História About My Prince - Season Two. Chapter: Twelve.

— E ele concordou?— pergunto ainda envolta pelos lençóis. Observando Shawn terminar de abotoar sua camisa social.

— Sim, algumas coisas nós tivemos que passar o dia todo dentro daquele escritório.— Shawn se aproxima se sentando na cama. Conversavámos sobre a conversa que o rei americano teve com ele a alguns dias atrás.— Feliz aniversário, meu amor.— Shawn beija minha testa.

— Você realmente tem que ir? Hoje é meu aniversário... Eu queria que você ficasse aqui no quarto comigo.— puxo Shawn pela gola da camisa, até meu rosto. Tocando nossos narizes.

— Não faz isso, amor. Eu preciso ir, eu realmente gostaria de ficar com você e celebrar seu aniversário, aqui com você. Mas eu não posso.— sua voz soava em um sussurro carinhoso, sua respiração se chocava com minha pele. Ele realmente parecia se sentir triste por não poder atender a um dos meus pedidos.

— Oh não, querido. Você já fez muito do que eu lhe peço, todos os presentes. Isso vai ser só um pedido bobo.

— Eu não posso cumprir esse seu desejo por completo mas eu posso te dar outra coisa em troca.— sua risada gostosa soou em meus ouvidos. Eu assinto segurando seus cabelos, Shawn fica sobre mim e me beija calmante. Seu polegar percorria meu rosto, e sua outra mão fazia cafuné em meu cabelo.

— Eu adorei o presente de hoje.— digo logo quando descolamos nossos lábios.

— Esse ainda não é exatamente o presente...

— Já foi o suficiente.— ele ri e me sela, segurando firme meu corpo contra seu peito.

— Eu vou ter que ir, mas a senhorita vai passar a manhã aqui. As meninas já estão vindo para lhe levar pra comer. Esse é o primeiro presente de hoje.

— Eu já estou começando a ficar mimada, Shawn.—  cochichei brincando com seus fios de cabelo.— Não gosto de ser tão mimada assim.

— Me deixa te mimar, só um pouquinho?— sua voz era tão dócil e sincera.

— Shawn... Eu acho melhor você ir embora antes que eu te prenda com suas gravatas nessa cama, só porque​ você é muito fofo. Isso deveria ser crime.

— Feliz aniversário, mais uma vez. Eu te amo muito. Com tudo de mim. — eu sorrio lhe beijando por um curto espaço de tempo.

— Obrigada. Eu também te amo, muito. — Shawn se levanta arrumando a gola de sua camisa, eu passo a mão pela manga para tirar o amassado.— Eu te vejo na festa.

— Tenha um bom dia, honey.— aceno para ele que fechou a porta devagar exibindo seu melhor sorriso. O que me deixava ali, jogada na cama refazendo aquela imagem.

Pego seu travesseiro e o abraço me enrolando ainda mais no lençol, para voltar a dormir.

— Bom dia!— Camila entra no quarto gritando e abrindo as cortinas.— Feliz aniversário!

— Por que você fala tão alto?

— Vamos, Vic. Se a gente não for agora seu marido vai nos matar.— Selena resmunga se sentando na cama.

— É o seu presente!— Julie comemora batendo palmas.

Observei todas ali me olhando, cada uma com uma expressão diferente.

Liz me joga o roupão de cetim.

— Vai, Vic. Você não vai precisar se vestir. — bufo me levantando da cama e vestindo o roupão. Calço minhas pantufas​ e faço um coque desengonçado.

Julie enlaça seu braço ao meu, abrindo a porta. Todas saímos e eu apenas me deixava ser guiada por elas. Já que não fazia a menor noção de onde estava sendo levada. 

Pararam em frente a minha sala, Julie abre a porta e adentramos. Na varanda tinha uma linda mesinha com cinco cadeiras ao seu redor. A mesa estava repleta de comida.

