1. Spirit Fanfics >
  2. Acidente do Destino >
  3. Alegrias e decepções

História Acidente do Destino - Alegrias e decepções


Escrita por: KogaRin , LuisaPoison e Calixto84

Notas do Autor


Olás pessoas,
Prontos pra mais um capítulo desse baita acidente do destino?
Então vambora! Boa leitura 😉

Capítulo 24 - Alegrias e decepções


Depois de se divertirem em alguns brinquedos, as três amigas se reencontraram, Koga e Calisto estavam com fome e foram atrás de algo para comer, não demoraram muito encontraram uma barraquinha que vendia cachorro quente, fizeram seus pedidos, enquanto esperavam ouviram Shiryu e Shunrei as chamando numa mesa perto, elas sorriram e acenaram para o casal que as chamavam com as mãos.

— Que bom que encontrei vocês, meninas. – o Cavaleiro de Dragão falou e olhou para a amada – Essa é a Shunrei.

As duas jovens sorriram, Calisto com seu jeito espontâneo já foi abraçando a chinesa que ficou um pouco tensa, Koga deu um oizinho com a mão vendo que a chinesa ficou sem jeito, Luisa chegou logo depois de mãos dadas com Milo.

— Ai, como tu é linda! – a escorpiana disse sincera. – Olha esses olhos puxadinhos, que charme!

Shunrei deu aquela risadinha contida com a mão na frente da boca, ficando ainda mais formosa.

As três tombaram a cabeça para o mesmo lado encantadas com a moça.

— Obrigada – sussurrou – É um prazer conhecê-las também!

Shiryu estava todo orgulhoso da namorada, pegando sua mão respeitosamente e dando um beijo no dorso.

— Nhaiii, mas vocês são muito fofos! – a canceriana voltou a dizer olhando para o casal.

— Peraí – Koga afastou a amiga de perto da chinesa e se pôs na frente dela, levou os dedos ao queixo e passou a analisá-la minuciosamente. – Tem algo diferente em você que não sei o que é...

Luisa logo arregalou os olhos azuis e puxou a amiga pra trás com um ar de repreensão. Sabia muito bem o que viria daquela cara analítica da virginiana.

—Não há nada diferente nela, é só que tu a conhece com os olhos claros por causa do anime, mas ela tem olhos castanhos e Shiryu também.

— Essas diferenças às vezes me causam um nó – falou coçando o queixo e então notou o mal estar da chinesa – Me desculpe por isso, Shunrei. – deu um sorrisinho amarelo.

— Bem… – Calisto se aproximou cortando o clima – Shiryu nos disse que você queria nos conhecer, mas nós – olhou para as amigas – Também queríamos muito te conhecer, vamos comer um cachorro quente conosco? – a canceriana já foi sentando do lado da chinesa sem dar chances para ela responder.

Shiryu pediu mais três lanches que logo os cinco estavam comendo em um banco, enquanto as meninas tietavam Shunrei, perguntando como era Rozan, como era a vida deles, perguntas que a ariana respondia pacientemente.

— Ah, mas antes de tu ir embora precisa fazer aqueles bolinhos para nós – Luísa falou com os olhos brilhando. – Sempre quis saber que gosto tem!

— Faço sim. – sorriu – Vocês podem ir para Libra amanhã, o que acham?

— Vamos sim, eu levo uns cupcakes. – Koga disse animada.

— Eu posso levar uns brigadeiros – a escorpiana completou.

— E eu a boca! – Calisto disse divertida.

Nisso, Luisa avistou Saori chegando no parque acompanhada de Aiolia e Marin e correu até eles deixando Milo conversando com Shiryu.

— Que bom que tu veio – disse animada, enquanto abraçava a deusa.

— Shion me aconselhou a vir, disse que eu preciso me divertir um pouco também.

— Mas tu fez muito bem! Ficar só enfurnada naquele Santuário não é legal.

Enquanto Luisa e Saori conversavam, Marin se aproximou de Koga agachando ao seu lado e falando discretamente:

— Está melhor, amiga?

— Mais tranquila... – suspirou profundamente negativando com a cabeça – Mas ainda estou muito chateada com tudo o que o Kanon disse, sabe.

— Eu entendo como se sente. – a amazona disse compadecida.

A conversa das duas foi interrompida com a chegada do leonino que depositou um beijo no rosto da Amazona. Aiolia e Marin se entreolharam ao ver a virginiana cabisbaixa.

