História Achados e Perdidos - Doing All Right

Trabalhar não é fácil... E Eddie sabia muito bem disso...

Eddie Richard Turner. 21 anos, cabelos lorios e olhos azuis... É o tipo de cara que atraí olhares das outras garotas. Mas ele não era mulherengo. Pelo contrário, ele queria conhecer a pessoa certa primeiro e dar tudo de bom a ela... Mas enquanto isso não acontece, tudo o que ele pode fazer era apenas atender no bar de sua mãe.

- Eddie esses pratos são na mesa 8! - Disse Ellen, a mãe de Eddie que estava parecendo bastante apressada. Sem questionar, o jovem foi até os pratos e os entregou prontamente. Todo mundo gostava dele e via que ele era um menino meigo e atencioso. Nunca deu um trabalho sequer a mãe e sempre foi zeloso e protetor com a família.

Acho que essa motivação veio quando ele tinha apenas 7 anos de idade. Quando infelizmente perdeu seu pai... Seu pai era um policial conhecido e bastante querido pelos colegas de trabalho. Era um homem atencioso com os filhos e carinhoso com a esposa. Mas em um fatídico dia, ele foi baleado em uma troca de tiros que ocorreu durante um assalto ao banco.

Desde então, Ellen fechou as portas do seu coração para qualquer homem e se dedicou a criar seus filhos... Amélie, a mais nova, tem seus 15 anos de idade. E assim como o irmão, também é uma menina muito gentil.

Era começo de 1986 e o bar local fazia o maior sucesso. Tanto entre os próprios cidadãos quantos os turistas. O que fazia Eddie trabalhar o dobro do que trabalhava...

Depois de algumas horas, Eddie finalmente saiu do trabalho. Decidiu sair com o seu amigo e beber de forma moderada é claro. Ele era um garoto asiático com seu famoso cabelo tigelinha. Usava roupas coloridas e descoladas. E apesar de parecer ser nerd, era bem o oposto...

- Aí cara. - Disse o amigo parecendo ser uns dois anos mais novo que ele. - Você ficou sabendo da festa que vai rolar na casa da Nathalie na quinta feira a noite?

- Eu fiquei... - Eddie respondeu enquanto comia um pedaço do hambúrguer em suas mãos. - Mas não sei se eu vou... Não seria bom sabe?

- Por que??? Ela é amarradona em você!! Sem contar que ela é uma gatinha né. - O jovem responde com um olhar de indignação.

- Não me importo dela ser gatinha. Mas acho que não seria uma boa idéia. Ela já tem namorado... E não é um namorado qualquer... - O loiro se justifica com um certo medo.

- Puxa... Aí você tá certo... aquele namorado dela é barra pesada! Tu já viu a cara dele? Eu me cagaria todo se ele viesse falar comigo. - O amigo responde coçando a cabeça.

- E sem contar que ele vive me olhando de cara feia. Ele não gosta de mim de jeito nenhum! - Exclamou fazendo uma expressão de dor.

- É... Você tem razão. - Respondeu em um tom desanimado. Enquanto os dois se falavam viram alguém entrar na lanchonete e era uma figura famíliar.

- Puta merda é ele! - O amigo diz tentando se acalmar.

Eddie olhou para trás de modo disfarçado. Sua espinha gelou quando o percebeu andar na direção deles. E viu seu amigo fazer uma posição totalmente estranha enquanto via a "figura maléfica" se aproximando.

- Boa noite. - O homem disse intimidando os dois amigos ali que apenas olhavam para baixo.

- A-ah! B-boa noite ó grande Drake! Em como nós meros mortais podemos ajudar vossa excelência? - Diz o garoto dando um sorrisão para o rapaz que franzia as sobrancelhas.

- Fala a minha língua idiota! - Sua voz se fez mais alta quando viu o garoto se erguer de forma assustada.

- B-boa noite senhor Drake! - Respondeu de forma direta fazendo o intimidador balançar a cabeça em aprovação.

- Muito bem. É assim que se fala. - O rapaz no qual se chamava Drake o olhou de cara feia em seguida virando seu rosto para o loiro que estava bastante quieto não querendo atrair muita atenção. - E você? Tá quietinho por qual motivo?

- Desculpa... - Eddie encolheu os ombros vendo o rapaz agora colocar toda sua atenção nele.

