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História Acrab - Capítulo VI


Escrita por: just_someone13

Capítulo 6 - Capítulo VI


Rosalinda estava em um dos balcões da área sudoeste do palácio de Aegir. Estava sentada em uma confortável cadeira, os óculos de leitura e o livro de literatura na mão.

- É bom ver que a senhora ainda arranja um pequeno tempo para relaxar. – A voz bem-humorada de Tomaz a fez suspirar.

- Eu tento, mas nem sempre consigo. – Ela marcou a página e retirou os óculos. – E então?

- Bem… - Ele se aproximou saindo do esconderijo, se apoiou na balaustrada cruzando os braços sobre o peito. – O povo está feliz com a sua demonstração de justiça. Sua popularidade cresceu alguns pontos nas últimas semanas e devo dizer que a Duquesa fora… uma surpresa agradável para todos.

- Então eles a aprovam? – Rosalinda perguntou tentando esconder sua ansiedade.

Tomaz sorriu e concordou com a cabeça. – Mais do que isso Majestade, eles a adoram. Ela está cuidando do Ducado muito bem pelo que meus ouvidos ouviram, o povo está satisfeito e feliz. E bem… a imagem das senhoras… ainda está sendo bem repercutida.

- Eu ouvi algumas coisas. – Rosalinda abaixou os olhos para a capa do livro que segurava. – Algumas boas e outras nem tanto.

- Um monarca não pode agradar a todos, Majestade. – O homem sorriu carinhosamente. – Posso garantir que ouvi mais coisas boas do que ruins, Carter Mason tem boa reputação… mesmo entre aqueles que não devem existir.

Rosalinda olhou para ele e concordou com a cabeça lentamente.

- Alguma notícia de Costa Del Sol? – Ela perguntou tentando desviar a conversa.

- Fiz o que a senhora ordenou e mandei que o ouvido se tornasse próximo. – Ele olhou em volta cuidadosamente. – Ao que parece o rapaz é primo em terceiro grau de sua mãe, as pretensões dele ao trono de Costa Luna são tão viáveis quanto aos do trono de Costa Del Sol. Não passa de um rapaz muito carismático que sonha muito alto, aprendi que ele possui uma força considerável entre os homens do exército de sua Majestade Ramon, mas eu não me preocuparia tanto se sua popularidade e a da Duquesa continuarem tão altas.

- Algo mais dentro do país para me relatar? – Rosalinda abriu o livro como se estivesse pronta para retomar a leitura.

- Dentro do país não, mas tenho notícias um tanto quanto… inquietantes de Castela. – Tomaz ergueu o queixo atraindo a atenção de Rosalinda. – Alfonso irá abdicar em favor a Cecília.

- O que? – Rosalinda fechou o livro com força. – Está falando sério?

- Infelizmente, parece que o recente aumento na emigração de jovens tem afetado a economia deles. – Tomaz estava ficando mais tenso. – Então o Rei estava sobre pressão para ceder há alguns incentivos educacionais e civis, entre eles a aprovação do casamento igualitário.

Rosalinda se levantou ficando de costas para ele.

- Alfonso não cedeu. – Ela falou lentamente.

- Não, senhora e agora o parlamento faz força para que ele abdique em favor a princesa. – Tomaz olhou para as costas de Rosalinda. – Ela já começou a mexer alguns pauzinhos para aprovação de alguns decretos urgentes e entre eles…

- O casamento. – Rosalinda ergueu o queixo.

- Ela não tem escondido o desejo em se casar com a Duquesa de Acrab. – Tomaz esperou a mulher falar algo, mas Rosalinda ficou em silencio. – Eu tomei a liberdade de verificar os meios de comunicação da Duquesa e pelo que sei ela ainda não está ciente de nada, Majestade.

Rosalinda ficou em silencio antes de acenar com a mão o mandando embora.

- Devo manter as ordens, Majestade? – Tomaz hesitou.

- Sim, sim… - Rosalinda olhava para os jardins. – Apenas… retire o monitoramento da comunicação de Carter.

- Existe uma coisa a mais, Majestade. – Ele falou cauteloso. – Alfonso irá mandar um emissário, ele tem mencionado o desejo de ver a senhora pessoalmente. Ele diz que gostaria dos conselhos da prima.

- Em outras palavras ele quer discutir os termos do casamento. – Rosalinda retrucou, a irritação começando a ficar aparente.

