1. Spirit Fanfics >
  2. Abismo >
  3. Jantar em uma palavra.

História Abismo - Jantar em uma palavra.


Escrita por: Akazami

Capítulo 5 - Jantar em uma palavra.


Fanfic / Fanfiction Abismo - Jantar em uma palavra.

Já passavam das oito em ponto quando foi-se ouvidas batidas vindo em direção a porta. A Sra. Holly estava terminando de pôr a mesa, nem havia tido tempo para se arrumar.

- Merda! – ela corre em direção ao meu quarto. – Angela, vá atender o Sr. Depp enquanto eu me arrumo e seja gentil, ok?

Me retiro de meu quarto bufando de raiva, vestia um não muito longo vestido branco com detalhes brilhantes, luvas de cetim com um laço médio preso em meu pulso, já nos pés, um salto baixo rosa claro com algumas margaridas desenhadas. Estava totalmente elegante, como minha mãe havia ordenado.

Sem ter escolha, eu caminho até a porta abrindo sem muita enrolação, onde recebo a visão do Sr. Depp. Ele parecia intimidado, usava uma blusa social azul escura, por cima sua jaqueta de camurça, vestia calça executiva no mesmo tom que a blusa e sapatos polidos.

- Boa noite, Sr. Depp. – o cumprimento após fita-lo por longos segundos.

- Boa noite, Angela. Pode me chamar de Johnny se preferir.

- Entre, Sr. Johnny... – falo seu nome em um tom sensual fazendo-o me encarar duvidoso. – Mamãe ainda está se arrumando, sabe como são, mulheres.

- Bom, você está pronta e muito bela por sinal. – elogiou a mim.

- Eu não sou mulher. Eu sou uma garota, Sr. Johnny...

Johnny inala o ar profundamente na tentativa de conter seus pensamentos, afinal, quem se controlaria com uma provocação daquelas? Eu sou boa no que faço...

Enquanto aguardávamos pela mamãe, eu decido servir ao mais velho uma taça de vinho e me sirvo igualmente.

- Sua mãe deixa você tomar vinho?

Sorrio para o mais velho levando meu dedo indicador até os lábios, fazendo sinal de silêncio.

- Vai ser nosso segredo, Sr. Johnny. – sugiro sorridente já levando a taça até a boca, bebendo do liquido escuro que ali estava.

Ao sentir o gosto e a pressão do álcool, eu tusso ferozmente logo após ingerir uma boa quantidade do vinho e encaro Johnny com um sorriso nos lábios. Eu achava graça de tudo isso, enquanto Johnny se concentrava em não perder o juízo comigo.

Em seguida, a porta do quarto de mamãe se abre velozmente, e, sem cerimônias eu praticamente voo de uma cadeira para outra, tentando disfarçar que não havia tomado parte de sua taça de vinho.

- Sr. Depp... Que bom que veio! Me desculpe pela demora, estive ocupada com o jantar.

- Bobagem sua, não precisava se preocupar. – ele diz a confortando.

Sra. Holly apenas sorri sem graça, Johnny parecia passar a ela uma imagem tão forte de um homem que ela se via intimidada.

- Bom, vou servir o jantar. – ela fala indo em direção á cozinha para pegar as panelas com todo o jantar.

Ao voltar para a mesa ela coloca sobre a mesma uma bandeja com asas de frango com molho caramelizado. Logo ao sentir o cheiro meu estômago grunhi e no mesmo instante eu estico o braço para me servir, mas sou impedida por um tapa de minha mãe.

- Não seja mal educada! Deixe o Sr. Depp se servir primeiro.

- Oh, obrigado Sra. Holly. – e assim ele o faz, servindo seu prato com alguns dos aperitivos que ali estavam.

Ele leva uma boa quantidade de comida até a boca e degusta fazendo caras e bocas para a mamãe.

- Está uma delicia, Sra. Holly!

- Oh, obrigada. Realmente foi trabalhoso, mas está perfeito, certo? – a anciã indaga e eu não dou a mínima para ambos e sim para o meu grande prato de comida.

 

(...)

O jantar já havia cessado, mas não por completo. Mamãe havia gostado da presença do Sr. Depp, e não o liberou tão cedo, insistindo em mais uma garrafa de vinho.

- Oh, tive uma ideia! – exclamou ela com a voz um pouco lenta. – Já ouviu falar da brincadeira “uma palavra”? Na infância nós brincávamos muito. Quantos anos tem?

