História Acertado as contas com o passado - Romione. - Uma proposta traumatizante.

Penélope estava mais um dia enfurnada naquela abafada delegacia; ela fazia diversas pesquisas no banco de dados da policia, a procurando de qualquer indicio ou prova nos arquivos antigos e atuais da delegacia que pudesse resolver o caso de Rony, e assim fazer com que o verdadeiro culpado pagasse pelos seus crimes. Ela estava tão concentrada que não havia percebido que estava sozinha na delegacia; a procuradora só percebeu quando o telefone tocou diversas vezes e ninguém atendeu.

-Droga, ninguém atende – disse levando o telefone a sua orelha. – Alô!

“Boa tarde” sussurrou uma voz grossa do outro lado da linha. “É do décimo quarto distrito?”

-Sim... isso mesmo! – respondeu Penélope, bocejando. –Delegacia de Alma, Alabama...

“Com quem eu falo?”

-... com a procuradora Penélope Clearwater...

“Penélope, aqui quem fala é o Tenente Willian Meneguarda da vigésima quarta” o tenente respirou fundo antes de continuar. “Noite passada após uma denuncia, nossas guarnições encontraram o xerife Simas Finnigan, o xerife responsável pela sua delegacia, baleado, jogado em um beco da cidade.”

  Penélope sentiu seu coração parar por um segundo, um nó desceu pela sua garganta.

-Meu Deus... como foi que isso aconteceu? – disse sentindo seus olhos pesarem. –Ele... ele está bem?

“Simas acabou perdendo muito sangue... Sem falar que ele fora espancado... Os médicos estão fazendo o possível e o impossível para que ele saia bem dessa.”

-Coitado do Simas – murmurou Penélope, se sentindo muito mal pela situação do xerife. – Acharam algum suspeito que possa ter feito essa barbaridade?

“Ainda não descobrimos nada, e não estamos descartando nenhuma hipótese” Willian ficou em silencio, antes de continuar.  “Penélope, você por acaso sabe por qual motivo Simas estava em Nova York?”

-Sinceramente eu nem sabia que Simas não estivesse mais em Alma – confessou se sentindo uma péssima amiga por não ter dado atenção a esse detalhe. – Depois que o Tenente Mark Tombsom, e o sargento Corban Yaxley assumiram as partes investigativas da delegacia, Simas fora posto de lado, ficando apenas responsável pela patrulha da cidade!

“Corban Yaxley?” indagou Willian, não escondendo sua perplexidade no seu tom de voz. “Nos meus registros não consta ninguém com esse nome trabalhando em Alma!”

  Ouvir aquilo atiçou a curiosidade da procuradora; Yaxley não era para estar em Alma, e quem sabe ele nem.

-Por favor, Willian... Pesquise nos seus registros se existe alguém na força policial dos Estados Unidos da America com esse nome... Corban Yaxley!

“Espera... O que você está pensando?”

-Apenas faça esse favor!

   O silencio estava matando a curiosidade da procuradora que apenas ouvia os digitar das teclas do computador do outro lado da linha.   

“Existe sim um Corban Yaxley” Penélope se decepcionou. “Mas acontece que Corban faleceu a quatro anos em um tiroteio com um grupo de traficantes denominados Comensais da Morte.”

-Meu Deus, então quem é esse homem que está se passando por ele? – Penélope perguntou mais para si do que para Willian.

“Por acaso você tem uma foto dele” quis saber o tenente. “Talvez por foto seja mais fácil de achá-lo por algum arquivo antigo!”

-Tenho sim, já mando por escâner... Só peço que quando achar alguma coisa, o senhor mande imediatamente à resposta para o meu celular... Nove, nove, oito, quatro, três mil e um.

“Pode deixar, vou colocá-la agora mesmo no banco de dados.”

-Passar bem... E mais uma vez obrigado.

“É um prazer poder ajudar... Assim que eu tiver o resultado entrarei em contado.”

  Penélope estava perplexa tentando imaginar quem de fato era Yaxley e quem faria mal a SImas; ela mal desligou o telefone, e o mesmo tocou de novo.

-Alô – disse emburrada – policia de Alma, em que eu posso ajudá-lo?

“Sou eu Penélope, o Rony. Você está podendo falar?”

  Penélope olhou para os lados para se certificar que estava mesmo sozinha.

-Posso sim... o que você quer?

