– E aí gata? – Lipe perguntou, se aproximando de mim – terminou os quadros?
– Ainda não – respondi.
– Já se passaram dois meses, a Luana não está te cobrando não?
– Eu avisei que demoraria para fazer todos. E ela preferiu que eu entregasse tudo junto.
– Se você diz – ele deu de ombros – ali, entrou uma cliente.
– É sua vez gato.
Lipe piscou para mim e saiu andando. Meu celular vibrou e eu olhei. Nova mensagem de Maxon.
“Minha casa hoje?”
Olhei para os lados, conferindo se não teria ninguém olhando e comecei a escrever.
“Preciso terminar aqueles quadros. Mas quer ir lá para casa?”
Maxon não respondeu. Guardei o celular e voltei ao trabalho. Quase vinte minutos depois, meu celular vibrou de novo, justamente quando eu estava atendendo um cliente. Quando finalmente pude olhar a mensagem, já tinham se passado dez minutos.
“Tenho que trabalhar também. Talvez amanhã.”
Fiquei levemente decepcionada e guardei o celular, depois de mandar um “combinamos melhor depois”. Quando cheguei em casa, Kriss me agarrou pelo braço e me puxou até o quarto dela, fechando a porta em silencio.
– O que aconteceu? – perguntei.
– Marlee dormiu na sala.
– E?
– Tenta passar uma hora com ela. Você vai agradecer quando ela dormir.
– Por quê?
– Hormônios Meri. Hormônios.
– Estão atacando é? – perguntei rindo.
– Estão enlouquecidos. E ela só tem três meses de gravidez!
– Bom, não se preocupe comigo, irei para o ateliê e vocês nem verão minha cara.
– Não faça isso comigo. Não me abandone!
– Eu preciso terminar esses quadros.
– Você vai se ver comigo America Singer!
Mandei um beijo para ela e corri para o ateliê. Fiquei pintando até cair no sono, ali mesmo, no sofá. Quando eu acordei, já eram dez da manhã, por sorte eu não trabalho sexta. Tomei um banho rápido e liguei minha musica. Shower , da Becky G. Preparei um cereal para mim e fui para o ateliê, deixando a porta aberta.
Eu só percebo que estou cantando alto, quando uso algo de microfone. Usar o pincel não é das melhores ideias, eu estava toda suja de tinta. Usei o próprio para coçar as costas antes de perceber a burrice disso.
– Merda – exclamei, quando senti o gelado da tinta na minha pele.
Uma risada grossa me assustou, me fazendo pular e virar para trás. Maxon estava encostado no batente da porta, com a gravata frouxa e os primeiros botões abertos. Os braços cruzados sobre o peito e os cabelos levemente bagunçados. Fiquei com o queixo no chão com tanta beleza. Maxon era um modelo de homem.
Ele tirou o paletó e jogou no sofá, se aproximando lentamente. Senti minhas pernas fraquejarem, como costuma acontecer quando ele me olha daquele jeito. Maxon tirou a gravata e depois começou a desabotoar a blusa.
– Maxon, eu estou tentando trabalhar aqui.
– Eu sei. Não estou fazendo nada – ele disse, tirando a blusa e jogando no chão.
– Está me distraindo.
– Hmm. E como exatamente estou fazendo isso? – ele perguntou, tirando o cinto.
– Max..
Maxon me empurrou com o corpo até encostarmos-nos à parede. Pegou a barra da minha blusa e a puxou com força para cima.
– Sem sutiã America? Aprovado – ele disse, segurando meus seios.
– Maxon, pare.
Ele ignorou meus protestos e ajoelhou na minha frente. Abriu meu short e o puxou para baixo junto com a calcinha.
– Você não devia estar trabalhando? – perguntei, com a voz falhada.
– E estou. Saí para conferir meus bens.
Maxon agarrou meus quadris e começou a beijar minhas pernas, indo lentamente até minha intimidade. Gemi alto quando ele começou a usar a língua e agarrei seus cabelos. Senti o prazer crescendo cada vez mais, até ficar quase insuportável permanecer de pé.
Minhas pernas tremiam e quando eu ia chegar ao ápice, Maxon parou. Reclamei com um gemido, mas logo ele estava de pé, me puxando para cima e me preenchendo. Ele ficou alguns segundos parado, me olhando.
Apoiei o peito dos pés em sua coxa e comecei a dar impulso para cima. Maxon apertou minha cintura, me dando apoio enquanto eu subia e descia. Senti quando Maxon chegou lá, ver seu rosto mudar, seus olhos apertarem e sua boca formar um “o” silencioso, era tudo o que eu precisava para chegar lá também.
