1. Spirit Fanfics >
  2. A Seleção (Maxon Schreave) >
  3. Sussurro.

História A Seleção (Maxon Schreave) - Sussurro.


Escrita por: Sam_Corvina

Notas do Autor


Última atualização dessa semana fechando com chave de ouro um dos capítulos que eu mais gosto kkk

Espero que gostem 💙

Capítulo 9 - Sussurro.


Fanfic / Fanfiction A Seleção (Maxon Schreave) - Sussurro.

 

Estava parado em frente ao quarto de America e não conseguia entender porque meu coração batia tão rápido, qual era o sentido disso já que ela não sentia absolutamente nada por mim?

 

Esperava que alguma das criadas me recebesse, mas quando a porta se abriu apenas America apareceu, franzi o cenho buscando alguma delas com o olhar, mas não encontrei nenhuma.

 

_ Em nome das aparências, você poderia segurar meu braço? - pedi gentilmente oferecendo-o a ela

 

Caminhamos pelo corredor e durante o percurso, America não disse nada, aquilo já parecia incomodar alguma parte de mim que insistia em puxar assunto com ela.

 

_ Sinto muito que ela não tenha chorado - consolei-a

 

_ Não, não sente - rebateu me provocando.

 

Meu corpo inteiro relaxou quando entendi que estava tudo bem, America queria passear comigo. Só estava calada. Sem pressão.

 

_ Nunca tinha apostado antes, foi bom ganhar.

 

_ Sorte de principiante.

 

_ Talvez. Da próxima vez podemos apostar se ela ri.

 

Seu olhar se desviou para o teto e sabia onde seus pensamentos estavam, ela sentia saudade de casa.

 

_ Como é sua família? - perguntei curioso sentindo uma enorme vontade de saber tudo sobre ela

 

_ O que você quer dizer? - franziu o cenho em minha direção.

 

_ Só isso mesmo. Sua família deve ser muito diferente da minha.

 

Imaginei uma casa pequena, mas aconchegante, com uma mesa ocupada por várias pessoas, um modelo de família comum que aparecia nos comerciais da tv.

 

_ Eu diria que sim. Para começo de conversa ninguém em casa usa coroa no café da manhã. - sua risada despertou algo bom em mim.

 

_ Vocês usam coroa apenas no jantar?

 

_ Mas é claro.

 

Gostava do senso de humor dela, América me fazia rir de coisas idiotas e perguntas estranhas. Era engraçado analisar que tínhamos tanto em comum vindo de lugares tão diferentes.

 

_ Bem, sou a filha do meio de cinco irmãos.

 

_ Cinco! - falei um pouco alto o que a fez rir.

 

_ Sim, cinco. A maioria das famílias por aí tem montes de filhos. Eu teria vários se pudesse.

 

_ Mesmo? - estreitei os olhos, mas ela pareceu não reparar.

 

Outra semelhança mais que ‘’pessoal’’ entre nós dois.

 

Por um momento consegui visualizar a imagem dela grávida, mas logo a afastei rapidamente, era constrangedor construir uma família na minha imaginação com uma garota que, teoricamente, eu não tinha chance alguma.

 

_ Não importa - continuou - Minha irmã mais velha, Kenna, é casada com um quatro. Ela trabalha numa fábrica agora. Minha mãe quer que eu me case ao menos com um Quatro…

 

A imagem de America ao lado de uma pessoa qualquer deixou minha garganta seca e com um nó horrível que parecia não querer se desfazer.

 

Qual o problema da mãe dela ver a filha casada com Um? Será que sua família também não queria que America estivesse aqui?

 

_… mas não quero ser forçada a parar de cantar. Amo a música.

 

‘’ O cara que ficou para trás deve ser um Cinco’’ pensei comigo enquanto caminhávamos.

 

_ Mas agora sou uma Tres - prosseguiu com uma voz triste demais - É estranho… Acho que vou tentar permanecer na música, se puder. Depois vem Kota. Ele é artista. Não o temos visto muito. Ele foi se despedir de mim, mas é só. Depois eu.

 

_ America Singer, minha melhor amiga - disse empolgado demais e ela percebeu.

 

_ Isso mesmo. - seus olhos azuis brilhando quando nos aproximamos do jardim.

 

Senti meu coração bater mais rápido quando America disse aquilo. Algo estava… errado, dentro de mim e já começava a perceber isso.

 

_ Depois de mim, vem May. É a que me traiu e não chorou. Para ser sincera, fui roubada. Não acredito que ela não tenha chorado! May é uma artista… e eu a amo muito. Por fim, vem Gerald, meu irmão caçula de sete anos. Ele ainda não sabe direito se vai para música ou para outras artes. Na verdade, ela gosta de jogar bola e estudar insetos, o que é bom. Só que não vai conseguir ganhar dinheiro com isso. Tentamos fazer com que ele experimente outras coisas. Bem, já falei de todos.

 

_ E seus pais? - minha mente formou uma imagem completa da família de America, todos em volta de uma mesa pequena como nos comerciais de tv.

 

_ E seus pais? - disparou

 

_ Você conhece meu pais.

 

_ Não. Conheço a imagem pública deles. Como eles são de verdade?

 

Engoli em seco e por um momento fiquei triste, mas meu treinamento constante de manter as aparências não demonstraram nada que pudesse indicar a dor por trás daquilo. Minha mãe era doente e sofria de enxaquecas constantes e dores. Eu deveria ter pelo menos três irmãos, mas devido sua condição… Meu pai, por outro lado, me espancava desde os cincos anos, aprendi a não chorar por causa dele... Sempre apanhava mais quando isso acontecia… Não contaria a ela sobre minha família.

