1. Spirit Fanfics >
  2. Acabe Comigo 2 >
  3. Ele vai ser o meu fim

História Acabe Comigo 2 - Ele vai ser o meu fim


Escrita por: WillDiniz

Capítulo 2 - Ele vai ser o meu fim


No banco de trás da limusine, abri o vidro da janela mais próxima e respirei o ar da cidade em um esforço de acalmar os nervos. Eu me sentia, ao mesmo tempo, esgotado e traído, excitad e furioso. Eu usava o pouco controle que me restara, que não era muito. Ele vai ser o meu fim, pensei. Por que ele não deixou que acontecesse?

Senti o celular vibrando dentro do bolsa. Eu o peguei, abri e soube que era uma mensagem de texto de Alex. Mas não era uma mensagem de texto. Era um e-mail. O assunto dizia simplesmente "Para você. E somente para você. Para mais ninguém".

Em anexo, havia uma fotografia. Eu a baixei e, quando vi o que era, a mão instintivamente subiu ao peito. Ele tirara uma foto dele mesmo no espelho do banheiro. Estava sem camisa. No rosto, um sorriso. O peito e o abdômen estavam nus. Era demais, uma provocação absoluta. Mas era um jogo do qual dois podiam participar. Eu não seria deixado para trás.

Pedi privacidade ao motorista e o vidro subiu entre nós.

Qual a melhor forma de atingir Alex? O que eu poderia fazer para superar aquela foto? Pensei sobre o assunto por um momento. Em seguida, inclinei-me para a frente e abri parte da camisa. Deixei a parte cair ao ombro e export o peitoral.

Minhas mãos começaram a tremer ao pensar no que estava prestes a fazer. Dei certo movimento ao cabelo estrategicamente de uma forma que eu sabia que o deixaria excitado.

Eu nunca fizera nada parecido com isso antes. Mas, sabe- se lá por que motivo e sem me importar com a força das batidas do meu coração, queria fazê-lo. Recostei-me contra o banco de couro frio, virei o telefone para que a câmera ficasse virada para mim e bati várias fotografias, olhando intensamente para a lente ou com os lábios ligeiramente abertos e os olhos fechados. O flash da câmera iluminou a parte de dentro da limusine com várias explosões de luz. Eu nem queria imaginar o que o motorista estava pensando nem se ele conseguia enxergar pelo vidro escuro. Mas decidi que não me importava. Ele que pensasse o que quisesse. Eu daria a Alex exatamente o que ele merecia. Joguei a cabeça para trás, como se estivesse em pleno orgasmo, e bati mais fotos.

Quando terminei, não pude deixar de rir. Eu nunca me sentira tão livre com o meu corpo. E, melhor ainda, a sensação era incrível.

Antes de recolocar a roupa, olhei as fotografias. Não gostei da maioria delas, com exceção de uma. Aquela era perfeita. Mostrava pele suficiente. Na foto, eu mordia o l´bio inferior. Os olhos estavam fechados e a cabeça estava sobre o banco de couro como se houvesse algo dentro de mim que precisava sair — o que era verdade. Achei que parecia gostoso o bastante, além de parecer estar fervendo por dentro. Olhei novamente para a foto e soltei outra risada.

Obviamente, perdi a razão completamente.

Mas não importava. Anexei a foto em um e-mail e escrevi no assunto: "Está vendo isso? É o que está perdendo." Antes que pudesse pensar sobre o que estava fazendo, pressionei o botão para enviá-lo. Sacudi a cabeça com a ousadia dos meus atos e rapidamente arrumei minha roupa. Quando me movi, notei que ficara tão excitado novamente que estava com o amiguinho lá embaixo babando.

E então o celular vibrou. Dessa vez, era realmente uma mensagem de texto.

— Não vai facilitar as coisas para mim, não é?

Ergui a sobrancelha ao ler e respondi. — Só estou seguindo o seu exemplo. Por falar nisso, você nunca saberá quando enviarei uma foto parecida com essa, então, prepare- se. Pode ser enquanto você está no trabalho. Em um de seus eventos. Ou até mesmo durante uma reunião. Na verdade, talvez essa última seja a melhor opção, já que você me enganou essa noite.

Esperei um momento e uma nova mensagem chegou. —

Posso pedir ao motorista para dar meia volta. Você sabe disso, não é?

Pensei no assunto. Mas, apesar de querê-lo tanto, rejeitei a ideia. O que estava acontecendo entre nós me deixava louco de excitação, mas eu via a lógica na argumentação dele. Deixar as coisas crescerem até o ponto em que nenhum dos dois aguentasse mais. Então, quando chegasse o momento certo, o que viveríamos juntos seria algo de que nunca esqueceríamos.

Será enlouquecedor.

— Lamento — escrevi. — Mas você teve a sua chance.

