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História Aceita ter um filho meu? - Obrigado!


Escrita por: Kurako

Notas do Autor


Hoooooooola, estão preparados?

Boa leitura!

Capítulo 42 - Obrigado!


Fanfic / Fanfiction Aceita ter um filho meu? - Obrigado!

Capítulo XLII 

O quarto já estava pronto, o tom de verde claro predominava no ambiente destacando os móveis brancos, não haviam desenhos nas paredes, apenas o papel de estampa floral que cobria um dos lados do cômodo onde ficavam os nichos que continham os muitos presentes que os gêmeos tinham ganhado de todos. O berço duplo encostado a essa mesma parede florida, ficava bem próximo a poltrona reclinável para amamentação.

Tudo era bem simples como o ômega gostava, porém tinha o toque do esposo, que fez questão de estar presente e palpitar em cada escolha. Eram seus primeiros filhos e embora fossem considerados novos demais para serem pais, tinham plena certeza que fariam o melhor possível, e mesmo sendo gratos por toda a ajuda que sabiam que receberiam, ainda assim queriam eles mesmos ter a responsabilidade de cuidar dos garotos.

A cada vez que se olhava no espelho, Izuku se sentia ainda mais feliz, ainda que também se sentisse uma grande bola, só o pensamento de que faltava tão pouco para ver o rostinho de seus pequenos, fazia qualquer mal-estar passar rápido. Quer dizer, não tão rapidamente assim. Já que seu peso simplesmente pareceu ter dobrado de tamanho, tudo parecia doer e por longas noites não conseguia ter uma qualidade de sono significativa, e perderá praticamente todas as roupas, o fazendo ficar o dia inteiro com seus pijamas de heróis ou algumas poucas peças de gestante que se obrigou a comprar.

Todoroki por outro lado, também não dormia bem, além da preocupação com o sono do amado, ainda lhe vinham pesadelos que o assombravam, onde seus filhos apareciam nos braços do esverdeado, que cuspia sangue enquanto tentava não derrubar as crianças. Por vezes o rapaz de olhos esmeraldas presenciou o marido resfolegando ao quase saltar para fora da cama. Tentava o acalmar como podia, mas sem saber bem o motivo, era difícil.

- Me desculpa, amor. – pediu sem jeito. - Você nem mesmo teve uma festa.

- Ainda isso? Já disse que nunca me importei com aniversários, bom, não com os meus, mas fiquei feliz que todos se lembraram e acabou virando um pequeno chá de bebê.

Faziam exato um mês que o ex-Midoriya havia alcançado a maior idade, e por mais que ele não tenha podido sair de casa – não depois de tudo que tinha ocorrido – todos os seus amigos fizeram questão de comparecer à sua casa, trazendo os presentes que hoje estavam no quarto dos meninos. Foi uma reunião como as que sempre faziam, no entanto para o esverdeado, o dia 15 de julho ficara marcado como a primeira festa para seus filhos.

- Eu queria ter feito algo como você queria para o meu. – alisava os fios verdes. - Mas tudo bem, o que quer assistir?

Estavam a quase meia-hora apenas vendo a vasta opções de filmes e nada de conseguirem chegar a um consenso sobre o que deveriam ver. Era sempre assim, a menos que um dos dois já soubessem previamente o que gostariam de assistir.

- Você escolhe, ou vamos perder a tarde toda só lendo sinopses. – se levantou tendo que se apoiar no braço do sofá. - Vou fazer mais pipoca. – sim, eles haviam comido todas antes mesmo de ver algo.

- Eu faço. – se prontificou. Sem esperar resposta foi em direção a cozinha.

Suas habilidades tinham melhorado consideravelmente, nem mesmo o próprio meio-ruivo acreditava no tanto que tinha progredido nas tarefas domésticas. Agora, ele era capaz de passar roupas sem queimar; preparar várias coisas além de arroz; e embora não fosse tão saborosa ou variável quanto a comida do marido, ainda sim era um grande quebra galho e diminuíra muito as “obrigações” do outro, que já havia se contentado em saber que não podia mais ficar rodando por toda a casa.

- Sabe... – falou alto o suficiente para que o lúpus pudesse entender sem problemas, mesmo sabendo que a audição dele era capaz de tal fato. - Eu acho que já decidi o que quero fazer. Não vou voltar para a faculdade, vou abrir um negócio, um ciber-café e livraria. O que acha? – estava animado com a ideia.

- Ciber-café? – se sentou ao lado do menor, lhe entregando a nova remeça de pipocas.

