1. Spirit Fanfics >
  2. A sétima criança. >
  3. Capítulo 14

História A sétima criança. - Capítulo 14


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Demorei, mas o capítulo tá bom demais da conta!
Espero que gostem! Boa leitura.
Beijos.

Capítulo 15 - Capítulo 14


No Olimpo...

Hefesto se permitiu um leve sorriso. A armadura que tinha produzido com tanto amor para sua discípula tinha finalmente um nome e agora protegeria sua dona, mas ainda havia algumas surpresas guardadas nela e que talvez a princesa tivesse que usar para vencer aquela batalha.

- Como minha menina está linda! – Clio sussurrou embevecida e sentiu seu bebê se mexer. Ela sorriu e acariciou o ventre, seu filho também pensava como ela.

- Disse que a armadura tinha caído bem nela. – Hermes se manifestou e Eros apenas sorriu... Entretanto, ele sentiu uma leve perturbação num cosmo muito conhecido e não quis acreditar ou dar a entender que havia percebido; fez um pequeno gesto à Psique e ela apertou sua mão entendendo que não deveria demostrar o que ambos haviam percebido.

Isso seria algo a ser avaliado mais adiante quando toda essa confusão acabasse...

Ares e Atena não piscavam, observando a menina e seu adversário. Eles avaliavam internamente as chances dela e, sem saber, ambos concordavam que eram mínimas.

Zeus e sua rainha estavam em expectativa. Ambos torciam pelo retorno da menina que tanto os agradava com sua presença e eram desejosos de seu triunfo.

Os demais deuses apenas observavam tudo, sem se pronunciar, embora muitos torcessem pela menina e sua vitória.

Os gêmeos divinos Apolo e Ártemis trocaram olhares. A deusa ainda não havia esquecido a afronta imposta pela menina e nem o desejo que possuía por ela e acabou descobrindo que o irmão passou a olhar a menina com outros olhos também... Eles ainda estavam conversando para ver como chegariam a um acordo, mas tinham certo que eram aliados em seus intentos com a princesa dracarin.

 

Em Dracar...

Hell era observada pelo Comandante inimigo.

Ele estava à frente de seus filhos os protegendo como um escudo da fúria da menina. Ela os havia prendido com amarras e uma redoma, eram pássaros em uma gaiola da qual apenas ela tinha a chave e para tira-los de lá deveria usar de força bruta.

Os rapazes observavam cada detalhe dela, tinham parado de se debater e apenas a admiravam como bobos, estava terrivelmente bela com aquela armadura.

As partes negras cobriam seu colo, contrastando com sua pele branca, descendo suavemente até seus quadris, suas coxas e canelas estavam protegidas também, de seus ombros uma espécie de malha metálica protegia seus braços e antebraços, as delicadas tramas prateadas brilhavam levemente, como se as estrelas houvessem emprestado seu brilho para confeccioná-las. Suas asas apareciam em suas costas, abertas e ameaçadoras, em sua testa uma espécie de tiara empurrava seus cabelos deixando sua fronte aparente.

Desejavam tocá-la, abraça-la, beija-la... Mas sentiam sua fúria e sua dor e sabiam que eram os causadores dela. Eles sempre sentiam ecos dela desde que nascera, mesmo quando não conseguiam localizá-la no reino. Porém, após a morte do genro e dos herdeiros do Dragão Branco não conseguiram mais senti-la e se desesperaram, descontaram toda sua raiva e saudade de forma destrutiva no reino e no povo, entretanto, quando a sentiram novamente em Dracar ansiaram por ela, mas nunca a localizaram, pois ela escondia seus rastros de forma soberba.

Agora ela queria o sangue deles e de seu pai... Ansiava por vingança e também por libertar o reino da presença deles, os mataria por isso.

Eles a queriam e ela os odiava.

- Comandante, observe sua morte. – ela disse firme e referindo-se a si mesma, apontando para seu peito. – Gostaria de poder fazer que observasse a morte de seus filhos, seria um castigo merecido... Mas, não podemos ter tudo. – com essas palavras Hell acendeu seu cosmo e se moveu à velocidade da luz contra o comandante.

Ele não esperava tal velocidade! Sua reação instintiva foi levantar a espada para impedir o ataque, mas ele chegou mesmo assim e não foi com espada, mas com garras...

A princesa rugia e mostrava os destes, totalmente selvagem, seus olhos estavam acesos e, envolta em sua armadura divina, com o cosmo brilhando fortemente parecia um dos deuses que a acolheram... Mas uma pequena deusa terrível e furiosa.

