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História A Realeza - Voulez-vous coucher avec moi, ce soir?


Escrita por: carolineripardo

Notas do Autor


Olá! Espero não ter demorado muito, e hoje eu quero agradecer aos comentários do primeiro capítulo <3
Hoje nós conheceremos nossa cortesã favorita, Edita! E ela é representada pela maravilhosa, Frida Gustavsson. Em breve colocarei um gif dela pra vcs.
Colocarei nas notas finais o link das músicas usada no capítulo, espero que gostem!

Capítulo 2 - Voulez-vous coucher avec moi, ce soir?


Fanfic / Fanfiction A Realeza - Voulez-vous coucher avec moi, ce soir?

Narração por Toni.

Já haviam se passado 10 anos desde a festa de boas-vindas para meu pai Lukas, daquele tempo pra cá tenho vivido isolado com meus livros e preso pelos portões do palácio. Depois daquela festa, muitas e muitas ocorreram já que papai fazia expedições sempre em busca de ouro e novas terras.
Minha mãe Nicole não me deixa sair pelo jardim sem uma companhia, comer a comida sem que antes alguém a prove e principalmente não me deixa ir à faculdade.
Meus primos-irmãos Gareth e Marco se mudaram para a Alemanha e para Rússia, ouvi as empregadas dizerem que lá se passa o frio mais rigoroso da Europa e que muitos impérios caíram naquelas terras. Papai e Marco estavam tendo uma relação não muito amistosa e não sabia bem ao certo o porquê, vezes ou outra chega uma carta endereçada ao Castelo de Buckingham vinda dele mas nunca chegara em minhas mãos.

O jardim real parecia o melhor lugar para me distrair, os pinheiros e carvalhos cobriam toda a extensão e formavam um grande labirinto sem saída. Hoje tenho o prazer de desfrutar o passeio da tarde com minha companhia preferida, vovó Vitória.

- Oh Toni você será um rei Bom!
Ela apertava as mãos cobertas pela luva de renda branca e rodopiava seu chapéu marfim.

- Tenho tanto medo de não fazer o suficiente para nossa pátria, e se entrarmos em uma guerra com um país mais forte que nós vovó?
Minha mente martelava como um operário e meus medos me atingiam cada vez mais com a maioridade.

- Lembro-me como hoje pequeno Toni, quando eu tinha por volta dos 11 anos e vivia trancada dentro de um grande palácio. Para outras pessoas aquilo era algo esplendoroso mas para nós era assustador, quando descobri que seria a única herdeira do trono comecei a sonhar no dia em que minha vida mudaria -
A chuva rala que caía era o suficiente pra que os guarda viessem correndo com grandes chapéus nos alertando que seria melhor entrarmos. Vovó continuou sua narração assim que sentou na poltrona perto da lareira.

- Continuando Toni, no dia 28 de Junho de 1838 na abadia de Westminster eu fui coroada Rainha soberana do Reino Unido. Todos aclamavam " GOD SAVE THE QUEEN " e levantavam suas coroas.
A gargalhada rouca vindo de minha avó me contagiou e eu não consegui evitar de pensar em como aquela situação era pra uma menina de 18 anos.

- Os sinos tocavam e eu prometi à mim que daria minha vida ao Reino Unido. Ah, e o mais importante foi nesse tempo que conheci seu avô Albert que tinha acabado de terminar seus estudos na Alemanha.

- Um dia reinarei como você vovó!
Eu encarava os olhos azuis turquesa da ex monarca Inglesa e ela agarrava meu braço fortemente em um abraço.

- Você possui o espírito alvo e cheio de coragem de seu avô Albert e puxou a mim o instinto por liberdade.
Ela soltou o ar preso por um certo tempo em seus pulmões e deu uma inalada novamente.

- Agora vá e aproveite que seu pai está no Egito para que você possa desfrutar de sua surpresa.
Eu franzia minha testa em sinal de interrogação à sua afirmação mas o que ela me dera em resposta foi um aceno rápido e balançou seus dedos para que eu fosse em frente.

Corri pelos cômodos dourados cheios de obras-primas caríssimas e olhei pela janela da sala uma carruagem sendo recepcionada pelos mordomos de Windsor. Não podia acreditar no que meus olhos viam, aquela cabeleira loura e as Iris mais verdes de toda a Alemanha, meu grande amigo, primo-irmão Marco estava de volta.

Em poucos segundos eu me encontrava sobre a chuva costumeira da tarde, saudando meu grande amigo.

