História A SUBMISSA PERFEITA (Kim Taehyung) - Vigésimo Terceiro Episódio - Reunidos

S/N

Minhas mãos tremem e soam frio. Inquieta e impaciente, admiro a face dos sujeitos a frente. Passa com a situação. Um arrepio na espinha chega de imediato. Lembranças, memórias chegam a todo vapor como se foram um trem desgovernado que venha em minha direção e viesse me atropelar. E nesse estado mental, meus nervos representavam os trilhos no qual o trem passava. Eles tremiam com a rapidez e agilidade.

Suas pálpebras batiam poucas vezes por minuto. Sua postura estava completamente correta e desafiadora. Sua face carregava ironia. A mulher a minha frente jogava seu veneno sem ao menos abrir a boca para dizer uma só palavra. Meu amado tremia até a têmpora. O mesmo estava nervoso pela situação.

- surpresa em me ver, s/n?? 

Sua voz soava como tempestade em meus ouvidos. Era como uma solidão silenciosa que me consumira. Estava me lembrando de tudo que havíamos passado juntas. Tudo o que ela me fez, e também ao Taehyung.

- nenhum pouco. - dou de ombros mudando meu tom de voz. - o que essa vadia faz aqui? - Me dirijo ao meu amado.

- ela simplesmente apareceu aqui, até pensei que estivesse morta. - o mesmo se explica.

- eu apenas vim atrás do que é meu! - a mais nova exclama.

- não há nada seu aqui. - explico.

- isso é o que você pensa. Sabe, que pena que você não morreu na merda daquele acidente. Eu sofri tanto pra cortar os freios pra você acabar aqui denovo. - tento me conter enquanto a mesma continua. - o Taehyung sempre foi meu, eu sempre fui capaz de tudo por ele. Mas ele nunca viu os meus esforços. Tanto que até matei aquela vagabunda da Jisoo. Eu colocava coisas na cabeça dela sobre você, que a faziam ficar com muita raiva. Cortei aqueles malditos frios também. Pena que não funcionou pra você. 

- foi você, você a matou?! - Taehyung se exalta com os olhos cheios de lágrimas.

- sim, fui eu também. E eu consegui, te afastei dela. Mas você nunca quis nada sério comigo. - a mesma se aproxima dele.

- você é uma vadia!!!

Taehyung se altera e logo dá um forte tapa no rosto de Jennie, fazendo a moça ir ao chão.

- você é um desgraçada, por que que eu não te matei direito hein?! - o rapaz cospe saliva no rosto da moça. - eu não fiz isso antes, mas eu vou fazer agora...

- Taehyung, não! Deixa que eu me resolvo com ela. - explico.

Me aproximo da moça com fúria.

- vai fazer o que hein, vadia?! 

- o que eu deveria ter feito a muito tempo.

Jogo a moça no chão e fico em cima dela. Dou três tapas em seu rosto, logo dou um soco. Jennie então me empurra, me fazendo cair. A mesma se levanta e vem em minha direção. Mas Taehyung a agarra e a empurra pro lado. Me levanto e vou em sua direção. A jogo contra a mobília. A mesma ao cair, agoniza. Fico em cima dela novamente e dou tapas em seu rosto. 

- Taehyung... S/N... - ouço a voz de Jimin na porta. - vocês estão loucos, seguranças?! 

Jimin me agarra por trás e o segurança retira Jennie do chão. 

- isso ainda não acabou. - diz Jennie enquanto é levada pra fora. 

- que merda 'tá' acontecendo? - Jimin procura respostas. 

- você disse que ela estava morta Jimin. - Taehyung diz indignado.

- e estava.

- então me explica isso! 

- eu... ah... não sei.

Após acalmarmos os ânimos, voltamos para casa e Taehyung me explicou tudo o que havia acontecido. 

***

Mais tarde. Uma semana se passou e não havia mais nenhum rastro de Jennie em nossas vidas. Parecia bom de mais pra ser verdade. Mas a mesma parecia ter sumido por definitivo. Nós estávamos a caminho de Seul, iríamos jantar na casa da mãe de Taehyung.

