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História A Sua Janela - Dramione - Capítulo Quatro


Escrita por: j2x

Notas do Autor


Oii ♡
Como vocês estão?
Espero que gostem do capítulo!

Capítulo 4 - Capítulo Quatro


Assim que chegou em casa, após o café da manhã mais estranho do ano, Hermione decidiu manter a janela de seu quarto fechada, afinal, tudo o que menos queria era ter que ver o rosto de Malfoy por mais um segundo sequer. Já havia visto demais dele.

Não que fosse uma visão ruim, de qualquer maneira, mas não deixava de ser se desagradável, mesmo assim.

Hermione passou o fim da manhã relaxando, e depois do almoço, decidiu sair novamente. O lago já estava congelado agora, e ela pôde ver uma garotinha patinando pelas bordas, enquanto sua mãe a observava. Ambas pareciam muito felizes, o que a fez sorrir.

Gostaria de patinar, também, era comum que as pessoas fizessem isso ali, nessa época do ano, já que a camada de gelo que se formava, era grossa o suficiente. Mas esperaria mais algum tempo.

Observou a menina patinar até ela ir embora, e sorriu para ela, que correspondeu. Então, ainda continuou ali por um tempo. A paz que aquele lugar emanava era indescritível. Era exatamente o que ela tinha em mente quando decidiu tirar essas ferias.

No dia seguinte, iria visitar outros pontos turísticos da cidade, com sorte.

Quando voltou para casa, quase no fim da tarde, Hermione tomou um bom banho na água morna daquela banheira que era grandiosamente melhor do que a sua, vestiu-se apropriadamente, e abriu a janela de seu quarto para ver a de seu atual vizinho já aberta.

Respirou fundo. Não tinha que interagir com ele, afinal, ele nem estava em seu campo de visão. Sentou-se em sua cama com uma xícara de chá, e colocou-se a ler um dos livros que levara consigo.

Involuntariamente, ao pegar o livro, teve a infeliz lembrança de que Malfoy vira o seu maldito livrinho de posições sexuais, e apertou os olhos, escondendo o rosto no livro que segurava, extremamente envergonhada. Por mais que ele não tivesse nada a ver com a sua vida, não era essa a impressão que ela queria passar. Não era essa a impressão que passara a sua vida toda.

Demorou alguns bons minutos até esquecer-se desse fato novamente, e conseguir concentrar-se na leitura, que era por sinal, bem interessante.

Quando ficou escuro demais para ler, ela levantou-se, e acendeu as luzes do quarto. Ainda achava estranho voltar a utilizar a eletricidade trouxa com frequência depois de tanto tempo no mundo bruxo, visitando os seus pais às vezes.

Ia voltar a ler, quando, do quarto vizinho, Malfoy acenou. Ele era definitivamente irritante.

Tudo bem que os tempos de escola já haviam passado, bem como a guerra, e tudo o mais. Mas isso não mudava o fato de que ele havia sido um babaca por todos aqueles anos. Ninguém realmente mudava da água pro vinho, certo?

Ele a havia dito palavras imundas, havia sido uma pedra no sapato de seu melhor amigo, Harry, havia humilhado o seu ex-namorado, Rony. Não havia como ser diferente agora.

Tudo isso faria sentido em sua mente, se ele não estivesse mais uma vez, sem camisa. Tudo o que ela pôde pensar na hora, foi o quão bonito ele era. Inconscientemente, Hermione mordeu o lábio inferior, em uma mistura de desejo, dúvida, e inquietação.

Sem responder ao aceno, ela voltou para sua cama, mas não conseguiu mais se concentrar na leitura.

...

Draco sorriu ao vê-la morder o lábio, ignorá-lo, e sumir de vista. Ela não havia sido rude, isso já era um começo.

Bem que ela poderia aparecer em sua porta novamente, ele pensou tolamente, enquanto calçava os sapatos, e riu de seus próprios pensamentos. Desde quando havia descido tão baixo? A sua abstinência sexual estava tão ruim assim?

Draco levantou-se, vestiu uma camisa social preta, e olhou-se no espelho. Sempre prezou pela boa aparência.