A mulher fechou os olhos respirando fundo, demorou alguns segundos até que ela se acalmasse.

- Pode ir Tomaz.

- É claro. – Tomaz fez uma reverencia e sumiu.

Rosalinda voltou para dentro da sala, deixou o livro em uma mesa lateral e pegou o telefone discando um número que ela havia memorado.

- Carter? – Perguntou assim que a mulher atendeu depois do segundo toque. – Venha para a capital.

- Está tudo bem? – Carter perguntou calmamente.

- Sim, apenas preciso que você venha até a capital. – Rosalinda escondeu sua impaciência. – O mais rápido possível.

- Estarei ai em algumas horas. – Carter respondeu antes da Rainha desligar o telefone.

Rosalinda respirou fundo, Carter estava vindo, mas então… o que ela faria? Deixou o corpo cair em uma das poltronas da sala, sua mente trabalhando efusivamente.

Elas estavam tendo um bom tempo juntas no último mês, era um caso agradável para ambas. Mas seria apenas um caso? O jeito como estava se comportando era uma clara mensagem de que ela estava com ciúmes. Cecília fora o grande amor da vida de Carter e por tanto era um assunto ao qual as duas não conversavam. Saber que a mulher estava convencendo os homens e mulheres que possuíam poder em Castela de que o casamento igualitário era uma das saídas para evitar o esgotamento de suas forças de trabalho e por consequência se casar com Carter… saber disso lhe deixava em cóleras. Rosalinda sentia as mãos tremerem levemente e em sua mente as imagens de Carter beijando outra mulher, tocando outra mulher, dormindo com outra mulher… lhe traziam ânsia de vômito.

Rosalinda estava com ciúmes. A mulher limpou as mãos suadas no vestido tentando recuperar algum controle, ela estava com ciúmes. Isso só podia significar que seus sentimentos por Carter iam além do desejo inicial. Rosalinda fechou os olhos e respirou fundo, ela tinha sentimentos por Carter, mas Carter teria sentimentos por ela? E se não tivesse? E se o amor por Cecília ainda fosse tão vívido para a Duquesa e ela aceitasse o pedido de casamento… Rosalinda daria a permissão?

*Acrab*

Carter subiu diretamente para os aposentos de Rosalinda, a mulher lhe enviara uma mensagem avisando onde estava. O chamado inesperado lhe causara alguma inquietação, elas haviam combinado de se ver apenas na semana seguinte quanto teriam uma reunião do conselho e Carter planejara passar a noite em Aegir.

Passou pelos guardas que estavam do lado de fora das portas e entrou na sala íntima da Rainha, Rosalinda não estava ali. Carter hesitou vendo as portas para o quarto abertas, trancou as portas e se adiantou andando devagar.

- Majestade? – Chamou parando na soleira das portas, olhou para o corredor que levava ao quarto principal, a porta do closet estava fechada e Rosalinda não se encontrava na sala de vestir.

Ouviu a porta do banheiro se abrir e Rosalinda aparecer no corredor vestida no roupão, a pele fresca de quem acabara de sair do banho. Carter se demorou um pouco apreciando a visão, sua boca de enchendo de saliva e o choque percorrendo sua espinha.

- Peço desculpas pela intromissão. – Carter inclinou a cabeça.

Rosalinda parou no meio do corredor. – Estamos sozinhas.

Carter se endireitou e andou até a mulher pronta para lhe beijar, mas Rosalinda deu um passo para trás lhe causando confusão.

- Precisamos conversar. – A Rainha falou lentamente. – Me espere na sala, sim? Irei me vestir e já te encontro.

- Então… negócios e não prazer? – Carter franziu as próprias sobrancelhas.

Rosalinda não respondeu apenas se dirigiu a porta do closet o que deixou Carter apreensiva. A Mason voltou para a sala e foi direto para o bar se servindo de um cálice de vinho, ouviu os movimentos de Rosalinda e se sentou para esperar.

Rosalinda demorou o máximo que pode se encarando no espelho, a via tomado uma decisão e teria que ir com ela até o final. Saiu para sala e ao exemplo de Carter se serviu de um cálice de vinho ocupando a poltrona de frente para a mulher.

- Recebi notícias de Castela. – Rosalinda não olhou para Carter. – Ainda não é oficial, mas está em vias de ser. Alfonso abdicara em favor a Cecília por pressão do parlamento.