- Trinta e sete.

- Ainda é novo... É de se notar, haha! Bom, a brincadeira consiste em responder todas as perguntas com uma só palavra. Está pronto? Você começa.

- Ok, prontíssimo.

- Vamos nessa... Um medo?

- Puts... – Depp pareceu pensativo, claramente se passaram vários medos em sua mente, mas de acordo com a brincadeira só poderia dizer um. – Aranhas.

Do outro lado da mesa, eu tento conter uma risada, mas é notável o suficiente para Johnny me encarar por um segundo.

- Uma cor?

- Preto.

Jana já não tinha mais criatividade para elaborar uma pergunta, ou estava embriagada demais para conseguir pensar em algo. Johnny notou seu pequeno delay e decidiu aliviar para a mulher.

- Podemos parar por aqui se quiser.

- Não, está tudo bem. Eu... Eu quero saber mais de você. Por favor, conte-me algo que não sei.

Mantendo meus braços cruzados, encarava toda aquela cena de ambos conversando com um certo tédio, não estava interessada na conversa mas também algo me impedia de deixar a mesa.

- Bom, poucos sabem, mas eu sou escritor.

- Oh, sério? – Sra. Holly pareceu despertar no mesmo instante, aproximando o corpo do homem.

- Sim, eu cheguei a lançar um livro no verão passado, mas você sabe, azar de iniciante. Não foi muito conhecido.

- Ah, que pena! Mas é bom saber isso, pois tinha gente pensando que você só era empacotador em um humilde mercado. – falou mamãe explicitamente para mim que a encaro com braveza.

Sinto minhas mãos suarem, devido aquelas luvas mega aquecidas. Sem ligar muito para os adultos, eu retiro as mesmas pondo sobre a mesa, enquanto ainda assistia ao vexame que minha mãe bêbada passava.

- Desde que eu me divorciei vem sendo difícil, Johnny... Posso te chamar de Johnny?

- É claro.

- Aquele pilantra levou tudo de mim, não sobrou nada! – exclamou dando um gole na última gota de vinho que havia restado em sua taça. – Na verdade, eu tenho uma herança gorda que meu pai deixou quando faleceu. Ele era fuzileiro naval, sabe como é né, a família recebe um bom grado por ele ter sido tão generoso com o país.

Depp demonstrou interesse, como se estivesse tentando ignorar a minha presença bem ao seu lado, pois não retirei meus olhos dele em nenhum momento sequer do jantar.

- Mas enfim, esse dinheiro é só para extremos. Não vamos nos precipitar, certo, filhinha?

Demorei um pouco para perceber que estava sendo chamada para conversa e decido responder seca e crua.

- Tanto faz.

E então, um breve silêncio tomou conta do triângulo. Um silêncio extremamente constrangedor.

- Bom, Depp, eu lhe acompanho até a porta.

- Oh, claro. Foi um enorme prazer jantar com vocês, o jantar estava divino!

- Obrigada, está sendo um querido!

Já tendo a porta aberta, a Sra. Holly parecia ainda impedir o homem de ir embora, talvez com o seu olhar implorador ou então ameaçador, como se realmente estivesse ordenando que ele ficasse, mas nada muito sério.

- Devíamos repetir então, da próxima você experimenta minha torta de pêssego. É a preferida de Angel.

Ao ouvir meu nome, Johnny automaticamente olha para dentro da casa, onde fixa seus olhos com os meus. Eu estava estática, me recusava a deixar a mesa de jantar enquanto o homem não deixasse a casa. Miro meus olhos claros na direção do homem em minha porta e lanço uma piscadela singela, acompanhada de uma mordiscada no lábio.

- Tenha uma boa noite, Sra. Holly!

- Boa noite, Johnny Depp!

Mamãe fecha a porta e em seguida se escora sobre a mesma, pensando no homem que acabara de ter em sua casa. Parecia cintilante e festiva, estava no ponto crucial para eu acabar com suas esperanças.

- Ele não vai transar com você. – falo crua, sem cerimônias e sem explicação do que porque dizer aquilo, apenas disse.

Ato que fez mamãe me encarar com ruindade e uma pitada de frustração.

- Calada! Já para o seu quarto.

E é sorridente com o feito, que eu me dirijo até meu quarto, me preparar para dormir. Pois o dia seguinte também seria cheio...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...