- Sim, eu gosto de cozinhar e vocês sempre elogiam o que eu faço, mas eu me apaixonei enquanto trabalhava com a Mina, era maravilhoso ficar rodeado de tantos livros, então eu pensei, por que não unir os dois? Não sei, ainda estou formulando direito. O que acha?

- Eu? Eu acho ótimo, você sabe que sempre vou te apoiar, e sabendo que será algo que te fará feliz, conte comigo! – abraçou sem apertar o grávido.

- Vou precisar mesmo da sua ajuda, já que enquanto eu ficar de resguardo não poderei sair muito, gostaria que pudesse ver uma localização e também, me ajudasse com a parte administrativa. Eu sei que é muita coisa – lançou seu olhar de cachorro abandonado - Mas eu não entendo nada dessa parte.

- Não precisa jogar charminho, você sabe que faço tudo por meu lindo ômega. – lhe deu um selinho.

- Humm, é mesmo, alfa? – seu tom era carregado de malicia. - Então...

- Vamos assistir, Memórias de uma gueixa? Me recomendaram. – cortou-o, já se virando para a televisão.

- Você não me deseja mais? Não é. – estava realmente chateado.

- Não é isso, e sabe bem, seu cheiro ainda é o melhor do mundo... – sussurrou próximo ao pescoço do outro. - Você está cada dia mais lindo e não faz ideia do quanto tenho que me segurar, parece até que voltamos ao início de tudo, mas a sua obstetra foi bem clara, Izuku-san, nada de sexo até os meninos nascerem, você precisa de repouso absoluto. – foi enfático.

- Mas nem um carinhosinho? Bem pequenininho? – mostrou o tamanho com os dedos.

- E esse carinhosinho será suficiente para você? – arqueou as sobrancelhas.

- Coloca o filme. – se deu por vencido, logo estapeando o braço do alfa que ria de forma contida de si.

[...]

Tudo já estava pronto, a ansiedade os acometia, sempre pensando em como agir quando chegasse a hora, principalmente o jovem bicolor, que chegara até mesmo a ensaiar mentalmente que levaria Izuku para o carro, correria para buscar as bolsas que deveriam levar para a maternidade e tentaria chegar o mais rápido possível sem causar um acidente. Seria cômico se os pais de primeira viagem não estivessem assustados.

O ômega equivocadamente acabou lendo diversas matérias sobre partos e no meio dessas, algumas tinham finais complicados e trágicos. Fora repreendido pelo esposo, mas já era tarde demais, os pensamentos mirabolantes o enxiam de tanto medo que chegara até mesmo a pedir ao heterocromático que se tivesse que escolher entre eles, os filhos seriam sempre a primeira opção.

Quem poderia os culpar? O casal apesar de mentalmente maduros, ainda estavam cheios de inseguranças, principalmente no que dizia respeito aos seus filhotes. Precisavam urgentemente segurar as crianças no colo, olhando para seus rostos, para ter a certeza de que tudo estava bem. E se dependesse de Todoroki, ninguém se aproximaria deles. O lúpus estava cada vez mais centrado em proteger sua família, recebendo até um cascudo de sua irmã, por ter rosnado para a mesma quando a viu abraçar o ômega com um pouco mais de força do que ele julgava permitido.

E, sem perceber, os dias foram passando, aumentando as expectativas de todos, a casa já não pertencia somente aos dois, sem falhar, as duas últimas semanas antes dos gêmeos virem ao mundo, todos os dias eram visitados por algum dos seus amigos, que as vezes faziam visitas rápidas, ou passavam o dia consigo a depender de quão desocupados eram. Sendo que essa última parte era mais aplicada para Uraraka, que por ainda está na busca por emprego, tinha bastante tempo livre entre as entrevistas que fazia, acabando por passar mais tempo com o amigo.

Realmente era difícil para um ômega conseguir bons trabalhos, sempre ofereciam postos que não condiziam com suas próprias escolhas, sem respeitar ou se atentar para a aptidão da pessoa. Porém ela não desanimaria, não quando seu alfa a apoiava e incentivava em continuar tentando. Por outro lado, Todoroki era grato pelas visitas, elas distraíam o gestante que sempre parecia mais apreensivo com a “demora” segundo ele, para que pudesse segurar seus bebês no colo.

Por isso, aquele sábado fora especial, tomava banho normalmente quando sentiu uma forte dor no abdômen, mas tão forte como veio, desapareceu igualmente rápido, fazendo o rapaz apenas deixar para lá. Ao sair para o quarto, como de costume o marido o auxiliava a colocar a calça do pijama, uma vez que era praticamente impossível para si se abaixar para tal ato.