Carter ergueu a cabeça respirando fundo, seus olhos presos na mulher.

- Pelo que sei Alfonso mandará um enviado até nós me pedindo para ir até Castela, creio que ele quer falar comigo sobre o provável casamento entre você e a nova Rainha. – Rosalinda olhou para Carter, sua expressão era neutra, sua voz estável. – Ao que parece tudo indica a aprovação do casamento igualitário.

Carter abaixou os olhos para o cálice, sentiu o tremor da mão e o coração acelerado. Cecília finalmente subiria ao trono e o casamento seria aprovado, ela poderia retornar a Castela finalmente. Rosalinda ficou em silencio observando o rosto de Carter, a mulher mal conseguia esconder o próprio sorriso. A Rainha controlou as próprias emoções mantendo a respiração constante e compassada.

- Gostaria que você me acompanhasse até Castela. – Finalmente falou atraindo a atenção da Duquesa. – É um país estrangeiro e bem… a situação diz ao seu respeito.

Carter encarou Rosalinda e seus olhos escuros que pareciam esconder algo. Fora então que a Mason se dera conta que ela teria que deixar Costa Luna, deixar Rosalinda. Olhou para o rosto da Rainha e não conseguiu captar nem um vestígio de emoção que pudesse traí-la, o que quer que Rosalinda estivesse pensado ela havia conseguido esconder completamente.

- É claro que eu irei, Majestade. – Carter falou em voz baixa. – É meu dever acima de tudo.

Rosalinda registrou o termo e concordou com a cabeça, tomou o cálice de vinho e se levantou dando as costas para Carter caminhando até o bar, a decepção começando a se afundar em seu peito.

- Quero que saiba que é uma decisão delicada. – A Rainha se virou para Carter, as mãos entrelaçadas na frente de sua barriga em um ato de defesa. – Você tem alguns deveres para com Costa Luna, mas você também é uma mulher livre para decidir e se quiser se casar com Cecília acharemos um jeito para resolver tudo.

- Então eu teria sua permissão? – Carter se levantou, mais uma vez sua excitação ficando evidente e quando percebeu engoliu em seco. – Perdão.

Rosalinda abaixou os olhos por um instante tentando não demonstrar nada, respirou fundo lentamente.

- Se é seu desejo se casar com Cecília… - Ela falou lentamente, nunca olhando para Carter. – Então tem minha benção.

Rosalinda se virou e saiu da sala sem dizer mais nada fechou as portas do quarto e se apoiou nas portas, respirando fundo. Ela precisava manter o controle. Ela precisava ter controle. Engoliu em seco sentindo o coração acelerado e o que provavelmente poderia ser um coração partido.

Carter olhou para o corredor e as portas fechadas, deu um passo na direção dela, mas parou.  O que ela deveria fazer? Ir até o quarto da Rainha como se não tivesse recebido a notícia de que a mulher com quem tivera uma relação longa, a mulher com quem queria se casar, a mulher que amava iria poder finalmente ser sua esposa? Ela tentava deliberadamente ignorar a parte de sua mente que lhe perguntava se ainda amava Cecília. A parte que perguntava porque ela ansiava tanto por estar com Rosalinda. A parte em que se contorcia implorando para que ela entrasse naquele quarto e dissesse a Rainha que não aceitaria o casamento. A parte que estava começando a entender que talvez ela tivesse sentimentos pela mulher que saíra tão tempestuosamente da sala.

Carter pousou o cálice na mesinha e saiu dos aposentos reais silenciosamente, sua expressão serena não demonstrava a confusão que sentia internamente. Uma parte era felicidade e a outra tristeza.

*Acrab*

Rosalinda presidia a reunião do conselho privado, ocupava a cabeceira sendo ladeada por Adrian e Carter. Uma semana se passara desde que havia se reunido com Carter e desde então o silencio entre as duas era profundo, a mulher havia se comportado da maneira mais respeitosa possível e Rosalinda em um silencio constante. Na mente da Rainha o pensamento de que Carter havia ido embora era único, ela havia ido embora.

As portas da biblioteca se abriram e um mensageiro entrou, fez uma reverencia a Rosalinda. A mulher recebeu a carta que estava sendo oferecida a ela na bandeja de prata, fez um movimento para que o Conde que falava continuasse. Seus olhos se depararam com o selo real de Castela e ela hesitou, já sabia do que se tratara. Rompeu o lacre e abriu a carta, Alfonso explicava brevemente o que estava acontecendo e pedia que ela fosse até Castela com o pretexto de que ele precisava de orientações.

