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História Acaso Prometido - Receios e recomeços.


Escrita por: oliviahzye

Notas do Autor


Capítulo Corrigido.
Obrigada Lu-pi!





Voltei rapidinho, né?
Eu avisei que não ia demorar e podem se acostumar com isso, esse capítulo inicia a nova fase entre as nossas personagens, mas o que será que vem por ai?

Leiam as notas finais, por favor!


BOA LEITURA~

Capítulo 23 - Receios e recomeços.


Fanfic / Fanfiction Acaso Prometido - Receios e recomeços.

 

 

O olhar castanho da loira repousou em um ponto qualquer do assoalho mais à frente, estava na sala da grande casa, enquanto um filme qualquer passava na tv, apenas para evitar o silêncio. Hyejoo estava ao seu lado, ambas sentadas sobre o tapete felpudo, desfrutando de um café da manhã simples posto sobre a mesinha de centro.

Chaewon sentia-se anestesiada.

Após o beijo trocado na cozinha, decidiram levar o café da manhã até aquele cômodo e comer por ali mesmo, mas a partir do momento em que se sentou no tecido macio, ela pareceu mergulhar na própria bolha de pensamentos.

Hyejoo, que estava ao seu lado passando geleia de morango na sua torrada, olhou-a de soslaio. Se pudesse ter um poder, escolheria o de ler pensamentos e entender o que se passava na mente da loira, mas não possuía, então fez o que pessoas normais fazem. Ela perguntou.

— No que tanto pensa? — A morena indagou curiosa.

Em você.

Chaewon quase disse, foi por pouco.

— Apenas algumas coisas idiotas. — Ela sabia que agir daquela forma não ajudaria em muita coisa, mas era acostumada a pensar demais, planejar demais. Sentia que havia saído dos trilhos e não saber o que fazer depois a amedrontava.

— Compartilha comigo. — Hyejoo pediu, deixando as torradas sobre o prato e depositando toda a sua atenção na garota ao seu lado.

— Não sei se devo encher você com as minhas paranoias. — A loira disse de forma baixa, mais um pouco e a outra não a ouviria.

Hyejoo encostou suas costas no sofá atrás delas, dobrou os joelhos e apoiou os braços sobre o mesmo. Pensativa com a fala da mais baixa, ela perguntou-se mentalmente o que seria dali para frente, poderia dar tudo certo ou dar tudo errado, mas não podia fingir que nada tinha acontecido a partir daquele ponto.

O toque dos lábios macios da loira sobre os seus ainda estavam gravados em sua mente e ela jurou ainda poder sentir o gosto do beijo e o toque das mãos quentes e pequenas em sua nuca. Hyejoo, por mais confusa que pudesse parecer, não estava disposta a desistir naquele ponto e deixar tudo do jeito que estava antes.

Uma semana havia sido mais do que suficiente para que ela pudesse ver a outra com outros olhos, ou que pelo menos notasse o quanto tanto negava inconscientemente. Lembrou de quando foi o porto seguro da garota em meio a tempestade e da sensação de importância quando teve os braços dela rodeando o seu corpo, querendo apenas a sua presença, precisando apenas do seu cuidado.

Hyejoo queria estar ali para Chaewon.

E admitir aquilo para si mesma causava pequenos redemoinhos em seu estomago, como se borboletas voassem de um lado para o outro. Sentia-se insegura e receosa, mas se deixasse aquilo tomar conta de si, o beijo durante a madrugada sequer teria acontecido e sabe-se lá por mais quantos dias elas seguiriam daquela forma.

A morena ponderou por alguns segundos, não queria pressionar a garota.

— Insegurança? — Hyejoo perguntou, mas soou como uma afirmação. — Eu também estou me sentindo assim. — Permitiu-se admitir em voz alta.

O olhar, antes perdido, foi direcionado aos olhos cuidadosos e intensos da morena. Chaewon pode jurar que poderia passar horas e horas os encarando, viu ali algo como um abrigo e não segurou um repuxar de lábios em um sorriso tímido, mas que aqueceu o peito da morena.

— Sim...

A loira disse um pouco envergonhada.

— Sabe... — Hyejoo iniciou, desviando o olhar por um momento para focar em um ponto qualquer, mas logo seus olhos encontraram-se novamente. — Lembra das perguntas que te fiz no riacho?

Chaewon assentiu.

— Eu estava nervosa, porque eu simplesmente desejei te beijar ali e eu me vi confusa com o que estava sentindo. — A morena admitiu. — Você falou algo sobre as coisas acontecerem como precisam acontecer, seja com quem for. — Ela frisou a última parte.