- Você não mudou nem um pouco pequeno Toni!

- Cale-se Reus, tenho crescido algumas casas depois de nosso último encontro. E você está ótimo de aparência! Parece que os novos ares tenham lhe feito muito bem.
Nós entramos pelo corredor principal e todos nossos mordomos- que já tinham sido avisado, se encontravam lá para nos reverenciar.

- Vossa Alteza.
Os dois guardas de sua porta falaram por último antes que adentrássemos ali.

- E não foram apenas os ares meu querido amigo!
A barba rala e por fazer de Marco não impediam que tivesse a visão de suas covinhas se estendendo para um sorriso torto.

- Então me diga o que foi, homem. Preciso da mesma receita!
Ele estava frenético, ao mesmo tempo que colocava o vinhos em nossas taças ele tentava pegar as cartas de suas amantes em sua mala.

- Não seja ingênuo Toni. Hoje lhe apresentarei aos meus prazeres mais ocultos.
As taças de porte médio tilintavam quando entraram em contato uma com a outra e o som era agradável.

- Uau, mal posso esperar para chegar à noite.

- Você se surpreenderá e isso eu tenho plena certeza.

- Sabes dançar, Toni?
Aquela pergunta me surpreendera mais que o fato de Hamlet estar vendo o espírito de seu pai morto.

- Posso me atrever em dar alguns passos de valsa.
Eu disse sem muita importância e continuando minha leitura, Marco não respondeu apenas se locomoveu até a vitrola e colocou uma canção desconhecida por mim mas que ele estava muito familiarizado.

- Vou lhe ensinar alguns passos, venha! Você vai precisar disso Toni.
                                                                                       (....)

A noite caía e a luz da lua era a única fonte de iluminação naquelas ruas sujas e largadas. Da janela da carruagem eu analisava cada centímetro da rua, as casas altas e cinzas, os bulevares lotados, as pessoas sentadas para fora do bar em pequenas mesas de tampo de mármore, mas o que mais me chamou atenção fora as pessoas. Que eu posso lhe dizer, eram fascinantes!
Os cavalos cavalgavam de maneira lenta cada vez mais próximos de nosso destino, as pessoas eram totalmente diferentes daquelas que eu estava acostumado a viver. Não usavam paletós e as mulheres não se importavam com a fenda em seus longos vestidos mostrando sua boa forma, alguns artistas pintavam sentados na calçada e uma banda de jazz tocavam próximos à um hotel abandonado.

Estive tão ocupado olhando a minha volta que me surpreendi quando a carruagem parou em frente a um enorme edifício que diferentemente dos outros, sua aparência não era depredada. Ele se estendia até a esquina da Rua Lancaster com a Rua Lexington, havia um grande letreiro reluzente em dourado com as letras garrafais mais bonitas que já tivera visto em minha vida, escrito Moulin Rouge, a arquitetura se misturava com a gótica - como a da Abadia de Westminster - mas também alguns traços da rudeza medieval.
Marco demonstrava imensa excitação quando adentramos o local deixando os pobres coitados na bilheteria para trás.
Meus olhos saltaram quando uma mulher de cabelos negros vestida com um corselet que parecia esmagar seus fartos seios se aproximou de Marco, ela não se dirigiu a palavra à mim apenas me reverenciou - de uma forma bem sensual se posso dizer - e voltou sua atenção a minha companhia.

- Venha Toni, Charlotte nos encaminhará para um lugar onde teremos a vista mais privilegiada de todo Moulin Rouge.
Subimos a longa escadaria até uma área considerada reservada pelos frequentadores, uma mesa estava posta com um velho tecido acima e regada de champanhas. O movimento abaixo de nós era constante, homens com jaquetas de veludo e grandes gravata flutuantes competiam por mulheres que pareciam estarem fantasiadas. Toda vez que alguém adentrava pelas grandes cortinas de seda dourada elas corriam para o mesmo e o serviam do jeito que quisessem.

- As vezes sinto-me como um pavão acossado, Marco . - disse ao meu primo-irmão.

- Talvez um pavão, mas real ou imperial - Ele me surpreendera dizendo tais palavras, não sei se esperava mais de um sermão porém o seu senso de humor foi o suficiente.
Digo para mim mesmo que quero me divertir , sem a usual multidão de parasitas que comem da sua comida e bebem do seu vinho e esperam que me encante com seu dotes.

- É algo que há muito tempo quero lhe falar, e francamente, ainda que me odeie por dizer isso, acho que está jogando fora sua vida.
Marco disse com tanta convicção que por um momento aquelas palavras destroçaram meu pobre coração.

