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História A Solução do Insolucionável - Donghyuck com D de Decepção


Escrita por: happiejuixe

Notas do Autor


Tenham uma ótima leitura e desde já me perdoem por qualquer erro ♡.

Capítulo 7 - Donghyuck com D de Decepção


Fanfic / Fanfiction A Solução do Insolucionável - Donghyuck com D de Decepção


Nos levantamos do chão e ajeitei minha roupa, encarando o loiro que deixava as mãos atrás das costas, tentando pensar em algo. Era irônico estar entrando em pânico sendo um policial renomado e respeitado, não poderia deixar isso nas mãos de Jaehyun, como todos sabem, sua conduta não é das melhores. O segurança não aparentava estar nem um pouco contente com nossa invasão mesmo que tivesse sido por acaso, sua impaciência era nítida e deveríamos arranjar uma desculpa o quanto antes. 

Obrigado por atrapalhar. — Jaehyun resmungou cruzando os braços insatisfeito, fazendo com que lhe acertasse uma cotovelada, dizendo para que ficasse calado, esperando que o homem não tivesse nos ouvido. As coisas poderiam ficar piores do que já estavam, invasão a propriedade privada é algo muito sério e nossas leis eram rígidas quanto a isso.

Dá pra se conter por um minuto. — Disse baixo apenas para que ele ouvisse, revirando os olhos pelo seu jeito convencido falar mais alto. 

— Taeyong, confesse que estava caindo no meu charme. — Sério mesmo, eu não posso estar passando por isso, ainda mais com esse garoto. 

Devo ter feito uma coisa terrível e não me recordo. 

— A última coisa que estava caindo, era o seu senso. — Retruquei, e antes do loiro responder foi interrompido pela alteração de voz para uma mais irritada, vinda do segurança que assistia antes nossa discussão. 

Me respondam logo, depois podem discutir a relação. — Seu tom era rígido e forcei um sorriso, tentando não deixar aparente o susto que levei com a sua repreensão, a qual ecoou pelo cômodo. 

A gente não tem uma relação a ser discutida. — Disse baixo. 

Ainda. — O loiro sussurrou e acertei sua barriga com um soco, lhe vendo choramingar, deixando ambas as mãos no local resmungando palavrões que eram provavelmente para me ofender. 

Apesar de dizermos a verdade e nada além dela, o homem não acreditava em uma só palavra e ameaçava nos tirar da casa pelo colarinho, fazendo uma denúncia sobre invasão de área privada por conter uma placa minúscula na porta que alegava isso. Por mais vergonhoso que seja, teria de fazer o que Doyoung me ensinou quando assistimos um filme juntos, eu pensei que realmente nunca fosse precisar e isso seria inútil, mas aqui estamos. 

O quão tosco seria fazer isso, ainda mais vindo de mim, vamos fingir que os próximos instantes nunca aconteceram. 

— Taeyong, por que você está chorando?! — Jaehyun me encarou confuso, e mesmo que o segurança tentasse manter a expressão carrancuda, conseguia notar sua curiosidade, afinal como poderia começar a chorar do nada sem motivo algum. 

— Minha..tia...não tem passado bem e..acabaram de me informar..sobre o seu estado… — Passei a mão no rosto secando as lágrimas falsas, guardando novamente o celular no bolso, fazendo com que o olhar de pena surgisse no rosto do segurança e funguei para enfatizar mais minha "dor". 

— Ela está..bem? — Perguntou preocupado, alterando sua entonação para uma mais calma. 

Bingo. 

Doyoung realmente tinha ideias impressionantes, o pior é que sempre funcionaram e acho que seu cachorro já morreu mais de quatro vezes, para pessoas diferentes. Antes que o loiro atrapalhasse com sua boca enorme, pisei sutilmente em seu pé, lhe fazendo ter uma careta de dor no rosto, mas mantendo a expressão triste para convencer o homem à nossa frente. 

— Ela não está nada bem, desculpe pelo transtorno, pode nos dar a punição devida. — O loiro arregalou seus olhos negando com a cabeça, quase que em pânico pela minha resposta e o segurança suspirou, apoiando sua mão em meu ombro com um sorriso gentil nos lábios. 

— Tenho certeza que ela vai ficar bem, não irei fazer nada, você já me parece arrependido. — Assenti com um sorriso pequeno, enquanto fungava baixo e recebia seu conforto. Ele nos guiou para fora do cômodo após notar que não havíamos pego nada, mesmo que estivesse me sentindo um pouco mal por mentir descaradamente, não poderia correr o risco de parar na delegacia.

Jaehyun estava boquiaberto caminhando ao meu lado e o segurança acenou para nós, pedindo melhoras para minha tia que aparentemente estava a beira de morrer e isso era algo que demoraria muito ainda. Não poderia revelar que sou policial a ele, seria pior se soubesse, imagina ele ir até o meu departamento para entregar flores e dizer que sente muito por uma mentira. O loiro ainda tinha o semblante surpreso, mas com um sorriso nos lábios pela minha atitude inesperada, eu diria o último recurso. 

— Você me surpreende. — Ele disse rindo assoprado. 

— Isso se chama anos no ofício, sou policial e também tenho de usar disfarces. — Pisquei convencido. — Você não vai contar isso a ninguém. — Alertei apontando em sua direção, enquanto andávamos. 

— Alguém acreditaria em mim se dissesse?! — Questionou e fiquei pensativo, além do moreno o qual me ensinou a fazer tal coisa, creio que ninguém fosse acreditar nisso e fico grato por ter uma boa reputação. O loiro brincou com sua língua, mexendo nos cabelos, e me encarando malicioso. — A gente realmente não vai falar sobre o que aconteceu lá dentro? — Antes que pudesse escapar da pergunta, ele segurou meu braço, fazendo lhe encarar de volta. 

— Não aconteceu nada. — Revirei os olhos, saindo do seu aperto fraco, negando com a cabeça e recebendo seu olhar desacreditado. O fato de ter ficado surpreso não quer dizer que gostaria de lhe beijar, esse era meu pensamento encarando o rosto que tinha alguns fios caindo próximo aos olhos castanhos. 

— Eu conseguia ouvir seus batimentos, literalmente, tem certeza, que não quer me dizer nada?! — Ele havia mudado seu semblante e sua voz parecia carregar esperança de fazer com que dissesse algo que correspondesse à expectativa que criou, aquilo não tinha sido nada demais, ao menos eu torcia para que não tivesse sido.

— Jaehyun, você é só o garoto que tenho de manter longe das encrencas, é apenas isso. — Disse simplista, engolindo seco tentando não soar grosseiro e analisando seu rosto se alterar. 

Isso sequer parecia ser algo bom, devido a sua expressão decepcionada que foi rapidamente substituída por uma confiante, ele era mesmo estranho e talvez, fosse bipolar também. 

— Acho bom, você não pode gostar de mim. — Ele sorriu prosseguindo, me deixando totalmente confuso com suas palavras repentinas. — Nem pense em levar a sério meus flertes, mesmo que sonhe com isso, apenas quero ter minha vida de volta, não te envolvendo nela. — Assenti em concordância, tentando ignorar o que acabou de dizer, mesmo que ficasse repetindo-se em minha cabeça e me fazendo acreditar que havia feito algo terrível a ele.

Não é só você que teve a vida modificada, grande idiota. — Resmunguei.

— Ao menos você conheceu uma pessoa "especial" durante esse tempo, o Ten certo?! Não tive a mesma sorte. — Voltamos a esse assunto que sequer era de seu interesse, a implicância dele com o menor me deixava assustado e um tanto irritado pela intromissão na minha vida.

