História Acuerdo Cerrado - Il piano di Douglas.

Força.

Eu tentava buscar todos os dias mas essa semana eu parecia não achá-la de maneira alguma, no trabalho Mia tentava me distrair mesmo sem saber o que era, mas era simplesmente sem sucesso porque agora nem esperança eu tinha. Marco literalmente me abandonou e eu desconsiderei ainda ser namorada dele no instante em que recebi aquela mensagem, faz três dias que eu não checo meu celular e eu sei que há milhares de mensagens de Douglas mas eu só quero um tempo sozinha pra digerir que meus planos aqui na Itália simplesmente terminaram.

No sábado eu assisti ao jogo da Juventus pela TV e fiquei feliz quando meu melhor amigo marcou um golaço com a ajuda de Paulo, os dois estavam muito felizes e creio que as primeiras ligações deveriam ser sobre isso. Era fim de tarde e o frio aumentava quando eu estava saindo da loja, me assustei com um carro luxuoso parando bem na minha frente e assim que o vidro baixou eu pude reconhecer meu melhor amigo.

- Você precisa vir comigo. - ele disse.

- Pra onde? - apertei os braços contra o corpo por conta do frio.

- Eu tenho um plano. - ele disse.

Entrei no seu carro e o clima quentinho relaxou meu corpo, estávamos fazendo um caminho diferente dessa vez e eu não entendi onde estávamos indo mas também não ousei perguntar. Suas mãos batucavam levemente no volante enquanto uma música tocava baixinho, ele soltou um suspiro longo quando estacionamos na frente de uma casa enorme e muito bonita.

- Porque sumiu? - perguntou.

- Eu precisava, Douglinhas. - sorri de leve.

- Fiquei muito preocupado. - ele disse e eu assenti, eu sabia disso.

- Desculpa...eu estava tentando processar o Marco ter me dito um não, ter terminado comigo e se mudado pra Paris. - eu disse e ele arregalou os olhos.

- Eu vou matar aquele projeto de italiano. - ele disse entre os dentes.

- Tá tudo bem, eu já esperava o não. - acariciei seu braço e ele soltou o cinto.

- Vem, eu tenho o plano perfeito pra fazer você ficar na Itália. - ele disse e eu franzi o cenho.

- O que? - perguntei mas o mesmo desceu do carro me obrigando a descer também.

Ele abraçou-me de lado para me proteger do frio e em seguida tocou o interfone da casa, alguns segundos depois me surpreendi ao ver que era a casa de Paulo. O mesmo estava com o olhar confuso ao nos ver e pela cara de sono parecia ter acabado de acordar, entramos em sua casa e Douglas estava agitado enquanto começava a caminhar pela enorme sala que até então eu só observava.

- Eu tive a ideia perfeita pra que a Oli não seja deportada. - ele finalmente disse.

- Pois então diga! - Paulo pediu.

- Você pode se casar com ela. - ele disse. Assim, simples, como se fosse algo normal.

- O que? - eu e Paulo dissemos juntos, no mesmo tom de choque.

- É, o Paulo precisa que o Allegri confie que ele é um cara sério pro time e isso vale também para o Sampaoli e você precisa disso pra ficar. - ele disse e eu me aproximei checando se ele não estava com febre e delírios.

- Sim, mas isso não necessita que eu me case. - Paulo se pronunciou.

- Douglas, eu já...- comecei a falar e ele me interrompeu.

- Eu não estaria dizendo isso se não achasse que funcionaria, é algo temporário. Daqui um ano vocês se divorciariam por algum motivo que podemos inventar e tudo ficaria bem para ambos. - ele disse e eu ri.

- Você só pode estar louco. - comentei.

- Paulo, olha pra mim, é uma ótima ideia e isso é o que pode fazer a Olivia ficar aqui. - ele disse ignorando meu comentário.

- Douglas, para! - gritei. - Sei que quer me ajudar e não há palavras pra te agradecer, mas nem você e nem eu temos direito de obrigar alguém a casar comigo pra me ajudar a ficar aqui em Turim. - eu disse sentindo o nó na garganta surgir.

- Você viu no que resultou o meu pedido ao Marco. - eu disse, minhas lágrimas já começavam a aparecer.

- Você não pode voltar pro Brasil. - ele disse mordendo o lábio em aflição.

- Mas eu vou ter que voltar. - minha voz saiu baixa.

- Eu só queria te ajudar Olivia, achei que seria uma ótima ideia porque vocês dois são meus melhores amigos e seria perfeito pra os dois. - ele disse e eu assenti.

- Eu agradeço o seu esforço, mas eu preciso ir. - eu disse e Paulo me encarou.

- Olivia, espera aí...- correu em direção a porta que eu estava.

- Eu posso pensar nisso? - perguntou.

Lembrei de Marco me pedindo a mesma coisa e nem me dei ao trabalho de responder porque já sabia a reaposta final, corri pro primeiro táxi que me guiou de volta para a minha casa. Lá eu me permiti chorar sentindo a ideia de voltar pro Brasil pesar sob meus ombros, Douglas é o único que sabe porque tenho tanto medo de voltar e é por isso que faz esses esforços por mim. Deitada na cama eu me afogava em lágrimas, meus olhos ardiam mas eu não me importava porque no final de tudo eu estaria chorando bem mais do que agora.