Igor: Sr. Crouch... Sr. Bagman – Começou Karkaroff, a voz mais uma vez untuosa – Os senhores são os nossos... Hum... Juízes objetivos. Certamente os senhores concordarão que isto é extremamente irregular? - Bagman enxugou o rosto redondo e infantil com o lenço e olhou para o Sr. Crouch, que estava parado fora do círculo das chamas da lareira, o rosto semioculto pelas sombras. Parecia um pouco sobrenatural, a obscuridade fazia-o parecer muito mais velho, emprestando-lhe quase uma aparência de caveira. Quando falou, porém, foi em seu tom habitualmente seco.
Bartô: Devemos obedecer ao regulamento e o regulamento diz claramente que as pessoas cujos nomes saírem do Cálice de Fogo devem competir no torneio – Contou.
Ludo: Bom, Bartô conhece os regulamentos de trás para diante – Disse, sorrindo, e se voltou para Karkaroff e Madame Maxime como se o assunto estivesse definitivamente encerrado.
Igor: Eu insisto em tornar a submeter os nomes do restante dos meus alunos – Seu rosto tinha uma expressão realmente feia – Vocês prepararão novamente o Cálice de Fogo e continuaremos a depositar nomes até cada escola ter dois campeões. Seria o justo, Dumbledore.
Ludo: Mas Karkaroff, a coisa não funciona assim – Comentou Bagman – O Cálice de Fogo se apagou, e não voltará a arder até o início do próximo torneio...
Igor: ... No qual Durmstrang, com toda a certeza, não irá competir! – Explodiu – Depois de tantas reuniões e negociações e tantos compromissos, eu não esperava que acontecesse uma coisa desta natureza! Tenho até vontade de me retirar agora mesmo!
Moody: Uma ameaça inútil, Karkaroff – Rosnou uma voz próxima à porta – Você não pode abandonar o seu campeão agora. Ele tem que competir. Todos têm que competir. Um ato contratual mágico, conforme disse Dumbledore. Conveniente, não é mesmo? - Moody acabara de entrar na sala. Encaminhou-se, mancando, até a lareira, e a cada passo que dava, ouvia-se uma batidinha.
Igor: Conveniente? – Perguntou – Receio não estar entendendo, Moody - O bruxo tentava parecer desdenhoso, como se não valesse a pena dar atenção ao que Moody dissera, mas suas mãos o traíam; tinham se fechado em punhos.
Moody: Não mesmo? – Perguntou em voz alta – É muito simples, Karkaroff. Alguém depositou o nome de Harry naquele cálice sabendo que o garoto teria que competir se saísse o seu nome.
Madame Maxime: Evidaman algám que querria oferrecer a Ogwarts duas oporrtunidades de vancerr! – Comentou.
Igor: Eu concordo, Madame Maxime – Disse com uma reverência – Vou reclamar com o Ministério da Magia e a Confederação Internacional dos Bruxos...
Moody: Se alguém tem razão para reclamar é o Potter – Rosnou – Mas... O que é engraçado... Não estou ouvindo ele dizer uma única palavra...
Fleur: Por que ele irria reclamar? – Disse de repente, batendo o pé – Ele tam a chance de competirr, não é? Durrante semanas vivemos a esperrança de serr escolhidos! A honrra de nossas escolas! Mil galeões de prrêmio, é uma chance pela qual muita jante morrerria!
Valerie: Exatamente, o Prof. Moody tem razão - Disse, compreendendo o raciocínio de Olho Tonto – Talvez alguém tenha exatamente a esperança de que Harry morra - Seguiu-se um silêncio extremamente tenso às suas palavras. Ludo Bagman, que parecia de fato muito ansioso, balançou-se nervoso e disse:
Ludo: Srta. Black, minha cara... Que coisa para você dizer! – Falou de forma infantil.
Igor: Todos sabemos que o Prof. Moody considera a manhã perdida se não descobrir seis conspirações para assassiná-lo antes do almoço – Disse em voz alta – Pelo visto, agora está ensinando a seus alunos o medo de serem assassinados, também. Uma estranha qualidade para um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Dumbledore, mas com toda a certeza você tem suas razões.
Moody: Será que estou imaginando coisas? Vendo coisas? – Rosnou – Foi um bruxo ou uma bruxa habilitada que pôs o nome do garoto naquele cálice, como bem disse a Srta. Black...
Madame Maxime: Ah, que prrova há disso? – Exclamou, erguendo as enormes mãos.
Moody: Porque enganou um objeto mágico de grande poder! – Respondeu – Seria preciso um Feitiço para Confundir excepcionalmente forte para mistificar aquele cálice a ponto de fazê-lo esquecer que apenas três escolas competem no torneio... Estou imaginando que alguém tenha inscrito Potter em uma quarta escola, para garantir que ele fosse o único de sua categoria...
Igor: Você parece ter pensado muito no assunto – Disse com frieza – E não deixa de ser uma teoria criativa, embora, é claro, eu tenha ouvido dizer que recentemente você meteu na cabeça que um dos seus presentes de aniversário continha um ovo de basilisco ardilosamente disfarçado e o fez em pedaços antes de se dar conta de que era um relógio de trem. Então você compreenderá se não o levarmos inteiramente a sério...
Moody: Há pessoas que usam ocasiões inocentes em proveito próprio – Retrucou num tom ameaçador – É o meu trabalho pensar como os bruxos das trevas pensariam, Karkaroff, como você deve se lembrar...