Logo em baixo de um dos pratos tinha um pedacinho de papel. Fui até lá e mesmo já sabemos do que se tratava pareci uma criança abrindo o bilhete.

"Tenha um bom dia, honey. 

PS: Pode comer os muffins.  Eu te amo"

                          [...]

Mary terminava de colocar a fina coroa sobre minha cabeça. Ela se afasta e me olha colocando a mão sobre sua boca. Uma lágrima escorreu sobre sua bochecha.

— O que foi, Mary?— devagar por causa do salto vou até ela.

— Me lembrou sua mãe.— tentei conter as lágrimas.

— Vic?— Camila aparece na porta simplesmente deslumbrante​ com seu vestido vermelho.

— Me diga, Mary. Não é a cubana mais linda que existe?— exclamei sorrindo, vejo as bochechas de Camila tomarem um tom mais rosadas.

— Minha mãe sempre me disse isso... Mas não podemos acreditar na opinião de mãe nenhuma.— seus olhos rapidamente vão até minha barriga. Ela dá passos lentos e fica a poucos centímetros de mim, suas mãos vão te minha barriga, queue ainda não amostrava nenhuma diferença que fosse perceptível em meu vestido salmão e colado no corpo.— Está me ouvindo? Pequena? Quer dizer pequeno? Ai eu não sei.— ri assim como Mary.— Enfim, vamos?— assenti tomando seu braço estendido.

— Até logo, Mary.

— Feliz aniversário, Majestade.

Sai do quarto junto a Camila.

— Shawn está te esperando.— eu fiquei em silêncio, tendo a plena certeza de que ela complementaria com alguma outra frase.— Eu brigeui com Robert.— seus olhos pareciam tristes, seus ombros tensos.

— O que aconteceu?— Camila suspira enterrando sua cabeça nas mãos.

— Você sabe que nem sempre Cuba e a França foram aliados. Já ficaram em guerra. A família de Robert não gosta da ideia de estarmos juntos, hoje ele ligou para eles, pra lhes dizer que estamos noivos. A mãe dele enlouqueceu! Depois ele ficou se sentindo mal pela mãe, o problema foi que ele ao menos pensava em resolver a situação, só ficava dizendo o quanto se sentia mal. Então eu simplesmente me irritei por ele não querer me escutar, sem pensar direito, nós dois com a cabeça quente decidimos que seria melhor acabar com o noivado.

— Camila!

— Eu sei, agora não consigo falar com ele... Mas sei que não quero mais viver sem ele. O que eu faço, Vic?

Ok, recorrer a mim no estado que eu estou não era tão bom assim. Nunca me senti tão emocional desde que essa pessoinha decidiu se alojar em meu ventre.

— Mila, a única coisa que eu posso dizer é pra você não deixar que acabem com algo que você realmente sabe que ama. Podem colocar uma arma na sua frente, dizer que não vai dar certo, sentir medo de cair de um penhasco. Caia do penhasco, leve o tiro e se não dê certo... Bom, não deu. Porque no final do dia o sorriso vai estar estampado no seu rosto, e você vai estar com uma aliança no dedo.— ela escutava cada palavra atentamente, seus olhinhos brilhavam. — Você é fantástica, Camila. Ele sabe disso, se ele realmente te ama. E eu sei que ama. Ele não vai deixar você ir embora tão fácil assim. Se ele fizesse isso seria sem dúvida o maior babaca que existe. E tanto você quanto eu sabemos que ele não é. Mas por favor, não se joga de nenhum penhasco ou não deixa  ninguém apontar uma arma pra  você— Camila assente rindo, paramos de andar. Tínhamos chegado em frente a porta onde tinha a escada para o salão principal. 

Na frente da porta um homem alto, com seu terno preto, olhos castanhos e cabelo encaracolados,me encarava com um sorriso no rosto. Parecia mágico como eu poderia simplesmente perder o fôlego quando vejo seus olhos castanhos, seu sorriso perfeito, seu cabelo como os de um anjo e ainda mais quando seu olhar encontrava o meu. 

