História A Second Chance - A festa

Abro os olhos lentamente para me acostumar com a claridade vinda da janela.Levanto devagar e logo sinto um maravilhoso cheiro de café invadir minhas narinas.
Saio do quarto em direção a cozinha,onde encontrei Ressler tomando café da manhã.
- Bom dia,Keen. - ele sorriu levemente.

- Bom dia,aliás foi ótimo acordar com um cheirinho de café da manhã, só espero que não tenha feito panquecas. - disse sorrindo.

- Eu não sou muito fã de panquecas.

- Então acho que temos algo em comum. - sorri.

Sentei-me a mesa e me servi.
- Não sabia que você tinha dotes culinários,Ressler.

- E eu não tenho,só aprendi algumas coisas enquanto morava sozinho,não dá para comer fora para sempre,não é?

- Com certeza não, e isso está maravilhoso!

- Obrigado. - ele sorriu fraco.

Ouvimos o choro alto de Theodore invadir a pequena casa.
Me levantei e Ressler também.
- Eu vou,pode terminar seu café, Keen.

- E se ele precisar trocar a fralda ou algo do tipo?

- Bom,eu lamento mas irei chama-la.

- Acho melhor eu ir logo.

- Não,você fica! - ele disse autoritário.

- Vou considerar isso como um pedido. - Revirei os olhos e sentei-me novamente.

Ele foi até o quarto enquanto eu terminava meu café,logo Theodore parou de chorar.
Ouvi a campainha tocar e caminhei até a porta, abri a mesma e estranhamente não havia ninguém,mas notei uma caixa no chão com meu nome escrito nela.Peguei a caixa e fechei a porta.
Abri a caixa e dentro havia fotos minhas,de Ressler e Theo na loja de departamentos.No fundo havia uma pequena folha de papel escrito apenas "cuidado!".

Me assustei ao sentir a presença de Ressler atrás de mim.
- O que é isso,Liz? - ele estava logo atrás de mim,e também observava o papel em minha mão.Nos entreolhamos.

- Acha que devemos nos preocupar? - questiono.

- Acho que devemos avisar a Reddington.

No mesmo instante ouvimos um barulho de vidro quebrando, vindo provavelmente de um dos quartos e Theo começou a chorar novamente.
Ressler pegou sua arma.

- Eu vou na frente. - eu apenas assenti.

Caminhamos apressadamente até o quarto do pequeno bebê. A janela estava quebrada e no chão havia uma pedra.
Peguei Theodore em meus braços e o acalmei.

- Eu vou ver se tem alguém lá fora - Ressler disse.

- Tudo bem,tome cuidado.

Enquanto Donald saiu eu continuei balançando a pequena criança em meus braços até que seu choro cessasse completamente.
Logo Donald voltou avisando que não encontrou nada lá fora e que iria enviar fotos do que recebemos para Reddington,enquanto isso eu alimentei Theodore e o banhei.
[...]
Era fim de tarde já e agora eu me encontrava em um vestido vermelho longo que Reddington havia enviado com a desculpa de que eu e Ressler agora tínhamos que ir em um evento,mas não disse qual a finalidade disso.
Estava terminando de me arrumar quando ouvi a campainha,sai do quarto e fui direto atender a porta.Como o esperado era Samar.

- Liz,caramba você está linda! - ela falou meio supresa.

- Obrigada,entra. - dei espaço para que ela entrasse e em seguida fechei a porta.

- Você não me contou quase nada.

- Eu te contaria se soubesse,mas Red apenas mandou as roupas e disse que iria nos buscar para uma festa.

- É difícil entendê-lo.Onde está o Ressler?

- Ah,ele estava no banho.

- Eu queria ser bobinha como você,Liz. - ela falou dando risada.

- Bobinha?

- Eu aproveitaria o fato dele ser meu "marido", se é que me entende.

Senti minhas bochechas corarem automaticamente e tudo que consegui fazer foi sorrir constrangida.

- Eu estou brincando, não precisa virar um tomate,Liz.

- Eu só...enfim,você vai conseguir cuidar dele sozinha?

- Olha,eu vou fazer o possível para não te ligar no meio da noite por não conseguir controlar um bebê - rimos.

- Mas se precisar pode ligar,afinal eu nem sei para onde estou indo.

- Espero que ele não resolva ter febre justamente hoje.

- Também espero.
[...]

Eu,Donald e Reddington havíamos acabado de chegar na festa.Era uma grande e luxuosa mansão,cada detalhe naquele lugar era extremamente lindo e provavelmente bem caro.

- Reddignton,você ainda não nos explicou o motivo de estarmos aqui. - Donald disse curioso.

- Vocês irão saber,não temos pressa ainda,apenas curtam a festa.Agora se me dão licença, tenho que que cumprimentar alguns conhecidos. - ele disse com seu típico sorriso de deboche e caminhando para longe de nós.

- Eu não estou acreditando nisso.

- Acho que deveríamos ir embora.

- Não, agora que já estamos aqui vamos esperar até o final para descobrir o verdadeiro motivo disso tudo. - afirmei.

- Você que sabe,Liz.