Maxon me apoiou na parede, enterrando a cabeça em meu pescoço e ficamos ali, respirando pesadamente e deslizando lentamente até o chão. Ficamos abraçados até meu celular começar a tocar, mas eu me sentia cansada demais para me esticar e pegá-lo. Maxon bufou e pegou o celular, atendendo rudemente.
– Alô? Ah, oi May. É o Maxon. Tudo bem sim, e você? Que bom. Quando? Acredito que sim.
– Me dá o telefone Maxon – reclamei.
– Vou passar para ela. tchau.
Peguei o celular, fingindo irritação e ele riu.
– Oi.
– Oi Meri. Só liguei para avisar que estou indo. Chego amanhã.
– Espera. O que?
– Eu e Reed estamos indo para ai.
– May! Como você me avisa assim? Não preparei nada. Nem sei onde colocar vocês.
– Podemos ficar em um hotel mesmo.
– Ficou doida? Primeira vez na cidade e acha mesmo que vou deixar vocês sozinhas?
– Qual o problema?
– Vocês ainda são muito ingênuas.
– Você que pensa.
– O que?
– Nada.
– May!
– O que? Olha tenho que desligar. Reed chegou. Estamos saindo.
– Já estão vindo?
–Não. A gente vai mais tarde. Estamos indo fazer outras coisas. Beijos irmã. Tchau.
– Que outras coisas?
– Manda um beijo para o Maxon. E eu sei o que vocês estavam fazendo antes de atender o celular. Tchau!
Continuei estática, com o celular no ouvido. Olhei para baixo e eu estava sem roupa alguma, sentada no colo de Maxon, que ainda estava dentro de mim. Desliguei o celular e levantei.
– O que foi? – Maxon perguntou, levantando.
– May está vindo – eu disse, colocando o short.
Maxon fechou a calça e sentou no sofá.
– E qual o problema nisso? – perguntou.
– Eu não sei o que esperar dela. Ela não é mais aquela May.
– Obvio que não é. Ela agora tem vinte e um anos.
Coloquei a blusa e sentei ao seu lado.
– Ela e Reed acham que conhecem tudo. O que é normal da idade. Mas aqui não é Carolina. As pessoas não são amigas umas das outras. E ela quer ficar em um hotel. Não tem nada que eu possa fazer, ainda mais com a Marlee grávida.
– O problema é onde elas irão dormir? Ah America. Você sabe que na minha casa tem espaço.
– Colocar duas jovens dentro da sua casa? De jeito nenhum.
– Qual o problema? Você fica lá também.
– Você sabe que sempre tem um paparazzo pronto para estragar a festa.
– Besteira. O que eles poderiam inventar? Ela é sua irmã.
– Maxon..
– Não tem discussão America. Vocês três ficarão lá em casa e ponto.
Assenti, ainda me sentindo desconfortável com isso. Fui para seu colo e me aninhei em seu peito.
– Acabei de lembrar uma coisa – Maxon disse, acariciando minhas costas.
– O que?
– Amanhã tenho um jantar de negócios para ir.
– Tudo bem. Eu fico em casa com as meninas.
– Na verdade, eu queria que você fosse.
– Mas a May..
– Depois do jantar, nós vamos sair.
– Nós?
– Marcus, Carlos, Meredith, Natalie e eu.
– Eles sempre participam dessas reuniões?
– Eles são meus sócios. A empresa é minha, mas eu já te disse que sem eles eu não teria ido longe. O mínimo que eu posso fazer, é mantê-los comigo.
– Entendo. E qual o plano?
– Iríamos todos para o mesmo restaurante. Enquanto eu fico em uma mesa, vocês ficam em outra, para ficarem mais a vontade.
– Eu, May e Reed?
– Pensei em chamar todo mundo. Carter, Marlee, Aspen e Kriss.
– Pode ser.
– Dai quando acabarmos, vamos todos juntos comemorar ou afogar as magoas.
– Combinado.
– Então vá avisar as meninas e separar sua roupa. Você vai para a minha casa hoje.
– Liga para a minha mãe e passa o seu endereço? Dai antes da May sair ela pega.
– Tudo bem.
Levantei e fui para a sala. Ainda estava cedo, por isso as meninas não estavam lá. Peguei o celular, abri uma mensagem conjunta e mandei uma mensagem para elas.
“Precisamos conversar. Tenho uma proposta indecente para vocês”
Não demorou para Marlee responder.
“Adoro propostas indecentes. Manda!”
Não pude deixar de rir com a mensagem. Resolvi não esperar pela Kriss. Quando ela abrisse o celular, já estaria tudo ali.
“May está vindo para a cidade. Chega amanhã. Ela e Reed ficarão comigo e Maxon no AP dele. Mas ele tem um jantar de negócios para ir amanhã. Por isso propôs de irmos todos jantar lá. enquanto ele está em sua reunião, a gente se diverte. E depois vamos comemorar. Que tal?”
