[POV EADLYN]
Acabamos todos dormindo ali nos pufes. Milla tinha se acomodado toda espalhada num pufe. Erik no pufe ao lado. Cam e Ahren em um dos grandes. Kile e eu em outro. Acordamos com minha vó chamando a gente.
– Vamos crianças, temos muito o que fazer hoje! Levantem! Preparei uma mesa de café da manhã reforçada!
Olhei em volta, e todos pareciam que tinham sido atropelados. Kile estava parcialmente em cima de mim. Ahren e Cam estavam tão fofos de conchinha.
– Bom dia vó – falei, levantando com dificuldade.
– Temos que encontrar roupas para todos vocês. Então vou levar a todos para o shopping.
– Teremos uma daquelas festas de gala que minha mãe tanto fala? – Erik perguntou.
– Melhor. Festa mexicana!
Acabei rindo. Não imaginava que minha vó faria uma festa com um tema tão descontraído.
– Meus avós devem estar malucos por eu não ter ido para casa – Cam disse, levantando.
– Não se preocupe, eu falei para ela ontem que vocês provavelmente dormiriam aqui. Os pais de vocês faziam bastante isso. E ela disse que tudo bem.
– Sério?
– Essa mulher não é demais? – Ahren perguntou, a abraçando e dando um beijão em sua bochecha.
– Pare de me bajular menino. Vamos, quero todos alimentados e prontos para sair em meia hora.
– Só? – Milla perguntou – Mas nossas roupas não estão aqui.
Vó Amberly começou a andar, nos induzindo para acompanha-la.
– Teremos breves paradas na casa de cada um antes de partimos para o shopping. Como teremos a casa cheia e possivelmente tenhamos que busca-los em alguns locais, Clarkson alugou um carro de sete lugares. Aqui as pessoas dirigem a partir dos 16 anos, mas como só o Kile tem habilitação, ele que nos levará para o shopping.
– Já temos tudo planejado? – Erik perguntou.
– Mas é claro!
Entramos em casa e nos dirigimos para a cozinha, onde de fato ela havia posto uma bela mesa de café da manhã.
Demos bom dia para nosso avô e nos acomodamos para comer. Depois disso, Ahren e eu tomamos um banho rápido, trocamos de roupa, pegamos nossas bolsas e fomos para o carro. Kile nos levou até a casa de todos os avós para que cada um pudesse se arrumar o mais breve possível.
Demorou um pouco, mas logo estávamos a caminho do shopping. Passamos horas procurando a roupa ideal. Vó Amberly queria que todos vestissem roupas típicas mexicanas, e para isso, fomos a uma loja de fantasias.
Quando finalmente alugamos tudo, voltamos para casa para nos arrumar. Seria uma noite e tanto!
As meninas e eu ficamos na casa da minha vó Magda para nos arrumarmos, e Kile e os meninos iam para a casa da vó Amberly.
Todas nós estávamos com o mesmo modelo de roupa. Uma blusinha branca caída nos ombros e uma saia longa rodada e bem florida. Mas cada uma com uma cor diferente. E uma faixa dourada na cintura. Uma ajudou a outra com a make e cabelo. Eu fui mais ajudada do que qualquer coisa, mas tudo bem. Milla bagunçou seus cachos ao máximos, os armando lindamente. Cam prendeu parte do cabelo atrás e deixou o resto solto. Eu fiz um rabo de cavalo lateral.
Quando descemos, lá estavam meus avós, também vestidos a caráter. Estavam uma gracinha! Tirei uma foto deles e mandei para minha mãe. Ela respondeu logo em seguida.
Mãe: O que os avós não fazem pelos netos...
Eady: Não foi ideia nossa. Só para deixar claro.
Mãe: Por favor, me mande foto do meu sogro vestido a caráter!
Sorri e guardei o celular na bolsa. Seguimos meus avós para o carro e fomos para o salão de festas. Era na verdade uma mansão enorme e linda, mas só era usada para eventos. Os sons da festa nos atraíram para os fundos, onde estava tudo decorado com perfeição.
– Eles sabem mesmo dar festas por aqui – Milla disse.
– Estava pensando o mesmo – Cam disse.
Uma recepcionista veio até nós com um cesto cheio de arranjinhos de flores.
– O que fazemos com isso? – perguntei.
– Coloquem no cabelo – ela disse, virando de lado para mostrar seu coque com as flores.
Milla prendeu o dela na lateral de seus cabelos armados, os puxando levemente para cima. Cam prendeu atrás de sua cabeça, onde seus cabelos estavam amarrados. Eu prendi o meu no elástico do meu cabelo, próximo a minha orelha.