Hell o atacou com suas garras, rasgando a armadura dele como se fosse papel e chegando à sua carne. Ela rosnou e o golpeou com uma sequência incrível de socos e chutes, usando a velocidade da luz para atingir pontos vitais, queria estender aquele momento, desejava fazer o Comandante sofrer, mas sua ferocidade não cegou seu julgamento, aquele era um adversário mais experiente e também poderoso.

Ela sabia que sua vantagem era a velocidade e o fato dele não querer feri-la, mas isso podia mudar a qualquer momento, não podia baixar a guarda e nem deixar de aproveitar aquilo que as estrelas ofereceram a ela.

O Comandante sentia os golpes e levantou um escudo de energia negra e vermelha, mas mesmo com seu poder sentia seu escudo cedendo à força de tais golpes... Ele nunca tinha sido acertado com tal potência e ferocidade, lançava golpes com a espada, também envolvida por sua energia, mas a menina se esquivava e parecia que brincava com ele... Por mais que tentasse resistir sentia que aquela era uma batalha perdida, mas deveria lutar e libertar seus filhos para enviá-los de volta para seu reino, para que escapassem da fúria dela.

Pensando assim soltou um poderoso golpe que se tornou como uma onda negra, para afastar a menina e enfraquece-la... Ele sangrava por todos os cortes e ferimentos causados por ela e se virou rapidamente para a redoma onde seus filhos estavam prisioneiros.

- Não vai conseguir libertá-los. – a voz suave da menina se fez ao lado dele. Ela o observava com interesse, mas estava pronta a golpeá-lo caso ele se aproximasse demais da redoma. – Eu vou mata-los. – a frieza na voz contrastava com o fogo nos olhos dela.

- Somente a mim. Mate somente a mim. – o Comandante resolveu apelar aos sentimentos dela, mas Hell o encarou duramente.

- Como fez com minha família? Como fez com todos os pais, mães, irmãos, tios? Pede piedade para seus filhos, mas não deu nenhuma a ninguém. Apela à minha compaixão, mas os filhotes em seus cativeiros não tiveram nenhuma. Não, Comandante, não terei piedade ou compaixão; você vê uma menina, mas não sou uma menina, não mais. Você e seus filhos me transformaram em uma arma, em uma guerreira e eu não tenho compaixão pelos meus inimigos. – depois dessas palavras Hell se calou e esperou que o homem à sua frente fizesse o próximo movimento.

 

No Olimpo.

- Como?! – Atena olhava perplexa para o que a fonte de seu pai mostrava.

Hell está impiedosa, não parece a menina que foi ao seu Santuário, mas, ao mesmo tempo, respeita o inimigo e lhe dá a chance de vencê-la, embora, pregue a impiedade ainda há luz em seu coração... Ela era contraditória e poderosa. Suas expectativas foram jogadas ao chão, sua experiência não valeu de nada.

Ela não entendia a menina e não havia avaliado bem o seu poder.

Hefesto lançou um olhar a Hermes. Ele sempre esteve certo sobre a princesa: ela escondia seu poder de todos eles.

Clio observava chocada sua menina destroçar um guerreiro evidentemente poderoso e tortura-lo psicologicamente com a perspectiva da morte dos filhos, isso ela fazia sem suar. Ela estava liberando todo o seu lado negro.

Eros estava sério e pensativo, Psique estava tensa ao seu lado. Sua pequena amiga mostrava um lado grotesco e brutal, digno de Ares, mas eles enxergavam luz dentro dela, luz que era originada no amor por seus pais adotivos e por eles, os deuses que ela considerava como amigos... Ela caminhava no fio da navalha, havia escolhido um caminho perigoso para si.

Observava os rapazes aprisionados e teve uma ideia audaciosa e louca, que poderia salvar a eles e a sua amiga, pois não permitiria que ela caísse nas trevas. Tornou a olhar sua esposa, sua amada Psique, que muito havia enfrentado para se mostrar digna de seu amor...

Daria aos rapazes a chance de se provarem e Psique, através de seu cálido e amoroso cosmo, o apoiava nessa empreitada... Torcia para que tudo desse certo, mas isso dependeria exclusivamente da determinação daqueles quatro...

Como Psique dependeu da sua...

 

Em Dracar.

- Não queria machuca-la, pois pertence aos meus filhos, está destinada a eles; mas para salvá-los, o farei. – o Comandante fala e prepara mais um ataque.

Hell apenas observa e aguarda. Daria a esse homem a morte de um guerreiro, mas ainda assim seria uma morte e os filhos o seguiriam...

O Comandante eleva seu poder a níveis que ele pouco usou em sua existência, a onda de energia que ele lançaria deveria ser capaz de destruir a redoma e as amarras que aprisionavam seus filhos... A menina sairia muito machucada e ele ficaria indefeso sem energia diante dela ou de seus aliados...

