Tudo parecia estar em câmera lenta desde que acordei.Haviam levado o Théo e nós não tínhamos conseguido evitar,sendo que o nosso dever era protegê-lo.
Estávamos na força tarefa decidindo quais seriam nossas ações diante da situação e quais foram as falhas de segurança.Mas para ser realista eu não estava muito focada nisso.
- Keen e Ressler,eu não deveria deixar vocês participarem disso pois já estão envolvidos sentimentalmente,mas eu vou dar um voto de confiança,não me decepcionem. – Cooper nos alertou.
- Sim,senhor! - Ressler respondeu e eu apenas assenti.
- O que temos,Aram?
- Pelas informações que juntamos durante esses meses em que eles cuidavam do bebê e os nomes da lista que eles roubaram recentemente,eu consegui informações de praticamente todos que estão envolvidos e atuando com a máfia aqui no país.
- E o que nós precisamos para prendê-los? - Samar questionou.
- Esse é o problema,praticamente nenhum deles tem antecedentes criminais,alguns deles já cumpriram pena mas nada alarmante.O mais intrigante é que essas pessoas tem perfis variados e totalmente opostos um dos outros... - falou enquanto digitava algo em seu computador.
- É como se voltássemos ao zero,esses nomes não nos levam à nada. - Donald argumentou.
- Estaríamos no zero se eu não tivesse um endereço. - Reddington se pronunciou pela primeira vez. - Minha fonte me enviou um endereço,não sei do que se trata.
- A Bella poderia ter nos avisado sobre o ataque mas ela não fez isso,e se isso for uma armadilha? Não acho que devemos confiar nela. - proferi.
- É a única pista que temos.Ou tentamos ou deixamos para lá e iremos perder a oportunidade de conseguir informações sobre o paradeiro do Theodore.
- Ressler,Keen e Navabi eu quero que vocês chequem o endereço.Aram,consiga mais informações sobre os nomes das listas,alguém deve ter deixado uma pista para trás.
[...]
O endereço que Bella havia passado era um galpão,nunca entendi o motivo pelo qual a maioria dos criminosos gostavam tanto de galpões,era praticamente um dos lugares mais óbvios e ainda sim,um dos mais usados.
Estacionamos o carro,e muito provavelmente,não chamar atenção era impossível já que estávamos com reforços e,para piorar o local tinha câmeras.
- Ressler! - chamei sua atenção e apontei para as câmeras o fazendo resmungar e correr até uma das portas do local.Eu e Navabi o seguimos junto com a equipe.
- FBI! - ele gritou assim que um dos agentes arrombou a porta.
Fomos recebidos por tiros.O local estava repleto de dinheiro e papéis que,se tivéssemos sorte poderiam conter informações ou servir como provas.
Acertamos alguns dos atiradores e outros conseguiram fugir,mas o restante das pessoas que estavam lá pareciam amedrontadas com toda a confusão,certamente elas não participavam diretamente dos crimes da Máfia.
- Chame o Resgate,temos muitos feridos! - Donald ordenou para Samar e ela assentiu pegando seu telefone.
- Ele não está aqui,algo me diz que estamos cada vez mais longe.
- Vamos encontrá-lo,Liz.Eu prometo.
- Eu confio em você e na nossa equipe. - sorri fraco.
- E eu confio em você,você também deveria confiar em si mesma.
[...]
A maioria das pessoas que estavam lá dentro e que não foram baleadas não iria falar nada,pois elas sequer sabiam algo além do quanto era ilegal o negócio em que trabalhavam.Era frustante,não tínhamos nada,nem uma pista,nem um depoimento promissor.Tudo era igual a nada,até agora.Tínhamos que tomar um último depoimento de um dos atiradores que ficou para trás e foi acertado de raspão no braço.
Entramos na sala onde o encontramos sorrindo,o que era estranho para quem seria preso.
- Agente Keen e Ressler,ou será que devo chamá-los de Sr. E Sra.Johnson?
- Se você nos conhecesse então provavelmente sabe onde está o bebê. -fiz uma pausa para pensar na coisa certa para se dizer. - Você pode falar e conseguir um acordo ou pode apenas aguardar seu julgamento com a certeza de que eu vou me encarregar de você ficar o resto da vida em uma cela. - ameacei.
