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História Abuse Me - Hábitos de meu coração


Escrita por: LoboBebado

Capítulo 5 - Hábitos de meu coração


Estávamos todos sentados rente à uma mesa circular de uma Coffe Shop,que inaugurara a alguns meses. Suspirávamos em tédio e desconforto,eu mais ainda.

—Mãe..Eu,bem,eu sinto muito por ter me es-

—Ah,mas tenha dó,Seung.Não sabe reconhecer uma piada?. —A mulher à minha frente gesticulou e sorriu ladeado. —Acha mesmo que estou realmente brava?. —Quanta frustração. Além do que,eu estive devidamente ocupada nesses últimos dias. —O clima mudara totalmente.E,minha resposta para tal mudança repentina fora arquear o sobrolho.

Sung Joo,ao meu lado,parecia encenar sua atenção.Tinha seus dedos entrelaçados à frente dos lábios,mantinha seus olhos fixos ao rosto maquiado de minha mãe.Ele definitivamente não estava a entender absolutamente nada.
A mais velha relaxou sua postura e sorriu após um longo gole em seu café.

—Eu definitivamente não tenho o que reclamar..Sei o quão seu emprego pode lhe ser laborioso;Que não é você o principal responsável por salvar vidas,mas que possuí desmedida influência no ato.Eu sinto apenas orgulho de você,e seria um absurdo dizer que és um mau filho apenas pelo fato de ter se esquecido de ir à minha casa,por favor. —Minha mãe voltou a gesticular.Balançava sua canhota e esclarecia toda sua linha de raciocínio de maneira tranquila,quase zombeteira.

Sorri contido e tapei os lábios com a canhota,a fim de abafar a zoada provocada por uma gargalhada radiante.
Minha mãe me acompanhara na ação,mas não tardou em bebericar seu café uma vez mais.Aquilo mais me parecia seu combustível.

—Enfim.Este não seria o Yibo,seria?. —Seus olhos felinos sobre Sung Joo deixara-me trépido.
Bom demais para ser verdade...

—Eu não sei,eu sou?. —Fora a vez de Sung Joo manifestar-se.
Retirei ambas as mãos dos lábios e o fuzilei abobalhado,enquanto este olhava-me com obliquidade.
Minha mãe tombara sua cabeça para o lado,parecia almejar uma resposta mais coerente.

—Não,mãe.Não é o Yibo. —Disse por fim,suspirante.
Levei ambas as mãos até a superfície polida da mesa e agitei-me internamente ao vislumbrar suas feições mergulhadas em espanto.

—Ah,menos mal!. —Juntei o sobrolho com seu súbito rebate. —Não que me fosse algo ruim ter a ideia de ter Yibo diminuindo junto à mim,mas devo admitir que seria extremamente preocupante na idade de vocês!. —Levou sua canhota ao peito em completo desafogo.
Ela realmente detinha estima pelo chinês?.Não já não me importaria em dá-lo à ela.

—Não que me fosse uma ideia ruim estar no lugar do Yibo,senhora Cho. —Sung Joo espreguiçou-se despreocupado.
Tinha diante meus olhos uma descomunal petulância.Minha resposta fora um esboçar tão incrédulo quanto o de minha genitora.Entreabri meus lábios não crendo no atrevimento caçoísta do mais velho,aquilo me era algum tipo de complô?.

—Oras!.Não me chame de senhora,caro.. —O timbre interpelador voara pelos ares.

—Sung Joo,mãe,Sung Joo. —Articulei entredentes,retendo toda cólera que corria por meus dedos.

—O pequeno JooWo?. Fez uso do antigo apelido de Sung Joo,que sorriu amistosamente em resposta.
Minha mãe despojara-se sobre o banco,não sendo capaz de omitir seu sobressalto.

—A tempos que já não me chamam assim,S-—Assisti-o fazer um pequena pausa ao ser repreendido pelo olhar férvido de minha mãe. —Cara Soyou. —Acomodou-se ao banco acolchoado,e investira numa aproximação fugazmente repreendida por mim.