A moça assentiu para nós, e indicou a entrada, indo abordar meus avós agora.
A parte da festa, estava ainda mais bonito. Tinham garçons com chapelões em toda parte, servindo comidas e bebidas. Uma banda tocando as musicas temáticas e também fantasiados. Todos os convidados ali estavam a caráter e parecendo se divertir.
Cam foi quem avistou os meninos e apontou para eles, que estavam de costas para nós. Andamos até eles, já nos servindo de um drink colorido que saía fumaça.
Eles estavam próximos a piscina, tomando um drink parecido com o que tínhamos pego e conversando animados. Quando olharam na nossa direção, já estávamos no meio do caminho em direção a eles, mas acabamos perdendo o ritmo por cairmos todas na gargalhada.
Os três usavam um grande bigode falso, comprido e fazendo voltinha na ponta. Eles sorriram para nós e acariciaram seus bigodes.
– Vocês estão sensacionais – falei, ainda rindo.
– Sabemos disso – Erik disse.
– Faz parte da roupa que alugaram? – Milla perguntou.
– Sim, viemos em grupo.
E de fato, os três estavam com a mesma roupa. Um tipo de blazer preto com enfeites costurados em dourado, a calça preta e blusa branca por baixo. E claro, o bigode.
Fui até Kile, tentando beija-lo com aquele bigode enorme. Deve ter sido uma cena engraçada.
Mal tinha começado a festa, e diversas pessoas já tinham vindo até nós para falar como Ahren era parecido com nosso pai e contar como o conheceu. Meu pai é meio que uma celebridade por aqui. Bom, ele é conhecido no país todo, mas em Carolina? Todos querem falar dele.
Sentamos em uma mesa que Milla escolheu por ser “estrategicamente ideal para comer”. Não tão perto da cozinha a ponto de ficarem esbarrando em nós, e não tão afastado de forma que sempre acabe tudo antes de chegarem. E de fato era perfeita, estávamos completamente cheios e não estava nem na metade da festa.
A banda tocava uma musica animada, que quase nos fazia querer levantar e dançar. Eu disse quase. Eu não iria pagar esse mico. Mas paguei, já que Milla encheu a paciência e Cam foi logo na onda dela.
– Não tem ninguém dançando Milla, pelo amor de Deus! – reclamei, sendo puxada pelas duas.
– Alguém deve dar o primeiro passo. Toda revolução começa assim.
[POV ERIK]
Fiquei assistindo as meninas se afastarem para dançar. Na verdade, estava assistindo a Milla. Ela estava feliz, e espontânea. Parecia se divertir bastante, dançando sozinha.
– Porque não vai também? – Kile perguntou.
– Onde?
– Dançar com ela.
– Eu já fiz demais.
Eles se entreolharam.
– O que? – perguntei.
– É uma festa. Coisas acontecem em festas – Ahren disse.
– Se eu já não tivesse tentado, super estaria indo chegar nela. Mas eu já fiz isso, e fui negado. Eu tenho meu orgulho.
– Quer tentar uma ultima coisa? – Kile perguntou.
– Não.
– Não quer nem saber o que? Porque eu estou curioso – Ahren disse.
– Tá. Fala.
– Conversa com outra menina. Não é pra ficar com outra. Mas conversa, sai pela festa. Fala com outras pessoas. Não fique aqui com a gente o tempo todo. Isso a deixaria confortável.
– Sim. Faz sentido. Você está solteiro. Não tem porque ficar com outros casais.
– Se querem se livrar de mim, porque não falam logo? – falei, levantando.
Porque não? Peguei uma bebida que estava na bandeja do garçom que estava passando e comecei a me afastar. Eu mal cheguei a me afastar e esbarraram em mim. uma menina um pouco menor do que eu, com cabelos cor de chocolate, passou quase me levando junto.
– Caramba.
– Desculpe – destampando a boca e voltando a tampar logo depois.
– Está tudo bem? – perguntei, mas ela voltou a andar rápido – menina?
Fui atrás dela, porque tem algo grave acontecendo, eu sei que tem. Ela entrou no banheiro e eu parei na porta.
– Menina?
Mas ela não respondeu. Dei de ombros e comecei a voltar para a festa.
– Desculpe novamente – ouvi alguém dizer atrás de mim.
Virei para trás e lá estava a menina.
– Está tudo bem?
– Comi alguma coisa com muito pimenta. Muita mesmo. Entrei em desespero.
