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História A Quinquagésima Oitava Edição dos Jogos Vorazes - A sorte não está ao meu favor


Escrita por: alexmatias

Notas do Autor


É o dia da colheita para a qüinquagésima oitava edição dos Jogos Vorazes, e no distrito três, um garoto de 15 anos teme ser sorteado para ser o tributo do seu distrito

Capítulo 1 - A sorte não está ao meu favor


Um dos dias mais tensos em Panem é o dia que antecede a colheita. Pais não dormem, crianças e adolescentes passam o dia e a noite amedrontadas com a possibilidade de terem seus nomes sorteados e irem aos jogos. Esse dia foi ontem. E tudo está tenso aqui no distrito três. Quem tem filhos recebe o dia todo de folga pra ficarem com eles, pois nunca se sabe se terão mais tempo pra isso. Na minha família a tensão é ainda maior, pois á alguns anos atrás um irmão da minha mãe foi sorteado, e morreu logo na cornucópia. Desde então, meu avó começou a treinar seus filhos para que caso algum deles fosse sorteado, tivesse alguma chance de vencer, e esse treinamento foi passado também para seus netos.

O Distrito três é geralmente conhecido como “O distrito em que seus tributos são nerds” Não é uma mentira, pois enquanto os distritos Um, Dois e Quatro treinam suas crianças, nós preferimos estudar, por isso a grande quantidade dos vencedores está entre os três distritos que levam os carreiristas para arena. No dia da colheita eu acordo cedo e fico repetindo na minha mente que eu não vou ser o sorteado. Já passei por três colheitas, e essa será a quarta e torço pra que continue assim até não tiver mais idades pros jogos. É um pensamento ruim, pois assim estou desejando que outra pessoa vá no meu lugar e sofra na arena, mas a vida é assim. Melhor acontecer com os outros do que com vocês mesmo. Desço para a cozinha e vejo minha mãe chorando, assim como acontece todos os anos, eu digo a ela que não vou ser sorteado. Não há possibilidade de eu ser escolhido quando há vários outros garotos da minha idade.

Eu não tenho irmãos, então fica um pouco mais fácil pra mim não ter que se preocupar que alguém da minha casa vá pra arena. Enquanto faço o trajeto silencioso com os meus pais até o Prédio da Justiça, vejo várias crianças que aparentam participar pela primeira vez da colheita. Como sempre, estão chorando, assim como seus pais. Apesar de vivermos confortavelmente aqui no três, temos em comum um sentimento de angústia assim como nos outros distritos mais pobres. Nós também não somos tão felizes aqui.  

Enquanto me encaminho para a fila dos garotos, meus amigos me vêem a acenam para eu me juntar a eles. Albert é o primeiro a falar comigo. Esse é o último ano que ele participa da colheita. Ele apesar de ser mais velho que eu, ele é menor, porém ele consegue fazer amigos rápidos, e se ele fosse parar nos jogos, com certeza faria aliados facilmente. O outro é August, ele é um ano mais velho que eu e é um pouco mais alto também. Não sei como ele seria nos jogos. De repente toda a multidão de se cala, e aparece uma mulher no palco que com certeza é da capital, pois suas roupas exageradas assim como seu cabelo a entregam. Ela passa aquele vídeo que mostra o porquê dos Jogos Vorazes existirem, e logo depois começa a falar:

- Bem Vindos à quinquagésima oitava edição dos Jogos Vorazes. Meu nome é Elizabeth Molk, e irei sortear os tributos masculinos e femininos que participarão dos Jogos. – A mulher claramente estava aqui obrigada, e falava sem nenhum entusiasmo, o que é bom, pois pelo menos ela não demonstra alegria em sortear nomes para a morte. – Como sempre, primeiro as damas. – Ela se encaminha ao globo e começa a remexer sua mãe quando finalmente tira um papel.  – O tributo feminino do distrito três, é Anne Marrie!

- Quem é essa? – pergunta Albert para mim e para August, mas ambos não sabíamos a resposta. Eu olho para a garota enquanto ela se encaminha para o palco. Ela claramente estava surpresa, e estava com uma cara de quem breve iria chorar.

- Não chore garota! – Disse Elizabeth limpando uma lágrima que caia do rosto dela. Ela suspirou e se encaminhou pro globo onde tinha os nomes dos meninos. Essa é a hora da verdade. No momento nada mais importa, apenas se seu nome sairá ou não do papel. Olho para os amigos e vejo que eles estão tão tensos quanto eu, e cada segundo parece demorar uma eternidade. Finalmente ele tira um papel do globo e se encaminha ao microfone para anunciar o tributo masculino. Meu coração bate rápido demais, e de repente estou soando muito, mas nunca senti uma sensação tão horrível quando ela fala o nome do garoto.

