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História A redenção de Severo Snape - O Clube de Slugue


Escrita por: anigel

Capítulo 15 - O Clube de Slugue


Fazer parte do clube do “Sluguinho”, era ter que comparecer aos jantares promovidos pelo professor. Emily foi somente no primeiro, depois deu um jeito de escapar dos próximos. Não que fossem chatos; mas o interesse de Slughorn era somente em exibir os alunos. Mesmo a contragosto foi obrigada a dançar no jantar, se sentiu como um animal de circo entretendo as pessoas. E as conversas eram sempre tão formais, cheias de meu pai tem isso, minha mãe trabalha no ministério, quero ser não sei o que. 

Hoje, porém, Emily não se sentia bem, estava doente e apática. Mas não perderia por nada a festa de Natal; haveria muitos convidados interessantes, teria boa comida, e todos trajados elegantemente. O professor deixou claro que poderiam levar um acompanhante, mas Emily não pensou em ninguém em particular. Chegou a coagitar Malfoy, mas não o encontrou por aqueles dias, e imaginou que ele não tivesse interesse em Slughorn depois que o professor não se mostrou muito entusiasmado por ele. 

Escolheu um vestido longo de veludo preto justo ao corpo no estilo “sereia”, as mangas caíam por seus ombros, acompanhando o pequeno decote em “v”. Tinha uma fenda na perna direita e uma pequena cauda que se arrastava pelo chão. Enrolou os cabelos e os deixou semi-preso. Escolheu um batom bordô para combinar com o delineado “gatinho” dos olhos.  

No meio do caminho para a festa, encontrou Snape, trajava uma camisa branca por baixo de um colete de seda e um elegante smoking preto, combinando com seus sapatos de verniz. Emily gostou muito do que viu, e não pode deixar de sorrir. 

— Não está levando nenhum convidado, senhorita Lobo? — perguntou o professor formalmente. 

— Estou sozinha, gostaria de me acompanhar? — perguntou sem nenhum pudor. 

Severo ponderou se deveria fazê-lo, talvez não seria bem-visto chegar na festa com a aluna, mas estava tão bonita, que qualquer coisa que pedisse não conseguiria dizer não. Estendeu o braço para ela que o aceitou. Bateu na porta, e o próprio Horácio a abriu. 

— Pelas barbas de Merlin, vocês estão elegantíssimos, parecem até um casal. Entrem, entrem. 

Os olhos das pessoas no salão se recaíram sobre eles. Emily ainda estava corada pelo comentário inocente do professor. 

— Levante a cabeça. — Sussurrou Snape ao seu ouvido.  

A menina endireitou a postura, levantou o queixo e começou a sorrir cumprimentando as pessoas no salão ainda enlaçada no professor. Uma das coisas que Emily sabia fazer melhor era encenar, então mesmo se sentindo intimidada por tantos olhares não se deixaria ficar abalada. 

— Gostaria de beber algo? — Snape perguntou muito educado.  

Ele estava diferente, mais polido, se perguntava se não era o espírito do Natal o causador dessa transformação. 

— Hidromel. — respondeu sem pensar muito.  

Severo voltou com duas taças na mão, ofereceu uma para ela que bebeu em um grande gole, mas se decepcionou, sua bebida era cerveja amanteigada. Olhou com uma cara de desgosto para o professor enquanto ele sorvia sua taça de Whisky de fogo, se divertindo com a decepção da menina. 

— Severo, venha cá meu caro. — Chamou Slughorn. — Quero lhe apresentar alguém. 

Emily andou pelo salão, conversando com algumas pessoas aqui e ali.  

— Feliz Natal, Lobo — escutou alguém a suas costas.  

— Oh que surpresa. Feliz Natal, Granger — replicou a menina.  

Era possível sentir uma certa tensão entre as duas, estavam bem desconfortáveis. Hermione limpou a garganta antes de continuar a conversa. 

— Gostei... Gostei muito da sua apresentação na aula de Runas Antigas, muito interessante mesmo, como você relacionou o tema com a mitologia nórdica dos trouxas. 