“Será que hoje à noite você pode vir aqui em casa?” quis saber Rony.

-Posso sim... Que horas?

“As sete... eu preciso te contar algumas coisas que descobri!”

-Está bem... Estarei lá...

  Penélope pós o telefone no gancho, era estranho de pensar em como estava acontecendo coisas de mais em Alma e aos seus moradores nos últimos tempos, e mais uma vez a procuradora voltou a digitar no seu computador, mais focada ainda esperançosa que fosse achar alguma coisa nos artigos.

   Após passar muitos dias enfurnada dentro de casa, Hermione e Gina saíram para cidade a procura de Ronald que saiu com muita presa, deixando as duas muito preocupadas. A morena abraçava sua própria barriga – que já estava muito grande –, e a todo instante olhava para os lados, com medo de reencontrar Vitor Krum.

-Meu Deus, se acalme Mione, o Morrison não é nem louco de fazer alguma coisa com todas essas pessoas olhando – sussurrou Gina inconformada.

-É que sabe... ele é muito, muito esperto, e obcecado por mim! – Hermione olhou mais uma vez por cima do ombro para se certificar que ninguém estava os seguindo. – Eu tenho medo que mais uma vez eles façam mal a minha Rose!

  A morena tentou se acalmar, contudo, ela sentiu um frio na espinha ouvindo alguém chamar o seu nome as suas costas.

-Hermione...

  Prendendo a respiração a morena foi se virando, e mesmo vendo uma pessoa que a fez muito mal no passado, ela conseguiu respirar um pouco mais aliviada.

-Pansy... Pansy Parkinson! – exclamou Gina, fazendo cara feia.

  A garota meio hesitante veio até elas. Gina ficou irritada, e ela não podia negar que também ficou.

-Você... você não sabe o quanto eu te procurei! – começou Pansy, um pouco sem graça. – Eu preciso muito falar com você, Hermione!

-Diga o que você quer? – rosnou não escondendo seu desgosto.

-Se não se importa Weasley, eu gostaria de falar com ela a sós...

  Gina ia relutar, mas Hermione fez sinal que estava tudo bem. A ruiva fitou por alguns segundo Pansy, depois se deu por vencida.

-Bom, vou te esperar no bar da mamãe... Daqui a dez minutos eu volto! – disse Gina, parecendo inconformada.

-Está bem Gina... Imagino que a conversa aqui seja rápida!

  Assim que viu Gina sair, Hermione se voltou para Pansy; a garota a olhou dentro dos olhos, e logo depois pareceu ficar arrependida.

-Então Pansy... O que você tanto queria falar comigo?

-Er... eu... eu queria... bom – Pansy se calou parecendo estar em um duelo mental se perguntando se continuava ou não. E após um breve silencio ela continuou. – O Weasley deve estar muito feliz, não deve, vendo você grávida?

-Ele está muito feliz – disse Hermione, em um tom serio. –Mas acredito que não seja para falar sobre a minha gravidez que você me procurou...

-Não, é verdade, não foi – Pansy respirou fundo. –Eu... eu queria me desculpar... me desculpar por tudo o que aconteceu no nosso passado!

  Hermione ficou surpresa, ela nunca imaginou que ouviria isso vindo da boca de Pansy.

-Eu sei que é difícil me perdoar, fiz muitas coisas más para você e para o Rony, mas não há um dia na minha vida que eu não me arrependa disso – disse Pansy, parecendo estar muito envergonhada pelo que fez e principalmente pelo que estava fazendo. –Eu confesso para você, por muito tempo fui apaixonada pelo Weasley... por isso topei fazer todas aquelas loucuras por ele.

  Hermione engoliu em seco ouvindo aquilo, era muito doloroso saber que Pansy amava seu namorado, seu marido.

“Mas quando eles quiseram acabar com o bebê... a ai eu surtei... surtei e não quis mais fazer parte daquilo tudo!”

-Eles quem? – indagou Hermione, sentindo seu coração apertar. – O Draco e o Vitor?

-Eles tentaram me matar... me matar para que eu não falasse nada a policia...

-Assim como você fez com o Córmaco?  - Hermione muito irritada a interrompeu. 

  Pansy pareceu ficar extremamente ofendida.

-Eu nunca, mas nunca faria mal o Mclaggen – falou Pansy, com muita veemência. – Eu o amava... na verdade só percebi isso quando o perdi para a Patil... O que te levou a supor isso?