- O Tributo Masculino do distrito três, é Alexander Odler. Nesse momento não escuto mais nada, minhas pernas parecem que vão se desintegrar e sinto uma vontade enorme de cair no chão. Meus amigos olham para mim com uma expressão aterrorizada. É nesse momento que acordo do transe, e caio na real. Eu fui sorteado. Eu vou para Jogos. Eu vou morrer.

- Venha querido, venha ao palco. – Disse a mulher se esforçando pra falar de forma animada. Tenho não fazer contato visual com ninguém da família, e me esforço para não chorar. Minhas pernas pesam mais que o normal agora, e cada passo para o palco parece impossível. Chego ao palco e compartilho a dor da garota que irá comigo para os jogos.

- Bem, esses são os tributos da quinquagésima oitava Edição dos Jogos Vorazes. Anne Marrie, e Alexander Odler. O restante dos moradores não aplaudem, e depois de mais algum falatório que não presto atenção, a colheita acaba e entramos no prédio da justiça. Logo somos orientados a entrar em salas separadas para nos despedirmos dos familiares. Quando me dou conta do que vai acontecer agora, eu desabo. Não estou mais nas frentes das câmeras, e agora eu posso chorar em paz, mas quando vou iniciar a sessão de choro, meus pais, e meus amigos entram na sala. Fico sem reação e sou abraçado por minha mãe, que está aos prantos.

- Não pode ser, meu menino não. – Dizia minha mãe repetidamente enquanto continuava chorando. Nessa hora é difícil segurar as emoções e começo a chorar junto. Quando ela me solta, meu pai me dá um abraço, e apesar de não demonstrar, sei que está chorando por dentro.

- Bem, você tem seu treinamento, você pode vencer. – Disse ele tentando ser otimista. –é você pode mesmo, você é rápido, é inteligente, você pode vencer – Disse August enquanto me abraçava. – É você vai voltar, a tríplice A terá um vencedor daqui há a alguns dias.  – Disse Albert. Abro um sorriso em meio toda essa tristeza. Era fascinante que nossa denominação de quando éramos mais novos ainda era lembrando. De repente aparece um pacificador e fala que o tempo acabou e que é hora de ir par ao trem. Dou um abraço em todos, e tento ser otimista para que minha mãe não sofra mais, e abro um sorriso enquanto estou na frente dela, e tento guardar esse momento na memória. Meus pais e meus amigos acenando pra mim, e pode ser a última vez que falo com eles. Na frente deles pareço otimista, mas quando viro o corredor, e tenho certeza que não podem mais ver, meu semblante cai e entro no trem já sabendo que a última vez que estive em algum prédio do distrito três.

Faz um tempo que saímos do distrito três, e nem eu nem Anne fizemos algum esforço pra nos comunicarmos, até que Elizabeth chega e se senta perto de nós.

- Eu sei que isso está sendo doloroso para vocês, mas eu vou fazer o máximo possível pra que vocês não fiquem tão desolados. – Disse ela.

- Isso, nós sabemos que temos grandes chances de sermos mortos em alguns dias, e você não quer que fiquemos desolados? Como se vocês se importasse com isso. Enquanto vocês da capital estiverem entretidos com os jogos está ótimo pra vocês. – Falou Anne Marrie com uma cara de ódio no rosto. Aliás, olhando bem de perto, ela é muita linda. Ela tem cabelos pretos, e olhos instigantes que ficam escondidos atrás dos óculos.

- Não é bem assim, nem todos na capital são fúteis. Bem, o mentor de vocês de está vindo em alguns minutos ver vocês. – Falou Elizabeth e foi para seu quarto.

- Bem, quem você acha que vai ser o nosso mentor, ou mentora? – Perguntou Anne Marrie. Eu até me surpreendi com ela falando comigo depois de todo silêncio. – Bem, o distrito três tem quatro vencedores, ano passado a Wiress foi a mentora, então não acredito que ela venha de novo, então eu acho que pode ser o Beet...- Isso mesmo. Eu vou ser o mentor esse ano.

- Não tive tempo nem de terminar de falar, e lá estava ele. Beetee Latier. Ele venceu há alguns anos atrás, e a forma inusitada dele vencer, o fez ficar famoso. Ele eletrocutou os tributos restantes, e assim venceu os jogos.

