História A triste vida de Aluado, o Quarto Maroto - Aniversários e essas coisas.

Eu não sei como diários funcionam então não vou ficar colocando data aqui ou coisa do tipo, só estou fazendo isso por que minha mãe disse que eu sou muito calado e que eu deveria expressar o que eu sinto de alguma forma e blá blá blá.
Meu nome é Remo Lupin, acabei de completar 10 anos de idade e em vez de ganhar aqueles sapos de chocolate que são a nova moda deliciosa do momento, eu ganhei livros e mais livros de aniversário. E um deles foi esse livro estúpido de capa vermelha.
Vou começar com o básico.
Eu, como todo garoto de 10 anos, gosto muito de comer besteira e de ficar vendo filmes trouxas de aventura na TV. Ah, bem, trouxa é um nome usado pra quem não é bruxo, igual minha mãe, por exemplo.
Minha mãe se chama Hope Lupin, ela trabalha com medicina alternativa (é como os trouxas chamam de curandeiro, algo assim...). Minha mãe é muito legal e sempre lê histórias pra mim antes de dormir, e muitas histórias são sobre cavaleiros e dragões, torres e essas coisas. Nunca entendi muito bem como conseguem matar um dragão sem o auxílio de magia, usando apenas uma espada, SÉRIO! QUE LOUCURA!
Meu pai, Lyall Lupin, trabalha no Ministério da Magia no departamento para Regulação e Controle das Criaturas Mágicas. É um trabalho muito legal, mas meu pai fica extremamente estressado e nunca para em casa. Ele sempre chega em casa furioso com os centauros, que se recusam a ter um dialeto com os bruxos sem partir para a violência. Sei lá, meu pai não gosta muito desses caras que são meio-alguma coisa.
Meu pai sempre me introduziu no meio bruxo desde cedo, pois eu comecei a apresentar meus poderes muito cedo, dizia ele. Uma vez eu fiz as vassouras da minha vizinha do vilarejo trouxa que morávamos voarem, e a vizinha ficou louca (sério, ela ficou louca de verdade, foi internada e tudo mais). Não deu problema pros meus pais na época, mas resolveram me educar em casa mesmo para evitar algo do tipo. Não é que eu não goste, mas eu queria ter contato com outras crianças de vez em quando. Mesmo elas sendo estúpidas e burras, é bom brincar com alguém em tardes tediosas de domingo, onde a programação da TV é chata.
Meu aniversário está sendo como sempre. Minha mãe fez um bolo que queimou no fundo, mas tudo bem, até que estava bom. Meu pai não chegou até agora, talvez eu só o veja bem a noite mesmo. Geralmente ele sai do trabalho e vai direto pra Taverna, "tentar aliviar os nervos", dizia ele. Mas ele só chegava em casa trocando as pernas, e eu acho que só piorava os "nervos", pois minha mãe briga bastante com ele no dia seguinte. Não estou dizendo que ele tem problemas ou algo do tipo, mas eu acho que quem deveria ter um diário estúpido nessa casa, essa pessoa seria meu pai. 
Enfim, por hoje é só.