História Accidentally In Love - Um começo inesperado

Juvia on

Eu tranquei a porta da minha clínica veterinária e saí para comprar ração. Pessoas normais de folga vão ao cinema, shopping ou ficam em casa, mas eu arrumo, limpo minha clínica e saio para abastecê-la.

Bom, vocês não devem tá entendendo nada e até mesmo cagando pro que eu faço na minha folga, então vamos lá...

Oi, meu nome é Juvia Lockser, tenho 26 anos, vocês provavelmente já sabem como é minha aparência, sou um pouco doida e admito que às vezes um pouco infantil. Como já devem ter percebido sou veterinária e tenho minha própria clínica, que custou praticamente meus dois rins, mas com muito trabalho consegui comprá-la. Eu não saio muito e consequentemente não tenho muitos amigos além do Gajeel, Jellal e Lucy, eu adoro esse povo, perto deles eu sou eu mesma.

Agora chega de falar do passado e vamos falar do presente.

Eu estava voltando com as compras, quando vi meu ônibus se aproximando. Corri feito uma louca, mas quando eu estava chegando no ponto...o ônibus passou! (Au: quem nunca?) Eu ODEIO quando isso acontece! É realmente decepcionante pensar que se estivesse no ponto segundos antes...

E para piorar, meu ônibus demora uma eternidade!

Sentei no ponto ainda triste e de repente senti algo fofo nas minhas pernas.

Era um cachorro! Um husky siberiano branco de olhos azuis.

As vezes eu fico impressionada como até os cachorros conseguem ser mais bonitos do que eu.

– Ooowwwwwnnnn!!- Disse encantada pela fofura do dog.- Tá perdido?- pergunto sabendo que o cachorro não iria responder então resolvo olhar a coleira, que por sorte tinha o número do dono.- Vem, vamos achar seu dono...Ice!- Disse lendo seu nome no pingente da coleira e o mesmo se animou. Resolvi ir andando com o cachorro para a clínica e quando cheguei liguei para o dono.

 Gray on

– Levy, já agendou minha reunião com as empresas Eucliffe?- Perguntei no telefone.

– A-ainda não...- Respondeu minha secretária do outro lado da linha.

– Está esperando o quê?

– N-nada vou fazer isso agora mesmo.- Eu desliguei.

Meu nome é Gray Fullbuster, sou dono da empresa de marketing Fullbuster que herdei do meu pai e tenho 27 anos. Meus melhores amigos são Natsu, Erza e Levy.

Não demorou muito para o telefone tocar novamente.

– Alô?

– Senhor Fullbuster, seu cachorro fugiu.- Falou Bisca, minha empregada, com a maior naturalidade.

– Você deixou ele fugir?!

– Ah, claro. Eu abri a porta e falei: let's Go, cachorrinho!- Disse com sarcasmo- Ele fugiu por de baixo do portão de trás.

– Foi procurá-lo?

– Sou empregada, não babá de cachorro!- Eu estava me segurando para não demitir ela.

– Vá procurar ele pela vizinhança.- Eu desliguei antes que ela pudesse reclamar mais. Quando eu achei que finalmente tinha acabado ouço um som, dessa vez era meu celular.- Alô.- Disse já sem paciência.

– Oi, bem... eu...

– Que é?- perguntei já sem paciência.

– É que eu achei seu cachorro, quer dizer eu acho que é seu já que seu número tá na coleira.- Eu nem tinha reparado, mas era uma voz calma de mulher.- O senhor... gostaria de vir buscá-lo?

– Sim, me passe o endereço.- anotei num papel, e saí.

– Senhor Fullbuster, vai sair?- Perguntou Levy assim que passei por sua mesa.

– Vou.

– Mas marquei sua reunião para às 15:00h, daqui à 30 minutos!

– Remarque para amanhã.- Ela me olhou com uma cara de "depois de todo o trabalho que eu tive?!", mas apenas ignorei e saí no meu Mustang azul petróleo. Dirigi até chegar em uma clínica veterinária, desci do carro, bati na porta de vidro e recebi um "entra" em resposta. Entrei, mas não vi ninguém. Andei até o balcão, que ficava de frente para a porta, procurando a dona da voz, olhei por cima do balcão e vi uma mulher de cabelo todo bagunçado... E azul. Vestia um jaleco de veterinária azul, muito mais claro do que seu cabelo, e uma blusa com o desenho de um garoto loiro com uma bola azul estranha na mão que parecia querer atingir o garoto de cabelo preto com um negócio estranho na mão também (au: p quem n entendeu é uma blusa do Naruto lutando com o Sasuke). Ela estava no chão com muitos papéis espalhados. Ela rapidamente se levantou toda desajeitada.