- Eu espero pode ajudar vocês no que for possível dentro e fora da arena. – Ele falava de uma forma calma e lenta, mas sem parecer entediante, mas sim motivador. Ele aparenta ter em torno de trinta anos. – Bem, nós não podemos estudar os tributos porque ainda não tenho em mãos as fitas das colheitas, nem vocês os viram no centro de treinamento, mas eu posso lhe dar dicas sobre sobrevivência. Algum de vocês tem técnicas de combate, ou sabem usar alguma espada ou algo do tipo? – Perguntou Beetee.

- Bom, eu sei um pouco de combate, mas nada muito grande. – Falo olhando para ele, e ele levanta a sobrancelha. – Bom, já é alguma coisa. Eu vou deixar vocês se conhecerem, e acho de muita importância que vocês sejam aliados lá dentro, pois eu acho no mínimo essencial confiar no seu parceiro de distrito. – Ele fala e isso e logo se afasta de nós, nos deixando a sós para nos conhecermos. Eu e Anne Marrie conversamos por muito tempo. Eu não imaginei que uma conversa com alguém que está passando o mesmo que você pudesse ser tão confortante. Nós expomos nossos medos, nossas frustrações, nossas esperanças, mesmo que poucas. Percebi nessa conversa que apesar de parecer frágil, ela é muito forte e até inteligente. Ela na verdade não sentiu nenhuma vontade de chorar quando foi sorteada, mas chorou por estratégia para pensarem que ela é fraca. Foi ai que vi que eu deveria começar a jogar também, afinal arrumar patrocinadores é essencial para a sobrevivência na arena.

- Eu acho que você acabou sendo muito cruel com a Elizabeth. Eu acredito que ela se importe mesmo conosco. – Falei, mas Anne não concordou. – Não seja ingênuo Alexander. Ela finge ter pena, mas no final acaba se divertindo com esse espetáculo de horror. Ninguém da capital tem coração. Eles são monstros que adoram ver coisas cruéis. – Disse ela. Eu resolvo ficar calado, pois de certa forma não é mentira o que ela falou. Depois de algum tempo somos orientados a nos arrumarmos para jantar, e lá o clima não é muito bom. Anne e eu permanecemos quietos enquanto Beetee e Elizabeth soltam algumas palavras desconexas, mas ninguém se esforça para puxar assunto. Após o jantar cada um foi para o seu quarto, e começo a pensar na minha família e amigos, para ver se o sono chega mais rápido. As lágrimas chegam primeiro, mas depois o sono vem e por algumas horas esqueço do que me aguarda em alguns dias.

A manhã chega, e quando vou par a mesa tomar café, vejo que Anne, Beetee e Elizabeth já estão lá. – Bom dia dorminhoco! Seu café já está na mesa. – Falou a Elizabeth. Eu peço obrigado a ela, e cumprimento os demais na mesa, e começo a comer. – Bom, é melhor vocês se arrumarem logo, pois faltam poucos minutos para chegarmos à capital. – Falou Beetee olhando para nós dois. Só de pensar naquelas pessoas vestidas de forma excêntrica, e me parabenizando por estar aqui, me enoja, e logo termino meu café e vou me arrumar, e Anne faz a mesma coisa. – Lembre-se, sorria para arrumarmos patrocinadores. – Falou ela indo para seu quarto. Eu me surpreendi e muito do jeito com que Anne está encarando tudo. Enquanto eu não mostro nenhum entusiasmo, ela entrou de cabeça no jogo, e vai jogar. Quando saio do meu quarto, Anne já está na janela do trem. Quando olho para ela, vejo que ela está muito mais bonita do que antes, e com certeza está usando sua beleza para conseguir patrocinadores.

- Vejam, ai está a capital! – Falou Elizabeth. É uma vista deslumbrante. Prédios enormes, lagos cristalinos, árvores bem verdes, porém nem tudo é bom de ser ver. Os moradores da capital estão loucos. Eles gritam de forma histérica e se apertam para ver os tributos e tentar tirar uma foto dos que ficam na janela. Anne está muito sorridente e acena para a multidão que vai a loucura. Eu não consigo agir assim, e vejo que Beetee está tão enojado como eu ao ver essa multidão venerar os tributos que acabarão de forma trágica em uma semana. Apenas observo tudo sem me aproximar da janela e me dou conta que terei que mudar, afinal isso é um jogo, e nesse jogo os melhores jogadores vencem, então vou para a janela ao lado de Anne e começo a acenar para a multidão que continua histérica


Notas Finais


Bom, ai está o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado e continuem acompanhando o que o destino reserva para os tributos do distrito 3. Aqui está um Jornal explicando alguns detalhes da Fanfics http://socialspirit.com.br/alepoke1/jornal/1840604/57o-edicao-dos-jogos-vorazes


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