- Você é bem covarde pra um cara como você. Mas eu não te culpo... - Deu um sorriso de lado bagunçando os cabelos do rapaz. - Sabe, eu até que te acho legal... Mas eu tô ouvindo muitos boatos ao seu respeito...

- B-boatos?? - Eddie pergunta surpreso arregalando os olhos.

- Estão dizendo que você tá crescendo o olho pra cima da minha Nathalie. - Drake se abaixou um pouco olhando bem nos olhos do loiro que já estava literalmente se tremendo.

- E-eu nunca estive interessado nela! As pessoas que falam muito. Sabe como é né? - Forçou uma risada.

- Espero que você esteja falando a verdade loirinho... Por que se não eu vou pegar essa sua carinha de bebê e vou fazer de pano de chão pela rua toda. Até sua cara virar do avesso. Decorou? - A forma suave que o rapaz disse fez com o loiro tivesse muito mais medo do que antes.

- D-decorei sim senhor!

- Que bom! Bem... Se não se importam eu vou pra minha mesa. Até mais bacacas! - Após dizer isso, Drake se levanta e logo se vira indo se sentar em uma mesa do canto com alguns amigos as vezes dando uma breve olhada nos garotos.

- Meu.... Deus.... - O jovem diz paralisado vendo a expressão indecifrável no rosto de Eddie. - Você viu isso???

- Eu acabei de ver... - Respondeu o loiro parecendo um boneco falando no automático. - Quase que eu me cago todo...

Drake é um cara bastante difícil e temido no meio de onde ele vive. Apesar de nunca ter tido problemas graves com a polícia como roubo, morte e etc... É um cara bastante valentão. Muitas pessoas dizem que seu soco nocauteava todo mundo em um só instante. E sua má fama se estende por todas as ruas... Eddie é o que tem mais tem medo dele. Apesar de Drake ser mais novo, era mais robusto e mais forte que o loiro...

No outro dia...

Um carro velho adentrava a cidade que no momento estava tranquila. Um velho homem com uma aparência bruta dirigia aquele carro. Ele parecia uma mistura de papai Noel com um fazendeiro e um mecânico. Isso por que ele tinha uma barba branca longa e uma barriga grande como o papai Noel, roupas típicas daqueles fazendeiros estereotipados, usava um boné e estava sujo de gracha como um mecânico...

- Vai descer aqui amigo? - O velho pergunta olhando para o banco traseiro.

- Aqui está bom. - Diz o homem sentado no banco de atrás. - Sabe me dizer onde fica um hotel aqui perto?

- Fica a um quarteirão daqui. Não quer que eu te leve até lá? - Perguntou de modo gentil.

- Não não precisa... Eu vou andar pra exercitar um pouco as pernas e conhecer melhor a cidade sabe. - O rapaz responde dando um sorriso de lado.

- Entendo. Bem, então boa sorte! Ah e eu já ia me esquecendo. A algumas casas a frente do hotel, tem um bar bastante movimentado. É bom você ir dar uma olhada por lá. A comida de lá é uma delícia. - O velho deu um sorriso ao falar do bar local.

- Obrigado pela recomendação! Acho que eu vou mesmo ver como é por lá. Bem, obrigado pela carona. - O rapaz pega sua bolsa que continha as suas coisas e em seguida saiu do carro vendo o senhor dirigir pra longe...

Depois de ver que o carro havia sumido de sua vista, finalmente o rapaz dava uma pequena risada colocando a mão no bolso de sua calça e em seguida tirando uma carteira velha. Assim que abriu a carteira, viu uma idêntidade com a foto do mesmo velho que havia lhe dado uma carona. E parecia que o rapaz não se importava muito com isso é vasculhou a carteira até ver uma boa quantia de dinheiro guardada.

- Parece que hoje é meu dia de sorte. - Pensou em voz alta guardando a carteira em seu bolso. De vista, ele parecia ser um cara bem de vida pela suas vestes. Usava uma camisa social cinza e por cima um terno preto e calças e sapatos da mesma tonalidade. Tinha óculos escuros e usava um grande sobretudo marrom.

Depois que colocou a carteira no bolso, alegremente ele foi dando passos rápidos curtindo a vista da cidade enquanto andava a caminho do hotel....

Continua. . .