1. Spirit Fanfics >
  2. Acabe Comigo 2 >
  3. Que tipo de vida é essa? - FIM DO LIVRO2

História Acabe Comigo 2 - Que tipo de vida é essa? - FIM DO LIVRO2


Escrita por: WillDiniz

Capítulo 21 - Que tipo de vida é essa? - FIM DO LIVRO2


— Você foi atingido por um tiro? — perguntei a Alex enquanto o carro corria pelas ruas em direção a algum hospital.

Ele ergueu o rosto, piscou algumas vezes e finalmente conseguiu recuperar o fôlego. Virando-se no assento, ele pressionou a mão no peito, mas vi que a camisa estava seca, sem um pingo de sangue. Passei a mão nele para ter certeza. Estava seca.

— Não — disse ele. — Quando eu fui empurrado para dentro, acho que meu peito bateu na beirada da porta. Perdi o fôlego e caí sobre você. — Ele se esforçou para sentar e coloquei a mão sobre o joelho dele. — Estou bem.

— Tem certeza?

— Tenho certeza.

Eu me virei para o motorista, que sabia que era também um dos guarda-costas de Alex, pois carregava uma arma. — O que diabos foi aquilo?

— Uma tática de terror. Eles estavam usando uma espingarda. Se quisessem atirar em Alex, teriam conseguido.

— Quem são eles?

— Ainda não sabemos.

— De onde estavam atirando?

— Se eu tivesse que supor, diria que de um dos prédios do outro lado da rua.

— Então, sabiam que estávamos aqui.

— Parece que sim.

— E por que isso?

— Não sabemos.

— E quando saberão? Há quanto tempo isto está acontecendo?

— Há algum tempo — disse Alex. Ele hesitou antes de falar, mas pareceu tomar uma decisão e virou-se para mim. — Na última semana, recebi várias ameaças de morte.

— Ameaças de morte?

— Recebi mais uma esta manhã.

— Recebeu como?

— No celular. Uma mensagem de texto.

— O que ela dizia?

— Não quero que se preocupe com isso.

— Você acha que não estou preocupado depois do que acabou de acontecer? Depois de atirarem em nós? E depois dessa confissão? É claro que estou preocupado. O que ela dizia?

— Que estarei morto em breve.

Ele viu o olhar de medo que cruzou meu rosto e impediu- me antes que eu dissesse alguma coisa. — A segurança está investigando. Se for preciso chamar o FBI, nós chamaremos.

— Quem quer matar você?

— Pode escolher. A Wenn tomou dezenas de empresas e corporações. Tiramos muita gente do mercado. Pessoas perderam o emprego por nossa causa. Meu pai era um alvo frequente de ameaças. Como eu disse, isso não é novidade, com exceção do que acabou de acontecer. Nenhuma ameaça chegou a esse ponto. Mas, de resto, estou acostumado.

— Que tipo de vida é esta?

— A vida que herdei do meu pai.

Minha cabeça começou a latejar. Eu quase o perdera, o que, naquele ponto de nosso relacionamento, era algo incompreensível. Eu estava aterrorizado. Não podia perdê-lo agora. — Isso começou quando estávamos no Maine, não foi?

— Começou antes de irmos para o Maine.

Eu não consegui evitar a raiva e uma sensação de traição.

— E você não me contou antes de irmos? Você sabia disso e ainda assim fizemos sexo? Por que fez isso comigo? Estou emocionalmente envolvido com você agora.

— Você acredita por um minuto que não estou tão emocionalmente envolvido com você? Talvez até mais? Quando estávamos no Maine, ainda achei que fosse só mais um trote. Outra ameaça falsa. Recebi dezenas delas. E não comecei o que aconteceu entre nós naquela primeira noite no Maine, Dylan. Foi você.

— Você poderia ter me impedido. Sabia o quanto eu estava vulnerável naquele ponto. Sabia que eu estava cedendo. Por que não me impediu, especialmente com essa ameaça contra você? Deveria ter me impedido. Sabendo de tudo isso, nada deveria ter acontecido naquela noite, nem na praia, nem no elevador. Tenho uma intimidade com você agora de uma forma que não deveria ter.