– Desculpa a bagunça é que eu caí... você é o dono do cachorro?- Eu assenti.- Espera aqui.- Aproveitei para observar o lugar, as paredes eram num tom creme e tinham dois sofás azul escuro. Fui tirado dos meus pensamentos por um latido.

– Ice!- Ele veio até mim e começou a pular.- Deu banho nele?- Percebi que estava com um cheiro bom.

– Desculpa, espero que não se importe, é que passou um carro e tinha uma poça de lama...

– Não precisa se desculpar.- Eu tirei 200 reais da minha carteira e entreguei à ela.

– Por que está me dando dinheiro?

– Porquê você achou meu cachorro e deu banho nele.- Ela riu.

– Não precisa, fico feliz só de saber que esse dog vai voltar para casa.- Essa mulher é doida?

– Então tá...

– Por que está me olhando assim?- Só então percebi que fui um pouco indiscreto- Ah entendi, você achou que eu ia querer dinheiro por resgatar seu cachorro?- Ela riu- Desculpa, mas nem todas as pessoas são tão materialistas.- Eu estava meio confuso. Ela não queria meu dinheiro? Essa mulher por acaso sabe quem eu sou?

Ela voltou a arrumar os papéis, eu agradeci e fui embora com meu cachorro.

Mulher estranha.

Juvia on

Que homem estranho.

Terminei de recolher os papéis e logo ouvi o sininho da porta avisando que alguém havia entrado.

– Bem vindo ao- Eu parei de falar assim que vi quem era. - Meredy!- Eu corri até ela, largando todos os papéis de novo no chão.

– Oieee, Juvia!- Ela me abraçou.

– O que ta fazendo na cidade?

– Vim tratar de uns assuntos... tipo o meu casamento!- Nessa hora meu queixo foi no chão.

– V-você vai se casar?!- Eu disse animada.- Parabéns! Quem é o sortudo? Eu conheço? Peraí, quando foi isso?

– Calma aí!- Ela riu- O nome dele é Lyon, você não deve conhecer e faz 3 dias que marcamos o casamento.

– Estou muito feliz por você!

– Já que ficou tão feliz, o que acha de ser minha madrinha?

– Sério?

– Claro, nos conhecemos tipo dês de sempre!

– Então eu aceito!

– Ah! E mais uma coisa: hoje vai ter um jantar para nossas famílias se conhecerem e eu vim te buscar para garantir que você coloque uma roupa decente.

– Oooowwwwnnn! Você me considera da família!- Eu tava quase derretendo de tanta fofura, mas passou assim que me lembrei da outra coisa que ela falou- Peraí, o que tem de errado com as minhas roupas?!

– Juvia, eu te amo como uma irmã, mas eu vou te matar se você aparecer nesse jantar ou no meu casamento com uma camisa do Naruto!

– Eu não ia com uma de Naruto... ia com a de one piece!- Ela já ia me xingar- É brincadeira, é brincadeira! Vamos procurar uma roupa para o jantar.- Fomos até a parte de trás da loja, que é a minha casa improvisada. Ela começou a jogar tudo que havia dentro do meu guarda-roupa na minha cama.- Você podia ser um pouco mais delicada- Disse com uma gota na cabeça.

– Minha filha, você não tem nada decente? Tipo um vestido?

– Vestido?- Murmurei enquanto tentava me lembrar- Não.- Concluí.

– Salto alto?

– Não, machuca o pé!

– Bolsa de mão?- Perguntou já sem esperanças.

– Para quê? Dá trabalho ficar carregando!- Ela bateu na própria testa.

– Ok, tá na hora de ir às compras... Aliás, já passou da hora!

– O quê? Mas eu nem lembro mais como se faz compras!

– Exatamente! Como eu disse: já passou da hora! Vamos!- Disse me puxando.

– Mas e o pet shop?

– Não tem problema você tirar um dia de folga.- Continuou me puxando.

É claro que eu não consegui fugir, é a Meredy!

Pegamos um táxi e fomos ao centro de São Paulo.

Ela me fez passar em não sei quantas lojas -sério, perdi as contas-. Saímos com 12 sacolas e ela ainda me obrigou a passar no salão. Resultado: meu cabelo tá estranho!- mas não que seja um estranho ruim, para falar a verdade eu até que gostei. Mas nunca vou admitir isso para ela.

Depois fomos para minha casa nos arrumar.

Ela colocou um vestido vinho que deixava os ombros a mostra, ele era rodado e tinha a calda não muito comprida. Ela colocou um salto todo cheio de glitter prata (mas não era exagerado) e deixou o cabelo solto.