— Qual é a de toda essa implicância?! Isso sequer é benéfico nos seus interesses, já que literalmente, acabou de dizer que sua vida era melhor sem mim e agora quer falar sobre isso?! — Disse estressado o vendo rir debochado, às vezes ele me fazia esquecer do quão era estúpido e um grande idiota que não se importa com nada, apenas com coisas de seu próprio interesse.

— Eu não disse isso, você interpretou assim. — Apontou em minha direção. — O Ten não me desce, não é implicância, você deveria notar isso, afinal é o policial entre nós dois.. — Fechei meus punhos respirando fundo e tentando conter toda a raiva que surgiu com seus comentários fúteis, a coisa que mais detestava, era quando alguém tentava me ensinar a viver a minha vida. 

— Jaehyun, qual a parte do você é apenas o garoto que tenho de manter fora de encrencas, você não entendeu?! — Sua respiração estava pesada e ele sequer teve a chance de responder, já que Doyoung surgiu confuso nos entreolhando e entrando no meio por estarmos próximos o suficiente para acarretar uma enorme briga, nos afastando um do outro com seus braços.

Sua testa estava começando a escorrer o suor, ele forçava um sorriso tentando aliviar o clima que se instalou entre o loiro e eu. Achando melhor nos deixar separados — por enquanto, como havia dito — ao retornarmos para o grande salão, onde estavam a maioria das pessoas que ajudavam a resolver algumas pequenas coisas no ambiente. Jaehyun estava com seus braços cruzados, batendo o pé no chão e mantendo o semblante fechado, podendo assustar qualquer pessoa com o mesmo.

Claro que desviaria seu olhar quando lhe olhasse de volta, seu orgulho era imenso para dar o braço a torcer, ainda mais se fosse por minha causa, francamente deveria fazer a mesma coisa e o ignorar. 

Doyoung sorria orgulhoso, revirando os olhos por ver Hyuck roubar doces que eram apenas decoração, ao invés de pedir ao buffet para que dessem. Mark fazia um biquinho por Hyuck não lhe deixar pegar um dos docinhos que tinha nas mãos, creio que o maior havia se distraído, dando tempo do menor roubar um dos que segurava e em seguida ficando emburrado como uma verdadeira criança. 

Estava mais calmo desde a separação do loiro e apenas queria encontrar uma boa bebida para aliviar os pensamentos. A coisa que mais me deixava irritado, era minha mente não querer pensar em outra coisa, a não ser nos possíveis motivos para ter agido daquela maneira e por citar Ten repentinamente, o loiro sequer gosta de mim do jeito que todos pensam, eram somente provocações. 

Não eram?

Precisava beber uma bebida muito forte para evitar de pensar absurdos. 

— A festa vai começar em breve, pode me deixar beber até cair, por favor. — Implorei ao moreno que franziu o cenho, negando com a cabeça fazendo um barulho nos lábios como Baek fazia. 

Claro que não. — Choraminguei e ele deixou meu rosto entre seus dedos, olhando para meus olhos frustrados. — Tae, pare de pensar demais, você sempre faz isso e acaba se culpando no final, e quem tem de aguentar seus resmungos sou eu. — Devido seu aperto um bico surgiu, fazendo com que sorrisse pequeno e aceitasse o fato de realmente pensar muito nas coisas que — talvez — não tivessem tanta importância. 

— Ok. 

Disse saindo do aperto, respirando fundo. 

Não havia percebido o tempo passar tão rápido e estarmos a minutos da festa ser iniciada, o sol já tinha desaparecido, deixando seu brilho vagamente pela cidade quase que imperceptível. Tive de ajudar os convidados recentes a se encontrarem pelo salão, sendo mais gentil que podia ser, ouvindo a risada abafada de Jaehyun, o qual me ignorava e fingia rir de outra coisa que não fosse minha cara de tacho. 

O moreno continuava do meu lado, dizendo entre dentes para ignorar e apenas permanecer sendo educado com os convidados, logo mais tia Jô chegaria para me trazer um pouco de animação. Uma senhora surgiu com um vestido vinho e cabelos grisalhos, tendo passado uma sombra escura e deixado apenas um gloss nos lábios brilhantes. Ela parecia surpresa ao me ver e sorriu encarando meu rosto, erguendo seu dedo e encostando na minha bochecha, mesmo tendo um semblante um pouco desconfiado.  

O garoto da fantasia sexual. — Engasguei com suas palavras e o moreno controlava a vontade de rir, diferente do loiro que passava mal próximo aos portões. — Aquele dia, você me assustou. — Confessou. 

— Haha, eu não estava usando uma fantasia. — Forcei um sorriso, tentando lhe convencer, mas apenas sorriu sem mostrar os dentes. Sendo guiada por um homem de mais ou menos, 48 anos, lhe chamando de mãe, aparentemente queriam pegar uma mesa que tinha uma boa localização. 

Queria entrar em um buraco e só sair depois que todos esquecessem disso, o moreno se apoiava no pilar para rir, estando com seu rosto vermelho e deixando a risada escandalosa ecoar. 

— Eu não to acreditando… — Revirei os olhos, o vendo tentar recuperar o próprio ar e também limpando seus olhos que lacrimejavam. Deixei apenas de lado e caminhei para o centro do salão, ignorando a voz de Doyoung me chamando de volta. 

Ver as pessoas vestindo suas roupas de gala, me faziam pensar que tinha vindo a festa errada e usando roupas simples demais a ocasião, todos se encaixam bem nesse palácio, agora sabia bem o que era ser um plebeu. Senti meu ombro atingir algo, melhor dizendo, alguém. 

Um garoto alto que acabou derrubando sua bebida no terno escuro e deixando um biquinho surgir pelo incidente, pensei que fosse ficar mais irritado comigo por não ter prestado atenção. Ele apenas me encarava de forma curiosa, abaixando sua taça e sorrindo fraco, sendo bastante bonito.

— Sinto muito. — Me curvei um pouco e ele abaixou o rosto, negando com a cabeça, fazendo engolir seco. 

— Não precisa se desculpar. — O sorriso era maior e seus olhos se fecharam após o ato, fazendo com que ficasse aliviado, não precisava arranjar mais confusões. — É estranho, sinto que te conheço. — Ficou pensativo olhando meu rosto, tombando a cabeça, enquanto o fazia. 

— Deve conhecer meu departamento, eu sou Taeyong. — Estendi a mão sorrindo sem mostrar os dentes, deixando um pouco de lado minha cara carrancuda e estressada, estou em uma festa boa demais para ficar assim. 

Você é do 127?! — Assenti lentamente franzindo o cenho, ele apertava minha mão com força, transmitindo toda sua empolgação após confirmar sua pergunta. — Oh desculpe, me deixei levar um pouco pela animação. — Soltou minha mão forçando uma tosse, constrangido. 

— Tudo bem, apesar de não entender sua animação. — Disse rindo assoprado, recebendo seu olhar um tanto envergonhado tendo o sorrisinho quase que imperceptível. 

— Por incrível que pareça, faço uma hq voltada ao mundo investigativo, e acabo me baseando no seu esquadrão. — Assenti vendo os olhos do maior brilharem, enquanto me dizia sobre os personagens e me fazendo ficar surpreso pela descrição de Doyoung, a qual era extremamente parecida.

— E o meu personagem? — Perguntei não contendo minha curiosidade em saber, após ele me mostrar seus desenhos que retratavam todos do esquadrão, aquilo havia me feito criar uma grande expectativa e talvez, até procurasse para ler mais tarde.