- As investigações apontaram que Mclaggen fora morto por alguém que era ou já fora muito intimo dele, uma ex-namorada! – Hermione semicerrou os olhos na direção de Pansy. – Parvati não machucaria ninguém, então sobrou você que já fora a namorada dele!

-Eu nunca teria coragem de magoá-lo, quem dera matá-lo!

-Tenho certeza que você o magoou muito quando fora pega dormindo com o Draco e o Morrison no vestiário...  

-Alguém inventou essa mentira, mentira que fez o meu namoro acabar – Pansy retorquiu irritada. -Lilá, ela sim que vivia dormindo com Draco e Morrison... A pessoa que os pegou no fraga imaginou ser eu por sempre andar com os dois, mas nunca rolou nada sexual entre nos três!

  Hermione ficou pensando em como Pansy era mentirosa, Lilá era loira, como alguém as confundiria. No entanto, a morena começou a ter algumas lembranças do passado, e alguns flashes de memórias trouxeram a lembrança de Lilá com os cabelos negros, mas por mais que ela tentasse puxar melhor essa lembrança, a morena não conseguia lembrar quando isso aconteceu e se aconteceu mesmo.  

-E outra... Mclaggen não namorou apenas comigo e com a Parvati! 

 Hermione sentiu Rose chutar, e a ela começou a ficar triste se lembrando da sua primeira gravidez; do quanto à perda da sua primeira filha mudou a sua vida por completo.

-Pansy, por favor, me conte melhor essa história da minha gravidez?

  Pansy olhou para os lados como se certificasse que não houvesse mais ninguém ouvindo. 

- Há anos atrás, Draco e Morrison estavam muito chateados, desolados, apesar de tudo que aconteceu, você amava o Rony de paixão. Parecia que quanto mais os dois faziam para separar vocês dois, mais o namoro que depois virou casamento de vocês ficava mais forte.

“E a ira dos dois somente aumentou quando descobriram que você estava grávida!” Pansy parecia inconformada, ela pós as mãos sobre o seu próprio rosto. “Draco disse que o bebê atrapalharia os planos deles, e eu burra concordei. Morrison chorava quase que entregando as pontas.”

“Foi quando Draco deu a idéia de fazer com que você perdesse o bebê!” Pansy não segurou suas lágrimas, e Hermione que já estava péssima, chorou também. “Eu neguei, neguei e os chamei de loucos... Morrison me segurou quando eu ameacei correr, e Malfoy me soqueou diversas vezes, e quando ele sacou sua arma para atirar em mim, por sorte, um casal que passava pela rua gritou, e eu consegui fugir!”

-Eu já suspeitava que tivesse sido eles, mas é muito mais doloroso tendo a confirmação – disse Hermione, com a voz embargada.  

-Mas os dois não agiram sozinhos! – comentou Pansy, olhando desconfiada por cima do ombro. – Eles tiveram muita ajuda... e da ultima vez que eu falei com Emilia, ela disse que os dois estavam sendo ajudados por uma garota que tinha o mesmo propósito do que eles! 

-Emilia Bulstrode... A garota que o Rony está sendo acusado de matar? – perguntou Hermione, de olhos arregalados.

-Isso mesmo... A irmã de Morrison que está mais vida do que nunca!

-A Débora está viva? – Pansy concordou com a cabeça. – Nossa isso livraria o Rony da prisão!

  Hermione ficou pensativa por alguns instantes, antes de disser:

-Pansy, você diria na frente do juiz tudo o que você me falou hoje?

  Pansy ficou por um longo período em silencio.

-Você não disse que gosta do Ron? – Pansy arregalou os olhos na direção dela. – Então, o Rony está perto de ser condenado por um crime que não cometeu você acha isso certo?

-Não, eu não acho certo – a garota sussurrou pareceu um pouco hesitante. – Mas se eu testemunhar, eles me matam! 

Pansy ficou em silencio por um tempo, e disse:

-Eu posso até concordar em falar tudo isso na frente do juiz – Pansy sorriu maliciosa. - Mas em quero uma coisa em troca...

  Hermione engoliu em seco.

-... eu tenho uma proposta para te fazer!

