História A Rainha - Capítulo 7

NARRADORA - 3° PESSOA

Gritos De Agonia.

Arrependimentos.

Aflição E Lágrimas.

Tudo em um mesmo ambiente. Sem contar o sorrisinho diabólico no lábio da moça que ainda permanecia atônita no mesmo lugar. Enquanto abaixava a arma devagarosamente. O riso vitorioso só alimentava cada vez mais... Mais... E mais... seu ego. Era como se ela fosse uma criança feliz em comer chocolate antes da refeição.

Ela estava contente. Orgulhosa de si mesma por ter supostamente matado a rainha. "Causadora" da morte de seu pai. Os guardas imediatamente seguraram no braço da rebelde. Tarde demais.

A pele pálida de Emma, estava manchada pelo sangue que escorria de uma maneira assustadora.

Gritar Ou Chorar? Aguentar!

Frederick correu até Emma tentando segura-la antes que a mesma caísse escada abaixo.

Impossível. Ela bateu a cabeça de uma maneira violenta contra o chão.

Viver Ou Morrer? Sobreviver!

Ou não... Talvez morrer fosse uma boa opção para Emma, já que a morena não tinha a vida interessante que, um dia, sonhou em ter.

Ela sonhava em dormir e acordar ao lado de Frederick. Talvez fosse impossível. Era impossível.

DOu não! Talvez ela conseguisse em um dia distante... Bem distante.

Ser Ou Não Ser? Existir!

Era assim, Emma só existia. Simples, doloroso e dramaticamente ridículo.

— EMMA! — Frederick gritou indo em direção a esposa, logo depois de dar a ordem de levarem a maldita rebelde a uma cela de autosegurança máxima.

Blair havia levado um tiro bem acima da barriga, e já estava — provavelmente — na ala hospitalar.

Frederick tomou o pequeno corpo da esposa — que estava largado no chão — em seus braços fortes. Os sapatos da morena caíram em um baque seco contra o chão. Todos olhavam apavorados. Admirados. Devorando a cena devagarosamente.

Provavelmente seria uma cena

romântica. Ou não. Não no momento.

Hannah levou um tiro perto da axila.

Estava em cirurgia. 

Harry, levou um tiro de raspão na barriga. Mas aquele era o menor dos problemas.

Mais ninguém levará dois tiros; Emma levou um no braço e outro perto do peito. 

Era visível que ela estava com uma hemorragia grave. E precisava ser atendida imediatamente. Para não morrer.

Isso partiu o coração de Frederick. Era como se o mais rápido que ele corresse , não seria possível ou suficiente para conseguir chegar na Ala Hospitalar a tempo.

Mas ele conseguiu em segundos.

Após atravessar a porta, como se fosse uma linha de chegada, a Ala estava totalmente movimentada com alguns feridos. Nada totalmente grave para parar numa sala de cirurgia, assim como Emma, Blair e Hannah precisavam no momento.

Nada que levasse a beira da morte.

HORAS DEPOIS...

Pense nisso; você tinha todo tempo do mundo para falar com a pessoa que você ama. Ela estava do seu lado todos os dias, e apenas o seu silêncio, era uma anestesia que podia acalmar seu coração em caso algo que pudesse ter.

Mas essa pessoa se foi.

Hoje, essa pessoa partiu.

Está em algum lugar, vagando por aí.

Mas essa pessoa não está mais perto de você. Não mais... Você dispersou a chance de dizer "eu te amo". E talvez, nunca mais tenha a chance de pronúncia-la para essa pessoa.

Esse pensamento invadiu a cabeça de Fred. Emma estava em cirurgia a horas e ninguém vinha avisá-lo sobre o estado de saúde da moça.

Blair, saíra da cirurgia pouco tempo depois de entrar. Os médicos descobriram que sua gravidez era de gêmeos. Mas ela corria um alto risco de aborto espontâneo.

Hannah, precisou de uma cirurgia que durou muito tempo, era extremamente perigoso o tiro que levará. Um passo em falso, e a bala perfuraria o coração.

Mas... E Emma? Como ela estava? Estaria ela, bem?

Ou não?

Talvez sim?

— Vossa majestade? — o médico tirou Frederick de transe.

— S-sim? — ele ergueu os olhos parecendo um maníaco. Ele estava quase virando um.

— A Rainha já saiu de sua cirurgia. — avisou ele. O cara deveria ter meia-idade, com vários cabelos grisalhos jogados para trás, misturados com vários fios negros. E um óculos estilo garrafa que o deixava mais sério. O mesmo colocou a mão no bolso do jaleco branco, respirando fundo. — Seu estado de saúde, ainda é grave. Até que ela acorde, que deve ser daqui a vinte e quatro horas, não sabermos se ela realmente irá acorda.

Sua voz vacilou. Assim como o coração de Frederick, ao ouvir aquelas palavras rígidas, afiadas como facas que perfuravam seu coração e sua alma.

×

Fred, entrou no quarto, da terapia intensiva, com a roupa necessária.

E nesse momento, seu coração disparou. 

Emma, era como uma boneca de porcelana. Dava até dó toca-lá, pois ela parecia um anjo, dormindo profundamente. Ele sabia de tal coisa pois observava a esposa enquanto dormia.

Era o mais próximo que ele conseguia chegar dela.

Ele sabia que a amava. Ele a amava profundamente a um ponto que chegava a doer. Em um ponto que chegava a sufoca-lo.

Mas seu orgulho era o pior inimigo.

Agora, ele poderia perde-lá por completo, eternamente... para sempre.