A loira lembrava-se disso muito bem daquela frase, fora direcionada completamente a garota que estava ali ao seu lado. Sentiu um rubor nas bochechas ao recordar das perguntas, sempre direcionadas a sua vida amorosa, agora ela entendia o porquê.

Embora ainda estivesse com um pé atrás.

— Ter receio é normal, eu também tenho. Eu nunca me apaixonei, Chaewon, e você faz eu sentir coisas que eu nunca pude sentir antes. — Hyejoo continuou, sem saber de onde estava tirando aquela coragem.

As palavras entraram pelos ouvidos da loira como uma melodia doce e lenta, pegando-a de surpresa e fazendo um tom rosado ganhar espaço nas bochechas um pouco salientes. Sentiu a sinceridade nas palavras da morena a atingirem, talvez estivesse sendo cautelosa demais ou estivesse deixando suas paranoias tomarem conta do que ela realmente queria.

Sentir o beijo da garota que amava foi como visitar o paraíso e aquela sensação que os lábios triangulares lhe causaram ainda estava presente ali, adormecendo a sua boca, como se o toque da outra fosse a sua anestesia e o seu receio, como se fosse o seu ponto fraco e também o seu ponto forte.

Chaewon decidira ser sincera, assim como a outra estava sendo.

— Não quero ser alguém a quem você apenas se apegou porque não tinha outra escolha a não ser conviver. — Chaewon deixou escapar. Esse era o seu maior medo.

Hyejoo conseguiu ver todos os receios no olhar da outra e entendeu cada um deles, no fundo, ela compartilhava do mesmo medo. Em nenhum momento imaginou que a garota a faria sentir sensações como as que estava sentindo, mas ela entendia completamente os pensamentos da loira, ainda mais depois do que descobriu. Hyejoo temia machucar Chaewon novamente, mesmo que na primeira vez tenha feito isso inconscientemente.

Elas perderam tanto tempo com joguinhos e implicâncias que agora parecia complicado simplesmente esquecer tudo aquilo, não porque ainda estavam presas aos sentimentos anteriores, e sim porque estavam acostumadas ao que eram antes de uma forma tão grande, que precisariam contribuir para colocar um ponto final em tudo e começar do zero.

Hyejoo estava disposta, queria muito que a outra também estivesse.

— Eu não quero te magoar. — Ela sussurrou.

Seu braço foi estendido para que as pontas de seus dedos tocassem os fios dourados, dedilhando-os suavemente como as cordas de um violão, ela fez um carinho singelo.

— Por que me diz essas coisas? — Chaewon fechou os olhos por um momento, sentindo o toque em seus cabelos. Indagou em uma voz mansa, calma e suave. — Faz o meu coração acelerar dessa forma. — A última frase era para ter ficado em pensamento.

Hyejoo sorriu, aproximando-se um pouco até estar lado a lado com a outra. Seus dedos desenhavam trilhas invisíveis entre os fios loiros de forma lenta, querendo aproveitar ao máximo aquele contato.

— Porque eu quero estar com você. — Disse. Os olhos da loira abriram-se, encontrando os seus. — Eu quero conhecer você, quero conhecer muito mais do que a garota que acostumei a detestar.

— Sinto que eu nunca te odiei. — Chaewon sussurra em confissão. O cheiro do perfume natural que a morena tinha adentrava por suas narinas, misturando-se com o aroma do café da manhã na mesa a frente delas.

Hyejoo sorriu, levando a mão até a nuca da loira, entrelaçando ali os dedos em mais alguns fios, aprofundando o carinho. Chaewon não sabia que precisava tanto sentir a carícia por parte da outra até realmente sentir e ela tinha a certeza que podia ficar ali por muito tempo.

A mão pequena da loira foi de encontro a da morena depositada em sua nuca, acariciando-a por cima do contato. Desenhando círculos invisíveis com a ponta do seu polegar sobre a pele macia.

— Está se confessando? — Hyejoo brincou.

— E se eu estiver? — Chaewon entrou em seu joguinho com uma coragem que não sabia de onde havia saído, mesmo que não fosse uma mentira. Ela realmente estava se confessando.

Hyejoo riu baixo, pela primeira vez ficando sem palavras.

A morena inclinou um pouco a cabeça, parecendo demorar mais do que o normal encarando o rosto a sua frente. Observava os traços da garota sem pressa, desde as sobrancelhas bem marcadas até o jeito que os lábios se repuxavam de um jeito um pouco torto quando ela sorria.