Os guardiões perceberam a elevação no poder do Comandante e se entreolharam, mas não estavam temerosos. Sua menina saberia se defender.

Hell ainda eleva seu cosmo e se prepara. Ela entende que aquela pode ser a última cartada do homem à sua frente... Inconscientemente, estende seu poder defensivo até seus pais adotivos e os que os acompanham.

O comandante sorri e se volta para seus herdeiros... Seus filhos... E eles percebem que aquela provavelmente será uma despedida; os rapazes começam a se debater contra as amarras mágicas criadas por Hell, mas ela apenas lança um olhar desdenhoso para eles e suas tentativas frustradas.

Quando o pai deles finalmente liberta o poder que acumulou o ataque é terrível: uma enorme coluna de energia vermelha e negra sobe aos céus e de lá cai, esparramando como água em todas as direções. Ela queima e consome tudo o que toca... Terra, rocha, vegetal, ser vivo... Tudo é consumido por essa onda e parece lhe dar mais força, avançando como uma onda destrutiva.

Um escudo dourado envolve Hell e o exército de Ean, a energia destrutiva bate contra eles e é repelida, porém a redoma de Hell, onde os rapazes estão presos, é envolvida com força e ela percebe que tal poder concentrado em um ponto pequeno pode quebrar sua prisão, o que de fato acontece e ela rosna furiosa, pois logo são as amarras o alvo da energia...

- NÃO VAI SOLTA-LOS! – ela grita furiosa na direção do Comandante, que não perdeu o sorriso, embora cambaleie diante dela, está admirado que o escudo dela a defendeu dessa forma, mas ela entregou a localização de seus aliados ao erguer uma barreira para eles também. Hell avança na direção dos rapazes, mas o pai deles se interpõe diante dela. Ele está fraco, mas levanta a espada e a cumprimenta como fez com seu avô.

- É poderosa como foi dito que seria. Tomara que meus filhos consigam domar seu coração algum dia... – dizendo essas palavras ele liberta os filhos e se lança em um ataque contra ela.

- PAIIIII! – os rapazes gritam ao ver Hell se mover como um raio e atravessar o peito do pai deles.

O Comandante larga a espada e se inclina para a menina, cuja pequena mão perfurou seu peito. Ele levanta a mão para ela, que rosna um aviso, mas ele apenas toca os cabelos escuros dela.

- Meus... filhos tem sorte... – um fio de sangue escorre de seus lábios enquanto encara aquela que trouxe sua morte. – É passional e poderosa... Tão feroz... Adeus, meus filhos. – ele fala com voz falhando, mas sabe que seus herdeiros podem escutar suas palavras.

Os quatro estão em choque quando veem sua consorte retirar a mão do peito de seu pai e ele cair sem vida. Ela se vira para eles e o sangue mancha sua armadura e seu rosto... Eles gritam em fúria.

- Vamos te capturar e fazer sofrer por esse ato. – Ankrar determina com ferocidade.

- Teriam que me vencer para isso. – é a resposta seca dela. – Assim como vocês não lutei com toda minha força. Nem mesmo contra o pai de vocês.

Os rapazes se olham e acenam em um acordo silencioso. A teriam de um jeito ou de outro.

- Agora é o momento Ean! Comande seus soldados, vamos buscar a vitória sobre esses malditos. – Mak fala com autoridade assim que vê a mão de sua princesa acabar com a vida de seu inimigo principal.

Ean acena e o sinal é dado, os soldados dracarin se movem com outro ânimo, pois viram a queda do Comandante, o poder do filhote da profecia, assim como sua fúria...

Devem terminar o que ela começou e dizimar os soldados inimigos que ainda resistem.

- Alin! – Tar chama o discípulo que vem ao seu encontro. – Fique ao lado de Ean, o proteja, não se descuide dele.

- Não se preocupe. – é a resposta simples do menino e o guardião apenas sorri aprovando.

- Tar. – Mak o chama e ele fica ao lado de seu amigo. – É chegada a hora de nos unirmos à nossa criança e ajuda-la. Devemos estar ao lado dela.

- Palavras verdadeiras meu amigo. – é a resposta de Tar. Ele e Mak já tinham decidido entre si que não importasse como as coisas se desenrolariam: lutariam ao lado de sua princesa.

Eles sorriram e elevaram seus poderes, convocando suas armaduras. Elas estavam no quarto que ocupavam, protegidas de olhares indiscretos, mas brilharam fortemente quando sentiram a disposição de seus donos.

- Snow. – Tar falou e sua armadura reagiu, indo imediatamente, envolta num brilho branco azulado, até ele.

