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História A Vampire Respect - Capítulo 5 - Elogios e Lisonjas


Escrita por: toji

Notas do Autor


Boa leitura~

Capítulo 6 - Capítulo 5 - Elogios e Lisonjas


  Um uivo de outro mundo reverbrou pela floresta, mas o som aterrador não veio dos três lobisomens babando e rosnando à minha frente. Veio de trás de mim.

  Quase molhei as calças.

 Em um piscar de olhos, uma fera pulou à minha frente. Ele tinha pelos cinza como um céu nublado.

 

   - Sortudo!

 

  Ele latiu, me reconhecendo. Rosnando ferozmente, forçou os três a recuar até que eu tivesse espaço para correr. E foi o que eu fiz. - Vampiro malvado, porra nenhuma. - Pensei. Eu estava morrendo de medo. Não ouvi luta, arranhões ou ganidos. Não consegui ver nada além da trilha escura e cheia de árvores, e acabei dando de cara com um carvalho.

  Surpreso, aterrissei de costas em uma pilha de sujeira e folhas podres. Levantei-me rápido, mas não consegui recobrar o equilíbrio. Os três monstrengos saíram do arbusto à minha esquerda e eu me virei, com as mãos em frente ao corpo, enquanto o medo congelava meu corpo.

  Minha reação foi recuar, aterrorizado, até encostar no carvalho. A pressão da madeira nas minhas costas me arranhou, mas ao mesmo tempo foi reconfortante. A árvore era antiga e forte, e de algum modo me transmitia um pouco e força.

  Lobisomens. Eles eram os seguranças contratados pelo Consórcio, são também conhecidos como licantropos. Os verdadeiros lobisomens se pareciam com lobos imensos, e geralmente andavam por aí sobre quatro patas. Aqueles monstros lembravam mais cães abandonados e estavam sobre duas pernas. Pareciam famintos e sofridos, e me observavam com olhos escuros e vazios. Um estava um pouco mais à frente dos outros, provavelmente o líder. Ele tinha uma longa cicatriz ao redor do olho direito; seu focinho se retorceu enquanto ele me farejava, aqueles olhos horríveis me encarando com fome. Eu assistira ao Discovery Channel o suficiente para reconhecer um alfa. Ele me mataria, e seria o primeiro a se alimentar.

  Meu estômago se contraiu, nauseado enquanto fui invadida por uma serie de imagens. Dor. Agulhas. Choque elétrico. Fogo. Correntes. Sangue. Fechei a conexão, minha mente girando pelo horror daqueles instantes. Esses pobres coitados haviam sido vampiros, mas mal se lembravam de seu passado. Agora eram animais. Haviam sido torturados, sofrido lavagem cerebral, sido transformados em... licantropos?

 

   - DongHae! Que diabos você está fazendo aqui? - Indagou uma voz masculina furiosa.

 

  Seguindo o som daquela voz, olhei para cima, entre os galhos do carvalho. HyukJae olhava para mim.

 

   - Está esperando o que para pular aqui em cima? Um convite formal?

 

  Ah, sim... eu podia pular. Flexionei os joelhos e dei um impulso, com os braços estendidos. O loiro segurou os meus pulsos e me colocou no mesmo galho resistente em que ele estava agachado. Ficamos assistindo enquanto as feras cercavam a árvore, rosnando e estudando o próximo movimento. O olhar do mais velho capturou o meu, e se eu tivesse pulso, ele teria acelerado.

  O alfa era mais esperto que os outros dois. Ele saltou, agarrando-se ao galho acima de onde nós estávamos, e chutou o rosto do vampiro ao meu lado. Hyuk surpreso com o ataque repentino caiu e parou centímetros do chão, flutuando. Eu tive de desviar minha atenção dele, pois o monstro pousou ao meu lado, seu corpo fedido a menos de dez centímetros do meu.

 

   - Vá embora! - Foi como se eu o tivesse estapeado. Juro que ele chegou a fazer um movimento para partir, antes de receber o punho de HyukJae para isso.

 

  Vai o mutante cair da árvore, girar o corpo durante a queda e pousar sobre seus pés.

 

   - Precisamos subir. - Disse o maior.

 

  Eu olhei para cima, através dos galhos robustos.

 

   - E o que acontece quando os galhos acabarem? - Ele me encarou, as sobrancelhas erguidas em desafio.

   - E quem falou alguma coisa sobre galhos?

 

  No momento seguinte, Hyuk me apertou num abraço inquebrável e nós subimos... direto até o céu escuro Os lobisomens ficaram arranhando a árvore e uivando em desespero.

