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História A rainha - Capítulo 19


Escrita por: Wuniverse

Capítulo 19 - Capítulo 19


.19

JongIn terminava de tomar o café com sua família. Estava pronto para uma reunião com os reis em que iam discutir sobre a lei do divórcio. Foi a primeira coisa que sugeriu quando assumiu o conselho, tendo em vista as experiências de S/N e Yifan, que ainda era segredo de estado. Ninguém devia passar a vida inteira ao lado de uma pessoa que não amava. Não mesmo.

— Você quer comer mais alguma coisa, meu amor? — Stela perguntou tirando as coisas da mesa. As crianças já tinham saído para brincar no quarto.

— Não, estou satisfeito. — Ele respondeu feliz e a encarou. — Você já pensou na proposta que fiz? Quer se mudar para o castelo do Conselho?

— Amor, eu pensei muito bem e… — Stela o abraçou. — Não quero. Estou bem aqui, sou feliz aqui nessa casinha. Nossos filhos amam esse lugar, e também, não quero me tornar uma mulher que manda nos outros, entende? Quero continuar aqui, sendo sua esposa e dona de casa. Você se incomoda sobre isso?

— Não, meu amor, claro que não. — JongIn sorriu. — Eu também gosto daqui e fico feliz que continuaremos felizes nessa casinha. — Ele a beijou. — Agora preciso ir. Deixe um beijo em LuHan e Tae Oh.

— Bom trabalho, amor. — Stela o beijou pela última vez e acenou, vendo o marido sair pela pronta e indo fazer mudanças significativas nos reinos.

~∆~

— Bom dia, senhores. — JongIn falou ao chegar na sala de reuniões no castelo do conselho. Ele trajava, como de costume, uma toga preta e um pano vermelho amarrava a cintura. Abriu um grande livro em cima da mesa, o qual continha as leis do conselho. — Espero que tenham feito uma boa viagem até aqui. — Ele sorriu se sentando.

Aparentemente, todos os reis simpatizaram com novo chefe do conselho. JongIn era educado e simpático.

— Como os senhores já sabem, a primeira pauta que quero abordar enquanto eu estiver no comando do Conselho, é sobre o divórcio.

— Eu gostaria muito de saber o motivo disso. — HyunCheol foi o primeiro a se pronunciar. Sua expressão era maliciosa e malvada. — Por acaso o senhor quer se divorciar?

— Não que isso lhe diga respeito, senhor HyunCheol, mas não. Eu amo a minha esposa, mas não é sobre isso que viemos falar. — Ele sorriu gentil. — Sempre achei que nem a mulher e nem o homem merecem passar o resto de suas vidas ao lado de uma pessoa que não ama. E que, talvez, não os amam de volta. Então, senhor rei, peço que se coloque no lugar dessa pessoa, por exemplo. Imagine você casado com uma mulher que já não ama, que não sente nenhum desejo por ela. Iria gostar disso?

HyunCheol olhou para os outros reis, que esperavam ansiosos a sua resposta.

— De jeito nenhum. — HyunCheol respondeu sem graça. Todos os reis desaprovaram a atitude dele.

— Exatamente. Não sei o motivo de terem proibido uma coisa tão necessária, que tornaram esse tal divórcio uma coisa maléfica, mas prometo que vou mudar. Mudanças são necessárias, estamos para entrar em outro século e não é certo entrarmos em um novo ano apegados a coisas velhas e inúteis. Podemos começar a votar?

— Mesmo que possamos nos divorciar, e as condições? Até porque, as mulheres devem exigir algo da gente, por ter passado tantos anos ao nosso lado. — HyunCheol falou novamente.

— Acredito que seja bem justo, senhor HyunCheol. — DongWan se pronunciou — Nenhuma mulher deve aguentar caras chatos como nós de graça, não é? — Ele riu e foi acompanhado pelo resto. — Tenho certeza que o senhor Kim JongIn preparou tudo conforme manda a lei. Nem a mulher e nem o homem devem sair prejudicados desse suposto divórcio.  Por favor, prossiga, senhor Kim.