— Muito obrigada! Fiquei bem impressionada também com a sua resolução do exercício na aula de Aritmancia. Não conhecia aquele método, não saberia fazer resolver melhor. 

As meninas pareciam querer dizer alguma coisa, mas as palavras simplesmente não saiam.  

— Bom... — continuou Hermione — Tem um trabalho...  

— Em dupla... — completou Emily sorrindo. — Quer fazer o trabalho de runas e aritmancia comigo?  

Hermione respirou aliviada. A tensão havia desaparecido completamente. 

— Claro! — disse ela sorrindo também. 

Granger olhou por cima dos ombros de Emily, e se abaixou.  

— Preciso me esconder, mas vamos combinar de fazer trabalho.  

— Está bem! — respondeu Emily olhando-a se esgueirar para trás de uma cortina. 

Se serviu de algumas comidas exóticas e se sentou no sofá ainda se sentindo um pouco abatida. 

— Olá, menina. — Um homem alto e magro com olheiras se aproximou fazendo uma reverência. Sem entender porquê, Emily se sentiu completamente atraída pelo homem. — Me chamo Sanguini, qual seu nome?  

— Emily. — respondeu hipnotizada. 

— Que sangue doce você tem. — Passou a mão no pescoço desnudo dela. — Adoraria morder... Digo, adoraria dançar com você.  

Emily estendeu a mão para ele que a guiou pelo salão, dançavam uma valsa, seu cérebro estava confuso. Se movimentava, mas não tinha controle sob seu corpo, como se cordas invisíveis a dissessem o que fazer. Ao terminarem, viu Malfoy entrar na sala sendo arrastado por Filch, não estava em trajes de festa, e parecia mais magro que o habitual. Caminhou na direção do amigo, mas foi puxada por Sanguini, que ergueu seu queixo fazendo que ela o olhasse nos olhos.  

— Para onde está olhando? — perguntou sorrindo mostrando os caninos pontiagudos.  

— Para você. — respondeu ela com os olhos anuviados.  

Saguini ao ver seu amigo Worple se aproximar, soltou a menina caminhando na direção dele. 

— Não estava fazendo nada. — Ralhou bancando o inocente.  

— Não se atreva a dar vexame — disse Worple visivelmente nervoso. 

Emily voltou a si; lembrou-se de Draco, olhou a sua volta, mas não o encontrou, tampouco Snape. Saiu da sala a procura dos dois. O corredor estava vazio e Sanguini já se encontrava em seu encalço novamente.  

— Está fugindo? — disse fazendo-a encará-lo novamente. 

— Não. Só estava procurando uma pessoa.  

— Ah sim. — respondeu o vampiro a encostando na parede de pedra.  

Emily não se moveu, estava absorta, presa em sua própria mente. O vampiro afastou seus cabelos e cravou as afiadas presas em seu pescoço, o sangue quente jorrou em sua boca deixando-o em êxtase. Uma porta se abriu, e Malfoy saiu para o corredor indo ao lado oposto da festa, Snape surgiu logo em seguida e reparou no casal ali parado. Ao se dar conta que era Emily, avançou no vampiro batendo-o contra a parede agarrando seu pescoço com uma das mãos. 

— Como se atreve vampiro? — Sanguini estava assustado, o homem tinha uma força descomunal. — Suma daqui! — Severo empurrou o vampiro que caiu no chão, se rastejando para dentro da festa de novo. 

Emily com a mão no pescoço começou a escorregar pela parede, Snape a amparou pela cintura. Tirou um lenço preto do bolso e pressionou contra o pescoço dela, vendo que não estava cicatrizando. Se lembrou que hoje era lua nova.  

— Venha, vou te levar para madame Pomfray.  

— Não precisa, estou bem. — disse fraquejando os joelhos.  

— Não está! — retrucou ele. 

— Então deixe-me ficar com você.  

— Não é uma boa ideia. — Afirmou sem convicção. 

Emily puxou a cabeça dele e encostou testa com testa. 

— Por favor... — apelou. 

— Você ainda vai me fazer perder a sanidade. 