- Que pouco respeito ! - eu fui exasperado em minhas palavras mas em minha consciência, elas precisaram serem ditas.

- O respeito bastante para querer sua felicidade!

- E o que é felicidade?

- Tenho certeza que não é ficar trancado em um palácio, preso com seus livros e pensando sobre amor.

- E o que queres que eu faça, caro primo-irmão?
Ele se virou e deixou sua taça acima da mesa.

- Seja livre Toni! Livre.
Marco estendeu um sorriso e estendeu um de seus braços que estava livre, como um pássaro que acaba de dar seu primeiro vôo.

- Hoje você conhecerá Edita - Ele disse num ar misterioso. - Nosso diamante suíço!
Alguns minutos depois todos a clientela pareceu despertar e um alvoroço tremendo se formou abaixo de nós. Marco se levantou e foi até o corrimão sujo à nossa frente, ele sorriu e estendeu uma de suas mãos para que eu pudesse ver o show começar.

- Isto é Moulin Rouge Toni! Bordel, casa de show, ou salão de baile, como preferir. Aqui onde os ricos e membros reais, desfrutam dos prazeres do submundo!
Soltei um riso depois de sua afirmação e esperei que meus olhos pudessem memorizar cada detalhe deste lugar. O primeiro lugar que eu visitava, depois de ser enjaulado no castelo .

                                                          O show irá começar!

O palco agora estava iluminado e dos cinco arcos vermelhos instalados alí, mulheres saíram de dentro dos falsos espelhos. Todas usavam botas e meias até os seus joelhos, seus seios eram fartos e seus corselets estavam tão apertados quanto os de Charlotte. Seus rostos não eram delicados como os das belas moças que visitavam o palácio, todos pintados com um batom vermelho e as pálpebras pinceladas com sombra preta e cinza.

Voulez-vous coucher avec moi, ce soir?

Você quer dormir comigo, esta noite?

Cada uma delas cantava uma estrofe da música com um francês esplendoroso e deixavam a plateia ensurdecida.
Uma batida suave até então, se foi dando lugar a umas batidas de jazz. O apresentador que todos gritavam por Sergio Ramos, anunciava o início das apresentações. Ao fim de sua fala, mais garotas saíram em um fila do mesmo lugar que as outras, elas passeavam com suas botas negras pelo salão e suas mãos prendiam as saias para que exibissem uma cinta liga presa em seus shorts.

Elas desceram do palco e se juntaram ao resto das garotas no centro do salão. Os homens deixavam um grande espaço pra que elas dançassem livremente - mas seus hormônios clamavam para que as tocassem - e de vez ou outras uma das dançarinas deixavam um tapa nas mãos de quem se atrevia.

Gitchy, gitchy, yaya, dada

Gitchy, gitchy, yaya, He
Eu peguei novamente minha taça de champanhe francês e beberiquei um pouco mais.

Moca chocolata, yaya

O salão se tornava em um mar colorido por saia de cancans e uma festa nas arquibancadas. Eu até observava o barão de Toulouse se remexer com a música.

Creole Marmalade
Fiquei surpreendido quando todas as garotas na última estrofe da música viraram seus corpos esculturais para a plateia e balançaram seus traseiros.

- Mas o que é isso, Marco?!
Eu disse meio enrolado devido ao riso e não tirei os olhos sequer do show.

- Isso é o Moulin Rouge Toni!
Todas as garotas voltaram para o palco e apenas Ramos continuou no meio do salão. A canção cessou e os convidados pareciam se agitar mais.
Marco puxou-me pelo braço e nós descemos até o local.

- Use o que aprendemos hoje pequeno Toni ! Ou apenas se deixe levar pela dança.
A banda trocou repentinamente a música e as notas de um piano tomavam lugar. Seguíamos cada passo que Sergio dava, e ele ía de encontro com as cortesãs no palco.
Deveríamos dançar tango, o ritmo mais sensual da época que era pouco famosa na Inglaterra.
Uma mulher com seus 25-24 anos se apresentou para dançar comigo, ela tinha traços de uma velha alemã mas se mexia como uma jovem. Sem interromper os nossos passos eu olhava de relance meu amigo Marco que parecia se deliciar com sua companhia.

Depois de alguns minutos todos acabaram a coreografia e nós voltamos novamente para o camarote . Estávamos esperando pelo triunfo da noite.