- Eu sei bastante sobre vocês dois,também sei que isso se tornou bem mais que um simples casos para vocês dois,principalmente depois de ontem a noite,não é mesmo? - zombou.
- Olha aqui,eu tenho certeza de que esse tiro de raspão não doeu tanto,mas eu posso fazer doer bem mais caso você não queira cooperar.
- Sem querer me intrometer muito,mas ele é bom de cama,agente Keen? - Ressler me encarou sorrindo debochadamente e partiu para cima do homem,mas eu o impedi.Ele queria jogar,e assim como Reddington ele só iria dizer a verdade quando nós entrássemos no jogo dele.
Sorri e sentei-me na cadeira a sua frente.
- Ele é ótimo,já que isso te interessa tanto.
- É,eu consegui ver.
- O que você quer dizer com isso?
- São pequenos objeto de vigilância,tecnologia super avançada,você conhece? - rolei os olhos com a piadinha extremamente sem graça.
- Como você instalou câmeras na nossa casa? - deixei que meu parceiro o interrogasse,minha cabeça estava uma grande confusão, passar por isso novamente não era algo legal,sua privacidade invadida por alguém que você nunca nem viu.
Donald Ressler:
O suspeito que estávamos interrogando lembrava bastante a maneira sarcástica de Reddington,a diferença é que esse realmente não se importava em fazer piadas sujas,o que me tirava a paciência bem mais rápido.
Liz parecia confusa e cansada,isso me deixava exatamente igual,eu não sabia lidar com alguém que eu amo estar sofrendo.
- Você quis dizer na casa do Reddington?Bom,eu tenho meus meios. - ele parecia totalmente inabalável.De certo,sabia muito bem o que estava fazendo e falando,como se tudo fosse um plano.
- O que era aquele lugar?Todo aquele dinheiro,aquelas pessoas?
- Para falar a verdade,eu estava lá pela primeira vez,o dinheiro acho que vocês já podem imaginar que é a pequena economia dos meus amigos mafiosos.Eu trabalho com a parte de computação,tenho acesso à todas as redes deles.Na verdade,se quiserem me chamar de Hacker,tudo bem também. - explicou.
- Hacker?Nos seus dados não tinha nada disso.Para falar a verdade,nos seus dados não havia praticamente nada.
- Talvez eu tenha dado um jeito nisso também.Provavelmente vocês devem achar que me chamo Gord Meredith,mas se tiverem amor à vida de vocês, não me chamem assim.
- E como devemos chamá-lo? - Liz retornou a conversa.
- Rich Dotcom.Vocês já devem ter escutado meu nome em algum lugar. - eu e ela nos entreolhamos e negamos. - Qual é,eu sou um hacker muito famoso na Deep Web.O FBI está muito desatualizado. - finalizou.
- Vamos ao que interessa,queremos informações sobre a criança que estava com a gente.
- É claro,aquele era um garoto realmente adorável.
- Era?
- Bem,talvez ele continue sendo,ou não,depende de quem vai adotá-lo.- sorriu. - Não não,a palavra certa é comprá-lo.
- O quê?! - Liz levantou ainda parecendo supresa e saiu da sala batendo a porta atrás de si.Saí logo depois dela ainda a tempo de alcançá-la.
- Hey,espere!
- O quê? Você ouviu o que ele disse?Eles vão vender o Theo,precisamos fazer alguma coisa!
- Sim,eu ouvi.Mas nós não temos nada,nem sabemos se podemos confiar nele.
- Não tenho dúvidas de que ele está falando a verdade,não podemos deixar isso acontecer.É o nosso bebê, Donnie! - exclamou deixando as lágrimas escorrerem por seu rosto.
- Eu te prometi que vamos encontrá-lo,Lizzie.E nós iremos! - a puxei levemente para que pudesse abraçá-la,um abraço desesperado assim como a primeira vez que nós nos abraçamos.
Tudo que eu mais queria no momento era poder achar Theodore,o nosso bebê,e finalmente poder acabar com toda essa dor e angústia que sentíamos..
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.