– Como vamos fazer isso? – Riddle perguntou à loira.
– Isso vai ser fácil – ela explicou. – Você é mestiço e tem livre acesso ao mundo trouxa.
– E? – ele perguntou novamente, visivelmente incomodado com a afirmação dela.
– Deixaremos este livro com você – a garota lhe passou um pequeno livro, com uma capa avermelhada. – Ele contém a lista de ingredientes e o modo de preparo. Você vai encontrar os ingredientes no mundo trouxa facilmente, entendeu?
O garoto assentiu.
– Espera um pouco aí – Rick se manifestou. – Como podemos garantir que você vai realmente desistir dos seus planos?
– Tem um jeito – Sofia falou, pensativa.
– Qual? – Os dois garotos perguntaram simultaneamente.
– Voto perpétuo – ela respondeu. – E aí, aceita?
– Não sei o que é, mas se isso ajudar a provar que tenho a intenção de mudar, eu faço – Riddle afirmou, decidido.
– É um processo simples – a loira começou a explicar. – Nos damos as mãos e fazemos um juramento...
– E o que acontece se alguém quebrar o juramento? – O moreno inquiriu, sua curiosidade era evidente agora.
– Morre – Rick respondeu, sério.
Pela primeira vez, desde que se encontraram, Rick e Sofia notaram algo no olhar de Riddle: era medo. Ele ficou pensativo; por alguns instantes, pareceu recuar.
– Não vai dar pra trás agora, não é? – Rick perguntou, com um leve sorriso.
– Então vamos fazer isso logo – o rapaz respondeu, impaciente.
Riddle e Sofia ficaram de frente um para o outro. A garota estendeu a mão direita para ele, que a segurou firme. Ela olhou para Rick, que puxou a varinha e tocou as mãos unidas com a ponta.
– Você, Tom, vai abandonar os planos maléficos que possui?
– Abandonarei.
Uma fina chama irrompeu da ponta da varinha de Rick e circulou sobre as mãos deles.
– Vai se esforçar para ajudar todos os que precisarem de você?
– Me esforçarei.
Outra chama fininha saiu da ponta da varinha de Rick e se entrelaçou com a primeira.
– Será uma pessoa melhor?
– Serei.
A terceira chama se juntou às anteriores e formaram uma grossa corda sobre as mãos.
– E então, é só isso? – Riddle questionou.
– Só – Sofia respondeu. – Agora vamos voltar para nosso tempo. Mas antes disso, a gente te dá uma carona.
Rick e Sofia se entreolharam. O garoto segurou a mão da namorada e, agarrando a frente das vestes de Tom Riddle, desaparatou.
Quando o moreno reparou, já estavam de volta ao beco deserto, onde tinham se encontrado.
– Então, temos um trato, Riddle – a loira falou, simpática. – Espero te ver logo. Até.
Ela se despediu e, segurando a mão de Rick mais uma vez, desaparataram novamente. Tom Riddle ficou parado por alguns minutos, meditando sobre o que acabara de acontecer. Tendo despertado de seus devaneios, retomou o caminho para o orfanato, determinado a mudar sua conduta.
Sofia ficou esperando, enquanto Rick ia buscar as vassouras que havia escondido. Assim que ele retornou, lançaram feitiços da Desilusão nas vassouras e neles próprios (dessa vez, com mais delicadeza). E montando nas vassouras, partiram, voltando para Beauxbatons. Não demorou muito para que achassem a estrada deserta, onde tinham usado o vira-tempo para ir à época do Riddle adolescente. Desfizeram o feitiço Desilusório e Sofia procurou, nos bolsos, a pequena e brilhante ampulheta mágica. Colocou a correntinha em volta do próprio pescoço e no do namorado, girou-a cuidadosamente várias vezes e esperou. Borrões, vultos velozes, aquele barulho ensurdecedor... E estavam de volta àquela manhã quente e agradável de sexta-feira.
– Acho que a gente ainda está terminando de tomar o café da manhã – Sofia disse, guardando o vira-tempo novamente e consultando o relógio. – Temos que chegar à escola logo! Nós não podemos nos ver aqui!
A garota montou outra vez na vassoura, muito rápido e Rick a imitou. Chegaram à escola em poucos minutos.
– Vem, vamos nos esconder! – Sofia exclamou, puxando Rick e se escondendo atrás de uma grande rocha, perto dos portões da escola.
Eles esperaram por longos minutos, até que...
