História Abstinência - I flew on your wings

Quando JongIn chegou naquela manhã, KyungSoo estava tomando um suco de uva sentado ao lado da grande janela. O dia estava quente e abafado, resultando em uma camada de suor sobre a pele branca.

- Oi, KyungSoo.

- Oi, JongIn - respondeu, ainda focado no suco. - Você quer um pouco?

- Não, obrigado. Estou sem sede.

- Tudo bem.

JongIn olhou em volta, sentando-se ao lado do mais velho.

- Está sozinho hoje?

- Baek está dormindo. Ele foi dormir tarde...

- E você?

- Eu?

- Foi dormir tarde?

- Não... Eu tive que ir dormir cedo.

- Ah...

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- Que marcas são essas no seu pescoço, Kyung?

- Eu acho que peguei fogo, JongIn.

- ChanYeol?

- ChanYeol.

- Sempre ChanYeol...

- Hm?

- Nada.

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JongIn ajudou KyungSoo a tirar o pijama e colocar roupas para sair. A blusa de BaekHyun estava grande e as próprias calças folgadas além da conta, deixando-o com uma aparência infantil, doente.

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- Onde estamos indo, JongIn? 

O mais novo andava um pouco mais à frente, mas com os olhos muito atentos em KyungSoo. Sabia que as pessoas na rua os olhavam, mas não era como se KyungSoo as visse.

- Eu quero te mostrar uma coisa.

- Uma coisa? É algo bom?

- É algo meu e do SeHun.

- E você vai me mostrar? Por quê?

- Porque é algo seu agora também.

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Ele abriu as portas de vidro da grande sala repleta de espelhos, levando KyungSoo até o centro da mesma. A luz do Sol se infiltrava pela parte de cima e ele achava aquilo muito bonito.

- Pode se sentar, Kyung - disse indo em direção as barras. - O chão está limpo.

KyungSoo retirou os sapatos e se sentou. O lugar era fresco e confortável. Ele gostou dali.

- O que viemos fazer aqui, JongIn?

- Dançar.

- Mas eu não sei dançar...

JongIn riu.

- SeHun e eu éramos bailarinos. A gente tinha conseguido bolsas de estudos lá fora.

- E por que não foram?

- SeHun tentou se matar.

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O corpo moreno se movia com perfeição pela sala. Os pés descalços tocando o chão de madeira vez o outra, os braços rodopiando, esticando-se e recolhendo-se. Mais do que dançava, para KyungSoo, JongIn voava.

Ele estava completamente encantado com todos os movimentos, com as expressões, com os cabelos.

Para KyungSoo, ali não era JongIn. Era Kai.

Kai, o pássaro.

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- Kai.

- O que é "Kai"?

- Você é Kai - respondeu, ao o que JongIn o olhou. - Quando está dançando.

- Eu gosto desse apelido. É bonito.

- É legal que goste.

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Andavam lado a lado pela calçada cinza, as mãos bem próximas, à ponto de quase se tocarem. 

Quando um caminhão passou em frente à rua, JongIn beijou KyungSoo.

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KyungSoo viu o mundo do lado de fora depois de tanto tempo, viajou nas asas de um pássaro independente e sorriu com um pôr-do-sol morno. E ele não tinha certeza se era certo voltar para dentro daquele apartamento.