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História A realidade da minha fantasia. - Significados


Escrita por: HangZoe

Notas do Autor


E vamos de próximo capítulo! Este está um pouco mais pesado, então peço que, por favor, quem seja muito sensível a estes assuntos não leia.

Capítulo 6 - Significados


Ponto de vista, Narradora. (Presente)

 

Hange estava deitada na cama, chorando, mas depois de várias tentativas de Moblit e Nanaba conseguiram a acalmar o suficiente para que não tivesse uma crise. Os dois estavam confusos, pois quando chegaram a mulher estava ajoelhada vendo a paisagem que tinha depois da porta principal de sua casa. 

 

- Hange, o que você viu? Diga-nos… - Moblit perguntou, preocupado, a fazendo um cafuné leve.

 

- Você… se lembrou de algo? Sentiu algo…? - Nanaba já estava a abraçando totalmente, com os dedos entrelaçados aos dela, tão preocupada quanto Moblit.

 

Eles dois eram os melhores amigos de Hange, e os 3 eram muito juntos por um motivo bem peculiar; Hange já havia namorado os dois. Moblit era o ex mais recente e com quem ficou por mais tempo dos dois. Namorou Nanaba com 19 anos e elas ficaram juntas 1 ano, e depois Namorou Moblit com 20 anos e eles ficaram juntos por 3 anos, o que era peculiar já que ela começou a namorar com Levi aos 23, certo? Mas, isso foi porque percebeu que mesmo com o amor que sentia por Moblit, ela o via muito mais como melhor amigo comparado com o que sempre sentiu por Levi. Nanaba e ela terminaram sem problemas, e graças a liberdade que ganhou com aquele não do Ackerman, ela percebeu que amava as pessoas em geral e não se prendia apenas a gêneros. Com Moblit foi um pouco mais complicado, pois eles já haviam começado a morar um pouco mais juntos, mas nunca chegaram a perder a virgindade, Hange com Nanaba sentia que ainda não estava pronta e com Moblit a mesma coisa, mas era mútuo. Deixando claro que Nanaba nunca a forçou a nada, sempre respeitou ela. Mas, de qualquer forma, eles dois já eram bem próximos e Hange resolveu ser sincera e o chamou para conversar. Disse que o amava, mas que o via muito mais como melhor amigo e que realmente nunca deixou de ter uma paixão por Levi, mas nunca o traiu ou algo do tipo, pois eles haviam parado com as provocações, selinhos rápidos e até mãos bobas dizendo ser brincadeira logo quando ela começou o namoro com a outra mulher, e Hange também achava que Levi estava a ficar com Petra. Moblit acabou por ficar sem falar com Hange por 2 semanas, mas nunca quis ferir ela nem nada, porém precisava pensar, já que mesmo sendo compreensivo, era uma situação muito difícil para ele. Porém, depois de tudo ficaram bem e os três se tornaram grandes amigos e hoje em dia até mesmo brincavam com estes dois relacionamentos bem engraçados e agradáveis.

 

- Eu… - Ela começou a falar, soluçando com o choro. - Eu não senti nada… Não lembrei de nada além… além da promessa… - Sabia que ela foi quebrada, e estava se sentindo horrível com isso, simplesmente acabada. 

 

- Hange, podemos te contar se você quiser… Estamos aqui por você… - Nanaba disse e Moblit assentiu, a dando um beijo em cima da cabeça.

 

- Não… eu quero saber sozinha. - Falou, sendo interrompida por mais um soluçar até que continuou a falar. - Aquele não foi o Levi que me levantou nos ombros e disse que íamos viver aqui para sempre… E eu quero descobrir sozinha qual foi o monstro em minha vida que estragou meu marido! - Gritou, voltando a chorar mais, sendo abraçada com mais força pelos amigos, que também choravam silenciosamente por saberem a verdade e verem a amiga daquela forma.

 

Levi, por outro lado, não havia aguentado. Ele acabou por comprar uma carteira de cigarros e os fumou, um antigo vício seu que agora voltará. Seus olhos estavam totalmente marejados e não conseguia nem se olhar no espelho do banheiro direito. Vai ficado só de camisa e agora retirava um cigarro da boca e o apagava em seu peitoral. Marcava, a breve chama ainda meio acesa o machucava a pele, matando todas as células do ponto. Ardia, porém ele não sentia nada, ele apenas olhava no espelho enquanto se marcava mais e via seus olhos perderem a vida. Para ele, estava tudo claro; assim como o vício, ele voltará a um passado que se via sendo um “ser sem emoções”. Ele se viu, e agora via-se novamente assim. 

