– Não quero sentar Lauren.
– Por favor Camila..
– Saco... — ia me sentando mas parei, colocando só o joelho no sofá – Eu já estou aqui, não basta?
– Você vai ficar aí? Em pé a noite toda? — ela me perguntou levantando as sobrancelhas.
– Você é um porre. — me sentei o mais distante dela possível.
Ela pediu desculpas algumas vezes e explicou que ela não estava preparada pra isso, por isso que ela tinha pedido uma amizade colorida e que ela não pensa muito bem sobre pressão, e realmente, eu tinha feito muito pressão em cima dela naquele dia, eu me desculpei com ela também, mas disse que não havia a perdoado completamente.
– Eu quero te mostrar uma coisa.
– Ahn... — disse olhando pros lados.
– Você não confia em mim?
– Confio, Lauren.
– Então vem, baby.
Ela caminhou pra perto da escada e me aguardou, começou a subir as escadas e eu fui atrás dela, nunca tinha ido lá em cima, estava nervosa, não sabia porque. Ela entrou na primeira porta à direita do corredor, era um escritório e tinha uma sacada, ela passou pela mesa e abriu a porta de vidro, indo pra sacada.
– Coloca aquele casaco ali. — ela apontou pra um casaco azul em cima da mesa – Está frio aqui fora.
Eu peguei o casaco e fui pra sacada colocando o mesmo. Quando sai, vi uma lua enorme, estava linda, me virei pra Lauren e ela estava inclinada olhando a lua por um telescópio, eu abri a boca e intercalei o olhar entre ela e o telescópio.
– Vem aqui. - ela disse tirando o olho do telescópio e sorrindo.
– Isso... Uau, posso?
– Claro, te trouxe aqui pra isso. — ela chegou um pouco pra trás, me dando espaço – Sinta-se à vontade, baby.
– Nossa... Muito obrigada por isso, de verdade. — eu disse pegando a ponta do telescópio e colocando no olho.
Fiquei olhando pra lua e podia sentir o olhar da Lauren sobre mim, nossa, a lua estava linda, eu estava impressionada com aquilo. Larguei o telescópio e olhei pra Lauren, como eu desconfiava, ela estava me olhando atentamente, encostada na grade da sacada, com o pé direito apoiando na mesma em baixo e as mãos segurando firme em cima.
– Gostou?
– Nossa, eu amei.
– Que bom.
– Você é uma caixinha de surpresas.
– Espero que isso seja bom.
– As vezes é.
– Só às vezes? — ela perguntou inclinando o corpo pra frente mas sem soltar a grade.
– Só às vezes. Outras, é bem ruim, tipo quando você não se abre...
Ela me olhou nos meus olhos e virou pra lua, respirou fundo e soltou a grade lentamente, começou a caminhar na minha direção, eu comecei a imaginar ela chegando perto e me beijando... Mas ela só passou por mim, encostando na minha mão, como se estivesse dizendo pra segui-la. eu fiquei ali por um tempo e pensando no mesmo de sempre, o quanto ela passava de maravilhosa pra isso, em instantes... Sai do escritório e desci, ouvi alguns barulhos, parei no final da escada e não a vi, virei pra cozinha e ela ali, atrás do balcão, cortando limões.
– Está fazendo o que? — perguntei parando do outro lado do balcão.
– Cortando limões.
– Certo, isso eu vi, mas pra que?
– Pra tomar tequila.
– Você tem tequila aqui?
– Tenho, e estou com muita vontade de beber, você quer?
– Sim, senhora.
Ela me olhou com cara de quem tinha gostado do jeito que a chamei, deu um meio sorriso fraco inclinando a cabeça. Me sentei de frente pra ela enquanto ela cortava os limões com força. Quando terminou, colocou todos os pedaços dentro de um potinho, pegou um pratinho de sachê e encheu de sal, abriu o armário de baixo e pegou a tequila, colocou tudo na minha frente com dois copos das medidas certas das doses, abriu a garrafa e bateu a tampa no balcão.
– Quer dar as honras?
Eu a olhei, dei um meio sorriso, tirei o casaco dela que estava vestindo, enchi o copo, derramando um pouco no balcão, fiquei com a mão no copo enquanto ela me olhava e batia as pontas dos dedos no balcão, joguei sal na mão de lado e virei o copo na boca, jogando um pedaço de limão na mesma, chupando o máximo possível, ela se inclinou pra mim e sussurrou:
– Estou com inveja desse limão.
– Quer dizer o que com isso?
Ela me encarou e balançou a cabeça, pegou a garrafa e foi até a sala jogando tequila dentro da boca, eu fiquei olhando aquilo, ela era tão boa em tudo, puta merda Lauren, ela ligou o rádio e estava tocando uma música romântica em remix, ela caminhou mais pra perto da cozinha.
– Vem pra cá.
Eu me levantei e fui pra sala, passei do lado dela enquanto ela me seguia com o olhar, virando o corpo pra onde eu andava, andou atrás de mim, tão perto que eu podia sentir o calor do corpo dela nas minhas costas, sentia o olhar dela queimando na minha bunda também, parei de andar e me virei, fazendo ela levantar rapidamente o olhar pros meus olhos.
– Opa. — ela disse segurando minha cintura e jogando o corpo pra trás.
– Hmm... — peguei na mão dela e quando pensei em tirar dali, ela se endireitou, ficando com a boca bem perto da minha.
– Não... — ela disse encostando os lábios no meu, mas um barulho de telefone tocando nos tirou dali, graças a Deus.
Eu fiquei um pouco feliz por ouvir o celular dela tocando, eu não queria entrar nessa de novo, ela não me amava, eu não podia me entregar a ela de novo. Ela respirou fundo fechando os olhos, encostou a testa na minha e meio que rosnou, fiquei com vontade de rir mas me controlei.
– Fica aqui, só um instante.
Ela foi até a mesinha ao lado do sofá, pegou o celular e desligou o telefone, eu não entendi nada, fiquei olhando pra ela... Mexeu rapidamente em alguma coisa no aparelho e o largou em cima da mesinha de novo, se virou pra mim e fez sinal com os ombros de quem não tinha entendido nada.
– O que? — eu perguntei.
– Você quer jantar? — ela disse vindo na minha direção, e abrindo os braços.
– Vai cozinhar?
– Não, vamos à um restaurante...
– O que é isso agora? — eu perguntei sem entender a dela.
– Eu só quero sair com você.
– Você não é disso, você só gosta de ficar comigo na sua ou na minha casa, por que isso agora, Lauren?
– Bom Camila...
– Vai direto ao ponto, Lauren, sem enrolação.
– Eu não estou enrolando.
– Então fala!
– Você está fazendo pressão de novo, senhorita Cabello.
– Senhorita Cabello... — eu repeti, meio que aborrecida com aquilo.
– Quer que eu te chame como? Outro dia você disse que não era pra te chamar de baby.
– É, isso mesmo, não é pra me chamar de baby.
– Então Camila.
– Olha Lauren, eu acho melhor eu ir embora...
– Vamos ao restaurante...
– Não...
– Por favor...
– Olha a minha roupa Lauren... Não.
– Okay, Austin te leva pra casa e te aguarda lá, você troca de roupa e eu te aguardo no restaurante.
– Lauren...
– Vamos Camila... Por favor... — ela chegou mais perto e segurou a minha mão.
– Tudo bem, tá!..Tudo bem.
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