- Forrest. – foi a vez de Mak chamar e sua armadura veio junto com a de seu amigo. A dele tinha um brilho esmeraldino.

Igual à de sua princesa, elas urraram um poderoso desafio antes de separar suas peças e protegerem os corpos dos guardiões. Ean, Alin e Sheyna ainda estavam ali perto quando isso foi feito e se surpreenderam com a imponência e poder que as armaduras exalavam.

Convocando suas asas, os guardiões voaram em direção à Hell e aos rapazes.

 

No Olimpo.

- Que poder defensivo! – Apolo exclama impressionado.

- Ela é realmente poderosa... – Ártemis avalia e lança um olhar para seu gêmeo, que acena de volta. Seria muito difícil subjugar aquela menina aos seus caprichos, mas se sentiam mais estimulados exatamente por isso.

Entretanto a troca de olhares não passou despercebida a alguns deuses, Hefesto entre eles. O deus do fogo percebeu que Apolo estava junto com a irmã em algum plano que envolvia Hell e ele não permitiria isso, porém, mesmo ele sendo um deus sabia que teria dificuldades para enfrentar os gêmeos.

Hefesto devia conversar com Hermes. O deus mensageiro era ardiloso e ele saberia formar um plano que defendesse a menina. Mas, como dito antes, não foi apenas Hefesto quem percebeu o interesse dos gêmeos... E a atenção de pelo menos um desses deuses iria contra tudo o que os gêmeos pretendiam.

Atena estava pasma com o poder de Hell e Ares não ficava atrás. Sentiam-se humilhados por não perceber a valiosa aliada que ela poderia ser em suas guerras e já planejavam formas de trazê-la para seu lado...

Zeus e Hera observavam o que acontecia de forma impassível, mas o senhor do Olimpo não era tolo e conhecia bem os seus filhos... Ele deveria interferir quando chegasse a hora, mas, no momento, só poderia acompanhar o que ocorria com a princesa dracarin.

 

Em Dracar.

Hell encarava os quatro rapazes furiosos, com o cadáver do assassino de seu amado avô aos seus pés. Não poderia afirmar se estava realmente satisfeita com tal desfecho, pois, no momento, tinha outras preocupações.

- Lady Hell. – Brad fala de forma fria e pausada, buscando um pouco de racionalidade em meio à sua fúria e dor. – O que fez...

- O que fiz foi dar ao pai de vocês a morte de um guerreiro, enfrentando um inimigo digno em campo de batalha. O que fiz foi cumprir uma antiga jura, de honrar o sacrifício e o sangue derramado por outros. – ela fala, interrompendo Brad e olhando rapidamente para o corpo aos seus pés. O Comandante estava ensanguentado, seu corpo machucado e sua armadura destroçada. Ele era a prova do poder de Hell, mas ela ainda não havia sucumbido ao seu lado sombrio. – Não sei o que fizeram com o corpo de meu avô, mas sei o que farei com o corpo de seu pai. – e, ante os olhos arregalados dos rapazes, ela envolve o corpo com sua aura dourada, limpando e fechando as feridas, consertando a armadura do Comandante, apenas com sua vontade. – Ele honrou meu avô e eu o honrarei. – com essas palavras a menina criou um esquife para conter o corpo de seu inimigo e o pôs lá dentro, para depois entregar o esquife aos rapazes, mudos de espanto.

Eles se olharam sem entender a atitude dela... Antes havia muita raiva e dor emanado dela, mas agora havia uma estranha tranquilidade que eles não conseguiam compreender.

- Por que? – Carell indaga ao receber o corpo de seu pai.

- Logo se juntarão a ele e os honrarei como fiz com ele. – ela dá uma resposta evasiva e que não corresponde à totalidade da verdade.

A verdade de que ela ainda guarda compaixão em seu coração... Mesmo para seus inimigos.

Os rapazes se olham e para ela, transportando o esquife de seu pai para um local mais distante. Hell apenas observa com atenção os movimentos deles.

- Princesinha! – ela escuta a voz de Tar e empalidece levemente com a presença deles ali.

- Tar! Mak! O que fazem aqui? Ordenei que permanecessem com o exército. – Hell os repreende rispidamente quando eles pousam ao lado dela e após um breve olhar entre si, os dois se ajoelham diante dela, a surpreendendo.

- Perdão, minha princesa. – Mak começa, sem levantar a cabeça. – Mas como seus guardiões e súditos é nosso dever ficar ao seu lado.

- Nosso lugar é com você, princesa Hell. – Tar completa.

- Tolos! – ela murmura angustiada. Ela os tinha enviado com o exército como uma forma de expô-los menos ao perigo.