Yifan apenas olhava sentindo a tensão entre os dois reis. DongWan parecia muito interessado no termo “divórcio”. Estaria ele planejando um com S/N? Não podia… Ela estava grávida de outro filho.

— Certo. Então vamos lá, o primeiro parágrafo sobre a lei do divórcio fala sobre a divisão de bens. Se não houver qualquer tipo de traição ou agressões física e mental de ambas as partes, quarenta por cento dos bens da parte que for a mais rica deve ser cedida para a mais pobre.

— Quarenta por cento? — Yifan perguntou curioso. — Por que não cinquenta?

— Não quis parecer injusto, senhor Yifan, mas acho que os reis não aceitariam dividir cinquenta por cento logo no começo. Vamos começar com pouco. — JongIn respondeu calmo e sorrindo.

— Acho que quarenta por cento está ótimo para começar. — DongWan se ajeitou na cadeira. — Ao longo dos anos você pode tentar aumentar, se vir que o divórcio está sendo “muito utilizado”. Por favor, continue.

— O segundo parágrafo fala sobre os filhos, se o casal possuir. Os filhos, depois de analisado o estado físico e mental da criança, deve ser deixada com o pai ou a mãe, sendo preferível uma opinião da própria criança. Sendo acordado a guarda da criança, o que não a possuir deverá fazer visitas por pelo menos três vezes na semana e obter o direito de sair sozinho aos finais de semana, que serão decididos por um juíz do Conselho.

— Certo. — Os reis falaram ao mesmo tempo.

A atmosfera da sala de reunião era tranquila, amena, muito diferente de quando o chefe era outro. Os reis pareciam concordar com tudo que JongIn dizia, então, por que não discutiram sobre aquele assunto antes?

— O último parágrafo deste termo é sobre um segundo casamento. — JongIn falou e um murmúrio foi ouvido na sala. — Se acalmem!

— A mulher vai ter o direito de se casar pela segunda vez na igreja? Mesmo não sendo mais virgem? — Um dos reis perguntou.

— Se acalmem, por favor. Não terminei de ler…

— Calem-se! — DongWan gritou com raiva. — O rei de ShinHwa tentava se conter, mas se tornava mais difícil. O que não saía de sua cabeça era que, se o divórcio ia ser permitido a partir dali, S/N podia muito bem optar por ele, mesmo que estivesse bem no casamento. E imaginar que ela poderia se casar com Yifan a qualquer momento o deixou dividido sobre a decisão que deveria tomar. — Deixem o chefe continuar, céus! — Ele terminou quando recebeu a atenção de todos, incluindo Yifan.

— Obrigado, DongWan. Como eu ia dizendo, casamento. O direito de se casar novamente depois de um divórcio é permitido a ambas as partes interessadas, porém, não será reconhecida na igreja, também por ambas as partes. A mulher ou o homem divorciados podem se casar no cartório, com o reconhecimento de um juíz do Conselho. Se, por acaso, houver um divórcio desse casamento, nenhuma das partes terá direito a nada, a não ser que um abdique a favor do outro.

— E se este casal de divorciados tiver filhos? Eles serão reconhecidos? — HyunCheol perguntou muito curioso.

— Sim, qualquer fruto desse casamento será reconhecido pelo Conselho. Terão direito a educação e trabalho em qualquer reino. — JongIn finalizou e fechou o livro de leis que tinha aberto no começo da reunião. — Os parágrafos acabaram e o termo divórcio está concluído. Todos concordam com a nova lei? Por favor, levantem a mão.

Estava tudo indo bem, até chegar a vez de DongWan. Todos os reis tinham as mãos levantadas, exceto ele. Yifan o encarava, vendo-o pensativo. Com certeza pensava em S/N.

A imagem de um possível casamento de S/N e Yifan não saía de sua cabeça. Podia ser apenas paranóia dele, mas uma lágrima saiu de seus olhos e, lentamente, ele levantou a mão. Aquilo doeu em DongWan. Seus olhos foram direto para Yifan, que com certeza percebeu o que se passava.

— Certo. A partir de hoje, é permitido o pedido de divórcio em todos os reinos. Farei o pronunciamento daqui há duas horas. — JongIn se levantou. — Muito obrigado pela presença e apoio de todos.