- Que tal um pouco de Cancan?
O apresentador falava em espanhol e mesmo que a clientela não entendesse, todos aplaudiam fervorosamente.
As garotas voltaram ao centro do salão formando duplas que se dispersavam para formar uma roda. Suas pernas dançavam freneticamente e em uma perfeita sincronia com a banda. Os movimentos eram rápidos e sensuais o que faziam suas penas de pavão se espalhasse pelo recinto.

Repentinamente, todas saíram do salão e as luzes se apagaram. Os homens giraram até um feixe de luz que vinha do teto do Moulin Rouge.
Marco bateu palmas sozinho e se aproximou de meu corpo.

- É ela! O diamante suíço.
Meu coração palpitava mais forte e uma súbita alegria e excitação tomou conta de meu corpo. Os papéis prata que caíam, faziam com que sua entrada fosse como a de um anjo no paraíso!
Ela descia de um balanço dourado como ouro, e não se podia ter a visão de seu rosto ainda. É diferente das outras cortesãs ela não trajava saias ou shorts, um belo colan - que eu inspecionava minuciosamente as pedras de diamantes - rosa, uma cartola negra por cima de seus cabelos acobreados e luvas até seus cotovelos.
Um holofote iluminou sua face e eu pude apreciar a mulher mais bonita que tinha visto em toda minha vida! Era de uma beleza única! A pele branca soltava raios iluminantes e parecia ser suave como a seda, os olhos eram verdes como o gramado do palácio, e o nariz era levemente arredondado em sua ponta. O vermelho pintava cada extensão de sua boca.
Um silêncio sufocante se instalava, todos ansiavam pela voz daquela mulher, que sem pressa nenhuma abrira sua boca pela primeira vez para cantar.

                                                      Underneath the city lights

                                                     ( Sob as luzes da cidade )

Uma baforada de ar saiu de minha boca e meu peito voltou a subir quando ela cantou novamente.

                                                 There is a world few know about

                                                ( Existe um mundo que poucos conhecem )

                                               Where rules don't apply, no

                                              ( Onde as regras não se aplicam, não )

                                            And you can't keep a good girl down.

                                           ( E você não pode reprimir uma garota boa )

Ela deitou seu corpo para trás e o balanço girou por todo o salão, cada lugar que ele passava todos gritavam e estendiam suas mãos para o céu. Quanto mais próximo do chão ela ficava mais os homens enlouqueciam, eu não conseguia mais tirar os olhos daquela bela mulher, daquele anjo na terra!
O trompete entoava e as luzes pratas voltaram a reinar, revelando o resto das garotas espalhadas sobre as mesas de madeira.

Ela percorria graciosamente pelo centro da plateia e cantava cada vez mais rápido.

                                     She comes through the club,looking for a good show

                                   ( Ela entra na boate, procurando por diversão )

                                    Gonna make that,shake that,money on the town

                                   ( Vou fazer isso, balançar isso, dinheiro na cidade )

O velho duque de Saxe-Coburgo-Gota se atreveu a tentar tocá-la, no entanto ela se aproximou dele e se agachou a sua frente com um dedo apontado em seu bigode.

                                  Don't need a sugar daddy, she can work it just fine

                                ( Não preciso de um velho pra bancar, ela trabalha muito bem )

- Quando a conhecerei ?
Eu perguntava com um misto de animação e medo pela resposta de Marco.

- Depois do show, você se encontrará com Edita.
Então esse era seu nome, Edita. O som aberto, os dentes rangendo e a ponta da língua tropeça contra eles. E - di - ta .

Ela foi erguida por dois homens fortes que a levaram até o palco.

                                          Up on the table she'll be dancing all night.

                                          ( Em cima da mesa ela dançará a noite toda )

Agora ela fazia um caminho por todas as mesas enquanto todos a seguiam como meus abutres no palácio.

                                            Baby don't just come to light,under the spotlight

                                           ( Baby, não basta chegar na luz, sob os holofotes )

                                         All the girls wanna fall in line

                                      ( Todas as garotas querem entrar na fila )

Cada passo, cada movimento de seu precioso corpo causava reações no meu. Eu precisava tocá-la, conhecê-la e trocar qualquer palavra que seja.
Ela caiu sobre os braços da plateia que a levavam para o centro do salão novamente, onde se encontrou com Ramos. Eles cochichavam assim que a música lhe dava espaço e de relance, nossos olhares se encontraram em meio a multidão.

Here comes my ladies about to give a little show .

( Aí vem as minhas meninas pra dar um showzinho )


Notas Finais




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