- Quem são esses? – Ankrar pergunta, se referindo aos guardiões ajoelhados aos pés de sua consorte. Eles haviam retornado para ela e ele percebeu a emoção que passou nos olhos dela quando perguntou: preocupação. Enciumado, percebeu que ela se importava com aqueles dois e não gostou.

- Meus guardiões. – é a resposta seca de Hell.

- Por que eles estão aqui? Não existe a necessidade de guardiões conosco... Por mais raivosos e magoados que estivermos contigo jamais te machucaríamos. – o mais velho dos rapazes alega e recebe um olhar gelado da menina à frente dele.

- Não interessa a um cadáver ambulante o que meus guardiões fazem aqui. – Hell responde com desprezo e Ankrar bufa.

- Alteza. – existe advertência no tom do de cabelos prateados e a menina desvia seu olhar brevemente para ele. Depois para os rapazes que observam.

- Se estão aqui, Tar e Mak, façam valer sua presença. Escolham seus adversários. – ela ordena com autoridade.

- Sim, alteza. – os homens respondem com convicção e se viram para os rapazes avaliando os quatro.

- Ficarei com Ankrar. – Tar fala para ela, o que faz o rapaz em questão grunhir em resposta.

- E eu com Carell. – Mak determina e é avaliado por ele.

- Então Brad e Darm serão meus adversários. – ela conclui a conversa. – Lutem com força e coragem... Voltem para mim. – ela ordena a seus guardiões e eles apenas acenam.

- Tem muita confiança nestes homens. – Brad analisa a postura e a linguagem corporal da menina, percebendo o mesmo que seu irmão.

- Chega de conversa. – Hell não fala mais nada e apenas eleva seu poder, partindo pra cima de Brad e Darm.

 

Tar havia se aproximado do rapaz e o olhava friamente, fato que era encarado com desdém por Ankrar.

- O que você sente por ela? – na verdade era isso que mais preocupava o rapaz, pois ele havia percebido sua consorte se preocupar com os dois homens que alegavam ser seus guardiões e o ciúme que sentia era imenso. Queria aquele sentimento e aquele olhar para si e seus irmãos.

Tar percebeu o interesse desmedido de Ankrar e resolveu jogar com isso.

- Eu a amo. – com essa frase ele esperou pra ver como o rapaz reagiria e se surpreendeu com a fúria que viu estampada no rosto bonito do ruivo. Ele poderia usar isso a seu favor.

- Vou mata-lo e jogar seu corpo aos pés dela. – para Ankrar, enciumado como estava, a declaração de Tar parecia a declaração de um homem apaixonado, não a de um pai preocupado com sua filha e que tentava protege-la.

- Vamos nos afastar um pouco e dar espaço para ela e seus irmãos? – Tar propõe e os dois se deslocam para mais longe no campo.

- Prepare-se. – Ankrar resmunga e parte para cima de Tar.

O guardião sorri com a ânsia desmedida do rapaz, ele pode ser poderoso, mas não usa sua inteligência. Os golpes dele são diretos e poderosos, mas Tar apenas se esquiva e toca nele aqui e ali, de forma concisa, mas eficaz.

Ankrar cospe sangue após um golpe bem dado de Tar e o olha surpreendido. Aquele dracarin não era comum...

-Quem é você? – Ankrar perguntou de Tar, mas recebeu um olhar gelado como resposta. Grunhindo resolveu que aquele era um adversário que não poderia subestimar e começou a manifestar seu poder.

Tar sentiu o rapaz elevando o poder dele e avançou, não poderia permitir que tivesse liberdade para agir como quisesse. Já havia percebido que Ankrar não estava acostumado a ser acossado por seu adversário e isso era o que faria.

Também elevando seu poder bateu suas asas e subiu aos céus, observando Ankrar de uma altura razoável os olhos prateados dele brilharam e a temperatura começou a cair rapidamente, a neve cobria o campo de batalha, com um pequeno gesto Tar fez começar a surgir elevações de gelo puro, era como estar em um mar congelado, cercado de icebergs; o rapaz olhava aquele fenômeno e arregalou os olhos.

- Um adversário digno. – ele disse sorrindo animado. – Pela primeira vez terei um adversário digno neste maldito lugar! – chamas brilhantes começaram a envolver seu corpo, ele brilhava e por onde caminhava a neve derretia.

Tar arqueou uma sobrancelha para isso, havia escolhido um adversário com o poder totalmente oposto ao seu... Ali, naquele combate, a determinação e a inteligência é que definiriam o vencedor.

- Vai ser interessante. – ele murmurou e pousou sobre um de seus rochedos de gelo.