—Oh,Deus!.Por quanto tempo eu fiquei fora?.Como está..Grande. —Rolara seus olhos pelo corpo do moreno,sorriu satisfeita.

          Mãe.. Clamei sôfrego.

—Os anos em Marselha lhe foram milagrosos!. —Não conteve a voz,fazendo-me praticamente cuspir o cappuccino antes esquecido rente à mim.

—D-

—Lion,mãe.E não,não acho que tenha mudado tanto assim. —Embarguei-o rapidamente,aquilo deveria sim ter fim. —Mãe,eu posso lhe ligar mais tarde?.Eu preciso mesmo voltar ao trabalho. —Menti despudorado,pois ao espreitar o relógio presente no confortável estabelecimento,notei que já havia alcançado minhas completas horas de trabalho.

—Ah,não,não,não.Sente esta bunda magra ai novamente. —Ordenou apontando para o espaço vazio contíguo à Sung.
Sentei-me ruborizado,ainda mastigando sua oração em tom ordenativo

—Mal chegamos e você já quer correr?.Fique calmo!.Não irei mostrá-lo  a sua bunda branca de anos atrás,até porque,tenho plena ciência de que ele já tenha a visto. —Sorriu sacana.

—Mãe!. —Supliquei tanto em frase quanto em olhar.

—Realmente não sei o que a senhora quis dizer com isso. —Sung Joo nos surpreendeu em tom divertido.

—Oras,por que insistem em chamar-me de “senhora”?.Olha,eu tenho apenas 53 anos. —Suspirou certo ar magistral.

—58. —Intervi em sua mentira.

—Já viajei por inúmeros países,e acabei por descobrir que na Coréia conta-se um ano à mais. —Explicou em tom pensativo.

—Não seria 57,então?. —Questionei arqueando uma das sobrancelhas.

—Divida-o por 2 e chegará à sua resposta. —Cruzou os braços e estralou a língua ao palato.

—E por que 2?. —Interpelei ainda demasiado confuso.

—Ah,meu querido filho..Você realmente não prestara atenção na seguinte frase:”Estive devidamente ocupada.”? Voltei a arquear o sobrolho ao som de uma risada anasalada de Sung Joo.

 Minha mãe se despedira de maneira memorável.Com um beijo estralado nos lábios de Sung Joo,a mulher adentrou seu veículo e retornou à sua residência prometendo uma breve ligação.
Pouco nervoso e extremamente envergonhado,eu apertava meus dedos uns aos outros.

—Sua mãe não mudara nada. —O amorenado deixara no ar,podendo até mesmo sorrir da situação constrangedora.

—Você não viu nada.. —Suspirei espalmando minhas vestes.
O mais velho sorrira afônico,denotando leves expressões.Admirei-o por minutos,não compreendia de fato todas as piadinhas lançadas contra mim,tampouco devido a sexualidade do mais velho;qual já não me era nenhuma surpresa.

—Não acredito que ela ainda lembra-se de mim como aquele guri gordinho de cabelos rebeldes,qual só sabia se auto pôr em enrascadas —Esticou-se remoendo o passado mais uma vez.

—Quem diria que este tornariam-se um jovem juiz de personalidade peculiar. —Comentei junto à um sorriso tênue.

—Eu diria extravagante. —Corrigiu-me após um sorriso lânguido.

O silêncio novamente calou nossas bocas,aquilo era-me como facas acuminadas à atravessar minha seca garganta.Lembrei-me de meu relógio preso ao meu pulso,e matutei em retirada esperta.

—Eu..Tenho mesmo que ir. —Comentei adentrando em assuntos mais à fundo.

—Claro,eu já esperava determinada frase. —Disse suspirante.
Sung Joo levara ambas as mãos aos fundos dos bolsos dianteiros.De expressões indiferentes pareceu dar de ombros.

—Foi bom revê-lo novamente. —Segredei amigável,no intuito de extirpar a possível melancolia de sua face tão risonha.