— O Lee, é bem esquentado com seu pavio curto, muito determinado e seu orgulho é gigantesco. — Franzi o cenho ouvindo a descrição do personagem que não tinha nenhuma ligação com a realidade, diria que nossas semelhanças fossem poucas. — A sua única dificuldade é demonstrar seus reais sentimentos por trás da farda. — Ele parecia orgulhoso com o personagem que criou e meus olhos se arregalaram um pouco. 

— Uau, você criou um personagem em tanto, ainda mais por ter minha aparência nele. — Sorri convencido e ele ergueu a tela do celular, mostrando um dos quadrinhos onde Lee tinha o mesmo sorriso que eu nos lábios, me deixando surpreso e intrigado.

— Tenho ajuda de um amigo. — Um dos garçons havia passado ao meu lado e me apressei a pegar uma das taças, lhe agradecendo pelo bom trabalho. — Você deve conhecer o Chan. — Beberiquei a bebida assentindo com minha cabeça, tinha de ser alguém do esquadrão, não poderia ter tantas semelhanças e dizer que era coincidência. 

— É assim que ele me enxerga?! — O maior se apressou a negar com a cabeça.

— Ele só disse coisas boas sobre você, eu precisava arranjar pontos negativos, e acabei recebendo dicas de um garoto que estava sentado nas escadas da delegacia. — Deu-se por vencido e arqueei a sobrancelha. 

— Me diga que ele não é loiro e nem tem um sorriso bonito nos lábios. — O maior estava surpreso. 

— Você conhece ele? — Revirei os olhos, tinha de ser aquele idiota para passar uma imagem tão ruim sobre mim. 

— Queria dizer que não, mas estaria mentindo. — Levei a taça até meus lábios e o garoto pareceu se lembrar de algo, sorrindo de orelha a orelha. 

— Eu preciso ir, foi um prazer te conhecer. — Sorri pequeno para o maior.

— O prazer foi todo meu…? — Ele havia começado a caminhar com pressa, mas se virou uma última vez antes de sumir na multidão. 

Jeno. — Acenei com a mão vaga, deixando um sorriso surgir pela bebida ser boa, mesmo que não tivesse álcool como desejava. 

Estava em pé no meio do salão, sentindo-me deslocado e totalmente perdido naquele lugar, ao menos tinha ficado perto da mesa com lanches ótimos e poderia observar os outros que dançavam animados pela música. Conseguia ver vagamente policiais do departamento, sentados nas mesas ou dançando com alguém, não pensei que esse lugar se tornaria pequeno. 

Doyoung passava pela multidão e estando muito aliviado ao me ver, apesar de estar acabando com a mesa, tinha ficado feliz por não ter ido embora. A tia Jô já havia chegado e estava ajeitando seus cabelos, talvez fazendo um penteado que combinasse com o vestido e seus sapatos, estava ansioso para lhe ver após tanto tempo. 

— Jaehyun, está cercado de garotas e é estranho pensar que são todas minhas primas. — O moreno fez careta apontando, enquanto reclamava sobre elas serem um tanto oferecidas e o loiro não parecia estar incomodado, muito pelo contrário, tinha um enorme sorriso nos lábios e uma expressão maliciosa. 

Desviando o olhar vagamente em minha direção e voltava as garotas, sua missão era me provocar e ele falhava como sempre. 

— Não podemos ter a mesma idade. — Revirei os olhos, pegando um salgado e enfiando na boca, deixando minhas bochechas cheias. 

— Por que vocês brigaram afinal? — O moreno perguntou deixando o dedo no queixo pensativo, enquanto eu tentava não encarar a situação que ocorria mais a frente. 

— Você conhece ele, é impossível não se irritar. — Virei a taça resmungando sobre a quantidade ser tão pouca, suspirando por sequer poder me embebedar como todos fazem em uma festa. 

— Na verdade, você conhece ele, eu sei apenas o nome e que ele gosta de pop. — Minha boca se entreabriu sem saber lhe responder, fazendo careta por Doyoung ter um pouco de razão. 

A música se alterou para uma mais clássica e calma, bem como ocorria nos filmes, fazendo com que todos voltassem seu olhar às escadas e meus olhos brilharam ao ver a senhora descer. Havia uma tiara florida em volta de seus cabelos brancos e pequenas tranças nas madeixas curtas, usando um vestido dourado enorme que tinha até mesmo cauda, sabia que ela tinha reclamado sobre seus saltos e caminhava tendo um sorriso lindo no rosto que estava com pouca maquiagem. 

Os aplausos se faziam presentes em todo o salão, tia Jô tinha conseguido mais uma vez hipnotizar todos com sua vaidade e Doyoung estava surpreso por não esperar lhe ver assim, parecendo que saiu de um conto de fadas. 

— Queria agradecer a todos presentes. — Disse parando no fim das escadas. — E dizer que sou extremamente grata por ter alguém como Doyoung em minha vida, não é mesmo querido? — Ela deu seu sorriso doce para o moreno que tinha as bochechas avermelhadas ao receber diversas palmas, e logo abriram caminho lhe deixando chegar até a mesma que não hesitou em abraçar o garoto. 

— Lembro de você bem pequenininho, parando no corredor usando apenas suas fraldas, me prometendo de dedinho uma festa como nos filmes e bastante fortuna, onde poderíamos comprar muitos brinquedos e de todos os tipos. — Ela riu e não demoraram a lhe acompanhar, mesmo que estivesse deixando o moreno envergonhado, ele não escondia o sorriso bobo que tinha nos lábios. 

— Hoje sempre será o melhor dia da minha vida e eu sou muito grata por tudo que fez para isso acontecer, querido. — O olhos de Doyoung brilhavam, não poderia dizer que estava diferente, me sentia emocionado ao ver a senhora chorar. 

— Estou ficando velha e aguardo a fortuna que me prometeu, espero que sejam eles, seus filhos. — Ele arregalou seus olhos e ela gargalhou, um garçom ao meu lado fungou baixinho sorrindo pequeno, usando um dos lenços que carregava para secar o rosto. — Brincadeira, talvez nem tanto, mas enfim vamos voltar a festa e novamente, obrigado a todos que vieram. 

Disse finalizando seu discurso comovente, fazendo gritos e aplausos ecoarem pelo enorme salão, a música retornou a que tocava anteriormente e as pessoas parabenizaram ela quando se aproximavam, o moreno permanecia do lado dela e fazia caretas ao ouvir seus conselhos amorosos. Seu sorriso aumentou quando notou minha presença e me puxou para seus braços, fazendo com que sentisse o cheiro doce do perfume o qual usava e apoiei meu queixo em seu ombro, sorrindo de orelha a orelha. 

— A quanto tempo não te vejo querido, você cresceu mais ou eu diminui? — Ela me afastou analisando meu corpo com um sorriso e fiquei pensativo, a mesma afagou meus cabelos, fazendo fechar os olhos para aproveitar o carinho. 

— Parabéns, tia Jô. — Disse abrindo novamente o sorriso que surgia apenas pela presença da senhora. 

— Precisamos colocar nossa conversa em dia. — Ela entrelaçou nossos braços e começou a caminhar, eu olhava para Doyoung pedindo ajuda, mas o moreno apenas fingia que nada havia acontecido e voltava a conversar com seus parentes.

Tia Jô batia levemente em minha mão pensando no que me perguntaria, enquanto mantinha uma resposta na ponta da língua, não poderia falar sobre o loiro e muito menos sobre Ten, essa seria a pior conversa que teria com a mesma, era melhor evitar. 

— Não tenho novidades. — Tentei ser convincente e ela avaliou meu rosto sorrindo sem mostrar seus dentes.