  Ele aumentou a nossa velocidade, e cruzamos a floresta em um instante. Antes que eu percebesse, já estávamos flutuando sobre a minha casa. Eu fiquei meio atordoado, e estava gostando muito de estar tão próximo do loiro. Eu podia sentir seus músculos, e Deus era testemunha de que o sujeito era lindo. E fazia muito, muito tempo  desde que eu tinha sido abraçado por um alguém que eu goste. Quando chegamos à varanda do lado de fora do meu quarto, ele estava sorrindo daquele jeito, - eu juro que podia me viciar naquele sorriso gengival que só ele tinha - e seus olhos negros perolados reluziam.

 

   - Você consegue ir mais rápido do que isso? - Perguntei curioso.

   - Sim. Mas você não iria gostar de insetos nos dentes. - Disse ele e eu deslizei minha língua pelos dentes, só para conferir.

   - Bom saber.

 

  Mesmo depois de pousarmos, eu não me soltei de Hyuk. Ele pareceu reparar nisso quase ao mesmo tempo que eu. A luz em seus olhos se apagou, e sua expressão alegre desapareceu.

 

   - Por favor, me perdoe. - Murmurou.

 

  Ele me soltou como se eu estivesse em chamas, e recuou até colocar meio metro entre nós. Sua necessidade por distância me ofendeu. Ora, convenhamos, se alguém tinha de sair correndo e gritando, seria eu.

 

   - O que você estava fazendo na floresta? - Ele quis saber

   - O que você estava fazendo lá? - Contra-ataquei.

 

  Ele ignorou minha pergunta e estudou meus coturnos.

 

   - Fazendo trilha? Você sabe que não precisa fazer exercícios.

   - Por que sou bonito e esbelto?

   - Porque você é um vampiro.

 

  Eu o encarei, sério.

 

   - Tem um livro na biblioteca chamado Elogios e Lisonjas: um Guia para Tolos. Você deveria dar uma olhada.

 

  Os lábios dele se retorceram, quase formando um bico, e ele se afastou ainda mais um pouco, como se a distância física também oferecesse distância emocional. Será que relaxar um pouco o mataria?

 

   - Não vá cair da sacada tentando fugir de mim. Eu tomei banho, sabe? E até passei perfume.

   - Eu senti o seu cheiro. - As palavras dele continham um traço de perigo que me deixou excitado. HyukJae mostrou as presas para mim, os olhos luzindo vermelhos por um microssegundo, me deixando assombrado. Ele encarou meu pescoço por um instante, e eu não saberia dizer se ele estava pensando no meu perfume ou na minha jugular. Seus olhos voltaram para os meus. - Sândalo... citronela... baunilha... e mais uma coisa.

   - Ylang-ylang. Eu faço meu próprio perfume, mas ainda estou procurando a essência perfeita de DongHae. - Dei um riso fraco, desconfortável.

   - Você cheira... bem.

   - Não tem problema, Hyuk. Eu posso pegar o livro para você agora mesmo. - Ele balançou a cabeça, melancólico.

   - Eu sei como elogiar, meu querido.

 

  Sua voz fluía grave e suave. Aqueles sons musicais caíam como gotas em mim.

 

   - Prove. - Desafiei.

 

  Ele atravessou o espaço que tinha colocado entre nós e colocou uma mecha atrás de minha orelha.

 

   - O sol chora por não poder mais acariciar sua pele nem aquecer seus lábios. - O loiro correu os dedos longos por meu cabelo. - Eu não invejo, DongHae. Mas odeio a lua, porque a luz dela toca você de um modo que eu não posso tocar.

 

  Engoli o nó em minha garganta, enquanto um arrepio de sensualidade dançava sobre meu corpo todo. O maior se inclinou aproximando-se cada vez mais, me hipnotizando, e sussurrou:

 

   - Que tal?

   - Hum... - Umideci os lábios. - Nada mal.

 

  Seu olhar pousou sobre a minha boca, e por um momento incrível, achei que ele fosse me beijar. Então ele piscou e pareceu notar que estava em meu espaço pessoal, e recuou alguns passos.

 

   - Fique longe da floresta, Hae-ah. Não é seguro ali. - Falou preocupado. - Você poderia ter sido ferido.

   - Isso é meio irônico, vindo de você. - Foi um golpe baixo, mas ele me tirava do sério. Não era do meu feitio agredir verbalmente as pessoas, e me senti mal assim que as palavras saíram da minha boca.

  - Eu nunca, jamais vou poder pagar pelo que eu fiz. - Declarou. - E sinto muito, DongHae-ah, sinto muitíssimo mesmo.