Severo a puxou pela mão seguindo para seu dormitório, ele a sentou na cama, analisou de novo seu pescoço; os dois pequenos furos já não sangravam mais. Sentou-se ao lado dela. 

— Você está muito bonita essa noite. — deu-lhe um beijo na testa. — Preciso voltar para a festa, mas não demoro. — Ela assentiu sem forças — Daqui a uma hora será meia-noite e você se sentirá melhor. 

Quando Snape voltou, Emily ainda acordada, esperava por ele, estava sentada na cama com as pernas cruzadas do lado da fenda, deixando sua coxa a mostra. 

— Realmente professor, me sinto bem melhor! 

Ela tinha um olhar confiante. Caminhou lentamente em sua direção, seu andar era sexy, ela toda exalava erotismo. Virou-se de costas para ele tirando os cabelos do caminho. 

— Poderia me ajudar?  

Severo fechou os olhos respirando o perfume dela, começou a descer o ziper devagar e o vestido caiu pesadamente no chão, revelando um corset preto. 

— Pelo menos essa noite, somos só nós dois. — Murmurou beijando-o. 

 

As férias de verão não estavam sendo tão divertidas em relação ao ano passado, Kris e Dafne não ficaram Hogwarts, deixando Emily sozinha. Malfoy ficou para passar o Natal na escola, mas eram raras às vezes que Emily o encontrava por aí, estava sempre sumido. E toda vez que o via parecia cada vez mais abatido, finalmente um dia o encontrou sozinho na sala comunal, estava sentado em uma poltrona com a cabeça baixa aparada pelas mãos. A menina se aproximou se abaixando ao seu lado. 

— Você está bem?  

Ele esfregou a manga da blusa nos olhos disfarçando as lágrimas. 

— Quer dar uma volta? — a menina olhou ao redor e se deu conta que estavam sozinhos. 

Ele negou com a cabeça.  

— Vamos! — puxou-o pelo braço que não se levantou.  

— Me deixe! — Queixou-se. 

— De jeito nenhum. Vamos lá fora, está um dia tão bonito. 

— Está nevando! Não tem nada de bonito. — Manifestou sua insatisfação. 

— É bonito aos meus olhos.  

O garoto suspirou pesadamente, olhando para ela.  

— O que eu ganho? 

— Minha companhia! Tem coisa melhor? — disse a menina fazendo uma dancinha boba.  

Malfoy finalmente riu. 

— Idiota! — censurou ele. 

— Kris deixou um negócio comigo, porque não podia levar para casa. Podemos usar... 

— O quê? — perguntou Draco curioso. 

— Ópio — mexeu os lábios sem realmente vocalizar.  

O garoto ponderou se deveria, nessa altura não tinha nada a perder.  

— Está bem. Vamos.  

Emily o levou na torre do corujal de Dumbledore, estava completamente deserta. 

— Que frio! — tremeu a menina puxando o casaco para mais perto do corpo. 

— Você, e suas ideias de gnomo acéfalo. — Reclamou, cruzando os braços protegendo as mãos do vento cortante. 

 A garota tirou o cachimbo do bolso colocando a erva no buraco, ofereceu para Draco que o levou a boca. Ela acendeu com a varinha utilizando um feitiço não verbal. O garoto tragou, deixando o ópio brilhar como um pequeno carvão. Entregou para a menina que o copiou, tossindo em seguida. 

— Que coisa horrível! — disse com asco, fazendo uma careta. 

Draco caiu na gargalhada, tomou o cachimbo de sua mão dando mais uma tragada.  

— Você já tinha usado isso? — perguntou a menina indiscretamente. 

— Algumas vezes — respondeu soltando a fumaça pelo nariz. — Esse é de excelente qualidade, Kris tem bom gosto. — Malfoy a encarou seriamente. — Você sabe que eu teria vindo sem isso aqui — disse levantando o cachimbo. 

— Sério? — perguntou sem acreditar.  

Ele fez que sim com a cabeça admirando a vista a volta deles. 

— Então vamos parar. — disse tentando pegar o cachimbo da mão dele que levantou no alto para ela não alcançar.  