Ele não respondeu.

— O que achou que aconteceria quando fomos para o Maine?

— Eu não sabia.

— Ora, vamos. Nós dois sabíamos.

Eu me recompus e concentrei-me no problema real: a segurança dele, a minha segurança e como poderíamos acabar com aquilo imediatamente para seguirmos em frente. — Quando você envolverá o FBI?

— Provavelmente amanhã.

— Por que amanhã? Por que não chamá-los agora? Isto é sério. — Mas eu percebi o motivo. — É por causa da imprensa, não é? Você está preocupado que a notícia possa afetar as ações da Wenn.

— É isso mesmo. O conselho também.

— Dane-se o conselho. Dane-se a Wenn. A sua segurança vem em primeiro lugar. Certamente o FBI consegue manter isso em segredo. Eles são o FBI, pelo amor de Deus. Bote seu pessoal no telefone e comece a investigação. Você disse que está recebendo mensagens de texto. Elas são enviadas de celulares. Certamente, há um nome associado a esse celular.

— Você está sendo ingênuo.

— Como assim, ingênuo?

— Há serviços de mensagens de texto, Dylan. Alguns deles oferecem versões gratuitas, sem cartão de crédito associado. Só exigem um endereço de e-mail, que nós dois sabemos que pode ser falso. E há também TracFones. Você sabe o que eles são? Você pega um deles em lugares como Wal- Mart, Best Buy, Target. Em qualquer lugar. Eles são pré- carregados com minutos. Nada pode ser rastreado à pessoa que tem o telefone, especialmente se ela pagou em dinheiro. Eles oferecem completo anonimato até que você adicione mais minutos usando um cartão de crédito. Se um TracFone foi o que a pessoa usou para me enviar aquelas mensagens, não acha que ela simplesmente comprará outro quando acabarem os minutos, em vez de expor a identidade? É claro que sim. Você não está vendo todos os lados disto. E são apenas duas opções em que pensei. Tenho certeza de que o FBI conhece uma infinidade de outras formas de enviar uma mensagem de texto anônima. E, por falar nisso, o número associado às mensagens que recebi. Quando ligo para eles, não acontece nada. A pessoa não atende por motivos óbvios. Já tentei.

— Não acredito por um minuto que o FBI não tem a capacidade e as ferramentas necessárias para lidar com este tipo de situação. O que está atrapalhando agora é você e sua maldita empresa. Você me contratou como consultor...

— Um consultor de negócios.

— É isso mesmo. E este é o conselho que lhe dou agora. Chame o FBI. Deixe que eles façam o trabalho deles. Deixe que eles acabem com isso. Se e quando a notícia de que havia uma ameaça contra a sua vida vazar, estaremos preparados para dizer à imprensa que estamos lidando com o assunto. Faremos nosso trabalho antecipadamente. Contra-atacaremos com um monte de notícias sobre outros presidentes de empresas que foram alvos semelhantes e faremos com que soe como algo comum. Basta ler o Times ou o Journal. Ou prestar atenção ao noticiário em geral. Ou até mesmo dar ouvidos ao bom senso. Qualquer pessoa de poder, e isso inclui você, Alex, está vulnerável o tempo todo. Os seus investidores sabem disso. Seriam idiotas se não soubessem. Não vejo como isso poderia afetar a Wenn. Use as informações corretamente e a Wenn poderá até mesmo ganhar com isso.

— Por que acha isso?

— Não existe uma coisa chamada imprensa ruim, Alex. Se há uma forma de virar o jogo, se for necessário, eu a encontrarei.

— E você tem a habilidade para isso?

O comentário me ofendeu. Na realidade, a conversa inteira me ofendeu. — Eu tenho a habilidade de olhar nos olhos do presidente de uma grande empresa e colocá-lo na linha de uma maneira que ninguém mais ousa. Medite sobre o assunto, pois nós dois sabemos que tudo o que eu disse é verdade. Telefone para sua equipe de vigilância e diga a eles para entrar em contato com o FBI.