— Obrigada.— Camila sussurra soltando meu braço para logo depois ir em direção ao salão.

Shawn me observava sem piscar, revirei os olhos por ainda sentir aquelas borboletas fazerem festa em minha barriga. 

— Eu já te disse que não gosto quando você me faz sentir boba.— eu disse me aproximando dele.

— Desculpa se eu estou completamente​ deslumbrado com você.

— Você também não está nada mal.—  Está perfeito na verdade, complemento mentalmente.

— Eu faço o que posso.— rimos, ficando em silêncio mais uma vez. Sutilmente seus lábios encontraram os meus. O mesmo sentimento de completa felicidade percorreu cada parte de mim. Aquela mesma faísca queimando de dentro para fora.

— Nós temos que entrar.— eu disse logo quando descolamos nossos lábios.

— Uhum.— Shawn fungou voltando a me beijar. Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço.

— Amor, nós temos que voltar.— sussurrei e Shawn fingiu choramingar.— Você que não quis passar a manhã na cama comigo.

— Eu sou um imprestável mesmo.— eu riu alto, Shawn me acompanha com sua gargalhada gostosa.

— Vamos, vem.— ele abre a porta e enlaça seu braço ao meu. Quando pisamos no primeiro degrau uma sequência de pessoas que estavam  no começo da escada abriram passagem e fizeram uma reverência. Logo assim foi por todo salão.

— Eu nunca me dei conta do quanto essa escada é grande.— Shawn comentou sem mover os lábios.

— Poderíamos colocar um escorregador, só sentar e descer como crianças.— eu disse, tentando controlar o riso já que Shawn comprimia os lábios e prendia a respiração para não rir.

Depois de descer cada degrau Shawn foi pra varanda com a mão na boca. Lhe segui sorrindo para todos que me cumprimentavam. Quando abri a cortina da varanda imensa lá estava ele, rindo do meu péssimo— pra mim foi ótimo.— comentário.

— Eu fiquei imaginando nós descendo aquela coisa. E no final eu caia.— ele cochichou em meio a suas gargalhadas.

— Sua imaginação vai além.— eu comecei a rir junto a ele. Respirei fundo, enxugando algumas lágrimas que se acumularam no canto do olho.

Shawn me estendeu o braço e nós voltamos a festa em que as pessoas conversavam e riam pegando taças de champanhe.

— É melhor irmos falar com algumas pessoas.— Shawn sugeriu e eu assenti.

Começamos a andar pelo salão para cumprimentar rapidamente as pessoas.

Depois de sentir meus saltos falando mais alto, apenas olhei para Shawn que entendeu. Paramos em apenas um lugar conversando com uma família nobre que era próxima a meus pais.

O centro do salão encheu de casais quando a banda clássica chegou. Camila foi até Robert, que sorriu e lhe tirou para dançar.

— Nós não somos os melhores pra dança. Mas acho que ficar aqui vai confirmar isso para as pessoas que não sabem.— Shawn sussurrou próximo ao meu ouvido.

— Você tá certo. Isso é um segredo nosso.— com um sorriso, tomei sua mão estendida. Ele me levou até onde as pessoas dançavam.

Paramos de andar, para apenas se concentrar em não pisar no pé do outro.

Quando suas mãos pousaram em minha cintura, eu deitei minha cabeça em seu peito e lhe abracei. Dançávamos sem prestar atenção ​no som da música já que a única coisa que eu podia ouvir eram as batidas ritmadas de seu coração.

— Eu tenho meu último presente. Não é exatamente o que eu planejei mas, por enquanto foi o que eu consegui. Posso te dar alguma coisa depois.

— Shawn, eu não queria nenhum desses presentes. Quer dizer nosso filho eu queria. Mas, eu te tenho todos os dias ao meu lado. Você já me deu o suficiente, cada beijo e cada carinho, cada eu te amo... Tudo conta como um presente para mim.— eu admiti enquanto seus dedos acariciavam minha costa.