— Gente! Eu vou em mais algum brinquedo, alguém quer ir? – a canceriana disse deixando metade do sanduíche que logo foi devorado por Aldebaran. – De onde você surgiu homem?

— Vim ver o que as minhas garotas estão fazendo. Mu e Kiki acabaram de voltar para o Primeiro Templo – o taurino já olhava com cara de pidão o sanduíche de Koga que logo deu para ele, estava sem fome.

— Debão, quer ir em algum brinquedo conosco? Luisa e Milo só querem saber de se beijar! — Calisto disse pinicando a escorpiana que lhe mostrou a língua.

— Invejosa! – Luisa disse puxando o queixo do loiro para um beijo.

Calisto revirou os olhos, mas não ligava para as “brincadeiras” da amiga.

— Quero ir no labirinto dos espelhos! – a virginiana disse voltando a se empolgar.


x.x.x.x.x


— AHAHAHAHAHAH Tô pesando uns duzentos quilos – Koga já se matava de rir do reflexo.

— Eu tô parecendo uma lagartixa – Aldebaran estava finiiiiinho, quase chorando de tanto rir.

— Gente se eu sou baixinha, agora tô parecendo uma tampa! – a canceriana se mexia fazendo uma dancinha engraçada, e eles se matavam de rir e chorar.

— Eu vou para esse lado – Koga entrou em uma porta, enquanto os outros dois foram para outra, ela caminhou por um corredor escuro, até entrar em outra sala cheia de espelhos, ela ria sozinha das imagens que se formavam da sua pessoa, até avistar a porta de saída e dar de cara com um carrinho de algodão doce.

Quase ninguém sabia mas este era o doce que a morena mais gostava, lhe lembrava a infância. Ficou encantada com o palito com o pedaço de nuvem açucarada.

— Hummm, qual escolher? – falou consigo mesma, batendo as pontas dos dedos por cima dos lábios carnudos.

— Que tal o lilás, vai combinar com seus olhos. – o rapaz que vendia o doce lhe respondeu, reparando na beleza exótica da moça. – eles têm uma cor incrível! – Koga ficou sem jeito, mas levou o elogio na esportiva.

— Acho que pode ser uma boa idéia, então um lilás! Humm mas também me deu vontade de experimentar esse azul… por mim pedia um de cada! – sorriu para o jovem que não tirava os olhos dela.

— Vou te dar um pedacinho de cada então, qual você gostar mais você leva!

Koga até que não achou ruim a idéia, poderia colocar alguns sabores novos nas suas receitas para a Ki Doçura.

— Com licença – ele pegou um chumacinho com os dedos e levou a boca da morena – é pra você não se sujar.

Kanon finalmente achou Koga, mas ficou olhando aquela cena perturbadora. Por que ela estava recebendo o doce na boca?! Ele deixou o urso panda cair no chão, não podia acreditar que ela estava fazendo isso.

Koga abriu a boca, aceitando o doce e saboreou audivelmente aquele pequeno pedaço de céu, revirando os olhos.

— Nossa, eu nunca tinha experimentado um tão gostoso!

— Eu tinha certeza! – o General Marina chegou pisando firme no chão. – Eu sabia que eu não podia confiar em deixar você sozinha!

— Oi? – Koga olhou para ele, surpresa. De onde ele veio e… – Com quem você pensa que está falando?! – perguntou sentindo o sangue ferver.

— Com você, Tereza! Eu achava que ainda estávamos namorando. – Kanon sentia que ia explodir de nervoso.

— Mas estamos, Kanon! Eu não estou entendendo onde quer chegar com isso. – a morena colocou as mãos na cintura e o encarou de frente.

— Não é possível! – o loiro puxava os cabelos para trás. – Você não pode ser tão ingênua que NÃO PERCEBEU QUE ESSE CARA ESTÁ DANDO EM CIMA DE VOCÊ! – se descontrolou.

— Kanon, por favor – Koga fechou os olhos e inspirou profundamente, voltando a abrir e a falar em um tom que “tentava” ser calmo, mas quem a conhecia sabia muito bem que quanto mais baixo ela falava, mais brava estava. – Não grite comigo, ok? E este “cara” estava fazendo o trabalho dele, me ajudando a decidir qual sabor... – Kanon riu com sarcasmo, interrompendo o que ela dizia.