INTO. - PORSHE

- você está bem? Digo, em relação a Jisoo. - tendo iniciar uma conversa, já que o silêncio tomou conta do anexo. 

- foi uma 'bomba atômica' que caiu no meu colo, sim. Mas eu acho que aos poucos tudo está ficando menos louco. Eu nunca pensei que a Jennie poderia chegar a esse ponto. - concordei e logo, acostei minha cabeça em seu ombro. - s/n, tem algo que eu não te contei. - me levanto rápido e o olho esquisita. - quando você sofreu o acidente, eu vi a Jisoo do meu lado quando eu estava no carro. Ela me disse que não era tarde demais, e foi nesse momento que eu não perdi totalmente as esperanças. Eu sabia que você estava viva. E no hospital eu também voltei a vê-la.

Estou pasma ao saber, mas confortável também.

- acho que ela está feliz por estarmos felizes.

- é.

Acostada ao seu ombro novamente, eu senti paz. Eu sentia seu coração palpitar juntamente com o meu. No mesmo ritmo. Acho que sempre foi isso que nos mantia juntos. Os nossos ritmos batendo juntos, lado a lado. Mesmo sendo nós, um anjo e um demônio, o amor ainda se acostou. E foi ali que eu finalmente percebi que não importa o que venha a acontecer, a vida continua. O carro flutuava por entre a estrada molhada com os respingos de chuva cobrindo o capô e o parabrisa. A névoa cobria a nossa visão, enquanto repiravamos ofegante.  

INTO. - MANSÃO KIM

Depois da longa estrada finalmente chegamos a mansão. Todos estavam reunidos a mesa, estava na hora do jantar. O lustre gigante balançava a cima de nossas cabeças. As correntes de ar entravam a todo vapor pelas janelas escancaradas que logo iriam ser fechados pelos empregados. 

O longo anexo cheirava a rosas de vários tipos que estavam a mesa. Os talheres brilhavam com a intensidade das luzes. Tudo parecia tão perfeito. Eu estava sentindo que algo estava prestes a acontecer, e isso me deixou inquieta e nervosa. Meu peito paupitava sem motivo, como se soubesse de algo.

A mãe do meu amado organizava cada detalhe. A mesma parecia querer tudo em perfeito estado. Lisa fazia o mesmo. Enquanto Jungkook dedilhava o celular. Nos aproximamos dos mesmos e logo, os saudamos. 

- como você está Jungkook? - questiono o mais velho.

- bem,  na medida do possível. 

Sentamos a mesa e logo começamos uma longa conversa. Mas inesperadamente, sou surpreendida pelos meus familiares e amigos. A minha mãe sentasse a mesa ao lado do meu pai. Hoseok e Rosé também aparecem e se sentam conosco. A recepção é calorosa. 

- o que é tudo isso? O que meus pais estão fazendo aqui? - questiono Taehyung. 

- creio que seja algo bem especial. - Lisa dá de ombros. 

Todos riem de canto, silenciosamente. 

- o que está acontecendo? - questiono todos ao redor. 

Ao que parece, tudo faz parte de um grande segredo escondido apenas de mim. Miro Hoseok, o mesmo sorri para mim, assim como Rosé. Logo, Taehyung se levanta ao meu lado e afasta a sua cadeira. O rangido causa um pouco de desconforto, mas é rápido. Carrego um semblante de confusão. Mas logo percebo o mesmo retirar do bolso de seu paletó um pequena caixinha. Descubro logo o seu plano e de todos ao redor. Meus olhos se enchem vagamente de lágrimas enquanto o mesmo fica de joelhos diante de mim.

- isso é sério? - o questiono aos prantos.

 - acho que não sou bom com palavras. - ele sorri abobado enquanto me olha envergonhado. - s/n desde que eu te vi naquele dia, toda simples entrando na sala da minha casa. Olhando a mobília velha, admirando tudo. Naquele momento eu soube que você era o amor da minha vida. Então, aqui de joelhos diante de você eu pergunto... você aceita se casar comigo?