Os reis cumprimentaram o chefe e aos outros e começaram a conversar.

— Bom dia, DongWan. — Yifan falou ao chegar perto do rei. — Tudo bem?

— Bom dia, senhor Wu. — Ele sorriu, pegando a mão dele. — Estou ótimo. E você?

— Estou levando.

— Você gostaria de almoçar em minha casa hoje?

Yifan se surpreendeu com o convite, porém, era uma ótima oportunidade para ver Kumiko.

— Mesmo?

— Claro que sim. E Louis também está convidado.

— Ah, Louis não está comigo hoje. Foi resolver umas coisas do reino, vim sozinho.

— Tudo bem, então. Se quiser, minha carruagem sai daqui meia hora. Podemos ir juntos.

— Tudo bem, só vou conversar com o Kim e já estou indo. — DongWan concordou,  bateu de leve no ombro de Yifan e saiu da sala de reuniões. 

O rei de Juice caminhava para perto de Kim JongIn, mas de repente o rei HyunCheol parou na frente dele.

— Olá, senhor Wu. — Ele falou irônico. — Curtindo muito sua “solteirisse”?

— Senhor HyunCheol. — Ele falou indiferente. — Estou muito bem com ela. Obrigado. — Yifan ia saindo, mas teve seu braço segurado fortemente pelo rei de Taiji.

— Saiba que eu não engoli isso ainda.

— Senhor HyunCheol, isso não me interessa. A vida é minha e faço o que quiser. Com licença. — Yifan puxou seu braço fortemente e se distanciou, a cara amarrada e raivosa. — Senhor Kim! — Ele o cumprimentou totalmente diferente. — Tudo bem?

— Senhor, Yifan! — Eles se abraçaram. — Tudo ótimo. Está gostando do novo Conselho?

— Estou adorando. Achei ótimo você abordar essa coisa de divórcio, estava precisando.

— Saiba que me inspirei em você e S/N. — O chefe do conselho sussurrou ao ouvido do rei, que sorriu.

— Certo. Saiba que farei uma festa em meu castelo e convido você e sua família.

— Mesmo? Que honra! Com certeza iremos comparecer.

— Certo. Agora vou indo, vou almoçar no castelo de DongWan.

Kim JongIn fez um perfeito “O” na boca, tamanha surpresa.

— DongWan? Aquele mesmo DongWan que…

— Sim, ele mesmo. — Yifan sorriu. — Eu e ele estamos bem, viramos amigos. Eu acho.

— Você e a rainha continuam…?

— Não, não. S/N decidiu ficar com DongWan, portanto… Acabou tudo.

— E o senhor não vai procurar outra pessoa? Que mal eu pergunte, claro.

— Não, não vou. Aquele rei ali, — ele apontou discretamente para HyunCheol, que conversava com o senhor Lee SungHwa. — tentou me fazer casar com a filha dele, mas recusei. Meu coração já tem dona, senhor Kim, portanto… Não adianta procurar outra pessoa.

— Eu entendo, claro. O importante é o senhor ser feliz, não importa com quem ou sem quem. — Eles sorriram. — Quem sabe com o divórcio sendo legalizado tudo não mude?

— Pode ser, mas acho bem difícil. Agora vou indo, até mais.

Eles se despediram e Yifan seguiu para fora do castelo, encontrando DongWan de pé ao lado de uma carruagem. Ele sorriu para Yifan e entrou na carruagem.

— Senhor, pode ir. — DongWan falou para o cocheiro depois de Yifan se acomodar. — Então, como andam as coisas em Juice? — O clima seria pesado se não fosse por um sorriso no rosto de DongWan. Ele parecia bem feliz e Yifan desconfiava sobre o motivo.

— Estão indo muito bem. Vamos começar uma construção de um teatro no centro do reino.

— Mesmo? — DongWan perguntou bem surpreso. Nem ele e nem a esposa havia pensado nisso antes. — Que ótimo! É uma bela ideia. Posso copiar, certo?

— Claro que sim. — Yifan sorriu. — Cultura faz bem para todos. E estou negociando uma apresentação de balé para inaugurar o local.

— S/N tem razão. — DongWan concluiu. — Você é um homem muito inteligente e sabe muito de negócios.