— Então você quer me dizer que o trabalho dele inclui colocar docinhos na boca da clientela? Ok. Então vamos lá – Kanon afastou Koga de sua frente e se aproximou ameaçadoramente do carrinho de algodão doce, apoiou as duas mãos sobre o tampo fazendo o carrinho balançar, e falou com o rapaz que praticamente se encolhia diante da presença intimidadora do Marina enfurecido: – Tenho dúvidas sobre qual é mais gostoso, pode me ajudar também?

– O…olha moço, eu não sei porque está bravo com ela, ma...mas não aconteceu nada por aqui. – o rapaz gaguejava nervoso, balançando as mãos.

— Kanon, isso é ridículo! – Koga balançava a cabeça de um lado para outro enquanto Kanon continuava apoiado no carrinho encarando o pobre rapaz.

— Ainda estou esperando o doce. Você não vai colocar um pedaço na minha boca também?

O rapaz tremia as mãos e pegou um chumaço do mesmo algodão lilás e foi levando na direção da boca do Marina, mas antes que chegasse a colocar o doce, Kanon segurou o pulso do vendedor com firmeza e estreitou os olhos.

— Está vendo aquela mulher? – apontou Koga. – Ela é minha! E não quero que coloque esses dedos imundos perto da boca dela novamente, está me escutando?!

— Solta ele, Kanon! – Koga se aproximou do loiro, preocupada com o braço do rapaz. – Você está machucando ele. – Mas Kanon não deu ouvidos e continuou encarando o doceiro com sangue nos olhos. A morena colocou as mãos sobre a dele no pulso do jovem, tentando abrir os dedos do geminiano sem sucesso. – KANON! – gritou.

Só então o Marina voltou a si e olhou para ela, depois para sua mão e aí soltou o rapaz, que se encolheu de dor segurando o pulso roxo.

— Você é louco?! – Koga deu a volta no carrinho e se aproximou do rapaz, verificando o pulso dele. – Você usou a sua força contra um civil que nada tem a ver com a gente!

— Tá tudo bem, moça. E...eu tô bem. – o rapaz se afastava do toque de Koga com medo do olhar que Kanon mantinha sobre si.

O Marina virou de costas com os punhos fechados se afastando do carrinho e da morena, tentando controlar a fúria que parecia querer o dominar ao ver o cuidado dela com o rapaz, mas estava difícil e ele começou a procurar alguma coisa em que pudesse extravasar aquela raiva toda que não fosse a cara de pau daquele doceirozinho. Então olhou para o panda largado no chão e não pensou duas vezes antes de explodir o pobre coitado em pedaços e fazendo voar pelos ares toda a espuma do enchimento.

Só o que ele não imaginava era que seu acesso de fúria atingisse o poste de energia que alimentava o parque de diversões e causasse uma explosão no gerador, fazendo assim todos os brinquedos pararem de funcionar e muita gente ficar presa em brinquedos como a roda gigante, a montanha russa e até um outro que parou de cabeça para baixo.

Em segundos Saga e Shura apareceram ao seu lado. Os dois sentiram a oscilação do cosmo do Marina do outro lado do parque e rapidamente seguiram para lá, o encontrando com as duas mãos na cabeça eu uma cara de quem sabia que tinha feito besteira.


x.x.x.x.x


Seiya, ao longe, viu a hora que Saori chegou junto de Aiolia e Marin e ficou feliz em vê-la ali. A deusa passava muito tempo no Décimo Terceiro Templo, mal saía mesmo com as Amazonas e agora, as meninas para lhe fazer companhia, mas mesmo assim, ela se recusava a sair, isso preocupava o sagitariano porque queria vê-la aproveitar sua vida, assim como seus guerreiros aproveitavam.

O Cavaleiro de Bronze amava Saori, e não sabia precisar quando esse amor passou de Cavaleiro e deusa para homem e mulher, mas mesmo assim, nunca teve coragem de confessar seus sentimentos, por medo de ser rejeitado, afinal ele era um humano e ela, uma deusa, e isso fazia com que sofresse.

Engraçado: medo sempre foi uma palavra que nunca existiu no vocabulário de Seiya e ele sempre foi conhecido por sua persistência e determinação, mas com Saori tudo mudava.

Hyoga, que estava ao lado de Seiya, percebeu o olhar do irmão e assim como todos, sabia dos sentimentos do sagitariano pela deusa, por muitas vezes viu o sofrimento deste, aconselhou, mas Pégaso sempre preferiu manter o silêncio, mas agora os olhos castanhos avermelhados do irmão traziam uma dor bem mais profunda que das outras vezes, ali o aquariano percebeu que Seiya estava sofrendo, e muito. Se aproximou do moreno, colocou a mão em seu ombro, fazendo com que Seiya voltasse de seus pensamentos e olhasse para o loiro.