Eu coloquei um vestido tubinho azul Royal, um salto nud e fiz um coque trançado em meu cabelo, deixando apenas dois fiozinhos soltos na frente.

– Eu não sei não, Meredy... - Eu estava meio insegura quanto ao meu vestido.

– Para com isso! Você tá incrível! Vai arrasar corações!- Ela deu vários pulinhos. -Sabe, é bom as pessoas perceberem que você tem bunda, de vez em quando.

– Uhum, ata.- Fui sarcástica.- Você também tá linda!

– Obrigada! Mas sabe, o Lyon tem um irmão solteiro, bonito...

– Tá bom, tá bom, chega de sonhar! Vou chamar um Uber.- O motorista logo chegou e não demorou muito para chegarmos ao nosso destino.- Nossa, você caprichou na decoração!

– É, o Lyon disse para eu não me preocupar com isso, mas eu quis garantir que saísse tudo perfeito!- Eu ri. Essa é a Meredy, sempre perfeccionista.

– Meredy!- ele chegou. Estava acompanhado de um homem alto e bem bonito.

– Amor!- ela o cumprimentou com um selinho.- Ah! Essa é a amiga de quem eu falei, Juvia! Juvia, esse é o meu noivo!

– É um prazer conhecer você! Acho que não preciso nem dizer que se magoar a Meredy, você morre.

– Vou me lembrar disso!- disse com uma gota na cabeça.- Esse é o meu irmão, Gray.

– Boa noite.- Ele cumprimentou.

Eu tenho a impressão de já ter visto ele em algum lugar, e acho que ele também teve essa sensação, pois ficamos nos encarando por um tempo.

– Bem, temos que resolver umas coisas, né, querido? Vamos deixar vocês a sós!- Ela saiu arrastando o noivo.

– Eu te conheço...- eu falei

– Eu tenho a impressão de já ter te visto em algum lugar...

Espera, essa voz....

– Você é a veterinária!/você é o moço do cachorro!- Falamos ao mesmo tempo.

– Que coincidência! Então você é o tal irmão bonito do noivo da Meredy?- Ele me olhou com a sobrancelha erguida e só aí percebi o que eu havia dito.- É... Quer dizer...

– É bom saber que é isso que andam falando de mim por aí.- Nós rimos.

– Com licença, mas o jantar já vai ser servido.- Nós nos dirigimos à mesa de jantar. Era uma mesa bem longa, tipo daquelas de filmes, com vários pratos e tipos de comida.

Meredy se sentou ao lado de Lyon, eu e Gray nos sentamos na frente deles.

As pessoas mais próximas da família fizeram discursos e rolaram algumas lágrimas da parte da Meredy. Depois o homem que eu acredito ser o pai de Gray e Lyon bateu a colher na taça de champanhe para dizer algo. Eu já tava ficando com fome...

– Bom, primeiramente eu queria parabenizar os noivos. Fico feliz por meu filho ter encontrado uma moça tão boa. E, aproveitando a oportunidade e a família reunida, gostaria de anunciar mais um casamento. Meu filho Gray firmará uma união com a filha da família Hyberion, Mary Hyberion.

A surpresa ficou estampado no rosto de todos, inclusive do aparente noivo, que, muito provavelmente, não sabia de nada.

– Que história é essa de casamento?!- Perguntou Gray, indignado.

– Gray, por favor, não faça uma cena no noivado do seu irmão. Já está tudo decidido.

– Bom é uma pena. Eu também tenho uma notícia pro senhor, pai: acontece que eu já tenho uma noiva.

Peraí... A Meredy não tinha dito que ele é solteiro?

– Ah é? E posso saber quem é essa sua noiva?- Perguntou o pai, em tom de deboche.

– Claro, ela... Está bem aqui. - Ele me pegou pela mão, fazendo com que eu levantasse. Mais uma vez todos ficaram boquiabertos, inclusive eu.

– E quem é ela?

– Minha amiga.- falou Meredy, ainda sem entender nada.

– E posso saber por quê ela parece tão surpresa quanto eu?

Olhei para Gray como quem esperava uma explicação, mas ele só me encarou com aqueles olhos onix quase que implorando por ajuda. Eu respirei fundo.

– Gray, não era para contar assim! Me pegou de surpresa!- Respondi entrando na atuação.

– Juvia, sua safada! Por que não me disse que finalmente desencalhou?- Falou Meredy.

Cacete também não precisava falar assim!

– Desculpa, íamos esperar para contar depois do casamento para não estragar o momento de vocês.- Eu inventei uma desculpa.

– Então temos mais um motivo para comemorar!

Em que merda eu fui me meter?!