 

Passamos pelos jardins onde algumas câmeras - como de costume - nos esperavam. Queria ter privacidade para conversar com América tranquilamente, sem lentes ao nosso redor a deixando incomodada o tempo inteiro. Observei e ela parecia… distante.

 

_ Voce está bem? Parece tensa.

 

_ Voce fica confuso com choro de mulher e eu com caminhadas ao lado de príncipes - deu de ombros.

 

_ Por que deixo você confusa?

 

_ Seu caráter. Suas intenções. Não sei direito o que esperar dessa nossa voltinha.

 

Ergui as sobrancelhas surpreso demais com sua sinceridade, eu era tão misterioso assim? Sabia que fui moldado para ser um homem de expressões vazias e meias verdades em frente às câmeras, mas longe delas nunca percebi que também me tornava esse… personagem.

 

_ Ah. Acho que você já percebeu que não sou um homem que se esconde. Vou dizer exatamente o que quero de você.

 

‘’Quero te conhecer, conhecer alguém de verdade, quero que esse alguém também me conheça… quero que esse alguém seja você'' pensei comigo antes de criar coragem e dizer a ela.

 

América fez um movimento rápido e uma dor latejante me atingiu. Aos gritos me curvei e entendi perfeitamente da onde a dor vinha, recuei tentando encarar seu rosto, mas meus olhos não conseguiam se manter abertos.

 

_ Por que fez isso? - minhas pernas tremiam.

 

_ Se encostar um dedo em mim, vou fazer pior!

 

_ O que? - arregalei os olhos na sua direção.

_ Se encostar um dedo em mim…

 

_ Não, sua louca! Eu ouvi da primeira vez. Mas o que quer dizer com isso?

 

Seus olhos azuis estavam arregalados e suas mãos cobriam a boca como se estivesse arrependida de algo. Um guarda se aproximou, mas o dispensei, não entendia a reação dela.

 

O que ela pensou que eu estava…? Oh céus!

 

_ O que achou que eu queria? - minha voz agora estava carregada de raiva.

 

America apenas abaixou o olhar me deixando ainda mais irritado, que tipo de homem ela pensava que eu era?

 

_ America, o que você achou que eu queria? - indaguei nervoso.

 

Tudo em sua atitude dava a entender o que realmente se passava na cabeça dela, não estava errado com minhas próprias conclusões. Nunca em toda minha vida tinha sido tão insultado!

 

_ Em público? Você pensou… - levei as mãos ao rosto indignado - Por Deus! Sou um cavalheiro!

 

Mesmo que a dor estivesse me incomodando me fazendo se curvar, uma pergunta passou pela minha mente e não pude deixar de fazê-la.

 

_ Por que se ofereceu para ajudar se me considera tão baixo? - balancei a cabeça em negação, aquilo tinha me ferido por dentro.

 

Ela não respondeu. Me ergui ainda com dor, decidido a sair dali.

 

_ Você jantará em seu quarto hoje. Cuido disso amanhã de manhã.

 

 

 

 

_ Majestade? - o mordomo apareceu na porta semi aberta.

 

_ Gelo! - resmunguei, sentado na poltrona.

 

Cobri os olhos com as mãos na tentativa de processar tudo o que tinha acontecido horas atrás. Não acreditava que diante daquele jardim, estava prestes a abrir meus sentimentos com uma garota que nem ao menos valorizava isso.

 

Quem ela pensava que era? Uma Cinco agredindo um futuro rei… Na história de Illéa isso jamais aconteceu antes!

 

America voltaria para casa, sem dúvida alguma! Não existia motivo para mantê-la aqui depois disso.

 

Com o cotovelo no ombro da poltrona tentei deixar os pensamentos irem embora, mas cada vez que tentava isso, a visão dela me chutando no meio das pernas me deixava ainda mais enfurecido.

 

Depois de remoer a ideia pela centésima vez me perguntei se tê-la levado para o lado reservado do jardim, despertou em America alguma insegurança… Droga! Não conseguia mais pensar na hipótese de expulsá-la quando, na verdade, eu possa ter causado tudo isso a deixando insegura.

 

Puxei um papel da mesa ao lado onde o mordomo permanecia imovel. Busquei a caixa de presente que nossa governanta, Nora, havia deixado no quarto pela manhã e a estendi para ele que piscou sem entender.

 

_ Deixe isso no quarto da senhorita América Singer. Peça que a entreguem depois do jantar.

 

_ Claro, Alteza - ele se curvou e saiu do quarto a passos calmos.

 

Fiz uma careta quando a dor pareceu voltar e puxei o gelo um pouco mais para perto. Por um momento imaginei América voltando para casa pela manhã, aquela sensação foi horrível. Sabia que no momento que ela cruzasse aqueles portões, jamais a veria de novo.

 

Não gostava mais da ideia de deixar que fosse embora… algo dentro de mim se quebrava só de pensar nessa possibilidade.

 

Observei seu sorriso no mural à minha frente e um pensamento estranho invadiu minha mente. Me assustei quando tomei consciência daquilo, entendi perfeitamente a razão para não conseguir mais ficar longe dela.

 

Droga!

 

_ Estou apaixonado por América Singer. - sussurrei para mim mesmo balançando a cabeça em negação com os olhos fechados.

 

Aquilo não era uma pergunta.


Notas Finais


Maxon percebeu que não só acha a Meri bonita como está apaixonado por ela... Oh céus!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...