A Rainha se levantou e o Conde silenciara.

- Peço desculpas, mas são notícias de Castela. – Rosalinda ergueu a carta, não sabia como não estava tremendo. – Alfonso irá renunciar ao trono, sua filha Cecília irá sucede-lo. Ele me pede para que eu vá até Castela para aconselha-lo em questões aos quais já somos mais experientes e presenciar a coroação da nova Rainha.

Rosalinda olhou pela primeira vez diretamente para Carter que permaneceu sentada. Adrien soltou uma risada baixa.

- Parece que em breve perderemos nossa Duquesa de Acrab.

Rosalinda se sentou deixando a carta pousar na mesa. Adrian olhou para Carter com a sobrancelha arqueada como se a desafiasse a falar o contrario.

- Precisamos organizar minha ida até Castela. – Rosalinda ignorou a fala do Duque. – Creio que a Duquesa deve me acompanhar uma vez que é um país estranho.

- Sim, será o primeiro e último ato oficial. – Adrian tomou um gole do café, exalava uma satisfação sem igual.

- Alkaid. – Rosalinda falou suavemente. – Alfonso está apenas me pedindo para ir em seu auxilio, creio que ele apenas precisa ouvir alguns conselhos.

- Eu acho que ele quer outra coisa. – Adrian sorriu malicioso. – Ouvi certas coisas quando estive em Castela na semana passada.

- Não acredito que de ouvidos para mexericos meu nobre Alkaid. – O Conde de Tebes soltou uma risada acompanhado de outros dois homens. – Logo você que está sempre tão superior a essas coisas supérfluas.

- Bem… quando estive em uma estalagem na Cidade Real o assunto que circulava era apenas um. – Adrian tomou outro gole de café. – O romance entre a Princesa Cecília e uma mulher chamada Carter Mason que acabara de herdar um Ducado em Costa Luna.

Carter permaneceu impassível diante das reações da mesa, o olhar satisfeito de Adrian estava lhe irritando.

- Parece que seus dias de Duquesa estão contados. – Adrian mantinha o sorriso.

- Bem minha cara… - Tebes esfregou as mãos, olhou pela mesa. – Se houver algum motivo para acreditar que existira um casamento…

- Senhores. – Carter se ergueu espalmando as mãos na mesa. – Creio que Vossa Majestade já deixou claro que na carta a única coisa que o Rei Alfonso diz é que precisa de conselhos. Não sei de nenhuma possibilidade de casamento e sobre o tipo de relacionamento que tive com a Princesa Cecília… garanto que não é algo para ser comentado em uma estalagem.

Adrian arqueou a sobrancelha com um sorriso cínico nos lábios.

- Acredito que no momento seja melhor focarmos nossos esforços em planejamentos para a viagem de Vossa Majestade. – Carter inclinou a cabeça para Rosalinda. – Eu irei lhe acompanhar é claro.

*Acrab*

Rosalinda se sentou na poltrona do avião e pegou o livro que havia colocado na bolsa. Precisava ignorar o fato de que estava confinada em um pequeno avião com Carter, alguns guardas e sua equipe. Carter se sentou de frente para a Rainha e olhou pela janela, sentia o aperto no estômago diante das poucas palavras trocadas com Rosalinda.

- Uma pequena recepção fora organizada para a senhora. – A assistente de Rosalinda se sentou ao lado da Rainha. – Apenas a alta corte, creio que o Rei não quis cometer a indelicadeza de não fazer nada.

- Entendo. – Rosalinda fechou o livro e olhou para Carter por um momento.

- Trouxemos alguns vestidos para que a senhora possa escolher. – A assistente continuava falando. – E algumas joias também, sua mãe fora quem escolheu.

Rosalinda pegou o aparelho passando as fotos das roupas, hesitou quando viu o vestido roxo vinho.

- O verde está bom. – Devolveu o aparelho para a mulher, percebeu que Carter as observava.

- Estranho. – A mulher hesitou pegando o aparelho. – A Rainha Sophia tinha certeza que a senhora escolheria o vinho.

- O verde está bom. – Rosalinda repetiu tentando controlar o tom de voz.

- Posso? – Carter estendeu a mão recebendo o aparelho, olhou para o vestido vinho e imediatamente o choque de tesão percorreu sua espinha. – Concordo com a sua mãe, o vinho é a melhor opção. A cor da realeza.