   Após sair da casa de Neville, Rony dirigiu de volta para casa.  Já era escuro quando chegou, e ele estava ansioso para contar aos seus amigos tudo o que descobriu. Assim que entrou no seu quarto encontrou Hermione olhando pela janela pensativa; sua amada parecia preocupada, e aflita, mas mesmo assim ele não resistiu e selou seus lábios aos dela, a pegando desprevenida.

-Meu Deus que susto – disse a morena, levando as mãos ao seu coração.

-Desculpa, é que eu não resisto te vendo assim, você fica muito sexy quando está pensando!

  Hermione ruborizou, parecendo envergonhada; e o ruivo sorriu por deixá-la daquela maneira.

-Nossa... o que aconteceu que está tão animado? – Hermione olhou desconfiada. – Andou se encontrando com alguma sirigaita por ai?

-Capaz, eu fico assim só por te ver linda desse jeito! – exclamou Rony, sentindo seu coração acelerar.

-Não precisa mentir Ron – Hermione revirou os olhos, dando um tapinha no braço dele. – Eu estou parecendo que comi uma melancia!

-Mas pra mim você está linda... A grávida mais linda desse planeta!

  Hermione sorriu de uma forma muito linda, e o ruivo ficou satisfeito vendo o brilho intenso nos olhos dela.

-Obrigado Ron - Hermione sorrindo deu um selinho demorado nele. – Obrigado por sempre tentar me fazer sentir a garota mais linda...

 Os dois se beijaram mais algumas vezes, e Rony mesmo notando que sua amada estava estranha, ele se sentiu o homem mais feliz do mundo.

-A esqueci de te falar, logo a Penélope vai chegar – comentou Rony, e a morena o fuzilou com os olhos.

-Você está andando muito com essa Penélope! – murmurou Hermione, de uma forma enciumada.

  Rony olhou para a morena como se não acreditasse no que ela havia acabado de falar.

-Não estou te entendendo – Rony inutilmente tentou disfarçar sua magoa. - Eu apenas marquei uma reunião para contar algumas coisas que eu descobri hoje... e você e a Gina vão estar pressentes!

  Hermione pareceu ficar arrependida e ao mesmo tempo envergonhada do que disse.

-Ron me desculpa... eu não sei o que está acontecendo comigo – choramingou Hermione, se abraçando ao corpo dele. – Eu estou me sentindo feia, e a todo o momento fico imaginando que você vai embora com outra garota assim...

  Hermione de repente se desvencilhou dele, abaixando sua cabeça e seus ombros.

-... assim como eu fui!

 -Hei – delicadamente ele começou a secar com o dorso do seu dedo as finas lágrimas que escorriam pelo rosto dela. – Eu nunca vou fazer isso... nunca. Mesmo que você foi embora, você voltou... voltou e está me fazendo o homem mais feliz do mundo realizando o meu maior sonho!

  Hermione não se controlou e mais uma vez caiu no choro, mas agora era um choro de emoção

-Eu te amo, Hermione Granger!

-Eu também te amo meu amor!

  Os dois se beijaram por algum tempo, foi quando Rony se desvencilhou da sua namorada se lembrando da reunião.

-A reunião...

 -O que você descobriu Hoje? – indagou Hermione, olhando curiosa na direção dele.

-Logo você vai saber – Rony respondeu sorrindo.

-Me conta vai? – Rony negou com a cabeça. -Mas ao menos conta sobre o que é? – insistiu Hermione, fazendo sua cara pidona. – Conta vai Ron... Conta que eu te digo o que eu descobri essa tarde!

  Rony movido pela curiosidade ia abrir a boca para começar a falar, quando foi interrompido por uma Gina que entrou no quarto deles como um furação.

-Ron – a ruiva parecia que estava chorando – eu estou preocupada com o Harry!

  Rony estava tão preocupado com tudo o que estava acontecendo, que acabou se esquecendo que seu melhor amigo havia viajado para Nova York, e desde então não havia dado mais noticia.

-Nos também estamos – Hermione se abraçou a ruiva.

- Eu estou com medo que alguma coisa de muito grave aconteceu com ele! – disse Gina, com a voz esganiçada.

-Eu acho que ele está bem – comentou Rony, com muita veemência.     

  Gina e Hermione olharam atentas esperando que ele expressasse seu pensamento.

-O Harry além de esperto sabe muito bem se virar... Não se esqueça que ele chegou a entrar para a academia de policia...

-Você também entrou – interrompeu Gina, sorrindo fraco.