— Eu te conheço há anos, querido, sei que tem algo a me dizer. — A mesma passou a ponta de seu dedo em meu nariz, fazendo um biquinho surgir pela frustração. — Tem haver com garotos? Doyoung sempre fica assim quando um encontro dá errado e eu quase tenho de virar a cidade à procura de donuts. — Concordei rindo por ser verdade, ele só não poderia ver isso. 

— Eu estou saindo com um garoto e tenho de vigiar outro por conta do trabalho, e isso é exaustivo. — Choraminguei, desistindo de tentar esconder, ela sempre conseguia ser mais persistente que eu. 

— Você gosta dos dois? — Arregalei os olhos negando com a cabeça, a vendo rir pelo meu pânico em negar sua pergunta. — Gosta de apenas de um? — Não conseguia afirmar e nem negar, sequer sabia o que tinha em relação a Ten, a não ser o sentimento que me fazia sorrir feito bobo. 

— Talvez. — Disse com desdém e ela parou encarando meu rosto.

— O único conselho que posso te dar, é que não esconda seus sentimentos por alguém. — Ela prosseguiu com um sorriso. — Como dizia William Shakespeare, "O amor não se ver com os olhos mas com o coração". — Estava estranhando que ainda não havia feito uma citação, tia Jô gostava de dizer essas coisas e às vezes até ajudava.

— É mais fácil dizer do que fazer. — Fiz um biquinho e ela apertou minhas bochechas. 

— Você deveria parar de dar tantos ouvidos ao seu lado racional e começar a viver o momento. — Isso ficaria um bom tempo em minha cabeça, ela parecia feliz por ter me ajudado mesmo que fosse pouco, mas ainda teria de fazer esforço para deixar meu lado racional de lado. 

A aniversariante teve de dar atenção aos seus convidados, após me abraçar com força para se despedir e ir aproveitar sua festa, acabei pegando mais uma taça da bandeja do garçom que sorria alegremente seguindo seu caminho até as mesas. As palavras da tia Jô sempre me pegavam, fazendo com que ficasse imerso nos pensamentos e deixado meu olhar vagar, inexplicavelmente parando no loiro que estava próximo a mesa e comia fazendo um semblante engraçado por gostar da comida, mas mudando ao notar que o encarava.

Oh droga. 

Não deveria ter encarado por tanto tempo e muito menos de maneira tão descarada, o loiro caminhou em minha direção com um sorriso nos lábios e as bochechas infladas pelos doces que pegou. 

Por que..está me..encarando? — Disse com dificuldade, tentando comer os doces que persistiram em grudar no céu sua boca. 

— Não é educado falar de boca cheia. — Ele revirou seus olhos. — Eu estava olhando para o nada e consequentemente pareceu que tinha olhado pra você. — Disse simplista bebericando a taça, o vendo acabar de mastigar os doces resmungando baixo sobre terem grudado nos seus dentes de trás. 

— Mentira. — Cruzou os braços — Ninguém sorri encarando o nada. — Franzi o cenho lhe olhando, ficando com um sorriso convencido nos lábios.

Parece que não era apenas eu que estava encarando. — Seus olhos se arregalaram surpresos e fiz uma careta divertida, ele voltou a sua postura, tentando disfarçar a surpresa que havia tido. 

— Você me deixou sem palavras, é melhor fingir que isso não aconteceu. — Assenti me divertindo ao notar as bochechas avermelhadas do mesmo que fazia um biquinho, pela primeira vez o via envergonhado e queria muito registrar o momento com uma foto, mas ele não me permitiu. — A gente poderia dar uma trégua. — Disse encarando o teto com ambas as mãos nas costas, parecendo um adolescente pedindo para sair durante a noite. 

— Tudo bem. 

— O que? Fácil assim? — O loiro estava desconfiado e concordei com a cabeça, abandonando um pouco meu orgulho, tentando seguir o conselho que a mais velha havia me dado.

— Apenas não se intrometa na minha vida, essa é a única condição. — Disse por fim o vendo ter um biquinho nos lábios, mas aceitando a condição que havia dado, teríamos de criar alguns limites enquanto estivéssemos de conviver um com o outro. Jaehyun não demorou para pegar a taça de minha mão e virar a bebida em sua boca, me deixando indignado ao devolver a mesma vazia. 

— Estava ótimo. — Deu um sorriso travesso, se distanciando para retornar à mesa com doces, fazendo um coração com seus dedos andando de costas e aquilo era tão tosco, tão bobo e tão Jaehyun. 

A música se alterou ficando mais calma, seguindo um bom ritmo para dançar agarradinho e observava todos puxarem seus pares, transmitindo serenidade em seus passos lentos, não posso negar que tinha vontade de experimentar mesmo sem conhecer um passo sequer. Tia Jô estava dançando no centro com sua noiva e tinha um sorriso radiante nos lábios, a mesma gargalhava por ter sido praticamente arrastada a dançar o gênero musical favorito da tia Jô.

Elas combinavam e a conexão de ambas demonstrava ainda mais esse fato. 

Poderia me identificar com Jeno que estava sendo um tanto desengonçado nos passos, não sabendo guiar e parecendo resmungar sobre não saber dançar. Olhando de longe parecia que Chan tentava ensinar, mas não conseguia parar de rir um segundo sequer da cara emburrada de seu amigo.

Estar encostado em um dos pilares de braços cruzados, segurando uma taça vazia, enquanto assistia os demais dançarem soava tão deprimente quanto era?! 

Talvez, devesse tentar chamar alguém para dançar, tem algumas pessoas sentadas ainda..

Não, minha timidez acabaria com tudo…

E eu poderia gaguejar..

Com certeza, estou parecendo um bobo. 

Acho que esse é o motivo de sempre deixar meu lado racional e ignorar o sentimental, pareço um idiota e pensar nos meus traumas, me faziam entrar em pânico quase quanto em combustão. 

Será que estou pensando demais? 

Prevenção não significa pensar demais ou significa? 

Balancei a cabeça caminhando para ficar próximo a uma bancada, querendo devolver a taça e ir embora dormir. Quem quero enganar, iria procurar uma boa série para assistir antes de pegar no sono. Sou surpreendido ao ver Doyoung surgir com seu rosto vermelho por ter corrido e bastante aflito, estávamos em uma festa a qual aparentava não ter tido nenhum erro, o que poderia o deixar tão preocupado?

— Que bicho te mordeu? — Perguntei deixando a taça na mesa e lhe encarando atento, algo que fez meu corpo entrar em alerta, enquanto tentava desvendar através de seus olhos arregalados. 

— Aconteceu um imprevisto… — Apoiou as mãos nos joelhos. — O Yuta acabou beijando o Mark sem querer, e o...Hyuck...bem….viu. — Disse rápido pedindo tempo para recuperar seu fôlego, minha boca se entreabriu pela surpresa, mesmo que tivesse sido sem querer não sabia que poderia acontecer justamente com Nakamoto, realmente o subestimei. 

Doyoung pareceu notar o que se passava em minha cabeça e tratou de pisar em meu pé com força, fazendo notar o sorriso que surgiu involuntariamente, logo me apressando a desfazer e puxar a garganta acariciando meus dedos recém esmagados.

— E? — Perguntei gesticulando para saber mais, enquanto sentia meus dedos ainda latejarem. 

— O Mark saiu correndo de um lado e o Hyuck do outro, precisamos fazer alguma coisa. — Disse aflito olhando para os lados, forçando um sorriso aos convidados que passavam lhe cumprimentando. 

— Tadinho do Yuta, deixaram ele sozinho. — Tentei procurar pelo mesmo, mas sem sucesso. 