Essa foi a hora que a Kriss resolveu aparecer.
“Vou”
Marlee, como sempre, mostrou entusiasmo.
“E dai que estou com barriga? Assim a gente não enfrenta fila! Topo!”
Sorri com a resposta e peguei um copo de água. Maxon apareceu na cozinha, vestindo apenas a calça social. Aquela visão, me fez literalmente babar. Eu me distrai e acabei derramando a água na minha blusa.
– Hmm – Maxon gemeu, olhando para meus seios – deixe que eu limpo para você.
Ele me puxou pela cintura e lambeu desde a barra da minha blusa até meu queixo. Gemi e agarrei seus cabelos. Maxon me beijou, me levantando e me colocando sentada no balcão. Me assustei com o interfone tocando, e quando olhei, eu estava sem blusa.
– Quando você fez isso? – perguntei, rindo.
Maxon sorriu maliciosamente para mim e devolveu minha blusa. A vesti depressa e atendi.
– Oi?
– Oi, America?
– Sim.
– É a Luana.
– Oi Luana. Entre.
Apertei o botão e corri para o quarto. Coloquei um sutiã e troquei de blusa. A campainha tocou bem na hora que saí do quarto. Maxon estava sentado no sofá, ainda com o peito nu.
– Maxon, é minha chefa. Por favor, coloque uma blusa! – reclamei.
Ele levantou e foi para o ateliê, enquanto eu abria a porta.
– Oi Luana.
– Eu sei que não é comum receber esse tipo de visita, mas eu queria conversar sobre os quadros. É meio urgente.
– Sim claro. Entre. Quer um copo d’água?
– Sim, por favor.
– Olha Luana – eu disse, enchendo o copo – faltam apenas dois. Eu sei que estou demorando, mas é que as vezes a primeira camada de tinta precisa secar para eu dar o acabamento.
– Sim. Tudo bem. Não é sobre isso.
– Ah. Então?
Luana respirou fundo e sentou em uma das cadeiras da cozinha.
– America, eu lamento que seja eu a dizer isso, mas precisamos cancelar a encomenda – ela disse.
– Cancelar? Luana, eu tenho vinte e oito quadros prontos! E grandes!
– Eu sei. Mas o dono da livraria é maluco. Ele disse que queria mudar os ares de lá. E eu mostrei alguns dos seus trabalhos. Ele gostou muito e pediu trinta quadros. Mas agora ele resolveu que queria outro tipo de reforma e mandou cancelar. Tirou o dinheiro que tinha disponibilizado da conta e já contratou outros serviços. Estou arrasada. Eu queria muito seus quadros lá. Mas infelizmente eu sigo ordens. Por isso vim a sua casa, para termos mais privacidade.
– Entendo.
– Me desculpe America. De verdade.
Assenti. Ficamos em silencio. Luana levantou.
– Melhor eu ir. Nos vemos semana que vem? – ela disse, estendendo a mão.
– Vou abrir para você – eu disse, ignorando sua mão estendida.
– America. Por favor, entenda. Não é minha culpa.
– Luana, mesmo que eu saiba que não é sua culpa, que você segue ordens, eu tenho que reagir bem? Eu gastei muito com materiais e tempo. Fiz vinte e oito quadros. O que eu faço com eles?
– Eu sei. Tentei argumentar com o chefe, mas ele não me ouviu. Eu pedi a ele para pelo menos ficarmos com os prontos. Mas..
– Tudo bem. Já foi. Darei meu jeito.
Fomos até a porta e eu abri. Luana saiu, cabisbaixa. Eu entendia que não era culpa dela, mas não conseguia controlar meu mau humor.
– Luana? – chamei, e ela olhou para trás – eu entendo que não é sua culpa. Eu vejo isso no seu rosto.
– Obrigada – ela disse, sorrindo – Mas?
– Como você sabe que tem um “mas”?
– Apenas fale America.
– Não quero mais trabalhar lá.
– Imaginei. Bom, eu te ligo, para tratarmos disso. Não importa o que o chefe vai dizer, vou dar um jeito de você sair de lá bem.
– Obrigada.
Luana sorriu e foi embora. Quando fechei a porta e olhei para trás, Maxon estava impecavelmente vestido.
– Você se demitiu no calor do momento. Não devia fazer isso – ele disse, me puxando pela mão.
– Eu sou uma artista Maxon. Não nasci para vender livros.
– Essa é minha garota.
Ele me puxou e me abraçou forte.
– Você está bem? – perguntou.
– Vou ficar.
– Daremos um jeito nisso tudo.
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