— Eu já te enchi de jóias e você literalmente tem um ateliê dentro de casa. Então eu vou te dar um presente que não é exatamente seu... E vai ser sem dúvida o mais simples de todos. Eu vou te acompanhar em cada consulta médica da nossa pessoinha. Quero ver crescer dentro de você. Ouvir o coraçãozinho batendo pela primeira vez, a sementinha crescendo e ver se vai ser uma pequenina dama.— eu riu enxugando as lágrimas que caíram. Por que tão sensível, Victoria?, pensei.— Ou se vai ser o rapazinho para nós bagunçarmos o cabelo juntos.

Me separei o suficiente para ver seus olhos.

— Esse é sem dúvida um dos melhores presentes que você já me deu. Eu preciso parar de te subestimar. Eu estava tão preocupada em você não poder ir comigo, por tudo o que você tem que fazer. Saber que você vai estar lá me dá um alívio.— lhe selo sentindo todo seu amor quando ele me tocava, me beijava e sentia o quanto eu o amava. Em seus braços é quando me sinto mais amada do que em qualquer lugar que eu posso descansar.— Shawn... Um dia você vai amar alguém como me ama? Quero dizer, sem ser a sua família...

— Claro que sim, honey. E ela vai te chamar de mamãe.— tento segurar o choro e mais uma vez lhe aperto contra mim.

[...]

Nós estávamos na sala de Camile passando algumas informações necessárias.

— Bom, como já está com sete semanas e eu já tinha conversado isso com você  na última semana, hoje nós já vamos poder escutar o coração.— levei um susto. Shawn estava ao meu lado e parecia mais nervoso do que eu. Não parava de coçar a nuca e enxugava a mão suada na calça.

Camile se levanta indo até o armário que guardava uma de suas camisolas e me deu uma na mão.

— Amor, você vai me ver como nunca me viu antes. Quando Julie veio comigo nós concordamos que sem dúvida definiu minhas curvas.— brinco e Shawn ri assentindo.

— Você vai ficar linda, honey. Sem dúvida.

— Eu sei.— disse convencida, ri entrando na salinha que eu já estava acostumada a trocar a roupa.

Depois de vestir a camisola tive certeza de que se não ouvisse o coração da minha pessoinha hoje a doutora e meu marido iam escutar o meu coração já que ele batia tão acelerado.

— Pode se deitar.— me deito na maca. Shawn vem ao meu lado e segurava minha mão. Me beijou na testa e não parava de fazer cafuné em meu cabelo.

O gel frio mais uma vez ficou em contato com minha barriga.

— Façam silêncio, ainda vai ser um pouco baixo.— assenti, fechando os olhos.

 Quando por fim escutei uma sequência de batidas, um coração bombardeado sangue para o resto de um corpo tão pequeno. Abri os olhos deixando uma lágrima escorrer. Shawn olhava no visor com o seu olhar fascinado. Algumas lágrimas já tinham caído de seus olhos castanhos.

— Vocês estão vendo?— Camile perguntou com a voz empolgada.— Tem dois sacos gestacionais.— arregalei os olhos.

— O que? Pera, eu sou muito devagar. Eu entendi mas não consegui entender, devagar eu só preciso...— Shawn tagalerava uma palavra embolando na outra, só falava as palavras sem nenhum tipo de conexão

— Vão ser gêmeos? Dois?— foi a única coisa que eu consegui falar.

— Sim. — Camile responde com as mãos no rosto.

Olhei para Shawn que apenas observava o visor, com o mesmo olhar que eu falei que ele observava Olívia. E o mesmo olhar pesou sobre mim, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Assim como os meus. Desatados a chorar eu e ele selamos nossos lábios, com uma mistura de nervosismo, medo e sem dúvida a repleta alegria pairava nesse lugar.

Duas pessoinhas.