Ajeitou os cabelos, a gola da camisa, perfumou-se, e estava pronto para sair, quando irresistivelmente, olhou em direção à janela mais uma vez, e lá estava ela, que ao vê-lo, escondeu a cabeça rapidamente.

Mas isso não impediu que ele a visse encarando-o. Ele sorriu. Teria ela gostado do que via?

Sem pressa, ele decidiu se aproximar da janela, e apoiou nela os seus braços cruzados, esperando pacientemente.

Não precisou esperar muito, entretanto. Antes do que ele esperava, ela apareceu novamente, e ele levantou as sobrancelhas, com um sorriso prepotente no rosto.

Agora, não havia mais Potter, ou Voldemort, ou aquela besteira de sangue-ruim. Agora, eram apenas ele, e ela. Era apenas o prazer de irritá-la como nos velhos tempos.

Claramente vermelha por ter sido pega, Granger respirava pesadamente. A lista de micos que ela passava só crescia. Ele podia sentir sua raiva mesmo estando longe dela, e não se afastou da janela até que ela se afastasse primeiro, decidindo que já havia perdido tempo o suficiente, e que poderia sair agora.

Caminhou em direção à sua porta, e saiu, indo jantar fora.

...

O jantar foi incrível. Infinitamente melhor do que o café da manhã, Draco sentia-se particularmente contente quando voltava para casa.

O local havia sido excelente, a vista de uma paisagem impecável, isso sem falar da comida, que estava divina.

Ao entrar em seu quarto, ele logo tirou os sapatos, sentindo um pequeno alívio nos pés, e continuou de meias. Percebeu que havia deixado a janela aberta quando saíra, mas Granger não estava visível.

Ele tomou um banho quente, como gostava de fazer antes de dormir, e ao sair do banheiro, resolveu tomar um copo d'água.

Foi até a cozinha, bebeu, e voltou em menos de cinco minutos. Deitado em sua cama, luzes apagadas e vestindo apenas uma bermuda cinza, Draco encarava as paredes. Ele também não gostava da cor, logo decidiu.

Fechando os olhos, ele tentou dormir, mas pegar no sono não estava sendo fácil naquela noite. Ele não sofria de insônia, mas naquele momento pareceu que sim.

Abriu os olhos novamente, e encarou o teto, deitando-se com a barriga para cima. Odiava essa sensação, queria estar disposto no dia seguinte.

Estava quase decidindo levantar-se e tomar uma taça de vinho, quando percebeu vagamente que a luz do quarto de Granger se acendera, em meio à escuridão da noite.

Sentando-se na cama, ele olhou em sua direção, mas não a viu. Ouviu um barulho baixo que ele reconheceu como magia, tão perto eram as suas casas uma da outra, e franziu a testa. O que estaria acontecendo?

Outro barulho, dessa vez não era mágico, era mais como um baque seco. E então, ela apareceu, subindo como se estivesse por algum motivo, agachada no chão, e ajeitando os cabelos cheios nervosamente, enquanto tentava controlar a respiração.

Ela olhou para ele, que levantou uma sobrancelha de curiosidade, e se aproximou da janela, balançando a cabeça em descrença.

"Então você fica acordado à noite esperando que eu apareça, para poder me vigiar?" o tom de sua voz não era mais alto do que o necessário para que ele pudesse ouvir.

Como era presunçosa.

"Acha mesmo?" foi a sua resposta, como se aquilo fosse um absurdo.

"É o que parece" ela tinha uma cara de poucos amigos, embora também um pouco desconfiada "o que está fazendo aí, sentado no escuro, no meio da madrugada, me olhando?".

Draco deu de ombros.

"Talvez eu não tenha nada melhor para fazer".

"Que tal dormir? É o que as pessoas normais fazem. Sabe, eu não me sinto confortável sabendo que você fica me encarando o tempo todo".

Ele revirou os olhos, falando preguiçosamente:

"Você não é o centro do universo, Granger. Não ache que o mundo gira em torno de você".

"Bem, eu não acho. Mas apreciaria de você fizesse a gentileza de, ao menos, aceitar o meu acordo de dividir horários. Quero ter minha privacidade".