— Seiya, você precisa falar o que sente por ela – o mais velho começou a falar com seu tom de voz calmo – Você está se consumindo por esse amor.

O sagitariano passou a mão nos cabelos, deixando-os mais revoltos do que já são, sabia que Hyoga dizia a verdade, mas faltava-lhe coragem.

— Eu... não sei se consigo.

— Não entendo porque esse medo, essa nunca foi sua característica, você sempre foi determinado!

— Eu estava pensando nisso agora, antes de você vir falar comigo. – ele suspirou, desviou o olhar por um instante olhando as luzes do parque. – Vou pensar no assunto, prometo pra você!

Hyoga puxou Seiya para um abraço e ambos ficaram assim por uns momentos e quando iam retomar o assunto perceberam a exaltação no cosmo do Kanon, se entreolharam preocupados e correram até o local.


x.x.x.x.x


— O que você fez dessa vez, irmão? – Saga perguntou enquanto Shura seguia até onde Koga estava com o vendedor de algodão doce, ambos com os olhos arregalados vendo a correria que começava a tomar o parque.

— Vocês estão bem? O que aconteceu aqui?

— Estamos bem, Shura. – enquanto Koga explicava para o capricorniano o que aconteceu ali, o rapaz do algodão doce pediu licença e começou a recolher os doces antes que alguma daquelas pessoas que corriam pelo parque se trombasse no carrinho.

Aldebaran veio correndo logo que ouviu a gritaria fora do comum espalhada pelo parque, e Calisto vinha logo atrás, passou direto pelos gêmeos onde o grandalhão parou, e alcançou a amiga que escutava atenta o que Shura dizia sobre irem embora do parque.

— É o que? – perguntou ao ver Shura voltar correndo para perto dos outros cavaleiros.

— Amiga, vamos sair daqui e no caminho eu te conto.

Logo Luisa apareceu com Milo, as pessoas corriam em todas as direções esbarrando em quem quer que fosse.

— Luisa, precisa sair daqui, as coisas estão saindo de controle. – Milo pediu preocupado, também seguindo em direção aos companheiros. A castanha concordou com a cabeça e correu de encontro às amigas.

— Gurias, o Milo mandou a gente sair daqui, parece que a energia acabou e deixou um bando de gente de ponta cabeça nas atrações.

— Lú, parece que a coisa foi bem pior do que isso... AAIIIII! – Calisto resmungou quando esbarrou em uma moça que corria em sentido contrário soltando a mão de Koga e esfregando o braço, e quando voltou a olhar para as amigas, estas já estavam bem distantes de si, sendo levadas pela multidão que corria sem sentido e separou as amigas.

Calisto acabou se perdendo, indo para um outro lado do parque, olhou para os lados e se viu sozinha, já não havia mais ninguém por ali. Desolada, abraçou o próprio corpo e se sentou num banco próximo, talvez fosse melhor fazer uma hora por ali até as coisas se acalmarem ou... quem sabe poderia ajudar em alguma coisa? Isso! Voltaria de onde veio e tentaria encontrar algum dos cavaleiros que a essa altura, já deveria ter iniciado o resgate das pessoas presas nos brinquedos.

Levantou do banco e começou a andar no sentido contrário ao que chegou ali. Algumas pessoas passaram por ela e falavam algo sobre uma criança desaparecida. Uma mulher no pequeno grupo chorava desesperada, então Calisto decidiu que começaria sua missão por ali.

— Moça, eu posso te ajudar a encontrar seu filho. – a canceriana se aproximou falando e teve a atenção do grupo de pessoas. – Como ele é?

A mulher descreveu o filho e como ele estava vestido e pegou nas mãos de Calisto em desespero.

— Por favor, moça, ele só tem cinco anos e foi levado no meio da multidão. Deve estar com muito medo, nós o procuramos por todo lado e nada.

— Fique calma, nós vamos encontrar seu filho! – a castanha tinha plena certeza de que encontraria o garoto e conseguiu passar pelo menos um pouco de esperança para a família aflita. Porém, o maior desafio de Calisto seria não se perder ainda mais.