-Hei... eu não sabia disso! – exclamou Hermione admirada.

  Nem ele mesmo se lembrava disso; quando Hermione fora embora, após um longo tempo sofrendo, Harry o convenceu a entrar para academia de policia de Tuscaloosa. Mesmo desanimado de tudo o ruivo passou com perfeição por todos os testes, no entanto, quando ele e Harry foram para ser admitido para a força policial, Peter Laruso o assistente do xerife Finnigan, e coordenador do programa de recrutamento de novos cadetes, vetou a convocação dos dois, alegando má conduta em um exercício pratico onde ele e Harry no meio de um tiroteio com balas de festim pararam para ajudar dois cadetes que estavam encurralados. Laruso alegou que eles desobedeceram às ordens que era eliminar todos os inimigos e não proteger.

  O ruivo ficou admirado, esse fato sobre o seu passado lhe trousse lembranças que estava esquecida na sua memória. Mesmo após ter visto Peter Laruso na foto que roubou de Smith, Rony não lembrava que Laruso fora seu instrutor na academia de policia. Laruso era muito envolvido com todos os projetos que envolvia os jovens da região. Rony lembrou também que certa vez um jovem o acusou de assedio sexual, contudo, o xerife Finnigan provou a sua inocência.   

-Ron, será que devemos ir atrás dele? – pediu Gina, com os olhos brilhando pelas lágrimas que escorriam.

-Daremos a ele dois dias, se ele não ligar, eu mesmo vou para Nova York!

  Rony entrou na sala e viu Penélope, Gina e Hermione olharem para ele com extrema curiosidade. Todas queriam saber tudo o que ele descobriu.

-Bom... tive uma breve conversa com Neville Longbottom, e ele me contou coisas do passado de Morrison, Draco, Peter Laruso e sobre o Doutor Ego Smith...

  Rony contou todo o que Neville lhe disse, e todos ficaram boquiabertos.

-Quem é essa garota? – indagou Gina. – Eu não me lembro de nenhuma garota usando perucas que estudava em Hogwarts.    

-Nem eu – disse Hermione, de ombros abaixados.

-Mas tem mais, preciso contar sobre o sonho que tive – Gina revirou os olhos olhando decepcionada. – No meu sonho você Hermione estava me contando sobre a sua gravidez...

  Rony contou todos os detalhes do sonho, contou que Pansy se recusar a participar do plano de matar Rose, e que uma garota misteriosa ofereceu ajuda a Draco e Morrison.

-Okay... mas Rony, isso foi apenas um sonho – sussurrou Gina, dando de ombros.  

-Tudo bem... mas eu sei que aconteceu... A Hermione nunca trocaria os remédios... Na verdade ela nem tinha outro remédio na bolsa para trocar!

 Hermione estava quieta e deprimida, e por mais que ele soubesse que aquele assunto a abalava; olhando no fundo dos olhos dela Rony podia ver toda a aflição dela, e ele chegou a conclusão que a sua namorada estava escondendo algo dele.

-Pansy disse exatamente isso, ela se recusou a participar do plano deles, e eles tentaram matá-la. – disse Hermione, bem baixinho, surpreendendo Rony e Penélope.

-Você falou com ela? – perguntou Rony perplexo.

-Sim, essa tarde nos duas nos encontramos, e ela veio me pedir desculpas por tudo o que fez no nosso passado...

  Hermione contou tudo o que Pansy disse a ela, e tanto Rony, quando Gina e Penélope sorriam animadas.

-Meu Deus, se ela testemunhar, o Rony vai ficar livre de todas as acusações! – exclamou Penélope, sorrindo otimista.

  Todos sorriram otimistas, exceto Hermione que ainda parecia estranha, fato que não passou despercebido pelo ruivo.

-Eu acho difícil Penélope – murmurou Gina, amargurada. – Aquela garota só pensa nela e em mais ninguém!

-Mione, a Pansy disse que vai testemunhar? – perguntou Penélope, olhando ansiosa.

-Vai – sibilou a morena -, ela vai testemunhar!

  Harry já havia perdido a noção de quanto tempo estava naquele maldito celeiro. Para onde se olhava só se via plantações de se perder de vista e mato; e por varias vezes ele tentou andar para sair dali, no entanto, devido ao sol forte, e a distancia interminável, ele sempre acabava retornando para o seleiro. A comida era escassa, e ele era obrigado a se alimentar com o pouco que havia sobrado na cozinha.