Não posso conter as lágrimas. Meu estômago embrulha e minhas mãos tremem. Todos estão olhando abobados para mim esperando uma resposta, assim como o rapaz a minha frente. Jungkook carrega em seu semblante felicidade e orgulho, acho que estava feliz por mim e por esse momento. 

- eu... - os olhares permanecem em minha direção. - eu aceito. 

Todos aplaudem enquanto eu e Taehyung nos abraçamos e nos beijamos. Comemoramos e brindamos com champanhe. Saúdo os meus pais e logo Hoseok e Rosé.

- meus parabéns!!! 

- Hoseok, você sabia disso. 

Abraço o mesmo e logo Rosé. Comemoramos a noite toda. Eu estava me sentindo muito feliz. E assim a noite passou em um piscar de olhos.

E o que foram dias, se transformaram em semanas. Os preparativos do casamento já estavam em andamento. Queríamos nos casar o mais rápido possível. Para não haver qualquer tipo de interrupção. Lisa se mostrou bastante prestativa, assim como Rosé. Tanto que as duas acabaram se tornando boas amigas. Fiz questão de contratar NamJoon para preparar o cardápio, e Hoseok para fazer os doces e o bolo. Tudo estava correndo bem até o momento. 

Dias depois...

Correndo de um lado para o outro na mansão, eu tentava deixar tudo impecável. Iríamos preparar uma recepção antes do dia do casamento. Logo, ouço um barulho soar por entre os corredores.

Meu celular!

Desço as escadas rapidamente e tento acha-lo. O barulho parecia vir de um lugar mais distante do que a sala de estar. Precisamente, a cozinha. Me dirijo até o anexo, e vejo NamJoon 'bater as panelas'. O mesmo então aponta o dedo para o balcão. É o meu telefone. O agarro.

Jungkook ❤

Está em ligação

Estranho a ligação repentina do rapaz, mas atendo rapidamante.

- s/n, podemos conversar?

- o que houve? - questiono preocupada.

- não é nada sério, mas venha a loja do Hoseok.

O mesmo então encerra a ligação. Olho confusa para NamJoon e num sobressalto me dirijo a loja.

INTO. - DOCERIA JUNG

Avisto o mais velho sentado a uma das mesas. Entro rapidamente no local, cumprimento Hoseok e me dirijo a mesa.

- hey 'Kookie', o que houve? - o questiono enquanto nos cumprimentamos. 

- não é nada sério, eu apenas queria falar com você, antes de você se casar. 

- e do que se trata?

- se eu não falasse tudo o que pretendo dizer hoje, certamente eu diria na forma de um discurso no seu casório. Mas pra ser honesto eu prefiro dizer apenas a você. - ele engole em seco, enquanto 'saculeja' sua perna abaixo da mesa. - a gente passou por muita coisa junto né? Nós cometemos erros, coisas que pra nós não deveriam se quer acontecer. Nós chegamos ao ponto de esquecermos que somos seres celestiais, até porque o céu parece ter esquecido também. Mas foi aqui na terra juntos que eu aprendi a amar. Aprendi a sentir dor, alegria, tristeza. Percebi que ser humano é algo bem difícil. Percebi que ser humano não é curar-se rapidamente com os poderes, é esperar o tempo costurar aquela ferida que doia tanto. É também aprender a lidar com a perda, sabendo que não podemos fazer nada a respeito. E sobre esses sentimentos que eu venho te dizer que eu te amo. - os olhos do rapaz se enchem de lágrimas. - Apesar de não concordar nenhum pouco que você se case com um demônio, ainda mais o Taehyung, eu compreendo o quanto você o ama. E voce me ensinou isso também. Por isso hoje eu estou bem com a Lisa, e espero que o nosso momento também chegue. Espero que você seja feliz, você merece.

