Aline Santos.
Era capaz de voltar no tempo, para que tudo volta-se ao que era.
As palavras que me dizias, as sensações que eu mesma sentia, a diversidade de sentimentos e emoções sentidas num só momento.
Poder tocar no teu copo uma última vez, e recordar a nossa primeira vez.
É errado pensar, mas emoções não se perdem, guardam-se. E se foi por alguém tão importante, essas ficam para sempre.
Voltar a ouvir cada suspiro teu, e cada palavra de carinho e afeto que me dizias antes de adormecer. Poder olhar nos teus olhos e falar o que realmente sentia a estar contigo. Gostaria de abraçar-te de novo e nunca mais largar-te. Apertar esse teu cabelo preto, e olhar fixamente para os teus olhos enquanto milhares de recordações passam num só segundo.
Poder ouvir a “nossa” música, e não começar a chorar que nem uma doida, e recordar dos tempos em que ambos eramos dois doidos a procura de alguém em quem doar os nossos corações.
Voltar ao tempo em que tu me abraçavas sem pedir, e me arrancavas cada suspiro.
Beijar os teus lábios ferozmente, e nunca mais os largar.
Sei que é errado. Mas ambos escolhemos assim.
Agora, todas as noites, antes de adormecer, eu me recordo de tudo em ti. Especialmente na tua voz grossa e no olhar sedutor. E do carinho que fazias por baixo dos lenções.
Das manhãs perdidas por causa de um café, ou de uma noite em branco por causa das minhas fortes dores de menstruação.
Adorava quando me fazias chá, ou quando me trazias chocolate, para tentar acalmar a fera.
A partir daquele dia, eu paro em frente a janela do nosso quarto, e olho fixamente para o céu, aguardando um sinal teu.
O Jackson está crescido, e tu, continuas a fazer o papel de pai guerreiro.
Sei que tudo isso não pode voltar.
Mas quero agradecer-te por me teres dado um filho magnífico, e por teres sido a pessoa que és.
Obrigada, Adrien.
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