História Aceite esse anel, Mitchy! - Anel de brinquedo

Único: anel de brinquedo

— Mitchy! — a pequena figura loira chamou, suas perninhas pedalando fervorosamente o triciclo infantil em direção a outra criança, que brincava com seu ursinho, alheia aos chamados devido a sala estar barulhenta pelas outras vozes infantis. Aquele dia a escolinha estava lotada. — Mitchy! — chamou novamente, forçando para a voz sair mais alta.

— Hm…? — Takemichi virou o rosto rechonchudo e coradinho para assistir seu amigo Manjiro vindo até si. — Manji-kun! — sorriu animado, se levantando do chão.

— Mitchy, olha o que veio de brinde no meu lanchinho! — exclamou radiante. Os olhos grandes e negros brilhavam genuinamente feliz e isso contagiou o pequeno Haganaki, que passou a dar pulinhos no tapete felpudo, empolgado para descobrir.  

— O que? O que?  

Sem demora, o Sano enfiou a mão no bolso do calção do uniforme azul, formando um biquinho fofo nos lábios, concentrado na busca do brinde fantástico que havia ganhado. Takemichi aguardava, as mãozinhas fechadas em punhos no ar e os olhos brilhantes arregalados em curiosidade.

A cena era adorável. 

— Isso! — com um sorriso largo, o menino ergueu no alto um pequeno anel azul de brinquedo. O orgulho que ele demonstrava pelo anel parecia que era a coisa mais rara do mundo. — Meu nii-san disse que fui muito sortudo, acredita?! Não deve ser fácil vir um junto do lanchinho.

— Uh~~~ Incrível, Manji-kun! — elogiou, se aproximando do amigo e passando a olhar de pertinho o objeto simples, totalmente impressionado e acreditando piamente nas palavras do mais velho.

Manjiro assentiu, corando pelo elogio.

— Gostou?

— Sim, Manji-kun!

— Ele me lembra os seus olhos — disse entusiasmado, escondendo o fato de que aquilo foi o que o fez gostar mais ainda daquele anel. 

— O-Obrigado! — Takemichi agradeceu e sorriu tímido, enquanto juntava as mãos na frente do corpo e olhava para o chão.

— Me dê sua mão, Mitchy — pediu, já estendendo a sua.

As sobrancelhas delicadas de Takemichi se franzem, mas ele apenas a estendeu, curioso com o que Manjiro faria com ela.

Tranquilamente o loiro segurou a mão esquerda do menino, aproximando o anel, porém antes disso ele ergueu seus olhos, encarando o Hanagaki.

— Meu nii-san disse que eu deveria dar para alguém que fosse importante pra mim. Então… — sorriu levemente. — Aceite esse anel, Mitchy!

Takemichi corou, seus cílios batendo algumas vezes e sua mente processando que era alguém importante para o Sano.

— Hm, aceitar? — questionou aéreo. E quando finalmente entendeu, seu coração se encheu de alegria. Afinal, Manjiro também era alguém importante para ele! 

— Aceito, sim, Manji-kun! — deu um pulinho adorável e assistiu com satisfação o loiro colocar o anel azul em seu dedo anelar — seu irmão mais velho que havia lhe orientado qual dedo correto deveria colocar. 

— Prontinho, Mitchy~ — cantarolou. — Agora estamos casados! Pra todo sempre! — os dois bateram palminhas, rindo. Manjiro o puxou para um abraço forte. Estava tão animado que nem notou o rosto vermelhinho do Hanagaki. — Vem, vem! — segurou a mão do, agora, seu pequeno marido, em direção ao triciclo. 

— O-Onde vamos, Manji-kun? — perguntou docilmente. 

— Nossa lua de mel! 

— Lua de mel? — ficou confuso. — Onde é isso? 

Manjiro parou, ficando pensativo por um momento.

— Não sei, mas é pra onde os recém-casados vão, então nós também vamos! — ficou pensativo mais uma vez, seu biquinho se formando. — Ah! Devem ir comer alguma lua feita de mel, talvez?

— Ahhh, faz sentido! Então vamos, Manji-kun! 

— Sim — assentiu. — Mas como não tenho esse tipo de lua aqui, vamos comer Dorayaki, tudo bem?

— Sim, vamos!  

As duas crianças, que pareciam brilhar, subiram no triciclo. Manjiro estava na frente, segurando os guidões da sua “motocicleta” voltando a pedalar quando Takemichi lhe abraçou. 

E as pequenas figuras rumaram atrás dos Dorayakis para comemorar a união.