No mesmo instante um garçom passou do meu lado e eu peguei duas taças de champanhe, entregando uma a Donald.

- Acho que só não devemos exagerar na bebida,afinal ainda temos um bebê para cuidar quando chegarmos em casa - disse e Ressler sorriu.

[...]

Eu e Donald estávamos conversando sobre trabalho, para variar.
Red se aproximou com um homem que aparentava ter seus 40 anos.Ele nos apresentou ao homem que se chamava Lúkin Ivanov,ele nasceu na Rússia mas morava nos Estados Unidos,e foi apenas isso que eu consegui entender da conversa cheia de metáforas.

- Então,vocês estão casados a quanto tempo? - o homem nos perguntou.

Eu e Ressler nos entreolhamos sem saber o que responder.

-  Apenas 2 anos - Reddington respondeu.

- Se não me dissessem que eram um casal eu realmente teria me aproximado de você,Amy. - ele falou e em seguida sorriu.
Com certeza isso foi totalmente desnecessário.

- Não costumamos ficar demonstrando afeto em público. - Donald disse e em seguida me olhou sorrindo fraco.

- Amy é um pouco tímida. - Reddington completou.

- Brad acho que você tem bastante sorte,sua esposa é linda! - Lúkin olhou me analisando.
Isso era totalmente estranho e medonho,afinal eu estava com meu suposto Marido e mesmo assim ele tinha coragem de flertar comigo.

Ressler envolveu seus braços em volta de minha cintura e me puxou um pouco para mais perto dele.
- Sim,eu sou um cara de sorte! - afirmou.

- Lúkin você disse que iria me mostrar a casa,não é?! - Reddington disse mudando de assunto.

- Sim,acho que você vai gostar.

- Então vamos,Amy e Brad podem nos acompanhar se quiserem.

[...]
Estávamos no andar de cima da luxuosa casa,Reddington conversava animadamente com Lúkin sobre um assunto qualquer.Até que Lúkin recebeu um telefonema e saiu para atendê-lo em uma varanda.

- Liz,preciso que vocês entrem naquele primeiro quarto,e copiem alguns arquivos nesse pen-drive. - Reddington falou baixo,para que o homem não escutasse.

- E se alguém entrar?- questiono.

- Tenho certeza que vocês irão dar um jeito.

Assentimos e caminhamos até o quarto indicado,que por sorte estava com a porta aberta.
Eu e Ressler colocamos o Pen-drive para copiar os arquivos.

- Espero que isso seja rápido.

- Eu também espero. - afirmei.

Ouvimos passos e risadas ao lado da porta,Ressler foi verificar o andamento do envio dos arquivos.
- Falta alguns ainda,Liz.

- Merda!

Assim que giraram a maçaneta eu encarei Donald,e o empurrei levemente para que ele encostasse na mesa e em seguida juntei nossos lábios em um beijo profundo,ele ficou sem reação mas depois retribuiu o beijo.
Levei minhas mãos até sua nuca e ele segurou em minha cintura.
Escutei a porta ser aberta.

-  O que vocês estão fazendo aqui? - uma voz feminina proferiu.
Separamos o beijo,e virei-me para a porta.

- Nós... Desculpe,já estamos de saída. - afirmo e tiro o pen-drive discretamente.

- Não podiam entrar aqui. - a moça que provavelmente era alguma empregada da casa disse meio atordoada.

- É só que...

- Tudo bem,eu entendi.Agora saiam antes que alguém os vejam.

- Okay,nos desculpe.

- Tudo bem,vou fingir que nada aconteceu. - ela sorriu fraco.

Eu puxei Donald que parecia estar em transe.
- Conseguimos. - digo.

- Pelo menos deu certo. - ele sorriu.

- Me desculpe pelo...foi a única alternativa. - corei.

- Tudo bem,Keen.

- Agora temos que achar Reddington.

- Deve estar na parte inferior.

[...]
A noite foi longa,e no fim descobrimos que Reddington nos usou para descobrir algo sobre Lúkin,mas ele não nos contou o que descobriu.

Ao chegarmos em casa,encontrei Samar dormindo no sofá.
- Acho que ela não está acostumada com bebês. - Ressler disse sorrindo.

- Devemos acordá-la? - ele questinou.

- Não, vou pegar uma coberta para ela.

Depois que cobri Samar,fui ver como estava Theodore que estava acordado proferindo resmungos desconexos enquanto brincava com um ursinho.
Eu o peguei no colo e ele sorriu.
- Gostou da Tia Navabi?

Ele deu uma risadinha em resposta.

- Aposto que sim. - Ressler respondeu enquanto afrouxava a gravata.
[...]

Com certeza aquela foi a noite mais estranha da minha vida,eu beijei o meu colega de trabalho e agora turbilhões de sentimentos se confundiam em meu peito.
Eu estava assustada,afinal minhas últimas experiências com romances não foram uma das melhores,e as dele também não.
Eu não estava me apaixonando por ele!
Pelo menos não é algo que eu gostaria de admitir...
Eu não estou e nem vou me apaixonar por Donald Ressler.