Taeyong. — Ele disse alto, começando a se irritar e revirei os olhos, o moreno não era do time Nakamoto?!

— Tudo bem, você sabe pra onde eles foram? — Me dei por vencido, por realmente parecer sério e nunca queiram ver Hyuck irritado, ele é capaz de tudo quando isso acontece. 

Doyoung pensava estalando seus dedos em minha direção, fazendo gestos bagunçados e pouco explicativos, deixando visível sua tremedeira e pedi para que se acalmasse, caso contrário não resolveremos nada. 

— O Hyuck correu pra lá. — Apontou para minhas costas e encarei o vasto corredor com poucas pessoas presentes. — E o Mark, se misturou com o pessoal da esquerda. — Disse por fim recuperando seu ar. 

— Vamos fazer o seguinte, você vai atrás do Mark e eu do Hyuck. — Ele assentiu, saindo em direção à esquerda, pedindo desculpas pelos empurrões que dava ao tentar passar correndo despercebido. 

Suspirei por não poder terminar um dia sequer sem ter alguma confusão e me virei para o corredor, andando rápido em frente aos demais convidados para parecer estar tudo certo, e quando estava longe dos olhares comecei a correr procurando pela figura de 1.74 perdida, e provavelmente chateada. 

(...) 


Não aguentava mais correr pela casa de festa gigantesca a procura de Hyuck que havia se escondido muito bem, seja lá onde estivesse, estava me dando um trabalho em tanto. Ainda por precisar inventar mentiras aos seguranças que estavam parados na frente das portas, as quais não poderiam receber convidados por terem coisas importantes para o proprietário e também equipamentos.

Prestes a desistir de procurar nesses arredores, ouço um choro baixo vindo do único quarto onde não se tinha a porta fechada e sem qualquer rastro de segurança. Caminhei devagar, escorando meu corpo na parede e sendo capaz de identificar os cabelos do garoto que se apoiava no cercado da varanda, tentando não lhe assustar surgindo como um fantasma. 

Dei algumas batidas fracas na porta e o mesmo se virou para mim, seus olhos estavam brilhando com a iluminação da lua e secou o rosto usando seu braço. 

Eu posso entrar? — Perguntei parando em frente a porta, ele apenas assentiu e voltou a se virar, respirando pesado, enquanto fungava baixinho. 

Adentrei o cômodo torcendo para não darmos de cara com seguranças na volta, me aproximando do garoto aparentando estar muito frágil e nem um pouco parecido com o Hyuck que conheço. Apoiei meus braços no cercado da varanda, ficando pensativo sobre minhas próximas palavras ao mesmo, que tinha as bochechas avermelhadas, assim como a ponta de seu nariz. 

— Você já pensou em contar pra ele? — O menor fez careta, mas não desviou seu olhar do céu estrelado, fazendo com que refletisse através de seus olhos brilhantes pelas lágrimas que não caiam.

— Muitas, muitas e muitas vezes. — Assenti observando sua feição. — Agora não vejo mais motivo pra pensar sobre isso e logo devo superar. — A lágrima escorreu, mas passou sua mão rapidamente e sorria fraco para mim, não gostava de vê-lo tão chateado, somos amigos há anos e uma parte minha conseguia sentir a dor de sua decepção. 

— Quem dera fosse fácil, quanto é dizer. — Ri soprado negando com a cabeça, recebendo o olhar cintilante do menor. 

Experimenta ver a pessoa que você gosta ficando com outra. — Sua voz estava carregando raiva e ergui minhas mãos em rendição, não querendo arranjar mais encrenca com o mesmo. Ele suspirou bagunçando os cabelos, resmungando palavras que não conseguia ouvir. — Aquele beijo não deve ter significado nada pra um garoto que ama clichês e gosta de romances, puff.

Disse por fim carregando muita ironia, enquanto abaixava um pouco sua cabeça e brincava com os dedos, ainda apoiados no cercado claro.

— O Mark não sabe dos seus sentimentos, acha que se ele gostasse de verdade do Nakamoto teria saído correndo?! — Franzi meu cenho e ele parecia surpreso, mordendo os lábios inferiores com força, tentando conter sua ansiedade. 

Ele correu? — Assenti vendo um sorrisinho travesso surgir e o semblante choroso desaparecer. — Ainda sim, tenho medo. — Um biquinho surgiu e o garoto bagunçou seus cabelos, deixando os fios mais pra cima. Minha prática com toda certeza era péssima, e é notável a relação confusa que me encontrava com Ten, mas meus conselhos sempre foram consideravelmente bons. 

— Não deveria.

— É um tanto hipócrita você me dar conselhos nesse assunto, sabia?! — Ele riu, parecendo uma criança travessa. 

— Como assim? — Tombei a cabeça, estando confuso e bastante curioso pelo que viria a seguir. 

— Qual é Taeyong?! Você gosta do Jaehyun, e até quem é cego enxerga a química de vocês. — Meus olhos se arregalaram, e ele não me permitiu interromper. — Você sabe que estou certo, a maioria dos clichês comprovam. — Fiquei desacreditado com a maneira na qual confirmava sua teoria, me encarando e tendo o semblante satisfeito. 

— O seu exemplo foi péssimo, nunca mais repita! — Afirmei o vendo me imitar debochando. — Eu sou obrigado a conviver com ele, é diferente de você com o Mark. — Confessei, fazendo gestos com as mãos, procurando as palavras olhando o céu estrelado. — Vocês têm um laço forte e só dele te aguentar todos os dias, demonstra isso. — O mesmo se virou e pousou a mão no peito ofendido, não sobrando nada do garoto choroso que encontrei minutos atrás. 

— Ha ha, engraçadinho. — Sorriu debochado, deixando ambas as mãos na cintura. — Ele conviver comigo é uma honra, tá legal?! — Ali estava o Hyuck confiante que conhecia, podendo dizer até mesmo convencido após jogar seus cabelos para trás, deixando sua testa ficar visível. 

Fale por você.

Disse baixo recebendo seus olhos estreitos e forcei um sorriso, fingindo não ter dito nada que não lhe ajudasse no momento. 

— E se ele disser não? Eu vou acabar com nossa amizade de anos em dois segundos. — Creio que essa fosse a pergunta que todos faziam quando estavam nessa situação, mas pensava que a partir do momento que desenvolvesse um sentimento a mais, a amizade não existia, a não ser pelo outro lado. Ser tratado apenas como amigo é frustrante e pode se tornar desgastante para ambos os lados. 

É melhor confessar e caso não desse certo, seguir em frente seria o próximo passo, mesmo que fosse difícil, ninguém vem ao mundo acompanhado de alguém — a não ser gêmeos. 

— Você tem que decidir, se vai por sua conta em risco ou viver com a incerteza do que poderia ter acontecido se tivesse contado, repleto de arrependimento. — Respirei fundo impressionado, não sabia que tinha tanto conhecimento sobre um assunto, o qual nunca vivenciei. 

Uau, Lee. — Bateu palmas. — Você parece até um psicólogo falando. — Sorriu de orelha a orelha, demonstrando sua gratidão através dos olhos brilhantes. 

— Acho que poderia seguir essa profissão, se a policial der errado. — Fiz careta sorrindo travesso, pois faria de tudo para que desse certo. Hyuck me abraçou com força e levantei seu corpo, balançando de um lado para o outro, lhe apertando como uma enorme pelúcia e um pouco pesada para aguentar durante mais tempo. 