– Bom, comida mexicana eles exageram mesmo. Mas melhorou?
– Não muito.
– Bebe isso – falei, entregando um drink para ela.
– Não vou beber algo de um estranho.
– Foi você que esbarrou em mim. Mas entendo. Aqui – falei, erguendo o braço para outro garçom.
Ele se aproximou de nós e ela pegou um copo. Ergui o meu para ela e ela retribuiu o gesto, bebendo logo em seguida. Até que não tinha sido uma má ideia sair de perto do pessoal para me socializar.
[POV MILLA]
Depois de conseguir iniciar minha revolução e colocar algumas outras pessoas para dançar, saí de fininho, indo até a mesa onde os meninos estavam. Para minha surpresa, só encontrei dois deles. Olhei discretamente em volta, mas não encontrei o Erik em lugar nenhum. Sentei a mesa, fingindo não ter notado a ausência de Erik e peguei o copo de Ahren, bebendo todo o conteúdo. Quando olhei para Kile, vi seu olhar malicioso de “você não me engana”. Fiz meu olhar de sonsa e estiquei a mão para o copo dele. Kile só deu um meio sorriso e empurrou seu copo até minha mão.
– Você fugiu! Sua malandra! – Cam reclamou, chegando na mesa.
– Precisei vir antes, para garantir que beberia o que tivesse na mesa.
– Onde está o Erik? – Eady perguntou.
Kile e Ahren deram de ombros e mudaram de assunto. Ridículos, devem ter feito de propósito. Mas se eles acham que não sei jogar esse jogo, estão muito enganados. Levantei novamente, voltando para a pista de dança. Mesmo com pulso imobilizado, eu estou linda e arrancando olhares de todos. Voltei a me enfiar no meio dos seres dançantes, a fim de procurar alguém para me juntar. Acabei avistando o Erik conversando com uma menina. Ela até que era bonita. Isso me fez murchar um pouco. Mas não estragar minha noite.
Comecei a dançar com um rapaz qualquer. Ele dançava muito mal, mas estava se divertindo bastante. Acabei rindo e fazendo sinal de positivo.
Mas a quem eu estava enganando? Esse era um joguinho ridículo e eu não estava disposta a me prestar a esse papel. Dei dois tapinhas no ombro do meu parceiro de dança e comecei a me afastar, indo para o lado oposto a nossa mesa. Encontrei um cantinho próximo a piscina e sentei.
– Está tudo bem?
– Melhor impossível – respondi, já virando para trás.
Erik estava sem o bigode, com os braços cruzados. Olhei novamente para frente. Quem sabe assim ele vai embora. Mas a quem eu queria enganar? Ele sentou do meu lado, mas mantendo uma distância segura.
– Porque está aqui sozinha?
– Não gosto de ficar de vela o tempo todo.
– Cansa né?
– Sim. Mas e você?
– O que tem eu?
– Porque saiu de perto dos seus amigos?
– Tava de saco cheio deles. Muito chatos. Ficam falando besteira o tempo todo.
– Diferente de você, claro.
– Obvio. Quando eu falo besteira?
– Agora.
Ele rolou os olhos. Mas sorriu logo em seguida, virando para o lado.
– Pelo menos é uma festa divertida. Quem diria que eles fariam uma festa mexicana para nós?
– Estou feliz e triste. Eu estava preparada para vestir um lindo longo e me sentir uma princesa.
– Quem te ouve falando assim, até pensa que é meiga.
– E eu sou!
Ele riu, já levantando.
– Vai pra onde?
– Circular. Festas são para isso, não?
– Entendi.
Ele deu uma piscadinha e se afastou. Não pude evitar dar um longo suspiro. Não posso ficar chateada, ele está certo. Festas são para circular. Principalmente quando se está solteiro.
– Isso é ridículo – resmunguei.
– Algum problema senhorita?
Olhei para cima e me deparei com um homem bem vestido. Devia ser algum tipo de supervisor da festa.
– Não. Nenhum. Está tudo perfeito.
– Então porque está aqui sentada? Vai se divertir!
– Estava só pegando um ar.
Ele então sorriu para mim e olhou em volta.
– Onde estão seus amigos?
– Não tenho certeza.
Então o tal homem parou de olhar em volta e olhou para mim, se aproximando um pouco.
– Ainda não começaram a servir os doces, mas posso conseguir um para você.
– Mesmo?
– Vamos, eu te acompanho.
Ele estendeu a mão para mim. Olhei para ele, ainda desconfiada. Mas acabei dando de ombros e usei a mão dele de apoio para levantar.
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