 

Tocou nas feridas e simplesmente as ignora, jogando as bitucas de cigarro no lixo e indo tomar um banho apenas por estar fedendo a cigarro, que foi algo que Hange nunca gostou, e junto com todos os fatos de como o cigarro faz mal ela o fez parar de fumar, mas agora que amada tinha para melhorar para ela? Nenhuma, ao seu ver, então não se importava mais com seu bem estar, pois estragou o da sua outra metade que sempre foi tão radiante aos seus olhos. 

 

“Hange..” A única palavra que lhe vinha à cabeça. Uma alcunha que tanto amava ouvir falar e falar sobre, agora se distanciando de si com medo e desprezo. Batia a cabeça na parede do box, tentando fazer com que parasse, mas nada, absolutamente nada tirava aquela mulher da sua cabeça. Em uma dessas, acabou por ficar um pouco tonto, mas ainda sem sentir dor nenhuma, ao menos não física. Saindo do banho, foi já acendendo outro cigarro antes mesmo de colocar uma roupa, não se importando com sua nudez. Se deitou na cama e se cobriu, não por frio ou algo do tipo, mas porque queria sentir como quando Hange o fazia se cobrir para parar de prender o cobertor, o que sempre o fazia dar risadinhas mas gostava de quando sentia ela ainda mais próxima de si. 

 

- Está com frio, quatro-olhos…? - Ele perguntou para o vento, pegando um dos travesseiros e abraçando enquanto soltava a fumaça do cigarro pelo nariz e tossia um pouco. - Sei que odeia o cheiro, mas agora… o velho precisa um pouco do cigarro… para esquecer esse cheiro bom que você tem quando se lava, idiota… - Continuava falando sozinho, querendo acreditar que alguém iria lhe responder e dar uma de suas risadinhas que o menor tanto gostava de ouvir, o fazer dar aquele sorriso pequeno porém puro. - Não quer que eu… prometa nada, Hange? - O nome em si saiu com um tom diferente, mostrando que ele começará a chorar novamente. - Não, afinal, eu só quebro as promessas, não é mesmo…? - Perguntou e assentiu para si mesmo, logo depois jogando o travesseiro longe e dando um grito a mais enquanto chorava. Foi se deitando de costas, olhando o teto, fantasiando tudo que podia para acreditar que a mulher estava lá, acariciando seus cabelos enquanto dizia que tudo iria ficar bem. Mas, desta vez, fantasiava sua mãe, pois foi a única outra que o fez sentir com aquela vida, mas ao acabar por falecer ele não conseguia mais saber pelo o que ou por quem deveria sorrir. Kuchel sempre cuidou bem de Levi, mesmo sem condição financeira nenhuma, mas ele não se importava.

 

“Mãe, o que significa estar apaixonado?”

“Significa que você ama muito algo ou alguém, mas acho que a forma que você ouviu é a amorosa. Estamos apaixonados quando sentimos que aquela pessoa é a razão para nós ficarmos tão bem.”

“Então, estou apaixonado pela senhora?”

“Dá forma que provavelmente ouviste, não, meu pequeno Levi.”

“E algum dia estarei apaixonado por alguém?”

“Espero que sim, meu anjo.. Seja quem for, você com certeza ficará apaixonado por uma moça ou rapaz que lhe faça muito feliz. Mas, se lembre, é um sentimento que precisamos ter cuidado, entendeu? Ele é confuso, talvez não vais entender agora.”

“Okay, mamãe. Juro que algum dia vou ficar apaixonado, e a senhora vai conhecer por quem eu ficar!”

“Fico feliz, meu filho…”

 

Era o diálogo que Levi mais lembrava com sua mãe antes dela falecer. Sempre foi muito parecido com Kuchel, menos no jeito de ser. Lembrava que sua mãe era amável, tratava todos com ternura, até quem Levi achava que não merecia, mas o garoto sempre foi tímido, medroso e desconfiado. Odiava quando alguém xingava sua mãe e, por aprendizado de seu tio Kenny, acabou por começar a revidar e espancar as pessoas que faziam isso. Cresceu em um mundo aonde regras não existiam, apenas o medo e a necessidade de viver. Então, ao saber que sua mãe havia morrido por uma doença, não conseguiu nunca mais sorrir de verdade. Lembra até hoje de como abaixou a guarda ao andar até a sala do hospital, de como foi a ver, mesmo anêmica ainda era linda aos olhos do garoto. Lembra da sensação de deitar no peito dela e apenas ficar lá, com o tempo passando e ele relembrando tudo.