Estava feliz por ter conseguido o ajudar, entretanto ficaria ainda mais se desgrudasse do meu corpo e retirasse as mãos da minha nuca, ele entrelaçou ambas as pernas em minha cintura e mesmo que não estivesse lhe segurando, Hyuck pouco se importava em fazer isso sozinho. 

Você...literalmente...tá me deixando sem ar. — Ele desceu encostando seus pés no chão com um sorriso enorme e se afastando convencido, enquanto tentava recuperar o ar ouvindo o menor fazer piadas sobre o quão vermelho meu rosto estava. 

— Lee, você ama meus abraços, muitas pessoas queriam ter, e você é um dos poucos que consegue. — Disse convencido, me fazendo assentir por desistir de o contrariar, aos poucos voltava a ter minha respiração regulada e notava o sorriso travesso surgir em seus lábios. — Eu vou pensar sobre nossa conversa. 

— Só não demora, o tempo não espera. — Alertei. 

Falou o que todo mundo sabe. — Ele fez careta, me fazendo revirar os olhos pela sua entonação debochada. — Agora, a gente podia falar sobre você. 

Tombei a cabeça o olhando intrigado, o mesmo mordeu os lábios inferiores dando pequenos pulinhos, e me apoiei novamente no cercado admirando a noite que havia chegado, sinalizando que logo mais choveria pelos trovões baixos. 

— Falar sobre mim? — Ele assentiu rapidamente. 

— É sério Tae, eu não aguento essa curiosidade. — Ri soprado voltando a encarar seu rosto. 

 — A sua cara melhorou bastante, tudo pra saber da minha vida. — Hyuck ficou emburrado, apoiando-se no cercado ficando próximo a mim, lidar com o menor que tinha um biquinho nos lábios, conseguia ser pior do que lidar com uma criança travessa. 

— Não seja chato, você vai se tornar um velhinho amargurado. — Revirei meus olhos, e ele começou a empurrar meu braço com o seu, começando a me irritar um pouco pela ação que não parava e prosseguia quase me dirigindo a loucura, se isso acontecer, deixem meu carro longe do Doyoung. 

— Tá bom, tá bom, o que quer saber? — Me dei por vencido, suspirando e lhe vendo ter um sorriso travesso nos lábios rosados, sinceramente não deveria ter aceitado. 

— Jaehyun e Ten. — Minha boca se abriu surpresa por não esperar que essa fosse sua resposta, neguei com a cabeça, lhe ouvindo resmungar com antecedência. 

— Eu não vou falar sobre isso. — Acreditem, ele conseguia ser bastante persistente quando tinha um objetivo próprio e era extremamente irritante tentar negar, não aguentava mais ouvir seus argumentos, baseados em eu estar confuso com meus sentimentos e precisar de ajuda para decidir. Hyuck fazia gestos como quem apresentava um trabalho estudantil e apontava tópicos invisíveis, e coisas que estavam começando a me cansar. 

— Eu não tenho nada concreto com eles, pronto. — Disse por cima de sua voz e ele ficou pensativo, pousando a mão no queixo fazendo um barulho com a boca que indicava negação. 

— Você saiu com o Ten e não tem nada rolando? — Assenti e também fiquei um pouco perdido com a confirmação. 

— Pra ser franco, eu não sou bom nessas coisas. — Fiz uma careta e o menor acertou minha testa com um peteleco, me fazendo choramingar levando a mão até o local dolorido. 

— Vamos fazer uma brincadeira, você vai definir sua relação com eles em uma palavra. — Ele sorriu animado. 

Hyuck, isso serve pra que?

— Só fica quieto e faz. — Disse autoritário e revirei meus olhos, bufando alto. — Defina sua relação com o Ten.

— Eu sei lá, ainda estamos nos conhecendo, como vou definir algo inconcreto? — Ele negou com a cabeça, pedindo para que pensasse em uma palavra e fechasse os olhos, assim poderia imaginar melhor a cena. 

Eu não conseguia ver nada, talvez pela minha imaginação estar cansada e sem vontade alguma de realizar algo tão bobo. 

— O que você vê? — Sua voz soava mais calma. 

— Nada. 

— Tae, se esforça!

Bufei por ouvir o quão isso soava como uma ordem, querendo abrir meus olhos e sair dessa sala, infelizmente o menor não me permitiria, às vezes era desvantajoso ter amigos que querem ajudar em tudo. 

— E agora? — Respirei fundo. 

— Estável. — Abri meus olhos, após receber o empurrão de um Hyuck irritado por não ocorrer da maneira que esperava. 

— Pensei que diria algo mais bonito. — Ri de sua expressão frustrada. 

— A gente ainda tá se conhecendo, mas eu gosto de conversar com ele e sentir um frio na barriga coloca mais emoção. — Disse por fim e o menor estava sorrindo de orelha a orelha, socando meu braço com um pouco de força, e me trazendo de volta a realidade. — Aí. — Massageei meu braço, resmungando palavrões, enquanto ele faltava gritar. 

Você tá caidinho pelo Ten. — Sua voz estava mais fina e dava pequenos pulinhos, me fazendo arregalar os olhos, e ele mordeu seus lábios. — Apesar de ainda achar o Jaehyun mais seu perfil. — Deu de ombros, voltando a me perguntar sobre minha relação com o loiro e subindo várias hipóteses, como ele estar secretamente apaixonado por mim e eu me negar a corresponder. 

Acho que o Hyuck tem andado muito tempo com Mark, essa de longe foi a coisa mais fictícia que poderia ter dito. 

— A gente sempre briga, uma boa palavra seria insuportável e tensa por ele ser sobrinho do Capitão. — O menor assentiu pensativo, e comecei a endireitar meu corpo, retirando meus braços que antes estavam apoiados no cercado, usando eles para massagear minhas costas que doíam por ficar muito tempo na mesma posição. 

— Vocês parecem se dar bem. 

— Às vezes, a gente consegue conversar, quando ele parece uma pessoa e não uma criança. — Revirei os olhos, e o Hyuck sorriu. Eu deveria me preocupar com aquele sorriso, ele só surgia quando o mesmo aprontava algo ou tentava inventar moda. 

— Repleto de amor por um e ódio pelo outro? Isso daria uma boa história, afinal amor vira ódio e ódio vira amor. — Ele disse tão rápido que meu cérebro se virou em confusão, mas parecia estar convencido a preferir ficar do lado de Jaehyun.  — Temos uma resposta.

— Espera, não é como se quisesse uma resposta sobre isso, eu só aceitei participar pra você melhorar essa cara e parar de chorar feito um bebê. — Afirmei com desdém, o vendo semicerrar seus olhos e pousar as mãos na cintura, não havia como conter o sorriso de canto e Hyuck riu desacreditado.

— O que você disse?! — Sua voz soava mais amedrontadora que o normal e caso não o conhecesse, ficaria com muito medo por vê-lo correr em minha direção para me bater por insinuar que ele era um bebê. 

(...)

Doyoung estava contente por nos ver e fazia um joinha em minha direção, parecendo ter tido com Mark, me deixando aliviado. Tentava recuperar meu fôlego juntamente com o menor que tinha suor descendo pela sua testa e se apoiava em mim, pegando a primeira bebida que passou ao nosso lado, ela era um pouco transparente e pela careta que Hyuck fez, bastante azeda. 


— Nossa...o que diabos é isso? — Ele esticou o copo e peguei para experimentar, ficando surpreso por terem começado a servir bebidas alcoólicas agora. 

— Deveriam ter servido isso...minutos atrás. — Abaixei o copo choramingando por não poder mais beber e também era melhor evitar ficar com outra ressaca, nunca tive uma tolerância muito alta. 