Vamos deixar isso crescer. Talvez daqui a alguns meses?

Pressionei o botão para enviar e aguardei uma nova mensagem. Quando ela chegou, dizia: "Meses, não, sr. Kent."

— Estou pensando em vários meses. Você não deveria ter feito aquilo comigo.

— Fiz o que achei que era certo.

— Você vestiu a camisa novamente?

— Não estou usando nada. Quer uma foto?

Eu corei quando li aquela mensagem e fechei os olhos ao pensar nele. — Eu posso esperar. Acho.

— Estamos trocando mensagens eróticas?

— Acredito que sim.

— Já fez isso antes?

— Acho que você sabe que não.

— Nem eu. Parece que somos dois adolescentes.

— Que engraçado — escrevi. — Eu me sinto como um homem.

* * *

Quando o motorista me deixou na frente do prédio, agradeci, atravessei correndo a rua pouco iluminada e rapidamente coloquei a chave na fechadura. Eu queria me afastar daquela rua depressa. Ela estava escura e dava-me arrepios. Agora, eu tinha um salário fixo e não havia mais desculpas para permanecer lá. Lisa e eu precisávamos encontrar um novo lugar logo.

Somente depois que eu estava dentro do prédio, em segurança, o motorista foi embora.

Subi os quatro andares e entrei no apartamento. Lisa estava sentada no sofá, com as páginas de um manuscrito na mão e o martíni noturno ao lado. Ela olhou para mim quando entrei e cumprimentou-me antes de circular algo no manuscrito. Em seguida, largou-o no colo e ficou me encarando.

— Ora, ora — disse ela. — Olhe só para você.

Coloquei o celular sobre o balcão da cozinha. Eu não conseguia esconder nada de Lisa. Em um segundo, ela estaria me pressionando. Na verdade, já estava. — O que quer dizer?

Ela pegou o martíni e tomou um gole. Havia um olhar travesso no rosto dela quando disse: — Belo roupa.

— Obrigado.

Ela olhou para os meus pés. — Lindos sapatos.

— Eu gosto deles.

— São confortáveis?

— Nenhuma bolha hoje.

— Pelo menos, não nos pés.

— Como?

— Nada, só pensando alto.

— Desde quando você pensa alto?

Ela ignorou a pergunta. — Suponho que você tenha ido para o trabalho hoje bem arrumado. E que seu cabelo

não estava essa bagunça que está agora. E que você não apareceu em público com manchas na calça. Como essa, bem ali.

Ela apontou para a minha virilha.

Eu olhei para baixo e, mortificado, vi a mancha.

— Ah, meu Deus. Essa roupa custa uma fortuna.

— Amigo, você está um caos.

Eu entrei na sala de estar e sentei no sofá.

— Você não acha melhor tirar essa roupa e enrolar-se em uma toalha antes de se sentar?

— Qual é...

— Não, de verdade. Por favor.

— Que seja. — Eu me recostei no sofá e sorri para o teto.

— Eu deveria deixar você em paz?

— Ah, não. Nós vamos conversar. Estou pegando fogo. Você não faz ideia.

— Ah, acho que estou entendendo. Ele lhe deu um chupão?

— Ele me deu o quê?

— Um chupão.

— Ninguém me deu um chupão. Ninguém nem usa essa

palavra mais.

— Estou brincando. Mas devo dizer que é um alívio saber que você sabe se segurar. Isso é bom.

— Você não faz ideia de como tive que me segurar hoje à noite.

— Olhando para você, eu diria que não se segurou nem um pouco.

— Não é verdade. Tive que me segurar, apesar de não ser por opção minha.

— Então, você ainda é tão puro quanto água engarrafada?

— Eu não iria tão longe. Digamos apenas que estou... intacto.

Ela colocou o copo sobre a mesa. — Muito bem — disse ela. — Preciso dos detalhes. Pode começar a falar. Chega dessa baboseira. Fiquei louca a noite inteira para saber como foi a sua noite e parece que vocês dois se saíram muito bem.

— Muito engraçadinha. Isso nunca aconteceu comigo antes. Espero não ter estragado a roupa. Custou uma fortuna.

— Você ficará bem. Leve-a a uma boa lavagem a seco, eles tirarão a mancha. Mas eu não gostaria nem um pouco de ser você quando tiver que mostrá-la.

— O que direi a eles?

— Nada. Eles saberão o que é e você será julgado e condenado. Basta parecer arrependido, pegar o recibo e sair de lá correndo. — Ela puxou os cabelos loiros para trás da cabeça. Atrás dela, o ar-condicionado emitia um zumbido. — Então, vai ou não me contar o que aconteceu?

— Você não estará preparada para ouvir.