 

“Desculpa, mamãe, eu menti. Não consegui te apresentar para a pessoa que eu poderia me apaixonar. Não fique brava comigo… Eu ainda te amo, de todas as formas possíveis, e prometo que vou… me apaixonar…” 

 

Começou a deixar as lágrimas percorrerem enquanto soltava novamente a fumaça. 

 

- Ei, mãe… Se a Hange já me chama de velho… O que acharia do tio Kenny se ele não tivesse morrido para aquela droga de heroína…? - Perguntou, continuando a olhar o teto mas sem conseguir ver nada de diferente além da imagem de sua mãe o fazendo cafuné. - Eu entendi o que a senhora quis dizer com as formas de se apaixonar… Mas, não entendi o cuidado… não até hoje… Olhe a merda em que estou por perder aquela muralha plana de quatro-olhos… Perdão, eu xinguei… - Ficou falando sozinho, perdendo a cabeça naquele sofrimento.

 

Já com Hange, acontecia que a mesma acabou por ir se acabar em sorvete um pouco e pediu para que Moblit e Nanaba dormissem lá. Eles logo aceitaram, sem pensar duas vezes, com medo que Hange poderia se machucar ou algo do tipo. Ficaram na cama enquanto ela, no momento, estava no chão vendo algumas séries enquanto chorava.

 

- Até mesmo com um problema como esse, ela tenta acobertar com uma série e comida, né…? - Perguntou Nanaba a Moblit, falando baixo enquanto ajeitava o pijama que Hange havia a emprestado, ainda bem triste.

 

- É… não podemos mentir que não há motivo para ela estar assim, com esse jeito meigo e otimista, perceber o que Levi fez…

 

- O que nós fizemos, Moblit… Levi fez errado, mas nós concordamos achando que seria melhor para ela. E.. - Olhou para o lado oposto do dele, vendo algumas coisas que ainda tinha na escrivaninha do Levi. - Nós sabemos os motivos dele e o quanto ele não entende limites… o pobre coitado nunca teve momentos de paz, apenas com Hange, a ver daquela forma naquele hospital… Ele… - Cerrou os punhos, respirando fundo e olhando o homem que já havia voltado a chorar brevemente lembrando a dor dele. - Eu não sei o que faria se descobrisse aquilo… culpa de terceiros ainda por cima… ele se preocupa com Hange, eu sei que ele não faria por mal, que ele nunca pensou em machucar a Hange… Mas, Levi nunca teve carinho depois dos 8 anos.. E ele já tem 38… - Falava sentindo o peito apertar por lembrar de quando Levi contou sobre seu passado para todos, e foi uma supresa, até mesmo para o amigo mais próximo dele, Erwin Smith.

 

- Perdão, Nanaba… Eu… - Sentia dor do que ela dizia, olhando para suas mãos novamente e as juntou, rezando por um breve instante. - Por favor… que Levi esteja bem… - Falou baixo, pedindo com sinceridade ao Deus que acreditava.

 

- Que Erwin ligue para ele… Teimoso, não vai pedir ajudar, mas se Erwin pedir ele irá aceitar… - Falou, engolindo em seco ao pensar que o menor poderia estar tão mal quanto Hange, mas sem ninguém para o ajudar. - Era tudo tão bom, né, Moblit? Nós fomos todos a um parque de diversões quando descobrimos, né? Petra estava tão feliz… Faz tempo que… não nos reunimos assim denovo. - Choramingava, indo abrir a varanda e sentindo um ar entrar.

 

Moblit foi para próximo dela e olhou a paisagem com ela. - Nós vamos conseguir ficar juntos novamente, Nanaba. Eu, você, Mike, Petra, Erwin, Levi e Hange… Eu tenho fé nisso. - Moblit dizia, tentando consolar a amiga.

 

- Eu espero… - Ela disse, olhando a paisagem, sabendo qual seria o verdadeiro medo de Levi. Mas, ainda faltava 4 meses para a primavera.

 

Mesmo que Hange estivesse em boas mãos, Levi estava pelas piores para ele; as próprias. Havia se cortado nos ombros e abdômen, fazendo curativos apenas para não sujar o local ainda mais do que já havia sujado com cinzas de cigarro e algumas comidas que havia pedido. Já havia colocado uma calça, pois não aguentava mais ficar deitado na cama, porém só ficou andando de um lado para o outro, até que quando foi dar um soco no espelho, ouviu o toque de seu celular, saindo apressado para ver se seria a mulher, mas voltando a sua faceta fechada de tristeza e desistência ao ver quem seria.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. E, caso você não se sinta confortável, lembre: Não leia! A partir daqui a fanfic tende sim a ficar mais pesada. Se está sentindo qualquer coisa semelhante aos personagens, peça ajuda. Se cuidem, beijos.


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