Andou pelo parque olhando cada canto e banheiro que havia espalhado por ali, e nada do pequeno. Também percebeu que ficava mais escuro e o parque começava a ficar cada vez mais vazio. Viu de longe o local coberto onde tinham os jogos para ganhar brindes. O local estava bem escuro e silencioso, e a canceriana travou no lugar com medo de se aprofundar ali.

— Vamos Calisto! – deu um tapa em cada lado do rosto – Pensa naquele menininho que pode estar com muuuuitooo medo lá dentro. – respirou fundo e foi em frente.

Ela olhava tudo, mesmo que sentisse um frio enorme na barriga e um arrepio na espinha a cada vez que tinha que se aproximar de uma barraca e espiar lá pra dentro.

— Ô menininhooo… cadê você-ê? – ela cantarolou espreitando mais uma barraca cheia de ursos de pelúcia. Foi quando ela ouviu um barulho vindo de trás da barraca da Boca do Palhaço e congelou no lugar. – Quem tá aí? – perguntou num fiozinho de voz. Não que tivesse medo de palhaços mas aquilo era assustador, ver aquele palhaço enorme com aquela boca aberta no escuro. – Garotinhooo, sua mãe tá te procurando, você tá aí? Pode sair. – Calisto foi mais perto da barraca e deu alguns passos receosos para a parte de trás do palhação e… – AAAAHHHHHHH.... – saiu correndo de lá berrando aos quatro ventos e sacudindo os braços, até trombar em algo duro e cair de bunda no chão.

— Calisto?! Graças aos deuses te encontrei! – o italiano pareceu sinceramente preocupado, estendeu a mão para ajudá-la a se levantar – De que corria, ragazza? O que tem lá que te fez berrar desse jeito?

A canceriana tremia e assim que ficou em pé, pulou para trás do dourado, se escondendo.

— U...um… MONSTRO!!! Te...tem um monstro enorme ali! - apontava para a área das barracas.

— Mas… que conversa é essa de monstro, Calisto?! Aqui não existe monstro, acho que em nenhum lugar existe! – então olhou para ela – A não ser que existam monstros em sua dimensão?

Calisto puxava a sua camiseta, escondendo o rosto ali, lágrimas escapavam de seus olhos sem controle.

— Eu nunca vi um tão grande. Ele é enorme e… – começou a soluçar.

— Certo, certo. Se acalme, está bem? Eu vou ver que “monstro” é esse, fique aqui, ok? – Máscara segurou nos ombros dela e a fez olhar em seus olhos claríssimos. – Não saia daqui, Calisto! Foi muito trabalhoso te encontrar. Onde está esse “monstro enorme”? – ela apontou na direção da barraca do palhaço e ele revirou os olhos indo então na direção apontada. Máscara da Morte examinava a tudo minuciosamente e se aproximou da Boca do Palhaço, olhou dentro da barraca e deu a volta indo para a parte de trás, quando se lembrou de que ele havia escondido a pelúcia gigante que ganhou no tiro ao alvo. Uma gargalhada escapou de seus lábios quando finalmente ligou uma coisa com a outra. – Madonna mia… – ele ria e pegou o grande caranguejo vermelho de pelúcia que tinha intenção de dar para Calisto como pedido de desculpas, e voltou para perto dela. – Acho que encontrei o seu monstro, ragazza. – segurava o caranguejo por uma das pinças fofas, mostrando para ela, claramente se divertindo com o pânico dela.

— Tira isso de perto de mim! – Calisto começou a andar para trás conforme ele se aproximava dela.

— Mas é de pelúcia, Cali. Até desse você tem medo? Ele não vai te fazer nada – segurou as duas pinças e as apertou – Nem como te beliscar ele tem.

— Eu sei, mas… Ah, você nunca vai entender e ainda vai rir de mim de novo. – Virou as costas para o canceriano e saiu caminhando pisando duro.

— Hey, onde vai?

— Vou embora daqui!

— Aspetta! Cali espera! – ele largou o caranguejo de pelúcia e logo ficou ao seu lado. – Pelo menos me permita acompanhá-la, você nem sabe onde fica a saída. – Calisto fez um muxoxo, mas não admitiu que ele estava certo.

— Tanto faz, Mask. – continuou a andar ao lado dele que a guiava em sentido a saída do parque.

Ele assentiu ficando calado a acompanhando, saíram do parque após alguns minutos, até que a canceriana estacou no lugar levando as mãos à boca. Como pôde se esquecer do garotinho perdido?!

— O que houve, Cali? – o italiano perguntou preocupado.