 

Mak e Carell também se afastaram para poder lutar com mais facilidade, se aproximando da floresta que circulava o campo de batalha.

- O que vocês são para ela? – Carell pergunta a Mak. Ele também está enciumado com a preocupação de sua consorte com aqueles machos dracarin, mas percebeu algo diferente no olhar dela para eles e, seguindo sua natureza, resolveu sondar aquele homem.

- Ela disse que não lhes interessava... Mas somos seus guardiões desde que saiu desse Reino, no dia da morte do pai e irmãos mais velhos. – Mak sentia que aquele rapaz era um lutador apto, apesar de ter recebido os golpes de sua menina sem revidar, pensava que ele não queria machucar a ela e por isso não reagiu.

- Então cuidaram e a criaram... São como os pais dela. – Carell concluiu e pareceu contemplar alguma coisa por um momento. – Não posso lutar com você. – ele determinou e Mak se surpreendeu quando ele recuou.

- Por que? – foi a vez dele indagar, curioso com a resposta do rapaz.

- Ela ficará triste se você ou o outro morrerem. – Carell encarou Mak e depois voltou o olhar onde Tar batalhava com Ankrar. – Não posso feri-la mais do que já fiz. – disse com um suspiro triste.

- Não entendo vocês... – Mak pensava que talvez fosse uma espécie de armadilha, mas quando Carell sentou no chão e contemplou o campo de batalha ele se questionou sobre o motivo de tudo isso. – Afinal o que desejam? O que os levou a vir até aqui? – fez as perguntas que sempre atormentaram sua mente.

- Buscamos nossa consorte, a única fêmea que nos completará e será a mãe de nossos filhos. – Carell respondeu sem olhar o macho dracarin.

- Sua consorte?! – Mak fala sem entender por um momento, mas rosna quando percebe que o rapaz fala de sua menina. – Pensa que eu ou Tar permitiremos que cheguem perto de nossa filha? Depois de tudo o que fizeram contra ela e o Reino? – ele disse raivoso.

- Ela é nossa. Vocês aceitando isso ou não... – Carell responde com calma, mas sem deixar de prestar atenção ao macho atrás dele. – Não precisamos da sua permissão. Apenas da dela. – ele completou e Mak bufou em resposta.

- Ela nunca aceitará vocês! Não depois de todo sofrimento que causaram a ela. – Mak disse com frieza e Carell baixou a cabeça, pensando que o dracarin poderia estar correto, mas nada disse.

 

Olimpo.

Eros acompanhava a conversa de Mak e Carell com interesse. Psique, ao seu lado, inclinou a cabeça analisando o rapaz sentado e, aparentemente, à mercê de Mak.

“Eles não vão se mover, meu querido.” – ela conversou com Eros.

“Sim, minha amada, aqueles dois se parecem... São guerreiros que enfrentam seus inimigos de frente.” – Eros respondeu à sua esposa.

“E sobre os outros?” – ela perguntou e os dois focaram na luta entre Tar e Ankrar, que seguia acirrada.

“Tar e o esquentadinho me preocupam.” – ele olhava o combate e sentiu o ciúme do rapaz o guiando a destruir Tar. – “Eles devem ser influenciados de alguma forma e rápido.” – Eros se preocupava com o resultado daquele combate em particular.

“E os outros dois? Os que lutam com Hell? O menino mais novo tem muito interesse nela, é o mais inclinado a corteja-la.” – Psique sentia os sentimentos que fluíam de Darm e eles eram profundos, ele era muito intenso. – “Mas o loiro é o oposto, é o mais racional e o menos inclinado a se apaixonar por ela.” – ela concluiu, mas o seu marido deu um leve sorriso.

“São os mais racionais aqueles que mais se curvam ao poder do amor.” – Eros disse à sua esposa, sabendo bem do que falava. Realmente Brad era o mais resistente, mas quando se curvasse... Ah, será muito bom de ver...

“Deixemos que eles brinquem um pouco.” – Eros disse à esposa. – “Agiremos no momento apropriado. Nossa amiga não está perdida e tampouco permitiremos que isso ocorra.” – ele beijou a mão de Psique, que corou com o olhar quente que Eros lhe lançou... Ainda se mantinha corando como uma donzela toda vez que ele lhe lançava esses olhares cheios de promessas...

“Meu querido... Agora não é o momento.” – ela o advertiu levemente, mas um leve aperto em sua mão foi suficiente para saber que ele não seria detido e desviou o olhar para a fonte novamente.

Nesse momento focou na luta entre sua pequena amiga e os outros dois irmãos.

 

Dracar.