— Ah, não, não. — Ele riu. — Dessa vez eu consultei o meu povo para fazer isso. Coloquei uma urna no centro da cidade com a pergunta: para uma nova atração, qual destas opções vocês preferem? Teatro, quadra de esportes ou cinema. E  o teatro ganhou.

— Entendo. — DongWan sorriu. — Fiquei sabendo que o senhor HyunCheol propôs que você e a filha dele se casassem. Como se sentiu, já que ama outra mulher?

Yifan ficou cabisbaixo. Ele sentia muita dor por apenas estar perto de DongWan e isso não era ódio. Era por saber que a mulher de sua vida era dele.

— Me senti um idiota. — Respondeu sem expressão alguma. — Eu não posso dizer que sou apaixonado por outra mulher e muito menos… por quem. — Ele encarou DongWan. — E também não posso aceitar um pedido de casamento que não seja com ela. — DongWan ouviu e engoliu em seco. — HyunCheol tem muitas coisas para me oferecer como dote e até mesmo aliança entre os reinos, mas isso não vai me fazer mudar de opinião. Não vou me casar com Jeong Dam.

— Senhor Wu… — DongWan a abaixou a cabeça até ele. — Você está disposto a esperar S/N… Pra sempre?

— Estou. — Respondeu sem pestanejar. — Eu prometi a ela e a mim mesmo. Meu coração não quer ser de outra pessoa, DongWan, e me desculpe por te dizer isso. Sei que deve doer em você, mas também dói em mim. — Ele encarou o rei de ShinHwa com lágrimas nos olhos. — Eu conheci S/N muito antes de você e tê-la tirada de mim foi um grande golpe no estômago. Doeu mais do que a surra que você me deu. — DongWan se sentiu muito mal por ouvir aquilo. Ele nunca teve a intenção de machucar ninguém ao se casar com S/N. — Eu tinha tudo pronto pra vivermos juntos. Eu e S/N tínhamos feito muitos planos a longo prazo.

— E… Por que vocês não se casaram antes?

— Porque eu ainda era novo demais e não tinha essa reputação que tenho hoje. Você era mais poderoso que eu, em todos os sentidos. E eu juro que não sabia de nada quando meus pais decidiram fazer a proposta aos senhores Kim e quando você disse o motivo dos meus pais terem assassinado os seus… Fiquei em choque. Eu não esperava por isso.

— Sabe, Wu, eu não me sinto mais poderoso que você. Eu sinto inveja, porque S/N te ama muito. Acho que te ama mais do que me ama. Eu sei disso. Naquela noite em que ela foi solta da masmorra, eu disse que ela podia ir embora para Juice e viver ao seu lado, mas ela não quis. Me arrependi muito de ter feito tudo que fiz, inclusive me casar com ela, mesmo não sabendo sobre vocês. Então, mais uma vez, eu peço desculpas. Peço desculpas por ter separado vocês, mesmo sem saber.

— Não precisa se desculpar, Dongwan. — Yifan o encarou. — A culpa não foi sua. Às vezes a vida prega muitas peças e não sabemos como reagir. Talvez eu e S/N não fôssemos para ser. E mesmo que eu morra solteiro, vou esperar por ela para sempre. Sempre.

Dongwan se ajeitou na carruagem e deixou uma lágrima sair dos olhos. Ele sentia a tristeza de Yifan apenas pelo olhar e não se sentia bem por isso.

— Eu te convidei para ir ao meu reino para que possa ver S/N. — Ele falou de repente. — E Kumiko, também.

Yifan o olhou curioso. Será que ele sabia que ele era pai da criança?

— Ela se afeiçoou muito a você e você a ela. — Ele sorriu. — Saiba que pode ir a ShinHwa quando quiser, mesmo se não tiver um motivo. Não quero distanciar você e S/N, mesmo que isso doa em mim.

— Fico muito agradecido por isso. — Yifan sorriu sincero. — Ver o rosto dela… É o suficiente.

DongWan sorriu e voltou a olhar a paisagem.

— Só não pode tocar, senhor Wu. — DongWan falou engraçado, o que fez ambos gargalhar.



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