- Meu amor, está tudo bem? Você parece sentir dor. – questionou ao ver o semblante um tanto abatido do outro.

- Não é dor, só me sinto incomodado, acho que não me enxuguei direito. – colocou a mão na parte de trás da sua calça, percebendo o quão molhada ela estava.

- Isso não é comum, vou trocar a ...

- Aí! – reclamou ao segurar sua barriga. - Essa veio mais forte.

- Izuku, e-está entrando em trabalho de parto?

- Quê? Não. Já vai passar.

- Amor, acho que sua bolsa estourou. – se levantou preocupado.

- Claro que não, minha mãe me disse que é muito líquido amniótico, ainda mais de gêmeos, então isso deve...

- VOCÊ ESTAVA NO BANHO, IZUKU!

- Não grita comigo, Todoroki, ou eu não respondo por mim. – ameaçou.

Entretanto nem obteve resposta, visto que o desesperado marido o pegou no colo rapidamente descendo as escadas e encontrando quase todos os amigos que os aguardavam na sala naquele fim de tarde.

- OS BEBÊS VÃO NASCER!

- Aí meus ouvidos! – reclamou do berro alheio.

- ONDE ESTÃO AS BOLSAS? – ouvira do carro Iida gritar de dentro de casa.

- NO QUARTO DOS MENINOS! – respondera em igual volume.

- Vocês podem ir, nós cuidamos do resto. – Momo assegurou pelo vidro da janela direita do carro.

Não era a primeira vez que dirigia tão rápido por causa do esverdeado, porém era a primeira vez que nem se lembrava de por onde havia passado ou como havia chegado em um lugar, só percebendo o seu entorno quando um enfermeiro tentou retirar Izuku de seus braços. Rosnara alto suficiente para fazer o próprio ômega se encolher em seus braços. Estava se descontrolando.

- Todoroki-san, precisamos colocá-lo na maca e levá-lo para ser preparado para a cirurgia. – o enfermeiro explicou, sendo que já estava mais que acostumado com aquele tipo de comportamento, além de conhecer o casal das anteriores consultas. - Você também deve se preparar para entrar com seu ômega.

Só então o menor foi cuidadosamente colocado sobre o fino colchão por si. Apesar da cara de dor, ostentava um sorriso tão perfeito que fez os olhos dicromáticos marejarem. Foram guiados à salas diferentes, onde retiraram as roupas do ômega, o colocando apenas um roupão e o lúpus um macacão estranho, além de uma touca e máscara. Só o fazendo perceber que estava descalço ali, quando o fizeram usar sapatos apropriados para a sala de cirurgia.

Izuku queria um parto normal, no entanto, desde seu sétimo mês fora alertado de que isso seria impossível, além de macho, era um ômega recessivo, e por mais que sua gestação tenha sido tranquila, nunca teria passagem para os filhos de um alfa lúpus. Mas isso não chegou a o desanimar, pelo contrário, ostentaria a cicatriz que lhe ficaria como sendo o troféu no próprio corpo da sua maior conquista no mundo: dar vida aos seus filhos.

Quando o bicolor entrou no quarto, não pode evitar as risadas, a roupa era engraçada, mas os olhos desesperados do outro o davam ainda mais vontade de rir. Talvez rindo de nervoso.

- Como pode achar graça numa hora dessas? – brincou em tom falsamente ofendido.

- Queria que pudesse ver sua cara agora, além de todo aquele espetáculo lá em casa. – sorriu mais um pouco, antes de ser cortado por outra contração.

- Me desculpa, eu me desesperei. – alisou os fios ondulados.

- Tudo bem, eu entendo.

Antes que pudessem prolongar a conversa, a obstetra entrou completamente vestida para o procedimento, explicando aos futuros pais que poderiam ficar tranquilos, segundo os exames do ex-Midoriya, a previsão era que fosse um parto sem segundas complicações. E assim fora. Tirando o forte aperto que recebia na mão, Izuku não sentira nenhuma dor após a anestesia ser aplicada. Todoroki fizera o impossível para não espiar através da cortina posta para barrar a visão do menor, mantendo o seu olhar nos olhos de floresta o passando a segurança de que tudo estava bem.

Bem, não, completos. Está foi a sensação que os inundou após longos minutos apenas ouvindo os comandos médicos e o medidor cardíaco do ômega, barulhos que foram substituídos pelo som estridente da vida, jamais se esqueceriam desse momento e só então prenderam o olhar em outra pessoa que não fossem eles mesmos. O primeiro filho, ainda sem ser enrolado em nada, coberto de sangue e restos de placenta foi deitado no peito daquele que lhe dava a luz.