Hell se moveu rápida como a luz, mas tanto Brad quanto Darm estavam preparados para ela. Sabiam que não se equiparavam a ela em velocidade, mas estavam acostumados a lutar juntos como um e suas reações e ações eram rápidas.

Com um olhar Brad indicou onde Darm deveria se posicionar e recebeu parte do ataque de Hell. Sua consorte foi bloqueada por seu escudo mágico, mas ele sentiu quando quase cedeu à força dela. Nesse momento, Darm a encurralou entre os dois e socou as costas dela, mas ela também reagiu com rapidez, virou e segurou o punho de Darm, o empurrando com um chute no meio do peito, enquanto se impulsionava para trás e tentava lhe acertar uma cotovelada no rosto.

Num movimento de esquiva para a direita conseguiu evitar o cotovelo dela, mas não a joelhada que o curvou. Seguida de um soco bem dado no rosto dele, que o desnorteou; ela voou para ele, com as garras preparadas, mas Darm a interceptou e acertou um chute nas costelas dela a arremessando contra o solo, distante de Brad.

O rosto de Darm se contraiu de desgosto, não mediu sua força e tinha certeza que ela poderia estar machucada seriamente.

Brad se levantou nesse momento e olhou para onde ela estava caída. Eles viram ela levantar e tirar algumas pedras de sua armadura, sentiram alívio em diferentes graus ao ver sua pose arrogante.

Hell olhava aos dois irmãos e pensava o que faria. Talvez pudesse manipular Darm, mas Brad era um estrategista. Ele poderia ter previsto isso... Darm era muito forte! Se não fosse por Tempest provavelmente teria várias costelas quebradas e talvez o pulmão perfurado.

- Não estão lutando a sério. – ela resmungou mais para si. Eles estavam com a ideia fixa de captura-la viva e por isso maneiravam em seus ataques. Aquilo a irritava, mas também poderia usar como arma contra eles.

Ela elevou seu cosmo e recolheu suas asas de dragão. Lutaria no solo agora e sabia que eles a acompanhariam sem questionar e era exatamente o que ela precisava...

 

Tar e Ankrar lutavam com ferocidade. O rapaz usava seu fogo para derreter qualquer espigão de gelo que se aproximasse demais e seguia lançando labaredas em direção ao dracarin, que se desviava com certa facilidade, pois estava no ar, porém Ankrar não era um tolo inexperiente em batalhas.

Ele aproveitou um movimento de Tar para lhe armar uma emboscada com suas chamas e derrubá-lo do céu.

Usando seu chicote de chamas ele tentou puxá-lo, mas Tar havia previsto isso e voou para longe, mas Ankrar sorriu e com um movimento de dedos fez surgir uma chuva de fogo atrás de Tar, forçando o guardião a descer e criar um escudo de gelo para se proteger.

Ankrar correu sobre Tar, com ambas as mãos envoltas em chamas, tentando acertar o dracarin, Tar se esquivou com alguma facilidade, mas sentiu a velocidade e o calor emanado pelo rapaz aumentar. Ele o pressionava contra seus próprios icebergs, mas toda vez que Tar os tocava eles desfaziam imediatamente.

 A grande questão para Ankrar é que o clima e o terreno favoreciam aquele dracarin. Para Tar ele deveria deter o fogo de Ankrar.

Respirando um tanto chateado ele se afastou um pouco do rapaz e criou uma espécie de barreira entre eles.

- Desista rapaz. Apesar de saber de seus crimes com o Reino não chegou a machucar ou ferir minha princesa... Isso faz com que não seja o meu inimigo declarado. Voltem para seu Reino e não retornem. Posso convencer minha princesinha a lhes conceder livre passagem. – Tar não queria ver aquela jovem vida desperdiçada. Claro que sabia dos crimes deles, mas eles não feriram sua menina, evitando erguer a mão contra ela, então deu-lhe uma chance...

- NUNCA MAIS SE REFIRA A ELA ASSIM! – Ankrar gritou em fúria e seu fogo se alastrou pela barreira derretendo o gelo e fazendo Tar arquear a sobrancelha com incredulidade. – ELA É MINHA E DE MEUS IRMÃOS! NÃO FALE DELA COMO SE FOSSE ALGO SEU! – totalmente descontrolado ele avançou pra cima de Tar, o fogo se alastrando com muito mais fúria e força...

Tar não acreditou quando se viu cercado em uma gaiola de fogo, havia subestimado Ankrar.

- Vou te matar. – o sorriso de Ankrar era maligno e sedento de sangue e Tar suspirou, maldizendo sua mania de tentar negociar com o adversário.

- Pode tentar rapaz. – enquanto falava ele sacou sua espada e imediatamente a temperatura caiu. Se colocou em posição e lançou seu ataque, congelando as chamas de Ankrar, para surpresa dele.

