História A última esperança; NCT Dream - -The good lasts a little; the five.

Família, somos uma família de verdade agora!

MONDAY, 15 de Abril - 2019 | 03:58 a.m

- Haechan! - eu o chamo em meio às gargalhadas- Você é louco, garoto. Não tem outra explicação! - eu ria enquanto ele me puxava escada a baixo e me levava a nossa sala secreta, era como chamávamos a sala espelhada.

- E você é muito normal mesmo!- ele responde sorrindo abrindo a porta de madeira pequenina do jardim interno, me deixando passar primeiro.

Já faz dois meses que moro com os garotos, e posso afirmar com certeza absoluta: eles sim são a minha família! Conheci mais sobre eles e eles de mim, suas histórias e, até de alguns, seus segredos mais profundos!

Com o passar desses meses, me aproximei mais deles. Porém, um deles se sobressaia de um jeito extraordinário!

Lee Donghyuck,

E por incrível que pareça, eu realmente me aproximei muito deles! A ponto de às vezes dormir no quarto de Jaemin, sem nem ter que arranjar desculpas para isto. Ou passar a madrugada inteira xingando a vida e fumando no quarto de Jeno. Talvez desenhar algo aleatório com Renjun no sótão, enquanto bebíamos alguma coisa que ele conseguia por aí. Conversar com Jisung e Chenle no quarto do chinês mais novo, enquanto fazíamos algo como pintar as unhas… Passar horas conversando com Mark e acabar adormecendo lá mesmo.

Ou simplesmente ser “raptada” do meu quarto em plena madrugada por  Donghyuck por um motivo bem simples…

Porque deu vontade!

Sério, esse menino me surpreende cada vez mais!

- Alex!- ele segura a minha cintura enquanto dança desajeitadamente de um lado para o outro comigo- Eu tive um sonho agora pouco…- disse pensativo, apoiando a cabeça em meu ombro.

- Ah, é?- eu arqueio uma das sobrancelhas, passando meus braços ao redor de seu pescoço - E que sonho foi esse?

- Eu estava num salão de baile…- ele começa me girando-  Todo pomposo conversando com o Renjun…- começamos a nos mover pela salinha enquanto riamos do modo como referiu-se ao que estava vestindo no tal sonho - e de repente, lá estava você!- ele me gira lentamente, deixando escapar um sorriso.

- Eu? - assentiu - E como eu estava?- ele sorriu novamente.

- Linda…- ele começou a ficar mais sério - Gostosa…-o mesmo me puxou mais para perto dele - Você estava com um vestido vermelho! - olhou no fundo de meus olhos, tão profundo foi seu olhar, que mesmo ainda estando escuro, consegui ver suas pupilas dilatarem, como a de um predador sedutor pronto para atacar- Você se aproximou de mim e me beijou Alex...Agora, eu quero sentir sua boca na minha, agora! - sussurrou a última parte, mas sua voz me fez estremecer.

- Por que não disse logo? - eu perguntei no mesmo tom que ele, segurei seu rosto com as duas mãos e selei nossos lábios.

Porque eu não tentei beijar ele antes, meu deus?

Os lábios dele se encaixavam exatamente com os meus. Começamos devagar, e eu pude sentir meu coração acelerar à medida que íamos rápido, até que ele pediu passagem com a língua, ai sim, meu coração batia tão forte que quase doía em meu peito.

Quando eu cedi, senti algo diferente dentro de mim. Ele me puxou mais para perto de si, com a mão direita em minha cintura, e a outra atrás de minha cabeça tão cuidadosamente, que eu quase senti vontade de chorar. O ósculo se tornara profundo, sensual, mas ainda assim ele tinha um ritmo lento. Sua língua fazia quase que um carinho na minha, não lutava por espaço.

Em transe, colei por fim nossos corpos, juntando seu tronco ao meu, me surpreendendo ao sentir o coração dele batendo com tanta força quanto o meu. Senti de novo aquele sentimento diferente dentro de mim e, quase que instantaneamente, comecei a fazer carinho em seu peito, enquanto sentia algo molhar meu rosto.