Dumbledore: Alastor! – Exclamou em tom de aviso. Harry se perguntou por um momento com quem ele estaria falando, mas logo percebeu que “Olho-Tonto” não poderia ser o verdadeiro nome de Moody. Este se calou, embora ainda observasse Karkaroff com satisfação, o rosto de Karkaroff estava em brasa – Como foi que essa situação surgiu, não sabemos – Disse dirigindo-se às pessoas reunidas na sala – Parece-me, no entanto, que não temos alternativa alguma se não aceitá-la. Os dois, Cedrico e Harry, foram escolhidos para competir no torneio. E, portanto, é o que farão...
Madame Maxime: Ah, mas Dumbly-dorr... – Começou a protestar.
Dumbledore: Minha cara Madame Maxime, se a senhora tiver uma alternativa, ficarei encantado em ouvi-la – Dumbledore aguardou, mas Madame Maxime não disse nada, apenas o fitou de cara amarrada. E não foi a única, tampouco. Snape parecia furioso, Karkaroff, lívido. Bagman, porém, parecia bastante excitado.
Ludo: Bom, vamos agilizar isso, então? – Disse, esfregando as mãos e sorrindo para os presentes – Temos que dar nossas instruções aos campeões, não é mesmo? Bartô, quer fazer as honras da casa? - Sr. Crouch pareceu despertar de um profundo devaneio.
Bartô: É – Concordou – Instruções. É... A primeira tarefa... - Encaminhou-se, então, para a claridade das chamas. De perto, Harry achou que ele parecia estar passando mal. Havia sombras escuras sob seus olhos e sua pele enrugada tinha uma aparência frágil que lembrava papel, traços que não estavam ali durante a Copa Mundial de Quadribol – A primeira tarefa destina-se a testar o arrojo dos campeões – Disse a Harry, Cedrico, Fleur e Krum – Por isso não vamos lhes dizer qual é. A coragem diante do desconhecido é uma qualidade importante em um bruxo... Muito importante... A primeira tarefa terá lugar, em vinte e quatro de novembro, perante os demais estudantes, a comissão e a banca de juízes. É proibido aos campeões pedirem aos seus professores e da comissão, ou aceitarem deles, ajuda de qualquer tipo para realizar as tarefas do torneio. Os campeões enfrentarão o primeiro desafio armados apenas de varinhas. Receberão informações sobre a segunda tarefa quando a primeira estiver concluída. Por força da natureza árdua e demorada do torneio, os campeões estão dispensados dos exames do fim do ano letivo, assim como os membros da comissão, que estarão muitíssimos ocupados com a organização das tarefas - O Sr. Crouch virou-se para encarar Dumbledore – Acho que é só isso, não é, Alvo?
Dumbledore: Acho que sim – Respondeu ele, que observava o Sr. Crouch com uma leve preocupação – Você tem certeza de que não quer pernoitar em Hogwarts, Bartô?
Bartô: Não, Dumbledore, preciso voltar ao Ministério. Estamos passando um momento muito movimentado e muito difícil... Deixei o jovem Weatherby responsável pelo departamento... Muito entusiasmado... Um pouquinho demais, para dizer a verdade... – Comentou.
Dumbledore: Você vai pelo menos tomar um drinque antes de partir? – Convidou.
Ludo: Vamos, Bartô, eu vou ficar! – Disse animado – As coisas estão acontecendo em Hogwarts agora, sabe, está muito mais excitante aqui do que no escritório!
Bartô: Acho que não, Ludo – Respondeu, com um toque de sua antiga impaciência.
Dumbledore: Prof. Karkaroff, Madame Maxime, um último drinque antes de nos recolhermos? – Perguntou, mas Madame Maxime já passara um braço pelos ombros de Fleur e Pierre e os conduzia rapidamente para fora da sala. Harry e Valerie ouviram os três conversarem muito depressa em francês, ao atravessarem o Salão Principal. Karkaroff fez sinal para Krum e Gregory e eles, também, agitados, saíram em silêncio – Valerie, Harry, Cedrico, sugiro que vocês vão se deitar – Disse, sorrindo para os três – Tenho certeza de que Grifinória e Lula-Lufa estão aguardando vocês para comemorar e seria uma pena privar seus colegas desta excelente desculpa para fazerem muito barulho e confusão.
Harry olhou para Val e Cedrico, que concordaram com a cabeça, e juntos saíram da sala. O Salão Principal agora estava deserto; as velas já estavam pequenas, dando aos sorrisos serrilhados das abóboras um ar misterioso e bruxuleante.
Cedrico: Então – Disse com um sorrisinho – Vamos jogar um contra o outro novamente!
Harry: Acho que sim – Respondeu. Na realidade ele não conseguiu pensar no que dizer. Dentro de sua cabeça parecia haver uma desordem total, como se o seu cérebro tivesse sido saqueado.
Valerie: Mais um sinal... - Resmungou – As coisas não vão nada bem...
Cedrico: Então... Me conta... – Disse, quando chegaram ao saguão de entrada, que estava agora iluminado por archotes, na ausência do Cálice de Fogo – No duro, como foi que você conseguiu inscrever seu nome?
Harry: Não inscrevi – Disse erguendo os olhos para o colega – Não pus o meu nome lá. Falei a verdade.
Cedrico: Ah... Tá – Respondeu descrente. Harry percebeu que Cedrico não acreditara nele.
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