— Dylan, parece que você foi amarrotado por uma dúzia de brutamontes, mas gostou. E seus olhos estão um pouco fora de foco, o que não é comum, exceto quando bebe demais e vi isso muitas e muitas vezes. Mas duvido que esse seja o caso. Eu estou preparada. Tirando as roupas caras e os sapatos, acho que já estive onde você está agora. Há muitos anos. Era o céu e o inferno ao mesmo tempo. — Ela colocou as pernas sob o corpo, mas, logo em seguida, levantou-se. — Tenho uma ideia. Você precisa de um martíni. Ele soltará a sua língua o suficiente para me contar. Quero saber de tudo. Volto já.

— Temos vodca boa?

— Você sabe que sim. Agora temos dinheiro. Qual é o seu problema?

— Acho que estou com amnésia.

— Querido, você só está excitado. Seu corpo está cheio de hormônios pulsantes. Vai passar. Deixe-me preparar uma bebida para você. Ela ajudará a amortecer a dor. Ou seja lá o que for que você está sentindo agora.

— Isso é um mistério — disse eu.

E, então, contei a ela tudo o que acontecera naquela noite.

* * *

— Ele o quê?

— Você me ouviu.

— E você fez o quê?

— Você me ouviu.

— Não acredito nisso. Quem é você?

— Não sei mais.

— Deixe-me ver as fotos.

— Ora, vamos.

— Nós compartilhamos tudo. Acha mesmo que eu não pediria para vê-las? Vamos, Dylan! Não pode chegar aqui, contar tudo isso e esperar que eu não peça para ver as fotos.

— Está bem. Mas vamos considerar que esse não é o meu momento de maior orgulho.

— Quem se importa? O fato de você confiar em alguém desse jeito diz o suficiente. Eu disse mais cedo e direi novamente: você mergulhou fundo. Eu só não tinha percebido o quanto.

Eu peguei o telefone, abri a fotografia que ele enviara e mostrei a ela. Impaciente, ela pegou o celular da minha mão.

— Puta merda. Eu vi fotos dele on-line, mas nada como isso. Ele é muito mais gostoso do que eu pensava. Olhe para esse peito, esse abdômen. Sendo tão ocupado, como ele acha tempo para manter essa forma? E olhe esse sorriso no rosto dele. Vou lhe dizer uma coisa. Se algum dia meus livros apocalípticos de zumbis virarem um filme, quero que o ator principal seja como ele. Ou, na verdade, quero que seja ele.

— Não acho que Alex seja ator.

— Mas aposto como ele poderia financiar o projeto. Eu fiz o meu dever de casa. Parte da Wenn é a Wenn Entertainment!

— Você me mata.

Ela olhou para a foto novamente e suspirou. — Ele está adorando isso. — Em seguida, olhou para mim com aprovação.

— Que bom para você, querido. De verdade. Agora, onde está a sua foto?

— Você não quer vê-la.

— Ah, sim, quero.

— Então passe para a próxima imagem.

Ela passou e eu me encolhi. E então, por algum motivo, ela ficou em silêncio por um momento. Eu fora longe demais. Sabia disso. Mas ela disse: — Olá, supermodelo. Olhe só para você. Gostoso. Belo pescoço. Adorei o cabelo. E você está mordendo o lábio, os olhos estão fechados, a cabeça está jogada para trás. É óbvio que está no banco de trás de uma limusine. Isso deve ter acabado com ele. Excelente jogada, lindo. Excelente. É como se Mario Testino tivesse batido essa foto.

— Mario quem?

— Você não entenderia.

— Ele é um dos seus fotógrafos de moda?

— Ele é o fotógrafo de moda. Pense em Madonna, Madonna, Madonna no decorrer dos anos. E muitos outros famosos. — Ela admirou a foto por um momento mais antes de me devolver o telefone. — Aposto como isso fez com que Alex repensasse tudo.

— Depois de receber a foto, ele queria pedir ao motorista que desse meia volta. Eu disse que isso não aconteceria, pois acho que ele está certo. Isso tem que crescer. Eu quero que cresça.

— Estamos construindo uma casa de dois andares? Ou um arranha-céu?

— Definitivamente não é um arranha-céu.

— Que bom.

— Mas esperarei o tempo que for preciso até o momento certo.

— Quando isso acontecer, é melhor que esteja preparado. Porque esse homem vai aniquilar você.

— Essa é uma das suas palavras de zumbi?

Ela terminou o martíni e inclinou a cabeça para o lado.

— Talvez. Mas quando ele colocar as mãos em você e os dois decidirem que é o momento certo? É isso que acontecerá. Você se sentirá aniquilado, no melhor sentido da palavra. Ele acabará com a sua virgindade e destruirá você na cama. Essas são as duas definições de "aniquilar": "acabar" e "destruir". Espere e verá.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...