Quando a falta de ar se fez presente, nos separamos lentamente, os dois no mesmo ritmo.

- Nossa…- ele sussurrou.

- Meu deus…- eu olhei para o mais velho, vendo que algumas lágrimas molhavam seu rosto, assim como as minhas lágrimas molhavam o meu- Isso, i-isso foi…

- Foi…- ele assentiu, fechando os olhos e mordendo os lábios,que agora estavam vermelhos e meio inchados.

- Droga…- eu fecho meus olhos quando sai um soluço profundo da minha garganta.

- Droga…- ele diz a mesma fala rindo depois de mim, enquanto encostava as nossas testas, rindo novamente quando ele soluçou também.

Ficamos assim por um tempo, um nos braços do outro, percebendo o que estava acontecendo ali naquele momento. Não era exatamente uma coisa boa…Não era, por um simples fato que dificultava tudo:

Nesses últimos dois meses, eu descobri mais sobre os garotos e, bom, isso inclui as idades deles…

Donghyuck era cinco anos mais velho do que eu!

Nos olhamos ao mesmo tempo, e ele acabou sorrindo bobo. Me abraçou mais forte e deixou um leve selar no topo minha cabeça, logo apoiando seu queixo nela.

- Alex…

- Huh?- eu respondo com os olhos fechados enquanto sinto suas mão afagarem minhas costas.

- Tudo bem se um cara mais velho, tipo, tendo cinco anos a mais, estar se apaixonando por você? - eu solto uma risada e ainda de olhos fechados, o respondo.

- Tudo bem se uma garota cinco anos mais nova está se apaixonando por você também? - eu levantei a cabeça para olhá-lo.

Ele sorriu novamente, o que me fez sorrir também, se aproximou de mim ao mesmo tempo que eu me aproximei dele e juntou nossos lábios em um selar demorado, ao mesmo tempo que eu envolvi meus braços em volta de seu pescoço.

Era uma sincronia perfeita!

01:09 p.m

- Qual é a tua JungHoo?! - abri meus olhos lentamente, confusa, quando ouvi o grito abafado de Chenle, parecendo ter vindo do andar de baixo - Ninguém quer gente da sua laia aqui não, porra!

- Oh, que lindo - uma voz desconhecida por mim, porém parecendo ser de alguém mais velho do que o chines- O gayzinho cagão agora vai dar uma de foda?! Vá se lascar, Zhong!-  sentei lentamente em minha cama, ainda tentando processar o que eu estava ouvindo.

- Cala a sua boca, Haiashy! - Jaemin berrou furioso, fazendo a sua voz soar bem mais grossa e rouca do que o normal. Arregalei os olhos quando eu me toquei do que estava acontecendo.

- Quem você acha que é pra me mandar fazer alguma coisa, cachorrinho?! - eu ouvi um urro após a fala.

Que porra é que tá acontecendo lá embaixo?

Saltei da cama quando escutei um começo de uma possível briga. Olhei pela janela, e lá estava a minha resposta. JungHoo e mais dois caras desconhecidos por mim estavam em frente da casa, junto á Mark, Donghyuck, Chenle, Jaemin, Jeno e Renjun. Os nove estavam se socando, chutando… mas, havia um, o oitavo. Ele estava sendo segurado com as mãos nas costas por um dos desconhecidos da minha parte, antes de ser jogado no chão como algum objeto fútil e descartável. O rapaz se levantou do chão e partiu pra cima do cara que o jogou no chão, se juntando a briga. Eu não tinha o reconhecido de primeira, até forçar um pouco a minha vista…

Era Jisung, com o rosto todo cheio de hematomas, a roupa rasgada, e com sangue escorrendo do canto de sua boca e de sua cabeça.

Filhos da puta!