Rosalinda e Carter se entreolharam por alguns segundos antes de Rosalinda olhar para a assistente.

- Separe o vinho.

- É claro Majestade. – A mulher sorriu curvando a cabeça.

Carter manteve os olhos sobre Rosalinda, a rainha devolveu o olhar. Antes de entrar naquele avião Rosalinda decidira que manteria a civilidade, se controlaria e seria superior, agora com os olhos escuros de Carter lhe encarando com uma pontada de desejo não sabia se isso seria possível.

- Ansiosa por voltar a corte de Castela? – A Rainha perguntou calmamente, um pequeno sorriso nos lábios.

- Um pouco, na verdade. – Carter respondeu pausadamente, lambeu os lábios. – Muitos dos nobres não gostam de mim e não sei como irão reagir com o meu novo título.

- Eu posso lhe adiantar. – Rosalinda olhou pela janela. – Será a velha amabilidade fingida que sempre se vê em qualquer corte. Na sua frente irão sorrir, lhe falar palavras amáveis e quando você se virar… irão te massacrar.

Carter se manteve quieta olhando para a mulher.

- Pedirei para que você seja minha acompanhante até a reunião. – Rosalinda continuou olhando pela janela. – Depois será livre para ir onde quiser e estar com quem quiser.

- Não precisara que eu a acompanhe depois? – Carter franziu as sobrancelhas.

- Não ficarei para a coroação. – Rosalinda respondeu. – Não posso me afastar tanto tempo assim, pedirei desculpas respeitosamente e sairei assim que possível.

- E eu não devo voltar com a senhora? – Carter lambeu os lábios secos.

- É livre para fazer o que quiser, Carter. – Rosalinda a olhou e deu um pequeno sorriso. – Imagino que vá querer passar algum tempo em Castela. Minha mãe me disse há algumas semanas que governar é um ato solitário e por isso devemos encontrar uma boa pessoa para dividirmos o fardo, fico feliz que Cecília tenha te encontrado.

Rosalinda voltou a olhar pela janela, precisava se acalmar. Carter permaneceu parada a olhando, ciente que estavam cercadas por pessoas e que ela não poderia fazer nada drástico.

- Por quê a Rainha-Mãe lhe disse isso?

- Ela veio me pedir autorização para montar uma lista de pretendentes. – Rosalinda respondeu em voz baixa, mas Carter ouviu. – Ela diz que já está na hora de eu me casar e ao que parece parte do povo de Costa Luna concorda.

- É… eu vi algumas reportagens. – Carter engoliu a saliva que se juntara em sua boca, o coração um pouco mais agitado. – Sobre nós.

Rosalinda concordou com a cabeça ainda olhando para fora da janela. Permaneceram em silencio pelo restante da viagem até o avião pousar.

- Senhores eu posso ter o avião sozinho por um momento. – Rosalinda se levantou. – Preciso falar com a Duquesa em privado apenas por um instante.

Carter permaneceu sentada vendo um a um eles sairem pela porta do avião, a Rainha estava de costas para ela. Rosalinda se perguntou o que estava fazendo.

- Eu… - Ela parou ainda de costas. – Eu não sei se poderemos fazer isso depois, então… você sempre será muito bem-vinda em Costa Luna. Espero que você seja feliz, Carter.

Rosalinda se virou para sair, mas Carter se levantou.

- Rosalinda. – A chamou em voz baixa fazendo com que a Rainha parasse.

A Rainha a olhou por um momento, mas Carter hesitou em falar o que estava rodando em sua cabeça há dias. Ela estava confusa. Ela não queria ir embora de Costa Luna, não queria deixar Rosalinda. Mas não conseguia se imaginar dizendo não a Cecília.

Rosalinda apenas sorriu e andou até Carter a abraçando forte, aspirando seu cheiro com os olhos fechados apenas por um momento. Carter inclinou o rosto contra os cabelos escuros da mulher e a envolveu em seus braços sentindo a mulher se aconchegar um pouco mais. Se entreolharam por um segundo ou dois antes da Rainha se erguer um pouco lhe dando um beijo carinhoso nos lábios.

- É hora de ir. – Ela sussurrou ainda olhando para os olhos escuros de Carter. – Cecília te espera.


Notas Finais


@just_someone13 e ask.fm/PSomeone


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