Os olhos de Draco brilharam em malícia, um pequeno sorriso se formando em seus lábios, quando ele teve uma ideia pouco pensada.

"Pois bem. Vamos fazer o seguinte. Vem até aqui, para que possamos discutir melhor essa questão de horários".

"Você está falando sério?" a sua expressão era de quem esperaria por qualquer coisa, menos isso.

"Sim, é claro".

"Agora?".

"Sim, mas é claro que se você preferir, eu posso ir até aí".

"Não, muito obrigada" ela foi rápida em responder "não quero você aqui, Malfoy. E tampouco quero ir até aí agora. Por que não deixamos para discutir isso pela manhã?".

"Ou agora, ou nunca. Agarre a sua oportunidade, Granger. Amanhã de manhã eu tenho outras coisas para fazer".

Ela bufou. Ele sorriu com o vislumbre quando ela, ainda com a cara feia, começou a vestir um casaco extra.

Draco não se preocupou em vestir a camisa quando foi abrir a porta, minutos depois. Lá estava ela, toda agasalhada, e com uma expressão nada amigável.

"Oi, Granger" disse ele "a que devo a honra de sua visita?".

Ela revirou os olhos, claramente sem paciência para esse comportamento.

"Caso tenha um problema de memória muito grave, Malfoy, você me convidou. Agora me diga, você vai aceitar abrir a janela por uma grade de horários pré-formada, ou não? Porque se não for, eu já vou embora agora mesmo".

Merlin, ela levava aquilo muito a sério. Era só uma janela, afinal.

Granger apertava os braços contra o corpo, e Draco também começava a sentir frio. Embora o lado de dentro de sua casa estivesse magicamente aquecido, o vento gelado que entrava chegava a doer nos ossos.

"Entra, vamos conversar".

"Isso é rápido" disse ela, em toda sua teimosia "você vai aceitar, ou não? É simples".

"Vamos discutir os horários da forma correta, não vou simplesmente aceitar o que você disser" ele saiu da frente da porta, abrindo caminho "entre".

Ela então, de clara má vontade, entrou em sua sala, e por mais que ela tivesse disfarçado muito bem, ele conseguiu ver alguns olhares lançados ao seu corpo, e se agradou disso. Pelo menos, ela não era indiferente a ele. Podia odiá-lo, mas definitivamente não era indiferente.

"Sente-se" disse ele, assim que fechou a porta atrás de si "quer uma taça de vinho?".

"Não estamos em uma reunião de amigos" foi o que ela disse, secamente "vim aqui para debatermos um único assunto, mas tenho a impressão de que talvez, você esteja me fazendo de boba, e não pretende realmente aceitar a minha proposta".

Granger estava parada no meio da enorme sala, com os braços cruzados, enquanto o encarava firmemente.

"Ok, quais são os horários que você sugere?".

"Eu já disse. Eu abro a janela à noite, você abre pelo dia".

"Hum. Mas eu já disse que gosto de dormir com a janela aberta" ele começou a andar em direção à cozinha "tem certeza de que não quer o vinho? É de boa qualidade".

Ela não se deu o trabalho de responder, apenas esperou no mesmo lugar até que ele voltasse com uma taça, e sentasse em seu sofá.

"Malfoy, eu não sou idiota".

Ele a encarou.

"Eu nunca achei que fosse".

Ela suspirou, finalmente soltando os braços.

"Eu abro a janela nas noites de domingo, segunda-feira, e terça-feira, e você abre nos demais dias. Contudo, eu abro durante o dia quando você for abrir à noite".

"Parece interessante" ele fingiu ponderar "mas eu gostaria de ficar com os domingos. Sabe, é o meu dia preferido".

"Tudo bem" ela concordou, a contragosto "vamos trocar os domingos pelas quartas-feiras. E você poderia por gentileza, se vestir?".

Draco escondeu um sorriso.

"Te incomoda?".

Ela estava muito desconfortável, isso era visível.

"Sim, me incomoda".

"Por quê? Estou em minha casa, e ainda estou aceitando negociar com você um assunto tão bobo quanto uma janela, em plena madrugada. Tenho o direito de, ao menos, ficar da forma que me sinto mais à vontade".

Granger começou a bater o pé no chão, impaciente.