— Estou te deixando sem graça? — Ela sabia que estava. As bochechas da loira tinham ganhado um tom rosado adorável.

— Você sabe que sim. — O carinho em sua nuca continuava, assim como suas carícias sobre a mão da morena. — Pare de me olhar assim... — Pareceu um pedido, mas a de cabelos escuros não o levou a sério.

— Assim como? — Hyejoo perguntou com um sorriso na voz.

Chaewon lembrou imediatamente do dia em que foram para o luau, ela havia falado exatamente a mesma coisa.

 

— Pare de me olhar assim... — Foi tudo o que a loira disse.

— Assim como?

— Assim... como se estivesse se importando.

 

— Assim... como se eu fosse desmanchar sem o seu toque. — A loira viu a outra arquear uma das sobrancelhas.

— E você vai? — Hyejoo parecia divertir-se com a outra envergonhada.

— Você é idiota, sabia? — A loira tentou soar brava, mas obviamente falhou. Parecia ter perdido o poder de intimidar a morena, se é que um dia o teve. Chaewon preferia acreditar que sim.

A loira observou a outra aproximar-se ainda mais, com um sorriso nos lábios, ela não cessou o carinho em sua nuca e depositou suavemente um selar em sua bochecha direita, fazendo-a esquentar ainda mais.

— Eu sabia sim, você me disse isso algumas vezes. — A morena abriu ainda mais o sorriso, mostrando a linha perfeita de seus dentes. Chaewon achava o sorriso de Hyejoo adorável, seus dentes grandinhos a fazia ficar frequentemente com os lábios entreabertos.

— Algumas inúmeras vezes você quis dizer.

A mão da loira deslizou pelo braço da outra, colocando-a próxima a gola do moletom da morena. Estavam próximas o suficiente para que sentissem suas respirações misturando-se, mas não tão perto quando ela queria que estivessem.

 Chaewon puxou Hyejoo lentamente pela barra da gola do casaco na cor cinza, aproximando-a ainda mais. Hyejoo repuxou os lábios em um sorriso ladino, seus narizes roçavam em um carinho inocente. Ambas permitiram-se fechar os olhos e desfrutar do simples toque, sentindo os hálitos se misturarem à medida que prolongavam o contato.

A morena tomou a liberdade de cortar a pouca distância depois de quase um minuto daquela forma, seus lábios triangulares capturaram suavemente os lábios macios da outra pela terceira vez naquele dia — se fosse contar o beijo durante a madrugada — e ela pode ouvir a mais baixa arfar quase silenciosamente com o toque. Sentiu a outra selar e repuxar seu lábio inferior devagar, sem morder, apenas aprofundando o toque em seguida.

Chaewon mantinha a mão apertando a gola do moletom da morena e a outra segurava fortemente o tecido felpudo do tapete, demonstrando o nervosismo com o toque. Prendeu a respiração quando sentiu o toque quente da língua da outra dentro da sua boca, tornando o ósculo mais intenso do que o que havia na cozinha, imaginava que as suas bochechas estavam e tão vermelhas como tomates naquele exato momento.

Hyejoo sorriu entre o beijo ao notar a outra soltar a respiração que prendia, estavam cedendo a tudo aquilo que negaram durante os dois anos que passaram a decidir compartilhar de um ódio mutuo. Com um selar suave nos lábios da loira, Hyejoo quebrou o contato, mantendo as testas unidas, enquanto seus olhos encaravam a garota. Viu a mãos da loira tocarem o seu rosto, acariciando com o toque quente da ponta dos dedos, a mais baixa inclinou-se beijando-a novamente, um selar carinhoso e doce, que fez os batimentos da morena ficarem descompassados por alguns segundos.

A morena buscou dúvida no olhar castanho da outra, buscou incerteza e receio, mas sentiu vontade de sorrir quando não encontrou nada daquilo. Chaewon mantinha o olhar no seu, sustentando-o por longos segundos antes de sorrir sem mostrar os dentes e suspirar antes de falar aquilo que a outra parecia ansiar para ouvir.

— Eu quero tentar com você, Hyejoo.

Chaewon finalmente permitiu-se deixar para trás qualquer receio ou medo que pudesse atrapalhar o que estavam compartilhando. Ela conviveu com a incerteza durantes muitos anos, mas não poderia deixar mais que aquilo trilhasse o seu próprio destino, afinal, ela precisava aproveitar o acaso prometido.

Era hora de dar uma chance a si mesma.


Notas Finais


Obrigada por tudo.


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