História A Traição - Jungkook - Saga: O Início VIII

Jin estava de costas para mim, ele cortava as maçãs com certa facilidade, típico de um profissional.

Seus ombros largos o deixava com um ar de ser mais velho. Mais um de seus charmes.

Enxuguei as mãos com o pano de prato sem tirar os olhos de suas costas. O seu pescoço exposto estava me deixando louca, sinais de que minha parte vampiresca havia acordado.

Não resisti. Quando dei por mim, já estava abraçando sua cintura e inalando o seu cheiro adocicado que tanto chamava minha atenção.

— O que está fazendo? — Perguntou, parando de movimentar as mãos.

— Você faz isso de propósito, não é? — O apertei mais.

— Do que está falando, Ronnie? — Toca minhas mãos com as suas, tentando se soltar, mas eu não cedi.

— Disso... você joga seus encantos sobre mim todas às vezes que estamos a sós, pensa que eu não percebo? Como pode deixar seu pescoço exposto desta maneira?

Ele riu anasalado.

— Então é isso que está lhe incomodando? Eu posso cobri-lo.

— O meu autocontrole agradece — mordi meu lábio inferior.

Desvencilhei-me dele mesmo contra a minha vontade, não seria nada legal agarrá-lo a força.

Então ele se virou para mim, encarando-me por alguns segundos.

— Ah, foda-se!

E tudo aconteceu em um piscar de olhos.

Segurando em minha cintura nos levou até um encosto, acabou por me imprensar contra o mármore da pia, colou nossas testas, conseguia sentir a sua respiração pesada e quente em minha pele.

Ele estava hesitante, parecia estar em uma dúvida cruel se seguiria o próximo passo ou não.

— Você não faz ideia do quanto eu me controlo para não perder o controle quando estamos a sós...

A cada palavra proferida sentia seus lábios roçando nos meus, consequência de estarmos tão próximos um do outro.

Era uma aproximação perigosa e nós dois sabíamos mais do que ninguém que se seguíssemos em frente com o que estávamos prestes a fazer, não teria mais volta. Nada mais seria o mesmo.

Alternei olhares diversas vezes entre sua boca, que estava sendo tão chamativa quanto convidativa nesse momento e seus olhos que a todo momento analisava minhas reações, se eram positivas ou não.

— O que está esperando? — Minha voz saiu por um fio.

Ele sorriu de lado, era isso o que ele estava esperando. Uma resposta minha.

Com a minha “aprovação”, logo quebrou a pequena distância que ainda separava nossas bocas uma da outra, dando início a um beijo que desejávamos há muito tempo.

O beijo era feroz, aquele beijo que esperamos anos e anos para que acontecesse. Enlacei minhas mãos envolta de seu pescoço e o puxava mais para mim.

Com a sua ajuda, sentei em cima da pia. Minhas mãos instintivamente invadiram sua camisa, acariciando seu abdômen bem trabalhado. Arranhava seu peitoral de leve, conseguia sentir seu corpo reagindo de uma forma agradável aos meus toques.

Ele me pegou no colo e nos direcionou a mesa daquela cozinha, automaticamente os objetos que estavam em cima dela começaram a levitar. Deitou-me ali, ficando por cima, levou sua boca para o meu pescoço distribuindo pequenos selares naquela região.

Um arrepio gostoso subiu pela minha espinha, o que me fez arquear as costas em sua direção.

Ele tirou sua camisa, deixando seu peitoral exposto. Aquela cena me agradava muito.

Toda aquela pele exposta estava me hipnotizando. A minha loba apareceu, senti a troca de olhar, agora era ela quem estava no comando.

— Não sabe o quanto eu te desejei desde o nosso primeiro ano juntos... — sussurrou em meu ouvido com a voz rouca.

Senti sua língua passar pelo meu lóbulo de forma provocativa.

— E você não sabe o quanto tive paciência para esperar até que esse momento chegasse.

Ouço sua risada um tanto sexy e eu fecho os olhos sentindo sua mão quente tocando minha pele. Seu toque fazia com que eu quisesse que ele me tocasse em todas as partes do meu corpo, era algo bom e prazeroso.

Rapidamente eu o puxei para mais um beijo enquanto minhas mãos passeavam pelas suas costas desnudas e macia.

Seus toques se tornaram mais ousados na medida que a tensão sexual se impregnava cada vez mais naquele local.

Envolvi minhas pernas em sua cintura, encostando nossas intimidades, eu já conseguia perceber o tamanho de sua excitação.

Desencostei minhas costas da mesa um pouco para que ele tirasse minha camisa, num piscar de olhos, desceu suas mãos para o cós da minha calça tirando-a lentamente. Com isso, deixava uma trilha de selares molhados na região de minha barriga. 