—Digo o mesmo. —Permitiu-se mover os lábios em um esboçar sincero,mesmo que tão pequenino. —Nos vemos por aí. —Comentou em timbre divertido,antes de enfim rumar ao seu carro tão negro quantos suas íris de tonalidade volúvel.

 Assisti,imoto,todo o percurso do maior até seu carro.Seu caminhar era calmo,suas mãos enterradas aos bolsos.Ele mais parecia-me um adolescente rebelde do que um adulto compromissado.

        Por debaixo de o manto méleo proveniente de uma música aleatória que alegrava o interior do carro,o nirvana chegara ao meu cérebro atormentado de maneira inopina. Sung Joo era passara a ser,novamente,uma necessidade.O sorriso propagara-se por meus lábios,tão vigoroso e evidente que nem as palavras duras de Yibo eram capazes de me retirar o bem-estar causado por ninguém menos que Sung Joo.
Batia as palmas das mãos ao volante,arranhando no inglês pouco aprimorado.A canção trazia à tona certa nostalgia,que,agora,já não mais me machucava.

      Alcancei a porta da residência,atravessando-a sob sorrisos jubilosos.
Maus hábitos de meu coração me forçaram a rastrear qualquer rastro de Yibo no interior daquela casa tão silenciosa.Era uma guerra custosa subir as escadas sem antes travar meus olhos sob o corpo pecaminoso de Yibo.Deixei minha mochila sobre o sofá,e,sem delongar,caminhei receoso em direção a cozinha.
 Cerrei meus olhos em temerosidade ao deparar-me com o mais enfadonho vazio.
Sorri amargo,quem eu estava tentando enganar?.Era mais que óbvio que o não havia chegado em casa,e,mesmo se estivesse sob o teto de tonalidade fria,não me faria qualquer diferença.
Mordisquei meu lábio inferior,sentindo-me um perfeito fracasso.

—Aonde estava?. —Sobressaltei ao auscultar a rouquidão de Yibo preencher todo o âmbito gélido.
Imóvel permaneci,privilegiando-me apenas dos passos ruidosos quais aproximavam-me de mim,sobretudo,o calor seguinte que avizinhava-se tão rapidamente.

—Fui até seu trabalho,você não estava lá. —Deu continuidade a sequência perigosa.
Meus ossos tremelicaram-se,meus lábios foram umedecidos de última hora,meus punhos transpiravam em expectativa.

—Fui informado de que você tinha retornado à nossa casa.. —Girou-me bruscamente por meio de minha cintura,qual era apertada sem dó algum pelas mãos possessivas do aloirado. —Eu voltei..e adivinha o que eu encontrei entre o conjunto de paredes?. Sussurrou cálido,deslizando suas mãos em direção às minhas coxas.Eu tremia em antecipação,mas tudo aquilo não estava sendo-me apenas satisfatório. —Exato.Nada além de estalos provocados por imperceptíveis deslocamentos. —Aproveitando-me de meu aturdimento,o chinês resvalara os fartos lábios à minha sensível hélice direita.

Aonde esteve todo esse tempo,Seung Yeon?. Voltou a questionar cálido.Eu já conhecia muito bem seus joguinhos.
E,antes que pudesse alcançar minhas nádegas,eu o empurrei sem utilizar muita força.Ajeitei minhas roupas minimamente amassadas e bufei impaciente.

—Apenas Seung,Yibo. —Fuzilei-o desafiador antes de rumar em direção às escadas.

 O baque emocional fora enorme,eu realmente havia feito aquilo?.Permiti-me sorrir vitorioso ao reprisar o testemunho de meu próprio atrevimento.
Voltei a mordiscar meu lábio,agora tendo meu corpo lançado contra o colchão macio do quarto de hóspedes.Eu desejava os toques de Yibo,mas não apenas estes.
Eu almejava seu amor impossível,qual não me era tão mais almejado.
Maus hábitos de meu coração,qual pulsava em ordem.A desordem em minha mente lutava contra a ânsia de retornar à cozinha e beijá-lo como nunca antes.Eu jamais me senti tão no controle,eu jamais tive chance de estar no auge.
Eu jamais pleiteei pela autoridade. 



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