– Olha lá, somos nós! – ela sussurrou, apontando para a Sofia e o Rick que saíam apressados da escola, carregando as vassouras.
Assim que perceberam que já não havia risco de toparem com eles mesmos, correram para os portões da escola e entraram sorrateiramente. Os alunos de Hogwarts ainda estavam no Saguão de Entrada conversando.
– E então, deu certo? – Tiago Severo perguntou.
Os outros olharam ansiosos para o casal, esperando pela resposta. Sofia respondeu com um sorriso triunfal:
– Mais do que você imagina...
– Vamos – Rick os chamou – a gente vai contar todos os detalhes para vocês...
E dizendo isso, subiram a escadaria, indo em direção à sala atrás do espelho, pois ali poderiam conversar com mais tranquilidade.
O dia pareceu passar lentamente, as horas se arrastavam e as aulas estavam cada vez mais estressantes. Quando a noite veio, poucos alunos do sétimo ano se encontravam no Salão Principal. A maioria estava mergulhada nas gigantescas pilhas de deveres e trabalhos que os professores haviam passado naquela semana.
– Pensei que não fosse acabar nunca! – Michael Potter exclamou, exausto, passando pelas portas do Salão – Fica difícil marcar os treinos da equipe desse jeito.
– É, os professores pegaram pesado, essa semana... – Liliana comentou.
– Eu não achei tão complicado, achei bem legal até... – Catarinha Marcheski falou, animada.
– Fale por você – Luke Shaw resmungou, mal-humorado.
– Eh... Vão na frente, eu encontro vocês daqui a pouco – Tiago Severo disse, olhando para a mesa da Perséverer. Ele caminhou até lá e cumprimentou os colegas da outra Casa:
– Boa noite, gente.
– Boa noite – alguns responderam.
– Vocês viram a Tábata?
Rafael Dragoni olhou feio para o garoto da Noble.
– Ela saiu da sala comunal mais cedo – Bella respondeu, muito concentrada no prato que estava à sua frente. – Achei que ela estaria aqui, mas...
Tiago ficou pensativo por alguns segundos e então falou:
– Tudo bem, obrigado.
– De nada!
– Sabia que te encontraria aqui! – ele exclamou, passando pelos arbustos com certa dificuldade. – É mais fácil passar como cervo...
– O que é isso aí? – Sorcha perguntou, olhando para as mãos de Tiago.
– Ah, isso? Eu imaginei que você não tivesse comido ainda, então eu trouxe algo para a gente comer...
Ele apontou a varinha para o chão e conjurou uma toalha de mesa sobre o gramado. Depositou as comidas e as bebidas sobre a toalha e se sentou. A garota o observou com curiosidade, por um longo tempo, decidindo o que faria. Então foi se aproximando, lentamente, e sentou-se também. "Obrigada" ela murmurou, tímida. Eles comeram em silêncio e quando terminaram, ficaram observando o céu estrelado. Ela quebrou o silêncio:
– O que foi aquilo, na reunião do Clube?
– Hum... Eu não sei... – o garoto respondeu, incerto – Eu estava de boa e o Dragoni começou a pegar pesado. Tive que reagir.
– O Rafael leva tudo muito a sério – ela replicou, séria. – Já você parece achar que a vida é uma brincadeira, Potter.
– Eu também levo a vida a sério! – ele se defendeu – Só é meu jeito de enfrentar os adversários!
– Aquele lance do pomo – ela continuou – parecia que queria humilhar ele...
– Eu não tenho culpa, se ele não soube se defender. Significa que ele deve praticar mais. Um inimigo real seria muito pior que aquilo.
A garota o encarou, muito séria.
– Seus olhos são muito bonitos...
A garota corou fortemente ao ouvir o elogio. Estavam muito próximos um do outro agora. Cada vez mais perto, mais perto...
– É melhor a gente voltar para o palácio! – ela disse, depressa.
– Tudo bem – Tiago concordou, sorrindo.
Eles apanharam rapidamente os pratos e copos e retornaram para a escola. Havia um pequeno grupo, no Saguão de Entrada, conversando.
– Tiago! Sorcha?! – Michael exclamou, assim que os avistou.
– Hum... Onde é que vocês estavam e o que estavam fazendo? – Bella perguntou, com um sorriso malicioso.
– Isso não importa agora! – Liliana falou, apressada. – Você tem que saber de uma coisa!
– O que houve? – Tiago perguntou, apreensivo.
– O Rick está te procurando. É sobre a detenção.
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