se para ela, de modo arrastado. –– Nada disso, vai ficar sem comida e água também. Divirta-se com os ratinhos até seu casamento, amanhã, idiota. – Dizendo isso, virou-se para um boneco parado na porta, dando ordens para que não a deixassem sair.

No escuro, memórias de uma chacina e de um passado de torturas e castigos brotaram em sua mente. Estava sozinha, desamparada e sem amigos. Perdera todas as esperanças.

­­­­––Kil... –– Pensou, lutando para não chorar. –– ...Eu daria tudo para poder ver seu sorriso novamente...

***

 

Eu sou Rei, Rei Asano.

Eu sou Killua Zolyck

Killua... Obrigada.

Você é meu único amigo, tive medo de perdê-lo.

Kil, eu não sei até quando poderemos continuar sendo amigos...

Vai ficar tudo bem, não se preocupe.

Milla...

Farei o que for preciso para protegê-la, porque somos amigos...

 

Naquela sala de tortura, ainda sustentado por correntes, Killua tentava afastar aqueles pensamentos que ecoavam em sua mente, concentrando-se em suas feridas. Cuspiu um pouco de sangue, tremendo. Odiava admitir, mas aquele tratamento apenas o deixara mais dependente de seus amigos, pensar em Milla chegava a doer.

Eu gosto tanto de você, Milla... Não sei como foi acontecer, mas isso queima por dentro. Achei que fosse da mesma forma de que olho para o Gon, mas não é... É diferente, machuca...

Mas eu já tomei minha decisão, não vou entrar no caminho novamente. Isso é para seu bem, temo por sua vida...  Perdoe-me...

Ainda de cabeça baixa, ouviu um ranger na porta, imaginando ser Milluki já tratava de arrumar um insulto que o mantivesse longe, mas foi acordado por uma voz familiar.

–– Killua-sama, por favor, me escute! ­­–– Kaoru arfava, cansada. –– Milla está em grande perigo, esse casamento é uma farsa. –– A Meido derramava lágrimas, desesperada. –– Algo terrível está para acontecer!

Killua olhou para a moça, ela tinha os olhos assustados e chorava muito. O que ela queria naquele momento? Não sabia que era perigoso entrar ali com Milluki por perto? Killua virou o rosto para o outro lado, sem dar importância.

–– Eu já dei minha palavra de que não interferiria nesse casamento, não dei? –– A voz dele era baixa, mas audível, extremamente amarga. –– Aliás, ela que se resolva com meu irmão, não foi ela quem se vendeu por dinheiro?

–– Está errado, Killua! –– Kaoru alterou o tom de voz, esquecendo-se até do honorífico. –– Como ousa falar assim dela? Milla nunca assinou nada. Ela foi, praticamente, obrigada pelo pai a aceitar essa proposta, tudo para salvar a família. Você entende tamanho sacrifício?

O albino sentiu uma pontada de dor pelo comentário, ela estava certa. Ele não tinha o direito de a julgar, mas sua decisão estava dada.

–– Por favor, Kaoru... Vá embora! –– Ele declarou, quase um sussurro. Sua voz era de puro sofrimento. Sem saber como convencê-lo, a morena atentou-se a outra abordagem.

–– Sabe o porquê dos Damien estarem aqui? Além do casamento?

Killua bufou, lembrando de Victória e seu decote repugnante.

–– Mamãe acha que pode me controlar desse jeito, não sou idiota... –– Refletindo entre as pancadas de Milluki ele entendera que a mãe tentara empurrar Victória para cima dele, na esperança de livrá-lo daquela amizade, parecia uma espécie de aliança. –– É bom que ela saiba que isso nunca iria acontecer.

–– Porque você ama a Milla, não ama? –– Kaoru olhou triunfante para o jovem acorrentado a sua frente, obteve o efeito que queria ao vê-lo abaixar o olhar, sem jeito. Um turbilhão de emoções se apossou do corpo do Zoldyck.

                                                           Se eu amo a Milla?

–– É evidente na forma que olha para ela, Killua. Seus gestos, seu toque, sua atenção. Acha que não tenho reparado? –– O tom de Kaoru ainda era sério. –– Por favor, eu imploro, salve a Milla.

Passos ecoavam pelo corredor, Milluki se aproximava. A Meido não sabia o que fazer, mas teve de se apressar. Killua era sua única esperança, queria que aquelas palavras mexessem com ele e o fizessem enxergar a verdade.

–– Por favor...

Ele ouviu o pedido desesperado da moça de cabelos curtos enquanto ela se distanciava.

Desculpe, Kaoru. Mas eu já perdi a confiança da Milla há muito tempo...


Notas Finais


É, eu sou malvada e sempre dificulto as coisas. Que acharam desses bonequinhos do capeta? Especialidade dos Damien, ok? Pense num povo pra se meter em confusão, se fosse eu já teria morrido com as brincadeiras malvadas do Illumi-niisan...
Alluka demora mas aparece, essa aliança entre meninas será uma boa ideia? Ideias de como se matar uma loira chata? Eu aceito...
E aí, Killu boy? Que tu vai fazer? Espero por vocês.
Beijos da Cherry.


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