Um ódio horrendo correu pelo meu corpo. Minha mandíbula trincou e minha mente deu um branco. Sai do quarto, com passos tão rigorosos que poderiam assustar qualquer um que visse ou ouvisse. Desci as escadas rapidamente e mal me lembro de como cheguei ao lado de fora tão rápido. Voltando a atenção de todos os indivíduos ali presentes.

- Ah, então, vocês estão com a vadia? - um dos desconhecidos disse - Qual é o seu nome, docinho?

- Não ouse falar com ela assim! - Donghyuck rosnou, ameaçando avançar no outro.

- UY! - o cidadão debochou antes de rir- Você deve ser o que mais gosta de comer essa vagabunda, não é?- soltou um sorrisinho tosco- Sabia que essa ai é cinco anos mais nova que você? Mas acho que não dá nem pra perceber, gostosa desse jeito…- me secou mordendo o lábio, fazendo tanto eu como o Lee fervermos ainda mais de ódio.

Quando Hyuck tentou ir pra cima dele, levantei minha mão, o parando. Eu arqueei as sobrancelhas, quem aquele nojento é pra se quer olhar pra mim?!

Eu andei em sua direção em passos lentos, metade de mim estava consumida pelo ódio. Já a outra, queria mostrar exatamente para esse cretino, quem eu realmente sou.

Ele também andou na minha direção, seus olhos estavam cerrados agora, parecendo desconfiar de algo…

- Espera aí…- o outro desconhecido falou, fazendo a mesma feição do outro - Eu conheço esse jeito de andar…- continuou, antes de arregalar os olhos e andar pra trás, deixando os meninos confusos - Merda!

- O que foi, Alan?- JungHoo perguntou.

- Ela! Não ta reconhecendo?! - respondeu arregalando os olhos - Ela é a sétima filha de Moretti, mas que droga!- ele terminou, dando no pé, como uma barata assustada.

- Porra! - o outro, suponho ser o tal Haiashy, também saiu correndo.

- Ah, JungHoo! - Mark chamou, e quando ele virou para encará-lo, deu um murro na cara do homem, quebrando o nariz do mesmo- Não se mete com a minha família!

Logo, este também saiu correndo, deixando apenas ameaças para trás. Eu suspirei fundo, ainda séria enquanto os olhava partir.

É, parece que eu sempre vou ser lembrada desse jeito.

Voltamos para dentro da antiga construção e ficamos na sala, todos em silêncio. Perguntei num tom baixo onde que ficava a caixa de primeiros socorros, Jaemin me respondeu no mesmo tom, parecendo quase que intimidado. Esse era o meu medo.

Busquei a caixa levei-a para sala, depois comecei a cuidar de cada um deles, demorando mais com Jisung, este que não ousava soltar um “piu”, nem ele, nem os outros. Quando terminei com Mark, ele levantou de forma intimidadora, me olhando de cima. Foi assim que ele perguntou:

- Qual seu nome?

- Alexandra Moretti! - eu respondi, sabendo que uma hora ou outra eles iriam descobrir. Mark levantou a cabeça e Renjun, Jaemin, Donghyuck e Jeno arregalaram os olhos.

- Luiz Moretti…- Jaemin disse baixinho.

- Quem é Luiz Moretti?!- Chenle perguntou.

- O homem que deu a ideia aos meus pais de me mandarem pra academia na Rússia…- Renjun respondeu.

- Quem matou minha mãe…- Jeno disse.

- Quem entregava as drogas para meus pais antes deles me…- Donghyuck não conseguiu terminar a fala, pois sua voz falhou. Ele se afastou. O olhar de ódio que ele mantinha sobre mim me desarmou completamente, e meus olhos se encheram de lágrimas, juntamente com o meu coração, só que este, se encheu de dor.

- O homem que olhava a minha tia me chicotear no sótão…- Jaemin disse entre dentes.

- O homem que me expulsou do orfanato!- Mark terminou, me olhando com uma expressão dura e séria - A sua família faz parte da máfia italiana!

É, como se diz o velho ditado: tudo que é bom, dura pouco!