— Máscara, eu estava procurando um garotinho que se perdeu da família até encontrar aquele…

— Monstro? - ele controla o riso pra não deixá-la mais zangada e então volta a ficar sério. – O garotinho já está com a família dele, Calisto. Não tem mais ninguém no parque, éramos os últimos aqui. – os olhos castanhos se arregalaram.

— Você está me dizendo que eu era a única pessoa dentro do parque?! – ele balançou a cabeça afirmativamente. – Meu Deus! Mas que bom que o menininho foi encontrado. – então ela se lembrou que ainda não queria conversa com ele e ficou em silêncio, caminhando ao lado do cavaleiro.

Andaram em sentido ao Santuário, a avenida de pedras da orla de Rodório cada vez ficava mais vazia. O italiano ficava olhando a pequena moça de soslaio, mesmo em silêncio o canceriano se sentia feliz em tê-la tão perto, roçava sua mão na dela como se fosse sem querer, até ela perceber e cruzar os braços olhando para o lado oposto, ele não conseguiu conter uma risada anasalada, ela estava uma graça. Calisto franziu os lábios e revirou os olhos.

— Do que está rindo? Sabe que eu não gosto que riam de mim! – falou brava.

— Niente, non estou rindo de nada. – levantou os braços em rendição, mordendo os lábios para conter mais uma leva de risos.

— Sei… – ela então olhou para os lados e depois para ele – Podemos parar um pouquinho? Estou cansada.

— Claro. – o italiano seguiu ela com o olhar.

Calisto procurava algum lugar para se sentar, não achando nenhum sentou-se nas raízes grandes de uma árvore que tinha na calçada, ela ficou olhando o horizonte azul escuro pontilhado de estrelas. O vento marítimo fazia sua pele se arrepiar, fazendo ela passar as mãos forte em seus braços para se esquentar um pouco, até sentir o peso da camisa xadrez que Mask usava na cintura e que ele colocou em seu ombro.

— Obrigada. – agradeceu com um sorriso contido.

O canceriano fez o mesmo, sentou ao seu lado com as pernas abertas e apoiou a cabeça no tronco da árvore, ficou imaginando que se estivessem bem, provavelmente ela estaria sentada entre suas pernas e estariam abraçados olhando aquela vista espetacular. Enquanto os olhos castanhos se perdiam em meio as espumas das ondas ele ficou reparando nela, em como o longos cabelos que passavam da cintura dançavam com o vento, o corpo pequeno e esbelto, o nariz bem arrebitado, sobrancelhas grossas que emolduravam seus olhos e a boca que ele amava beijar. Sim, ele estava apaixonado, ele suspirou audivelmente fazendo ela o encarar.

Os olhos cristalinos do italiano estavam mais claros que o normal, se isso era possível. Máscara da Morte era um homem muito lindo, mas aqueles olhos… eram a paixão de Calisto. Ela fungou quando ele resolveu fumar um cigarro, pegando o maço no bolso da frente da camiseta e o apoiou na ponta dos lábios, então, tateou o corpo, provavelmente procurando o isqueiro.

— Cáspita, onde eu deixei? – ele então pegou a carteira de dinheiro onde tinha sempre uma caixinha de fósforo reserva, porém assim que ele tirou o pequeno objeto deixou cair um papel no chão, já um pouco amassado

Calisto pegou o papel dobrado e sem que desse tempo dele tirar de sua mão o abriu. Ela então ficou olhando o conteúdo e ele ficou olhando para o outro lado sério, a tensão no ar era palpável, a canceriana levou a mão a boca e a outra manteve o papel na altura de seu olhos.

— Porque guardou isso? – perguntou com a voz baixa e abafada pela própria mão.

Ele molhou os lábios com a língua e voltou a encará-la, ao responder:

— É um presente, eu guardei.

Ela destampou a boca e passou a ponta dos dedos no próprio esboço que havia feito dos olhos dele. Jamais pôde imaginar que ele levava na carteira.

Ela, então, dobrou do jeito que estava e devolveu, ele colocou de volta no lugar com cuidado. O cavaleiro levantou e começou a andar na areia tragando seu cigarro já ela apoiou a cabeça no tronco e ficou observando ele ir para lá e pra cá sem dizer nada.

Continua…


Notas Finais


Poxa, Cali! Medo da pelúcia?! 🤣🤣🤣🤣

E aí, curtiram? Tomara que sim, porque eu me acabo de rir relendo essa fic!
Bjus e uma maravilhosa semana pra vocês 😘❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...