- Congelou meu fogo?! – Ankrar não podia acreditar no poder daquele dracarin. Ninguém nunca havia resistido tanto quando usava suas chamas e, COM CERTEZA, NINGUÉM JAMAIS as havia congelado!

Tar estava sério e pronto a dar o golpe final quando viu Ankrar elevar suas chamas, que envolveram seu corpo, solidificando e formando uma armadura. O poder que ele manejava naquele momento criou um bolsão de ar quente que empurrou Tar para longe.

O guardião de cabelos prateados só pode observar aquele adversário se preparar com algo que nunca tinha visto: uma armadura de chamas vermelhas.

Ankrar viu o espanto no rosto de seu inimigo e sentiu-se satisfeito com isso. Ele se preparou e desferiu um soco muito mais potente, cujo deslocamento queimava o solo em sua trajetória, derretendo a neve em volta.

Tar desviou do soco, mas observou o estrago que ele deixou em seu caminho. Aquele rapaz o levaria ao seu limite como guerreiro...

 

Hell estava para fazer o primeiro movimento contra Darm e Brad quando sentiu a luta de Tar e Ankrar. Os dois levaram suas forças ao ápice e agora se encaravam.

- Pai. – ela murmurou olhando o local da luta entre os dois. Cerrando os pequenos punhos se viu em um dilema interno. Continuar ali ou ir ajudar Tar?

- O que foi lady Hell? – Brad perguntou de forma irônica. Estava levemente incomodado com a preocupação dela com o dracarin e pensava em usar isso contra ela. – Se preocupa com algo? Ankrar é bem forte não?! Acredito que meu irmão logo eliminará seu adversário. – Brad a provocava para que ela perdesse a cabeça, mas se desconcertou com os olhos marejados dela.

Não esperava que suas palavras a ferissem daquela forma, algo dentro de si se torceu por ser o causador daquelas lágrimas que não caíam, mas estavam lá; Darm grunhiu ao lado do irmão, muito mais afetado do que ele pelos olhos marejados de Hell.

Ela nada disse apenas elevou seu poder e o brilho dourado que emitia aumentou, o cabelo dela flutuava e eles sentiram que ela concentrava poder para lançar um golpe contra eles; com um olhar os irmãos se separaram, mas quando ela disparou seu golpe nada os preparou para o que viria.

- TORNADO ESMERALDA! – ela gritou e vento silvou e avançou sobre eles, dentro dele parecia que uma luz verde brilhava e eles se deram conta, tarde demais, que eram esmeraldas, que os acertaram como lâminas, cortando sua pele e os derrubando longe dela.

Hell aguardava que eles levantassem e quando fizeram ela andou na direção deles. Seu rosto uma máscara impiedosa.

- BRILHO PRATEADO! - ela estendeu a mão e dela pequenos cristais de gelo foram arremessados em velocidade absurda, ferindo-os mais ainda.

- DARM, PRECISAMOS VESTIR NOSSAS ARMADURAS! – Brad gritou ao irmão, que acenou e elevou o poder junto com seu irmão mais velho. Os dois juntos criaram uma pressão tão grande que foi suficiente para empurrar Hell para trás, ela protegeu o rosto com um dos braços, quando o baixou Darm e Brad vestiam armaduras e ela sentiu o poder deles aumentar de forma impressionante.

- Não queria te machucar. – Darm falou sua sentença mais longa em muito tempo. Ele não desejava ferir sua consorte, mas do jeito que as coisas iam teria que fazê-lo para poder captura-la.

- Tsc. – Brad estalou a língua, totalmente aborrecido com aquela situação. – Não tem jeito Darm, ela é feroz demais e levaremos muitos anos para domá-la. Temos que captura-la agora. – disse ao irmão caçula, que acenou, entendendo o problema em que se viam.

Hell os olhava e avaliava a força deles, não havia previsto que tivessem armaduras que amplificassem seu poder, pois nunca haviam usado nada parecido. Isso ia ser problema...

 

Olimpo...

Eros se agitou e Psique também, aquele desdobramento era inesperado. Naquele momento os dois possuíam muito poder, talvez fosse suficiente para derrotar Hell.

Ainda não havia chegado o momento de interferirem sem quebrar as regras universais... Psique apertou a mão de seu marido de forma nervosa e ele estendeu seu poder a ela, de forma calma e calorosa... Manteriam o plano deles e esperavam sinceramente que Hell pudesse suportar a pressão daqueles dois até o momento chegar.


Notas Finais


Ai, pessoal! Me senti escrevendo esse capítulo!
Espero sinceramente que o tenham apreciado.
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...