— Leve-nos para casa — disse Alex ao motorista. — Não preciso consultar um médico. — Ele olhou para mim e, em sua expressão, havia um pedido de desculpas. — Eu não sabia que isso chegaria tão longe. Fui ameaçado muitas vezes desde que assumi o comando da Wenn e todas foram ameaças falsas. Obviamente, esta não é. Achei que conseguiria escondê-la de você, mas, claramente, não é o caso.

— Não, não é — respondi. Ele olhou para mim.

— Há mais uma coisa que você precisa saber — disse eu.

— Hoje à noite, eu recebi uma ameaça de morte. Também achei que fosse um trote, senão teria contado a você no momento em que a recebi, especialmente se soubesse disso tudo. Se eu soubesse disso, teria contado imediatamente.

Ele pareceu horrorizado. — O que ela dizia?

— Que eu estaria morto em breve. Incluía uma fotografia minha em anexo, que foi tirada hoje à noite. Quem a enviou estava na multidão quando saímos da limusine. Na foto, estou usando esta roupa. A pessoa estava a poucos metros de mim e ela me ameaçou. Como você pôde não me contar sobre isto antes? Você colocou a sua vida em perigo, e a minha também.

— Eu devia ter levado isso a sério. Eu sinto muito. Mas é tão rotineiro...

— Não me importa se era rotineiro no passado. Neste momento, a rotina terminou. Agora, eu estou envolvido. Aquelas balas que foram disparadas podem ter sido para mim, não para você. Já considerou isso? O público sabe que somos um casal e sabem que você perdeu Diana. Alguém pode querer me tirar de você também. Por algum motivo, alguém pode querer me matar para enviar uma ameaça ou mensagem direta a você.

Ele ficou me encarando sem palavras.

— Você devia ter me contado sobre isso tudo quando começou — continuei. — Eu sabia que alguma coisa estava acontecendo. Eu lhe perguntei quando estávamos no Maine, mas você se recusou a me contar. E, ao não me contar para que eu pudesse me preparar, colocou minha vida em perigo.

— Não achei que isso fosse tão longe.

— Bem, mas foi. E não preciso ouvir mais nada. Já ouvi o suficiente. Já entendi. — Eu me inclinei na direção do motorista. — Quero sair.

— Não é uma boa ideia, sr. Kent.

— Pare o carro e deixe-me sair. Quero pegar um táxi. Faça isso agora, senão abrirei a porta e pularei.

Ele se aproximou do meio-fio e parou o carro. Saí do carro e comecei a andar pela calçada.

Alex veio atrás de mim.

— Volte para o carro onde é seguro — disse ele.

— Onde é seguro? Sério, Alex? Neste momento, lugar nenhum é seguro.

— Aquele carro é à prova de balas. Volte para dentro dele.

O celular vibrou dentro do bolso, o que lançou uma onda de terror pelo meu corpo.

Pode ser Lisa, pensei. Mas sabia que não.

Atrás de mim, ouvi Alex aproximando-se. Naquele momento, eu não o queria perto de mim e continuei andando ao pegar o telefone. Vi que não era uma mensagem de texto. Era outro e-mail. Eu o selecionei e senti o coração gelar ao parar para ler as palavras na tela.

— O que foi? — perguntou Alex. Eu a li novamente.

— O que diz?

Virei a tela para que ele mesmo pudesse ler.

"Você morrerá com ele", dizia o e-mail. "Não demorará muito, vocês dois estarão mortos. Despeçam-se agora, Dylan. Dê-lhe aquele último beijo na calçada. Enquanto ainda pode. Darei a vocês dois um momento para que se despeçam antes de morrerem."

Continua...


Notas Finais


Livro 2 chegou ao final, logo posto o livro 3. Vlw pelo apoio que estão dando a história.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...