Emily saltava a sua volta tentando pegar, quase subindo em cima do garoto. Depois de algumas tentativas sem sucesso, a menina desistiu e o encarou no fundo dos olhos, Draco retribuiu seu olhar. 

— Você é um comensal da morte. — falou Emily sem rodeios. 

— O quê? Não! — respondeu surpreso. 

— Não estou perguntando. Estou afirmando.  

Draco fez uma careta, descontente. 

— Snape que te falou isso? 

— Claro que não, ele não tem nada a ver com isso. Eu sei das coisas.  

— É, eu sou! E daí? — confessou desdenhoso. 

— No que estava pensando? — Emily repreendeu o garoto. 

— Você não entende, — deu mais uma tragada no cachimbo — não tive escolha. 

— Sempre temos! — Retorquiu. 

— Não tive. Fiz pela minha família. — o garoto parou por uns instantes refletindo. — Meu pai andou fazendo umas merdas; de alguma forma sinto que tenho que limpar o nome dos Malfoy. 

— Você não acha, que você sabe quem só está te usando para atingir seu pai? 

— Pensei sobre isso. Mas que diferença isso faz? Estou ferrado de qualquer jeito.  

— Faz diferença para mim... Quero dizer, você não se arrepende? Ainda acha que ele está certo? 

O garoto olhou para cima controlando as lágrimas.  

— Não sei quem está certo. Mas espero que Voldemort vença, porque se não, o que tenho que fazer terá sido em vão.  

Emily deu um longo suspiro e abraçou o garoto pelos ombros que encostou o queixo no braço dela. Duas grossas lágrimas escorreram de seus olhos. 

— Ele me deu uma missão. — Continuou — Tenho que... 

— Por favor não me conte, ele saberá.  

Malfoy se calou, sabia que ela tinha razão. 

— Não ia contar. — Murmurou. 

— Não sei o que você tem que fazer, gostaria muito de poder te ajudar. Mas tenho certeza que é algo bem ruim. 

— É sim. Se eu falhar... Serei morto.  

— Posso ver sua marca?  

Draco levantou a manga da blusa revelando a tatuagem em seu braço, uma enorme serpente saindo da boca de uma caveira. Emily tocou com o indicador, fazendo o garoto estremecer. Parecia ter vida própria, podia vê-la se mexendo. A menina se deu conta que nunca tinha reparado tão perto assim na marca do professor, em Draco podia ver cada detalhe e com Snape sentia que ele não a deixaria ter esse tipo de intimidade. 

— Dói? — perguntou curiosa ainda passando o dedo em cima da marca. 

— Na hora sim. Senti meu braço queimando, como se tivesse colocado diretamente no fogo. E toda vez que ele me chama também queima.  

— Que cruel. — comentou tristemente. 

—  Me deixe te dar um conselho. — Draco estava sombrio. 

Emily tirou a mão do braço do garoto que desceu a manga novamente. 

— Se você puder, fuja de tudo isso. Mas principalmente se afaste de Snape. — ela o encarou surpresa, sem entender porque dissera isso. — Ele também é um comensal da morte. 

— Eu sei.  

— Não! Ele ainda trabalha para o lorde das trevas. É praticamente o braço direito dele.  

— Não sou próxima a ele. — Emily Mentiu. 

Malfoy riu irritado. 

— Não sou tonto. Sei que tem algo. Ano passado me pediu para ficar de olho em você, caso Milla se aproximasse. Já vi como você olha para ele, e o que foi aquilo no escritório? Ele fez algo com você? 

— Claro que não! — respondeu disfarçando. 

— Bom, tem algo aí, só não sei o que é. Tome cuidado.  

— Você também. — Replicou ela — Achei que essa droga deixasse as pessoas felizes. 

— Não. Ópio te dá clareza das coisas.  

Desceram da torre um tempo depois, Malfoy seguiu novamente para a sala comunal e Emily para a sala do diretor, esperava conversar com ele. Não sabia exatamente sobre o que, apenas sentia a necessidade de vê-lo. 



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