Chorando baixo, só pôde ouvir o segundo choro inundando o ambiente, sua visão estava turva pelas lágrimas, mas pediu ao alfa que limpasse seu rosto, precisava olhar bem para aquele rostinho divino. O outro filho também fora posto tal como o primeiro, deitado sobre o ômega que só então soltara a mão do marido, para acomodar melhor os meninos.

Por um instante o sangue do lúpus gelou, aquela imagem era muito parecida com o seu recorrente sonho, mas, mais uma vez fora salvo pela pessoa que mais amava no mundo:

- Eles ainda são muito feios, como é possível eu achar que são a coisa mais linda que já vi na vida?! – sorria amplamente enquanto as lágrimas já não se davam mais ao trabalho de serem contidas.

E só então Todoroki percebera que aquele era o retrato da sua família, a imagem que sobrepujava qualquer pesadelo que tivesse e seria guardado em sua memória para sempre, além da foto que uma das enfermeiras fez questão de registrar da linda família.

- Não diga isso, meu am... – também não se aguentara, era sua vez de chorar como queria. - Obrigado, muito obrigado, Izuku, obrigado. – beijava a testa sob a máscara e não encontrava palavras para expressar o que sentia.

- Com licença, papais. Precisamos levar os bebês, eles serão examinados e logo, logo os traremos para a primeira amamentação, é só o tempo de também cuidarmos da nossa mamãe aqui e levamos para o quarto onde todos ficarão. – de forma gentil explicou a médica.

- Amor, vá com eles. – se desesperou. - Eu vou ficar bem, só não deixa meus filhos sozinhos. – de forma aflita pedia.

- Tudo bem, já voltámos. – deu o último beijo no esposo entendendo toda a sua inquietação e se dirigiu a porta com as enfermeiras que levavam suas crianças.

[...]

- Então, Deku-kun, chega de mistério, qual o nome do pequeno? – Ochako já não aguentava o suspense.

- Eu escolhi pelo cheiro. – sorriu ao acariciar o rostinho em seus braços. Já havia dado de mamar aos dois e agora embalava o sono do que se recusava a dormir de todas as formas. - Nem imaginava que ele seria um ômega, o cheiro era sempre tão forte e acolhedor, até me surpreendi quando o enfermeiro trouxe os resultados.

Sim, todos estavam surpresos, um ômega e um alfa, ambos lúpus. Gêmeos bivitelinos, que mais pareciam duas xerox de ambos os pais, embora sem tanto cabelo ou sem ainda abrir direito os olhos.

- Sempre que estava triste ou preocupado, o aroma ficava ainda mais forte, me confortando ou protegendo, por isso ele será Mamoru, porque foi assim que ele me fez sentir e é assim que ele será daqui em diante. – os olhos marejaram novamente, sem nem mesmo saber se ainda tinha o que chorar.

- Bem, pessoal, o horário de visitas acabou. – alguém informou da porta. - Precisam deixar eles descansarem, viu.

- Voltamos amanhã, Izuku-kun, vamos passar para buscar sua mãe no aeroporto e viremos diretamente para cá. – Tenya explicou, tratando de colocar o barulhento grupo para fora, mesmo com todos os protestos de sua namorada e de Mina, que insistiam que deveriam ficar com os sobrinhos mais um pouco.

Todoroki agradeceu pelas roupas e sapatos que foram trazidas e até mesmo permitiu que segurassem – com todo cuidado e vigilância do lúpus, vale ressaltar – os pequenos. Apenas Fuyumi não havia ido embora ainda, preocupada em deixar sua família em um momento tão vulnerável. A alfa sabia que provavelmente seu pai já deveria estar ciente de tudo e temia qualquer movimento do mesmo.

- Shouto, podemos conversar rapidamente? – o olhar da mais velha já dizia tudo.

- Vamos na cafeteria. Izuku, quer algo? – se virou para o esposo.

- Não, estou cansado, podia colocar ele no berço para mim? Acho que vou tentar descansar um pouco.

- Pode dormir, eu já voltou. – beijou com carinho o ômega da sua vida, sem saber a péssima decisão que estava tomando.


Notas Finais


Primero, quem quer me dá um abraço? Tô me acabando com esse cap. De verdade me emocionei.

Segundo, não estranhem quando Izuku for chamado de mãe, como expliquei, a fic é ambientada em uma sociedade "tradicional".

E terceiro e não menos importante, não esqueci de responder, apenas tive uma semana de cão e nem deu pra entrar na plataforma, mas vou fazer isso agr msm.

Bjs, até a próxima!


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