Fechei os olhos apreciando aquela sensação.

Seus beijos foram parando gradativamente, como também já não sentia mais o toque quente de suas mãos em meu corpo e eu fiz barulhos com as boca em descontentamento, abri os olhos para entender por qual motivo ele tinha parado.

— Ronnie? Está tudo bem? — Jin estava cortando as maçãs em minha frente  e devidamente vestido.

Olhei ao redor espantada. Tudo estava em seu devido lugar. Eu estava com minha blusa e encostada na pia, parecia que nada havia acontecido.

O que diabos estava acontecendo?!

Até mesmo o semblante de Jin aparentava estar calmo, como antes de tudo ter começado.

— O que aconteceu com você? Por que estava fazendo esses barulhos estranhos?

Perguntou indo até o forno e colocando a torta de maçã dentro.

Arregalei os olhos. Não tinha acontecido nada! Sentia minha pele esquentar.

— Está tudo bem? — Ele ameaçou se aproximar e eu fiz gestos exasperados no ar andando para longe.

— E-estou bem — gaguejei por tamanha vergonha que estava sentindo. — Só acabei de lembrar que... — pensei em uma desculpa rapidamente — É melhor eu ir dormir.

Bocejo para transparecer verdade, mas isso não pareceu convencê-lo.

Ele juntou as sobrancelhas.

— Aham sei — ele limpa suas mãos em seu avental.

Antes que me impedisse de alguma outra forma, corri para o quarto no qual tinha ficado alojada mais cedo.

Assim que fechei a porta, escorreguei pela mesma e pude respirar fundo.

Passei a língua entre os lábios.

— O que foi tudo isso? Fruto da minha imaginação? — digo entre sussurros.

OoOoOoOo

Algumas horas depois daquele acontecido — que agora eu não sabia se realmente tinha acontecido, tentei dormir, mas não conseguia pregar os olhos nem por um minuto sequer, pois todas ás vezes que fechava os olhos, voltava a me imaginar nos braços do mais velho, sentia seus toques novamente e meu corpo reagia à isso.

Bufei e continuei a busca de uma posição confortável na cama. Para mim, nesse momento, aquela mesa era muito melhor do que essa cama.

Me sentei na cama com a coluna ereta e pernas cruzadas. Não iria dormir até relaxar e entender que nada daquilo foi real. A melhor forma que encontrei para dispersar meus pensamentos e voltar a ficar calma novamente foi a meditação.

— Tá certo, você consegue, Ronnie — dizia a mim mesma, acalmando meu coração e fechando os olhos lentamente.

Respirei fundo duas vezes para esvaziar a minha mente.

Eu me encontrava em um breu, olhava para todos os lados e não via nada, a não ser a cor escura como os pelos de minha loba.

Logo tudo foi dando lugar à uma linda paisagem, o chão ficou totalmente verde era a grama mais saudável que eu podia imaginar. Minhas vestes foram trocadas por um vestido branco brilhante, ao redor se tinha alguns arbustos com flores de cores chamativas e grandes árvores em que suas copas faziam uma tremenda sombra.

Não muito longe dali se tinha uma casa de madeira, na qual era bastante simples, porém, aconchegante o suficiente.

O que mais me encantava nesse mundo que eu sempre crio quando busco paz e tranquilidade era seu cheiro de grama molhada e orvalho, de um certo modo me acalmava ao extremo.

Andei despreocupada até uma das árvores que nela cresciam grandes maçãs que pararam de crescer em instantes.

Consegui subir na árvore rapidamente, sentei em seu galho e peguei um daqueles frutos vermelhos. Dei minha primeira mordida e o sabor me fazia delirar de tão bom que era.

Relaxei a cabeça no tronco quando terminei de comer aquela fruta tão gostosa.

Tudo ali era uma calmaria, não se tinha pressa de fazer nada, dava até a preguiça que todos nós sentíamos depois do almoço. A temperatura era muito favorável, nem tão quente e nem tão frio, eu realmente gostava daqui.

O mundinho que eu criei para relaxar me fazia querer nunca mais voltar para o mundo real.

Respirei fundo e fechei os olhos calmamente, já havia conseguido o que vim buscar, estava na hora de voltar a realidade.

Não me sentia mais sobre o galho das árvores, mas sim em uma superfície super macia que eu julgava ser a cama.

Custei a abrir os olhos novamente, porém, eu o fiz, abrindo um de cada vez para analisar se realmente tinha voltado.

E aqui estava eu, novamente naquele quarto, entre quatro paredes. Sentia meu corpo mais leve e minha mente mais calma, os pensamentos de antes não me incomodavam tanto assim, creio que agora poderia descansar como desejava.