Em prantos, dou um sobressalto da cadeira e me dirijo até o rapaz. O abraço firme, e sinto seus braços se envolverem no meu corpo. 

- eu também te amo. 

Voltando ao meu lugar, tento respirar fundo.

- isso foi bem emocionante. - digo ao mais velho numa risada passageira.

- acho que foi preciso. - ele me olha atento. - vem cá, você não iria com o Taehyung na paróquia do Pe. Yoongi?

- poxa, é verdade. - percebo que estou atrasada. - tenho que ir, até mais. - dou um beijo no rosto do rapaz e saio do estabelecimento. 

***

INTO. - IGREJA CATÓLICA DE SEUL

Me aproximo do local e avisto Taehyung já na porta. Conversamos um pouco e logo nos dirigimos para dentro. Apesar de sermos um ser angelical e outro diabólico, resolvemos que queríamos um casamento normal com a bênção de Deus. Apesar de eu achar que ele está me odiando nesse momento.

O lugar está rodeado de imagens de Santos, anjos, a mãe de Jesus e o próprio Jesus. Ah se eles realmente soubessem como tudo é realmente. Deveriam saber que não somos apenas carne e osso com um vestido branco longo e pequenas asas. Somos mais poderosos do que isso tudo. Deus é mais do que isso. Ele fez o homem a sua imagem apenas para ser conduzido ao pecado. Que ironia não?!

Nos dirigindo ao escritório do padre, paramos em frente a porta. Ouvi rumores de que o padre tem 27 anos, é apenas um jovem aprendiz conduzindo uma paróquia inteira. Dizem que suas orações fazem milagres. Pode ser verdade, já que Deus deu poderes a alguns homens. Os chamados profetas. Eles podem sentir a aura de todos, sejam eles humanos, anjos ou demônios. Ou pode ser apenas um mito.

A porta está entreaberta, e a fora pode se escutar alguns gemidos. Parecia haver algo a dentro. Taehyung me olha confuso, e eu aviso o que há no anexo. O jovem padre está tendo relações com uma mulher. Estou pasma, meu peito acelera e eu miro o meu amado. Ele engole em seco e logo dá sinal de que há alguém.

- tem gente, saia daqui, agora! - ordenava o padre a jovem moça enquanto 'abotoava' sua calça. - merda! - reclamava o mesmo.

Continuávamos a fora até que nossa passagem foi permitida. Ao olhar o sua face senti algo estranho. Aquele rapaz de cabelo negro, pele branca e pasma, com os olhos poucos repuxados era realmente um dos mensageiros de Deus. Um profeta. Assim como ele nos olhava pasmo, olhávamos para ele.

- você não é bem vindo a casa de Deus. - ele olhava fixamente para Taehyung. - isso é solo sagrado. E você é um caído. Você é um dos servos das forças das trevas. 

- corta essa profeta, já faz um tempinho que me distanciei deles. - dizia Taehyung.

O padre então dirige sua visão a mim.

- e você é um ser celestial, como que está andando com um caído? - ele me olha confuso.

- Pe. Yoongi, é uma longa história que eu não pretendo contar agora. A única coisa que queremos é que nos case. Viemos aqui pra isso. - explico.

- casar? Você pretende se casar com um caído? Isso é uma blasfêmia aos ensinamentos do senhor. - o padre permanece confuso.

- blasfêmia? Ensinamentos do senhor? - os olhos de Taehyung se tornam negros, e o padre tenta se afastar do mesmo colidindo com a mobília. - Padre, você transa com as garotas de família que frequentam essa igreja. As engana, as seduz e depois de desfaz delas. Além de roubar todo o dinheiro da população cristã. São famílias de bem, que perdem muito apenas pra agradar a sua paróquia, ou melhor, a você. - Taehyung sorri irônico. - Sabe padre, o inferno vai adorar te ter por lá. Vai nos casar, ou prefere ser preso por esses crimes e sofrer até o dia de ir lá pra baixo?

Pe. Yoongi engole em seco.

***