— Margarita? — Doyoung retirou o copo de mim, mesmo que estivesse segurando com um pouco de força, parte de mim ainda queria beber e muito. O moreno negou deixando na mesa mais próxima, onde tinha um ponche que sequer havia notado a existência, agora a festa parecia mais animada do que antes. 

Motivo é simples..

Todo mundo fica animado quando bebe um bom drink com álcool. 

— A tia Jô liberou bebidas? — Doyoung assentiu. — Wow, me dá um copo com a mais forte. — Hyuck não demorou levar um peteleco pelo pedido, afinal fez careta com a mais fraca e tinha a voz um pouco arrastada pela pequena quantidade que ingeriu, nosso departamento realmente era fraco com bebidas. 

— Eu não queria que tivesse isso, mas a festa não é minha. — Disse cruzando os braços e coloquei a mão em seu ombro, tentando confortar sua frustração por querer terminar a festa com todos sóbrios, mas vindo da tia Jô jamais aconteceria tal coisa.

 — Talvez seja a bebida fazendo efeito, mas...aquele não é o Ten? — Hyuck bateu levemente em ambas as bochechas e apontou sutilmente para a direção, quase acertando o rosto de Doyoung no caminho. O qual lhe deu tapas resmungando e voltando seu olhar ao caminho que o menor havia apontado. 

Era ele. 

Nunca quis tanto que fosse apenas uma alucinação de Hyuck que balançava a cabeça, tentando voltar a ficar totalmente sóbrio, já que parte dele estava arrastada pela bebida forte. 

Puxei Doyoung para ficar na minha frente e respirei ofegante, me escondendo atrás de sua silhueta, não estou preparado pra conversar com ele depois daquele papelão com o Tenente. 

— Não, não, não… — Disse tentando manter a calma, recebendo a atenção de ambos e ainda mais de Hyuck que sorria. 

— O que foi? — O moreno perguntou confuso. 

Ele tá caidinho pelo Ten.. — Tampei a boca de Hyuck, o interrompendo estando um tanto acelerado. 

— Quem o convidou? — Doyoung sorriu fraco, e meu corpo ficou mais rígido, olhando pelo pequeno espaço o garoto se curvar sorrindo para os demais, sendo gentil e educado como sempre. Usando roupas simples, mas que combinaram perfeitamente com o tema pela elegância das mesmas. 

— Então, sabe o que é...eu pensei que fosse uma boa ideia..vocês poderiam conversar pra esquecer aquilo com o Tenente.. —  Neguei com a cabeça e abaixei meu rosto, quando o mesmo olhou em nossa direção, dizendo palavrões baixos ao moreno que tentava me acalmar, mas avisando que era pra disfarçar e manter naturalidade por estar parecendo uma adolescente. 

— Foi uma ótima ideia, convidar o Ten em um lugar onde o Jaehyun está presente, eles se dão tão bem.  — Hyuck disse com ironia, e também tirando as palavras da minha boca, o moreno arregalou seus olhos e começou a roer suas unhas, aparentemente não havia pensado nisso. 

— Jogada de mestre, hein Doyoung, quando resolvo um problema aparece outro. — Suspirei, bagunçando meus cabelos da nuca. 

— Não me culpem. — Ele ergueu suas mãos e Hyuck disse que iria distrair o menor, por assim poder sair de fininho sem que me visse, eu queria muito lhe impedir de ir e evitar o constrangimento que ele provavelmente faria. 

Doyoung achou uma ótima ideia e ambos ignoraram minha opinião sobre, o moreno me guiava para o quintal na parte de trás da casa e parecia estar um pouco abandonado, talvez por não ter tido a visita de muitas crianças. O balanço estava sujo, a grama ainda estava úmida e o banco de madeira não era tão desconfortável quanto imaginei, havia também um escorregador pequeno feito com o mesmo material. 

Seria um bom lugar para ficar por enquanto. 

Diria que os brinquedos que estavam jogados na grama, eram bem assustadores e me sentia protagonizando um filme de terror, mas a música calma e abafada que soava de fundo melhorava um pouco o clima. Estava tendo pequenos raios no céu e as estrelas haviam se escondido por trás das nuvens, já esperava que ocorresse uma forte chuva pela madrugada, seria bom para dormir mais rápido. 

Ficava grato por ter vindo com roupas boas contra o frio que deixava a ponta de meu nariz avermelhado, conseguia notar até mesmo a fumaça saindo pela minha boca. Isso me recordava de uma viagem ao Canadá que fizemos na época de inverno, a primeira vez onde Kai estava mais empolgado que Baek, algo bastante raro. Eu tinha quatorze anos e foi um dos melhores dias da minha vida, havia sido divertido, tirando o fato de Taeyeon ter se machucado e irmos para um hospital sem saber falar uma frase em inglês. 

Imaginem a vergonha que passamos..

Kai era o único que sabia e ele não se lembrava por conta do pânico que teve ao ver o braço de Taeyeon quebrado, o bom é que Baek deu seu jeito de se comunicar fazendo gestos e apontando em direção a garota que chorava. Os médicos usaram um aplicativo de tradução explicando o que fariam e ela acabou tendo de engessar o braço, fomos embora no mesmo dia pelo incidente dela. 

Me assustei ao ouvir um barulho de galho sendo quebrado, virando meu corpo com veracidade na direção do som, suspirando aliviado vendo o loiro se aproximar com as mãos no bolso. 

— Vejo que também queria tomar um ar. — Ele sorriu fraco se sentando do meu lado, não muito perto, mantendo uma distância mesmo que curta. 

— O que aconteceu pra você precisar tomar um ar? — Perguntei usando meu tom brincalhão, tentando descontrair depois de quase ter infartado pelo susto.

— Começaram a fazer o discurso sobre família e você sabe, a minha é bem complicada. — Assenti notando que a música estava mais baixa, sorrindo sem graça pela pergunta que fiz e parecia ter deixado um clima tenso, desviando meu olhar para o céu nublado. 

— Não precisa ficar assim, esse nem foi o real motivo. — Ele empurrou meu braço de leve, atraindo novamente minha atenção para si e o loiro fez careta, talvez já estivesse compreendendo o que o mesmo queria insinuar. — O espaço ficou ainda mais pequeno com a chegada do seu namorado. 

— Ele não é meu namorado, e é bom você não ter sido visto loirinho. — Ameacei, olhando para a porta que dava acesso ao quintal e ficando aliviado por não ver ninguém próximo a ela. 

— Por que tá se escondendo? — Suspirei, encarando o rosto pálido e com alguns fios caindo em seus olhos. 

— Não tô afim de passar vergonha e ter mais problemas.  — Disse simplista, ajeitando minha postura no banco. 

— Desde quando o Ten é um problema pra você? — Ele brincou com sua língua e passou a encarar minha íris. 

Havia algo nos olhos castanhos que não sabia distinguir o que era, o loiro bagunçou seus cabelos, fazendo os fios ficarem para todos os lados e acabei deixando escapar uma risada baixa, logo voltando a me recompor. 

Se lembra da única regra pra nossa trégua acontecer? — O mesmo revirou os olhos, se dando por vencido ao erguer as mãos em rendição, claro que bufando alto pela insatisfação e continuar com sua curiosidade. 

— Tudo bem, eu não vou falar mais sobre ele. — Disse sorrindo debochado, enquanto alterava o seu tom de voz para um mais fino e ri negando com a cabeça. — Você até que tem um sorriso bonito. — Coloquei a mão no peito ofendido após seu comentário, ele continuou com suas mãos na nuca e encarando as ruas. 

Até que? — Repeti as palavras. 

