História A segunda tarefa - Capítulo 07 - Snape está atrasado

Harry baixou seus olhos para mirar a gravata verde e prata da Sonserina que, agora, estava bagunçada devido à pequena viagem aérea que fizeram sobre o hipogrifo. Lentamente, girou seus dedos sobre a gravata para deixá-la firmemente presa em sua mão; Draco assistiu os movimentos de Harry interessado.

    Draco já sabia o que Harry pretendia fazer, e ele também tinha consciência de que Harry nunca tivera essa experiência na vida, se contentando por ser o primeiro no qual Harry se desfrutaria.

    Umedecendo os lábios, Draco estudou cada centímetro do rosto de Harry, sorrindo por vê-lo vermelho, e sentindo suas pernas ficarem bambas com a aproximação.

    Harry puxou a gravata alheia para baixo, forçando Draco a se inclinar levemente, ficando centímetros de distância que logo foram rompidos, quando eles se beijaram pela primeira vez.

    Não foi um beijo longo, apenas uma troca de selares que foi capaz de fazê-los sorrir, os rostos queimando.

    Draco apertou o queixo de Harry e guiou boca dele para a sua própria, novamente. Se beijaram pela segunda vez na vida, sendo, essa vez, mais longa que a anterior.

    Minerva não se contentou, então começou a dar pulinhos silenciosos, carregados de animação, se atentando para não pisar em algo barulhento o suficiente para afastar os garotos; além disso, nem Minerva, nem Dumbledore, e nem Hagrid podiam delatar sua localização aos garotos.

    Abriram as bocas um pouco mais, dando espaço para suas línguas participarem do momento. Colaram seus corpos lentamente, causando uma sensação boa. Harry arranhou levemente a nuca de Draco com seus dedos frios, estimulando ambos a continuarem com o que estavam fazendo. Afinal, apesar de sempre amarem um ao outro desde que se viram embora nunca soubessem que esse sentimento era a famosa paixão, eles estavam entretidos naquilo.

    Quando Harry contornou o pescoço de Draco com os braços para intensificar o beijo deles, o hipogrifo, percebendo que deixara de ser o assunto principal dos garotos, balançou a cabeça para cima e para baixo, empurrando-os levemente pois também queria atenção. Rindo, Harry e Draco se soltaram, os rostos corados; e voltaram a acariciar o animal.

    Enquanto espiavam curiosos, Dumbledore, Minerva e Hagrid ouviram um movimento baixo atrás deles, obrigando-os a se virarem. Viram Snape chegar quase tropeçando, seu rosto — geralmente carrancudo — demonstrava pressa.

    — O que foi que eu perdi? — perguntou com a voz baixa, arrumando os cabelos oleosos para tirá-los dos olhos, que se espreitaram para ver Harry e Draco acariciando o hipogrifo.

    — O beijo mais delícia de todos. — McGonagall respondeu animada, e Snape chutou uma rocha, decepcionado por ter chegado tarde demais a ponto de não vê-los se beijando.

    — Severus, o que te fez se atrasar? — perguntou Dumbledore calmamente.

    — O caldeirão de Nott e Longbottom se explodiu; tive de limpar tudo porque Longbottom estava nervoso, pedi para que Nott o levasse para a ala hospitalar para que Papoula lhe desse algo para acalmar os nervos. Tirei trinta pontos da Grifinória, bem feito para aquele maluco do Longbottom.

    McGonagall deu um tapinha no braço de Snape que só não protestou alto pois poderia chamar a atenção de Harry e Draco, que ainda tinham a atenção no hipogrifo.

    — Isso é muito. — repreendeu McGonagall. — Honestamente, Severus, você é muito severo com seus alunos…

    — Por que será? — riu-se Hagrid baixinho.

    Snape ergueu as sobrancelhas em deboche:

    — O que você quer que eu faça? Temos de ser justos. Esse maluco — e apontou para Dumbledore. — dá duzentos pontos para a Grifinória todo final de ano.

    — Porque os alunos da minha casa merecem. — falou McGonagall.

    — Chega de brigas. — disse Dumbledore. — Sinceramente, vocês parecem dois alunos que eu conheço. — e voltou a olhar Harry e Draco, fazendo, propositalmente, uma indireta relacionada a aqueles em que olhava.

    — Para ser sincero, — começou Harry com a voz rouca. — essa é a melhor detenção que já cumpri.

    — E olha que você já cumpriu um número considerável delas. — complementou Draco, olhando Harry pelo canto do olho. — Você fica por aí procurando encrenca…

    — Eu não saio por aí procurando encrenca. Em geral, as encrencas é que vêm ao meu encontro.

    Draco riu baixinho.

    — Honestamente, Harry, você realmente deixou meu dia melhor.

    Harry sorriu de canto, mas não perdeu a oportunidade para provocá-lo:

    — Sério, Draco, onde é que foi parar seu orgulho? — e levou os dedos à testa como se estivesse procurando por algo.

    — Sabia que você é um idiota?

— Não tão quanto você.

Harry se virou para Draco, sorrindo ao ver seus olhos brilharem. Se beijaram novamente, suas mãos ainda escoradas no hipogrifo. Harry sorriu em meio ao beijo, mordendo os lábios; sussurrou, encarando os olhos fechados de Draco sem parar, as pestanas brancas como a neve a milímetros de seu rosto:

— Sabia que eu te amo, idiota?

Continua...