   - Hyuk... - Ele balançou a cabeça, dispensando as desculpas que sabia que eu pediria. HyukJae flutuou de leve no ar. Ah, eu tinha adorado a sensação... pena que provavelmente não a sentiria de novo.

   - Hae-ah...

   - Sim?

   - Você não precisa de exercícios.

   - Por que sou um vampiro?

   - Não. - A sombra de um sorriso curvou seus olhos. - Porque você é bonito e esbelto.

 

  Ele disparou pelo céu e foi embora. Eu desejei fazer parte da família de Byun BaekHyun, a única com habilidade de voar. Hyuk era parte sidhe. Como alguém parcialmente fada, ele podia voar, e qualquer vampiro transformado por ele ou seus filhos podia voar também.

  Ainda pensando no elogio, olhei para o céu, desejando que ele voltasse. Havia muito pesar entre nós, mas também muitas possibilidades.

  Eu havia sido assassinado, trazido de volta como um vampiro, e, raios, ainda tinha os mesmos problemas, sentimentos, alegrias e sofrimentos de quando era humano. Minha dieta era diferente, e trabalhava à noite, mas de fato, as coisas não tinham mudado tanto assim para mim. A vida é para viver, não para sofrer. Foi o que a minha mãe me ensinou. E também dizia que guardar mágoa deixa o coração pesado.

  Minnie continuava tentando fazer HyukJae ser aceito na comunidade de Gangjin. Não havia muito de nós o ajudando. Nem mesmo o loiro. Ele se sentia culpado demais pelo que havia feito para fazer parte de Gangjin. E também estava sentindo muita pena de si mesmo. SungMin me mostrara alguns livros escritos pelo vampiro mais velho, em vários casos, à mão, e ele também desenhava e pintava. Ele era um escritor maravilhoso, mas tão austero com as palavras quanto era com sua aparência. Será que temia rir? Teria medo que, caso sorrisse ou gargalhasse, aqueles que ele havia acidentalmente transformado o linchariam?

  Perdoar alguém pelo atos cometidos contra você é difícil, mas muito mais complicado é conseguir perdoar a si mesmo. Eu sabia disso por experiência própria. Quantas vezes refleti sobre que tipo de pai eu era? Que tipo de vida eu estava dando a LeeTeuk? Quando ele nasceu, eu estava sozinho, brigado com a maioria dos meus parentes,  e mal havia terminado o colégio. É perdoar a si próprio não é fácil.

  Minha mãe, que nunca se casou novamente depois da morte de meu pai, ganhava a vida como garçonete. Ela conseguiu um emprego para mim no mesmo restaurante, um lugar pequeno e familiar perto de uma antiga estrada para Seoul. Servir mesas, ler livros e brincar de "mamãe" e bebê foi tudo que fiz nos primeiros dez anos da vida de Teuk. Então minha mãe adoeceu e a vida passou de tolerável a terrível em segundos.

  Minha progenitora me ensinou tanto sobre a vida quanto sobre a morte. Acho que ela iria se divertir muito sendo uma vampira. Afastei as lembranças antigas; de nada adiantava chorar, como minha mãe diria. "Arrependimento não serve para nada". Sorri. Era o modo de me dizer dela me dizer que eu podia olhar para o passado o quanto quisesse, mas isso não mudaria nada.

  De repente, me senti exausto. O nascer do sol estava próximo; meu corpo morria assim que ele atingia o horizonte. Abri as portas duplas e entrei. Meu antigo quarto parecia vazio e solitário. Meu estômago se contraiu ao lembrar que logo a casa não estaria mais ali. Demolida e esquecida, como tantas outras na cidade.

  Desci as escadas apressado. No corredor, bati na porta de meu filho. A muralha de som baixou um pouco quando Teuk baixou o volume.

 

   - Boa noite, queridinho. - Ri baixo.

   - Boa noite.

 

  O som triste e bonito do grupo Evanescence me hipnotizou. Lembrei-me de Hyuk; sua tristeza, e sua beleza também. Sem mencionar sua inteligência. Ele tinha evitado responder à minha pergunta. O que ele estava fazendo na floresta? E por que ele não estava surpreso em encontrar lobisomens por lá?


Notas Finais


Só pra reforçar, sidhe seria uma classificação da raça vampírica, e ela é metade fada, então todos que forem transformados por Baekhyun são sidhes e podem voar.

Gostaram? Eu particularmente achei meio fraquinho esse cap, mas fazer o que...
Comments?
Obg pra todos que acompanham a fic,


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