— Não quero te deixar muito convencido. — Ele sorriu de lado. 

— Não conseguiria ser mais que você. — Brinquei o provocando. 

Essa era uma das poucas vezes que era possível termos uma conversa sem querermos brigar um com o outro, o loirinho às vezes podia ser bem menos estressante quando ele queria. 

— Não mesmo, Lee. — O loiro fez um coração com os dedos e revirei meus olhos, rindo sem mostrar os dentes. Ele parecia estar se divertindo com minhas caretas, começando a falar sobre as coisas que notou acontecendo dentro do salão. 

Claro que todas seriam reclamações e tínhamos uma indignação em comum, terem servido as bebidas alcoólicas durante a nossa ausência no salão, o loiro acabou se perdendo quando tentava se esconder das primas de Doyoung e sua noite parecia ter sido agitada, só não mais do que a minha. 

— Tenho um baita problema. — Jaehyun fez careta e me encarava de canto. 

— Tem haver com as garotas no salão?! Eu deveria te proteger delas?! — Disse com sarcasmo lhe vendo revirar os olhos, mas em seguida tendo um sorriso singelo nos lábios avermelhados. 

— Haha, comediante? — Cruzei os braços e ele prosseguiu. — Eu não consigo nunca reconhecer os sintomas.

— Espera, sente o que? Aqueles fugitivos devem ter acertado sua cabeça com muita força, não prefere ir no hospital ou falar com o Capitão, eu posso te levar e só talvez, usar como desculpa pra poder sair mais cedo.. — Disse disparado e o loiro fez sinal para que ficasse calmo, respirando fundo, não era algo tão sério quanto pensava, mantive o semblante neutro apesar da frustração de ter que continuar nessa festa. 

— Como ia dizendo, eu não conheço os sintomas, mas eles só aparecem quando fico perto de uma pessoa e é bem estranho. — Fez gestos com as mãos, me encarando parecendo estar um tanto perdido e eu não estava tão diferente. 

— Hum.. — Fiquei pensativo, isso soava como um clichê que Mark gostava de assistir. — Talvez você goste dela, já pensou nisso? — Ele assentiu com desdém, tombando sua cabeça e deixando um biquinho se formar. 

— Talvez..sabe me dizer quais são os sintomas? — Ri descontraído o vendo me encarar confuso. 

— Está fazendo perguntas sobre o amor à pessoa errada, loirinho. 

— Você sempre sabe de tudo, é difícil pensar que o Lee não sabe algo. — Ele estalou sua língua, e revirei os olhos lembrando das coisas que passavam nos filmes. Também nos livros que Mark recomendava e eu costumava nunca terminar de ler os clichês deles, o casal começa se odiando, depois namoram e no final se casam. 

Não era meu gênero literário favorito. 

Gostava de suspenses e ainda mais coisas inesperadas, deixavam a leitura interessante.

— Ok, coração acelerado é um sintoma, mas também pode ser um problema cardíaco.. — Coloquei a mão no queixo e o maior arregalou seus olhos surpresos, massageando seu peito após engasgar com as palavras que acabei dizendo sem pensar.

— Melhor deixar essas perguntas pro Google, você tá me assustando. — Forcei um sorriso, coçando minha nuca constrangido. 

— Foi mal, não sou bom nisso. — Ri soprado e ele negou com a cabeça, apontando em minha direção, sorrindo descontraído. 

— Tenho certeza que é, você só não se achou ainda, se posso dizer assim. — Dei de ombros, brincando com a terra úmida e evitando de encarar o mesmo que não desviava seu olhar, procurando analisar meu comportamento enquanto respondia a pergunta. 

Pode ser… 

Um silêncio se instalou por um tempo e apenas a música continuava seguindo seu ritmo ao fundo, mesmo que fosse abafada, parecia ser divertida, começando a acreditar que o moreno havia colocado um pouco de sua playlist e escutava seu pop tocar. Jaehyun dançava no banco sem fazer muitos movimentos, apenas seguia o ritmo com seu corpo e cantarolando baixinho quase inaudível. 

Por algum motivo, minha mente pareceu se iluminar e minha boca se entreabriu surpresa, atraindo a atenção do loiro que me olhava confuso. 

— Eu sei quem é a pessoa, como não pensei antes.

Ele arregalou seus olhos ficando tão branco quanto a neve, parecendo estar suando e respirava ofegante, engolindo seco antes de dizer alguma coisa. 

— S-sabe? — Gaguejou e assenti. 

— É muito óbvio. 

— Sério? — Sua voz soava trêmula, o mesmo manteve as mãos juntas, apertando ambas nervoso e mordendo o lábio inferior. 

— Ela gosta de você inclusive. — Disse afirmando e seus olhos cresceram ainda mais, conseguia sentir sua tensão de longe e arquei a sobrancelha encarando o maior que tentava manter a respiração regulada. 

— G-g-gosta? — Ele parecia estar bastante surpreso, eu pensava que fosse mais óbvio e o loiro deveria já ter notado, afinal todo mundo já notou. 

— O que aconteceu pra você gaguejar tanto? — Perguntei cruzando os braços, e ele engoliu seco negando com sua cabeça. Tentando deixar aparente que aquilo não era nada demais, mas continuei lhe encarando desconfiado. 

Nada demais.. — Disse baixo. 

— Enfim, deveria confessar o quanto antes. — Aconselhei. 

Quero ficar ao menos um mês sem dar conselhos amorosos depois de hoje, isso conseguia ser bastante exaustivo, e com meu trabalho pensar nessas coisas faziam minha cabeça girar. O loiro estava confuso e surpreso, porém tentava se manter sério.

— Espera...eu me confessar? Estamos falando da mesma pessoa? — Ele tombou sua cabeça. 

— Claro que sim. 

— O-o q-que? 

Ele gaguejou ainda mais e pela primeira vez pude ver o loiro tão nervoso, deixando nítido o quão tenso seus músculos estavam e prossegui com um sorriso nos lábios, estando convicto da minha resposta. 

— Você gosta da Tzuyu! — Afirmei e ele parecia ter sido surpreendido, me olhando com os olhos arregalados. 

Hã..

O interrompi.

Relaxa que eu não vou contar a ninguém. — Sussurrei para que apenas ele ouvisse, piscando afirmando minhas palavras, o maior sequer teve a chance de dizer algo e parecia um pouco frustrado por isso. 

Taeyong. 

Me virei em direção a voz que conhecia, vendo o moreno surgir correndo atravessando a porta e tentando recuperar seu fôlego. Abaixando o celular que segurava com força, estava evidente sua testa suada e o desespero na voz. Além de ter os olhos arregalados, fazendo com que ficasse aflito pela sua pausa e o loiro havia se levantado. 

Hyuck chegou em seguida juntamente a Mark que também tentava recuperar o fôlego pela correria repentina.

— O que aconteceu? Vocês estão me assustando. — Fiquei de pé, me aproximando dos garotos que pararam em frente a porta. Encarando todos preocupados e observando um Mark ofegante, enquanto Hyuck tinha a respiração pesada. 

Tivemos um..problema no departamento. 

Doyoung disse carregando pânico e aflição virando seu aparelho em minha direção, fazendo o loiro se aproximar para olhar também. Minha voz parecia ter ficado mais tensa, mas a raiva parecia superar meu pânico e suspirei abaixando o celular, esse de fato, estava sendo o dia com mais altos e baixos que tive. 

— Precisamos ir agora!


Notas Finais


Espero que tenham gostado e se divertido, continuem se cuidando e bebendo água para manter-se hidratado, ok?

Obrigado pelo carinho e nos vemos na próxima att 💚


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