História A Renegada - Capitulo 3

Pov's Boruto

A noite está longa, não consigo dormir, nem mesmo jogar, estou inquieto e sem sono. Olhei para o relógio vendo ser 3 horas da manhã. Pulei da cama e saí pela janela. Preciso dar uma volta, respirar um pouco para essa ansiedade sair de mim.

Andei pelas ruas calmas, não a ninguém por aqui essa hora. Sem rumo fui caminhando, lembrando de como Sarada estava estranha, depois que ela caiu naquele buraco, ficou diferente, parecia que algo a incomodava, mas ela não queria conversar sobre, por isso dei espaço para ela, me pergunto se fiz errado, afinal somos companheiros de equipe, talvez eu devesse ter conversado com ela.

Olhei para frente, os cabelos curtos, as roupas vermelhas, uma mochila nas costas. Sarada.

—  Ei Sarada! —  chamei animado, ela parou de andar, me aproximei ficando a um metro dela —  o que você está fazendo?

—  Saindo de Konoha —  falou simplesmente, o tom de voz dela me preocupou.

—  Não me lembro do nosso time ter recebido dispensa —  Mesmo que estamos em épocas de paz, ninjas tem que ter dispensa do trabalho quando for fazer alguma viagem pessoal —  além do mais, está tarde para viajar, não acha? —  perguntei sério, isso não está me parecendo ser boa coisa.

Ela se virou ficando de frente para mim, não está usando seu óculos e seu sharingan está ativo, mas com uma diferença, ontem ela tinha apenas 1 tomoe em ambos os olhos, agora ela tem 3 em ambos os olhos, olhei sua bandana vendo o risco no meio, a marca de um renegado, tirei as mãos da cabeça, não tenho motivos para ficar relaxado.

—  O que significa isso, Sarada? —  perguntei sério.

Ela mudou o peso de uma perna para outra.

—  Cansei de brincar de ninja Boruto, vou me tomar muito mais forte —  Seu olhar em mim é frio como nunca vi ser.

Brincar? Ela acha mesmo que brincamos? O que deu nela?

—  Acha que vai se tornar Hokage assim?

—  Acha que uma Uchiha pode ser Hokage? Você precisa aprender mais sobre a história da aldeia —  falou fria e então sorriu, o que me causou calafrios na espinha —  Boruto, vou me tornar muito forte, e vou tomar Konoha para mim, serei Hokage custe o que custar, irei matar aqueles que se colocarem no meu caminho —  Ela sumiu, mas então senti sua presença atrás de mim —  incluindo você, Chidori! —  consegui desviar do ataque por pouco.

Aquele ataque, ela realmente queria me matar, o que aconteceu com a Sarada? Essa não é a que conheço. Olhei em seus olhos, senti minha consciência se esvaziar.

—  Não pode ser… —  Cai de joelhos no chão.

—  Sayonara Boruto…

Essas foram as últimas palavras que escutei antes de desmaiar, efeito causado pelo genjutsu dela.

[...]

Corri o mais rápido que pude, trombando com as pessoas na rua. Ainda me pergunto o que deu nela, qual o motivo disso?

Entrei na sala quase quebrando a porta, assustando meu pai, Sasuke e Sakura.

—  Isso são modos Boruto? —  perguntou meu pai pela minha entrada.

—  É a Sarada —  falei arfando de cansaço, os três me olhavam preocupados, esperando que eu terminasse de falar —  ela saiu de Konoha…

—  Como assim saiu? —  perguntou a rosada temendo pelas minhas palavras.

—  Ela tentou me matar … disse que nunca iriam aceitar uma Uchiha como Hokage… ela disse que vai atrás de poder, para tomar Konoha para ela —  expliquei o mais breve possível.

Ela tentou me matar?

Assim que essas palavras saiu da minha boca atingiram eles como um meteoro, assim como me atingiram, agora percebo ainda mais a gravidade da situação. Um silêncio se instalou, todos me olhando espantados, talvez esperando que eu dissesse que é apenas uma brincadeira. Queria eu que fosse. Mas não é. Até mesmo meu Mestre que não é de se expressar muito, está com uma cara, como se tivesse visto o próprio Madara Uchiha.

Meu pai pegou o telefone.

—  Shikamaru, monte uma equipe de busca, vão atrás da Sarada agora! —  falou no telefone explicando brevemente sobre o assunto e pedindo total discrição.

Senti o chakra se elevando, ficando um clima tenso, toda essa energia vindo do tio Sasuke.

—  Dobe, isso é culpa sua! —  Acusou o moreno —  você deveria cuidar dela! Ensinar o caminho certo! Você é o Mestre dela! —  Acertou um soco na cara do meu pai, foi tão rápido que não houve tempo para defesa.

Será mesmo que a culpa é do meu pai? Sasuke está certo?

—  Para Sasuke… ela está agindo igual a você afinal — O moreno encarou a rosada, lágrimas corriam pelo seu rosto dela —  a culpa é minha por não ter sido uma boa mãe, e sua por não ter sido um bom pai, você deveria ter contado mais sobre o clã para ela… —  Ela apertou a mão —  mesmo assim não acredito que Sarada fez isso por esses motivos, ela teve bons motivos, eu acredito na minha filha.

O moreno foi até ela a abraçando. Apertei meu punho. Um bom motivo? Qual é o motivo bom para fazer isso? Tenho que trazê-la de volta. Virei de costas indo até a porta, mas parei com meu pai me chamando.

—  Vá para casa Boruto e não conte isso para ninguém.

—  Qual é! Ela é minha companheira! Eu tenho que ir atrás dela! —  falei totalmente transtornado, não acredito que ele vai me impedir.

—  Boruto, iremos trazê-la de volta, acredite em seu pai! —  falou, fiquei olhando ele que bufou e fez aquela cara de retardado —  não sinto o chakra dela —  anunciou.

—  O que isso significa? —  perguntei preocupado.

Houve silêncio, mas não preciso da resposta, ela pode está morta, ou em algum lugar que bloqueia o chakra de forma que ele não conseguiria sentir. Bem ela sabe das habilidades dele, não iria dá mole, Sarada é inteligente.

—  Sakura, vá para casa, procure uma pista —  falou Sasuke para a esposa —  Naruto vou procurar por ela, me mantenha informado —  meu pai assentiu.

—  Vou com você —  Ele me encarou, bufou e continuou andando, dei uma olhada para meu pai que apenas afirmou com a cabeça.

Fui atrás do meu Mestre, ele sabia que não adianta dizer não para mim, eu só vou descansar quando minha amiga estiver salva.

Sarada eu vou te trazer de volta, vou te salvar, eu prometo!