  Ele estava andando de um lado para o outro quando acabou tropeçando em algo que estava debaixo do tapete da sala. Assim que levantou o tapete ficou surpreso vendo que havia uma porta de algum sótão no chão; movido pela curiosidade ele pegou um velho extintor de incêndio que estava jogado em cima de umas cadeiras velhas, e bateu com o mesmo no cadeado, após duas batidas ele já havia conseguido abrir a porta. A escada estava toda empoeirada, mas mesmo assim ele fora descendo e por sorte se deparou com um interruptor, assim que mexeu no botão uma luz se acendeu.

   E ele ficou perplexo vendo que havia diversas fotos do Rony pregadas na parede; algumas dele vestindo o uniforme do Red four Alma, outras com o uniforme de Hogwarts, e por incrível que pareça havia algumas fotos dele nu, fotos que pareciam ter sido tiradas no vestiário do campo de Hogwarts sem o consentimento dele. As fotos estavam pregadas formando um coração, algo que atiçou os pensamentos dele sendo que Vitor e Draco gostavam da Hermione e não do Rony.

  Harry começou a mexer nas diversas gavetas dos armários; e quando abriu uma porta viu algo que o deixou perplexo.

-Meu Deus, eu não acredito...   

  E do nada escutou um barulho, no entanto, ele não teve tempo de se virar, quando de repente tudo escureceu.

   Harry sentiu seus olhos arderem pela claridade, sentindo uma dor de cabeça incrível, sem ter noção de tempo e espaço, fora abrindo os olhos. Assim que os abriu, mesmo ofuscado pela claridade, pode ver duas garotas sorrindo. Quando fora tentar se mexer notou que estava amarado.

-Me soltem... me tirem daqui!

-Sinto muito, mas nós não podemos – disse uma das garotas sorrindo diabolicamente. –Você viu de mais... queridinho. –E sabe, é uma pena ter que matar alguém tão bonito como você!

-Harry Potter – gargalhou a outra garota. –Quanto tempo!

  Pelo cabelo escuro Harry imaginou ser Pansy Parkinson, contudo, quando a garota se aproximou ele ficou perplexo não acreditando em quem era.

-Você!

-Eu mesma – a garota se aproximou dele e o deu um selinho na boca em forma de deboche. – A menos amada na escola, a garota que todos diziam que nunca seria nada na vida, a garota que todos consideravam uma santa, tola e apaixonada pelo garoto mais popular da escola. A grudenta, chata... esses eram nomes que me chamavam... Então, eu sinto muito, mas a santa aqui arquitetou um plano de vingança mais diabólico de todos os tempos.

-Que plano? – quis saber Harry. – O mesmo que o Draco e o Vitor planejaram?

-Draco e Vitor são tão burros que nunca perceberam que eram apenas os meus peões! – exclamou a garota, sorrindo satisfeita. – Eles faziam tudo o que eu mandava, e nunca perceberam... igual essa cadela aqui!

  A garota deu um tapa na bunda da outra.

-Ai amor... bate mais fraco! – a garota sorriu, fazendo uma careta.

-E a Pansy Parkinson?

-Pansy era esperta de mais, e nunca fez parte dos meus planos...

  E Harry teve que admitir que nunca se passou pela sua cabeça que ela estava por trás de tudo.

-Eu fiz algumas das pessoas que me magoaram, que me torturaram no passado sofrerem muito, e o mais engraçado de tudo é que eu nunca me expus. Sempre ficavam dizendo assim quando me viam “olha a coitadinha apaixonada ali.” Ou diziam “coitada, perdeu a mãe tão cedo, tenho tanta pena dela.” – a garota começou a chorar, mas não era um choro de tristeza, mas sim de rancor, de ódio. – Eu nunca pedi que ninguém sentisse pena de mim... nunca...

  A garota ficou em silencio por alguns segundos, pensativa, mas logo voltou a sorrir alto.

-Eu vou fazer todos pagarem, assim como eu fiz com os seus queridos amigos Rony e Hermione...

  Harry sorriu deixando as duas garotas confusas.

-Sinto muito, mas acho que o seu plano falhou, os dois estão juntos novamente – Harry disse não controlando seu riso.

-Por pouco tempo, por pouco tempo! – a garota sorriu sombriamente. – E o Rony será meu para sempre!

Continua...