"Então estamos acertados? Segundas, terças e quartas são os meus dias, e-".

"Não, espera" disse ele, tomando um pequeno gole do vinho despreocupadamente "acho que prefiro ficar com as quartas-feiras, também".

"Malfoy, você está me levando a sério?" ela ficava mais irritada a cada palavra, enquanto ele se divertia cada vez mais.

"É claro que estou, Granger".

Ela bufou.

"Se você pretende levar esta conversa muito adiante, tenha o bom senso de se vestir" ela pediu novamente, olhando ligeiramente para seu tronco "ou então, estamos acertados por aqui, com os dias divididos do jeito que estão".

Ela tentava soar firme, mas era óbvio que estava nervosa.

Draco se levantou, deixando a taça já vazia no sofá, e se aproximou dela, que abriu a boca sem emitir som algum.

Ele chegou tão perto, que pôde perceber quando todo o corpo dela se enrijeceu, e ela mordeu o lábio novamente. Então, ele sorriu e disse:

"Ok" e se afastou sem quebrar o contato visual.

"Ok, eu posso ir?".

"Não. Quis dizer ok, eu vou me vestir".

Enquanto colocava a camisa, em seu quarto, Draco pensava no que acabara de acontecer. Se ela tivesse tanta recusa como queria demonstrar, teria se afastado imediatamente, mas ela permaneceu lá, imóvel, enquanto seus olhos fixavam os seus, e ainda repetiu o gesto de mais cedo com o lábio, o que, ele tinha que admitir, era extremamente sexy.

Alguma coisa o dizia que, se ele tentasse beijá-la naquela hora, ela poderia até afastá-lo, mas certamente não iria odiar o ato.

Voltou para encontrá-la na sala, agora vestido decentemente, e sorriu ao ver que ela estava sentada no sofá, já sem o gorro e sem as luvas. Sem cerimônia, sentou-se ao seu lado, não tão perto a ponto de ficar desconfortável, e disse:

"Melhor agora".

"Muito" ela não parecia totalmente convencida, contudo "e eu decidi algo".

"Vá em frente".

Ela suspirou.

"Você pode ficar com as noites".

Ele ergueu uma sobrancelha.

"Mesmo?".

"Sim. Eu não quero mais prolongar este assunto. Você fica com as noite, eu com os dias".

Draco não podia evitar sentir-se levemente frustrado. Com o dilema resolvido, ele não tinha mais pretextos para que ela permanecesse ali.

"Então, eu acho que já vou agora, Malfoy. Tenha uma boa madrugada".

Ela se levantou, e ele fez o mesmo, ficando mais próximo do que provavelmente deveria.

"O que era aquele barulho no seu quarto, afinal?".

Granger soltou uma risadinha.

"Eu não te devo explicação sobre coisa alguma, Malfoy".

"Bem, aquilo me acordou, então eu acho que mereço saber".

Ela rolou os olhos e cruzou os braços, ainda sorrindo sarcasticamente.

"Merecimento" disse ela "palavra interessante. Bom, apareceu um inseto no meu quarto, se é o que quer saber. E eu o matei".

Draco franziu a testa.

"Você usou magia para matar um inseto?".

"Não" respondeu "tentei, mas não deu certo. Quer saber detalhes de como matei o inseto, Malfoy? Você quer aprender?".

Naquele momento, ela estava tão atraente, misturado ao leve efeito do vinho, que Draco não conseguiu pensar em nenhuma resposta insolente. Ao contrário, permaneceu com os olhos nos dela, e disse, pouco mais alto do que um sussuro:

"Se você quiser me ensinar".

Granger ficou séria por um instante, no qual os dois se encararam, e então, ela começou a rir, o que o desarmou completamente, constrangido.

"O que foi?" Draco perguntou, tentando se recompor, sem sucesso.

"Ah, faça-me o favor" disse ela, ainda rindo, e colocando as luvas de volta "o que foi isso? Quer ter aulas comigo, agora? Pra matar um bichinho?".

Ela terminou de vestir o gorro, e começou a se afastar, com o sorriso no rosto.

Draco ficou impassível, vendo-a sair pela porta, sem reação. 



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